Era hoje...Estou tão nervos que mal consigo respirar direito.

Hoje era o dia da maldita colheita, hoje era o dia em que muitos jovens irão para uma cova certa, ou poderão ganhar fama e dinheiro para o resto da quinta em diante geração de sua família...

Como sei que é impossível, vou na primeira opção de uma morte certa, lenta e dolorosa...

Meu nome é Mason...Johanna Mason, tenho quinze anos e vivo no distrito sete. Não é tão ruim, nossas paisagens são as melhores, e pelo menos não vivo no distrito doze...Coitados só vão magrelos e desnutridos para os jogos. E sempre...Sempre são os primeiros a deixar este plano de vida. Que Deus os tenha....

Bom, minha família trabalha com madeira, quero dizer, é uma das várias famílias que trabalham com madeira...

Minha casa é modesta, e só tenho meu pai. Willian Mason...Minha mãe morreu no meu parto, então é só eu e ele:

-Bom dia, Jo...-fala meu pai. O único que eu deixo me chamar de Jo:

-Bom dia pai...-eu digo pegando uma maçã:

-Nervosa?-ele pergunta:

-Um pouco, mas esse inferno eu tenho que passar todo ano mesmo...-eu digo:

-É só relaxar que passa rápido!-fala meu pai pegando seu chapéu.

Enquanto eu calçava meu all-star cinza, ele polia os machados de casa. Pelo menos se eu fosse para os jogos. O que eu espero que nunca na face da Terra aconteça, eu teria alguma chance, sou e melhor cortadora de madeira do distrito. Mas se eu fosse para os jogos, poderia me tornar cortadora de pessoas sem problemas...

Fui de mãos dadas ao meu pai, enquanto tentava tirar meu cabelo do rosto. Possuo um cabelo bem grande, na verdade...Enorme! Meu pai não me deixa cortá-lo pois ele fala que irá acabar com a sua beleza natural. Meus cabelos são castanhos lisos, com cachos nas pontas, meus olhos de mel como os do meu pai e sou bem branca. Nesse aspecto eu sou diferente dele, pois ele é moreno...

Chegamos, e ele me dá um beijo na testa seguindo para a área dos pais, e eu para a fila do início da tortura...

Não tenho muitas amigas, na verdade não possuo nenhuma, vivo apenas com meu cachorro Rask e meu pai...Não preciso de amigas...

Logo sou a próxima e o pacificador retira meu sangue, depois posso ir para a área das meninas de quinze anos.

Então sem mais delongas, e para a minha infelicidade, surge Cassandra a monstra da laranja da Capital. É ela quem anuncia quem irá sofrer a cada ano...:

-Bem vindos!Sejam todos muito bem vindos!Bons Jogos Vorazes e que a sorte esteja sempre ao seu favor!Antes de começarmos eu trouxe um filme muito especial para vocês, direto da Capital!-ela fala e mostra aquele filme de terror e chatice de novo.

Pelo menos posso dar uma cochilada em pé mesmo por meia hora de filme inútil. Todos vivos sabem como surgiram os Jogos Vorazes!

Depois que acabou, volto para a realidade e então ela vai até a urna e retira o nome do menino primeiro. Não sei por quê diferenciou esse ano, mas não me importo.

E então ela anuncia:

-Terence Torn!-ela grita.

E um garoto de dezoito anos, com cabelos loiros, olhos cinzas e bem forte sobre de cabeça erguida até o palco.

Já ouvi falar nesse Terence, todas as meninas, menos eu...Caem de amores por ele. E ele é o melhor em carregar e o segundo melhor a cortar madeira. A primeira sou eu.

E depois ela vai a urna das meninas, e mexe bem até pegar um papel.

E depois anuncia o apocalipse:

-Johanna Mason!-ela grita.

Paro por alguns instantes, enquanto meu coração tenta voltar a bater de novo e minha mente processa o nome falado...

Era eu...Sou eu!

A sorte definitivamente não estava ao meu favor...