Lice, sem deixar passar a brincadeira, me dá um leve tapa no braço. Nós gargalhamos e, com a ajuda de alguns seguranças, nos dirigimos ao carro.

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– Caramba Bella, agora eu sei por que você gosta tanto desse lugar. É incrível! – Rosalie, com um olhar impressionado, me diz.

– Espera pra chegarmos à fazenda, aquele lugar é um pedaço do céu na terra. – A informo.

– Bella, sei que prometi não falar mais sobre isso, mas eu estou com um pressentimento ruim sobre esse passeio por isso tenho que te perguntar de novo. E se o Jasper estiver lá, o que você fará? Sabe que não pode passar por fortes emoções. – Alice fala e eu me preocupo, ela tem um incrível sexto sentido e sempre acerta em suas previsões.

– Ele estiver lá, vou ter que enfrentar o que sempre adiei. – mesmo com minha palavras Alice não se convence. – Não tenho mais tempo para receios, meninas. O tempo está correndo e vai parar, preciso aproveitá-lo enquanto tenho condições. Vocês sabem disso.

As duas me olham com receio, mas afirmam com a cabeça, elas sabem que não vou mudar de ideia. Como disse antes, minha vida tem um prazo de validade que se aproxima do fim a cada dia. Sei que quando encontrar Jasper ficarei abalada e conseguir o seu perdão será uma tarefa difícil e estressante, estresse que não posso sentir, mas é literalmente questão de vida ou morte, neste caso mais morte.

Quando chegamos à fazenda olho pelo retrovisor, estou dirigindo, e vejo uma Rosalie de boca aberta. Cutuco Alice para mostrá-la a situação de nossa amiga loira e ela ri comigo.

– Rose, fecha a boca a boca se não vai entrar mosquito. – Ela dá um sorriso amarelo e volta a observar a paisagem. De onde estamos já podemos ver a casa e, como o esperado me recordo dos momentos felizes ali vividos.

Estaciono o carro e desço, sendo seguida pelas meninas e, quando estou em frente à porta, paro. Não sei o que fazer, será que Harry e Sue Clearwater, os antigos caseiros da fazenda que me tinham como filha, estão aqui? Sei que eles ainda moram aqui, mas eles podem ter ido a algum lugar ou até mesmo viajado... Não sei, realmente não sei.

– Então Bellita, a casa é realmente linda e tals daqui de fora, mas a gente acabou de chegar de uma viajem de quinze horas e eu to morrendo de sono e sei que também tá. – E é claro que foi minha baixinha favorita que me trouxe de meus devaneios.

– Aham, concordo com a pixel. – Rose, ignorando o olhar raivoso da pixel, ops da Lice, continua – Vamos entrando, porque a senhorita precisa descansar.

– Tá, tá, tá. Já entendi, mas eu não sei o que fazer, não sei se bato na porta ou se já vou entrando.... Simplesmente não sei. – Falo olhando para as meninas.

– Amiga, a casa é sua. Você pode até não ter vindo aqui nos últimos anos, mas esse ainda é o seu segundo lar, como você mesma me disse uma vez. Então não fique com medo. – Alice me incentiva sendo apoiada por Rose.

– Ela está certa, Bella. Vamos, abra logo essa porta antes de criarmos raízes.

– Certo, certo, vocês têm razão – Engulo o receio e, com as meninas em meu encalço, adentro a casa que um dia fora meu lugar preferido em todo o mundo.

Por mais incrível que pareça, tudo continua o mesmo, desde os objetos de decoração em um estilo mais rústico, porém bonito, à disposição dos móveis. A única diferença é enorme televisão fixada na parede. Enquanto me aproximo da cozinha, posso ouvir algumas vozes, uma feminina e três masculinas. A feminina tenho certeza que pertence à Sue, já as masculinas não reconheço, apesar de uma delas ser familiar, mas não pode ser de quem estou pensando. Pode?

Alice e Rosalie seguram minhas mãos em sinal de apoio e, com elas, adentro a cozinha. A primeira que vejo é Sue, com seus cabelos negros e longos e sua pele avermelhada, ela não mudou nada. Os outros três estão de costas para nós, por isso só sei que um tem cabelos curtos e escuros e é muito grande, como um urso, o outro tem um emaranhado de cabelos cor de bronze e o ultimo tem cabelos loiros em um tom muito familiar para mim.

Nenhum dos quatro nos vê. Sue está olhando para baixo enquanto prepara alguma comida e ri acompanhada dos rapazes. Ela começa a falar alguma coisa para o ruivo.

– Ah, menino, como pôde fazer isso com a moça. Tadin... – Sua voz morre assim como seu sorriso dando lugar a uma expressão surpresa, quando percebe as três intrusas paradas na porta da cozinha, mas principalmente, me percebe ali – Isabella?

Isso chama atenção dos rapazes e então posso ver suas faces. O moreno é bonito, com olhos negros traços fortes e graves, porém com covinhas como as de uma criança, e o ruivo é simplesmente perfeito, com olhos verdes como esmeraldas e traços como os de um príncipe encantado. O loiro se mantém na mesmo posição de antes, como se estivesse em choque e, se minhas suspeitas estiverem certas, ele realmente está. Quando se vira só uma única palavra sai de minha boca:

– Jasper.