A Minha Vida Mudou novamente escrita por Nessaaa


Capítulo 28
Gravidez de Isabella Swan


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!
Espero que tenha alguéeeem aqui aindaaaaa! Sei que faz quase um ano que não posto aqui, mas volteeeei! E quero logo terminar essa fic que já está MUUUUUUUITO extensaaa, ok?
Enjoy it!



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(Gravidez de Isabella Swan) – Por Isabella Swan;

Você nunca sabe como e onde sua vida vai terminar. Pessoalmente, eu acho que você é quem faz sua própria história e decide como acontecerá.

Eu nunca entendi como a nossa vida pode ser mudada tão rapidamente e nem como ela pode ser tão drástica.

Nunca, em momento algum eu pensei que minha vida fosse ficar assim, completamente de cabeça para baixo. Eu era uma menina com sonhos, que queria me formar em jornalismo, vencer na vida, mas com um ato, tudo se perdeu, tudo se dissipou e a dor era nauseante.

Nauseante demais. E então, tudo o que eu tinha comido aquela manhã se foi com uma tossida em frente à privada.

As lágrimas brotaram em meus olhos por indignação, eu não prestava nem mesmo pra segurar alimentos em mim;

Após escovar meus dentes, chorando - o que era uma coisa muito normal agora, - eu parti em direção a cozinha, pronta para uma fruta qualquer. Eu precisava me alimentar e alimentar mais um.

Eu era um zumbi, vivia agora pelos cantos, com os olhos murchos, sem maquiagem, infeliz, chorando. E era tudo porque ele havia me deixado. Porque ele tinha me deixado sozinha, sem explicações e... Grávida.

Já haviam passado mais de um mês e meio que ele fora embora e nada tinha mudado, a não serem as noites em insônia, os dias cheios, estressantes e claro, a pouco comida que eu ingeria porque praticamente tudo que eu comia era jogado para fora e que agora eu tinha oficialmente dezessete anos.

Não houve festa, não houve nada, apenas meu soluço pesado dentro do meu quarto escuro.

- Como a nossa mamãe está? – pulei de susto ao ouvir aquela voz, por um momento eu achei que fosse ele, que ele tivesse voltado, mas enganei-me era apenas Emmett com seu grande sorriso.

- Oi Emm. – tentei sorrir, mas pareceu forçado demais.

- Tudo bem? – perguntou ele quando viu o abacaxi em meu prato.

- Tudo, - eu disse meio incerta – só estava com um pouco de... fome. – ele sorriu largo, como se aprovasse que eu comesse.

- Você está mais magra. – sussurrou com o olhar triste, as covinhas sumiram, o brilho no olhar também. – eu sei que você está sofrendo, sei que está sofrendo muito – completou – sei também que está se sentindo mais do que sozinha, não se preocupe, ta?! – pediu me abraçando forte – eu disse que ficaria do seu lado e cá estou eu, eu prometi não prometi?!

Com suas palavras eu voltei no tempo, mais precisamente há um mês e meio atrás.

- Pai, estou grávida. – fora o que eu disse, todos pararam em silêncio, mal acreditando em tais palavras. Pude perceber que olhares atônitos foram lançados a mim, nem eu queria acreditar, que dirá os outros.

- O que? - perguntou Carlisle vermelho, abracei meu corpo, as mãos protegendo a barriga lisa, eu sabia que ele ia se descontrolar, eu sabia que ia ser o maior escândalo, porém, já estava feio, eu já estava grávida e ninguém colocaria as mão no meu bebê.  -  Diz que é mentira! gritou ele. – DIZ!

- É... é.. verdade, me desculpe. – sussurrei chorando ainda mais.

- Não pode ser! gritou – Não pode! com o punho fechado Carlisle deu um murro na mesa de centro, que tremeu. Todo mundo meio que se encolheu.

Meu pai saiu da sala puxando os cabelos loiros e furioso, eu só pensava que ele voltaria com um cinto para me bater, mesmo que ele nunca o houvesse feito, eu temia, a raiva o dominava.

Esme me encarou, os olhos vermelhos com as lágrimas, eu sabia também que ela me odiaria ainda mais do que já me odiava.

Uma das últimas pessoas que eu pensei que se manifestaria levantou-se devagar e veio até mim, abaixou-se para ficar da minha altura – já que eu estava ainda no sofá – ele sorriu.

- Estou de seu lado, fique tranqüila, vou cuidar para que tudo dê certo. – pegou na minha mão e me puxou para um abraço bem apertado, tomando cuidado com minha barriga.

- Obrigada Emm.sussurrei de forma fraca. Emmett sentou-se do meu lado e um de suas mãos foram para minha barriga, acariciando o local.

Senti que alguém me encarava e eu levantei os olhos dando de cara com Esme – ela chegara mais perto de mim – eu me encolhi nos braços de Emmett com medo de que ela me batesse, me chutasse, sei lá.

- Tudo bemsuspirou agachando e segurando minhas mãos nas dela, - eu não vou te machucar e estou com você também, ninguém vai fazer mal a você e nem ao seu bebê.

- Esse bebê também é do Edward, Bella e acho que deveríamos avisá-lo e...

- Não!  Não Alice! praticamente gritei essa criança é minha! Só minha, não quero o Edward envolvido nisso, e muito menos sabendo!

- Bella é errado isso! Edward tem o direito! Alice insistiu.

- Edward não tem mais direito nenhum desde que saiu por aquela porta sem nos falar nada, Alice! Bella escolhe o que ela quer a partir de hoje! Ninguém tem que optar por nada aqui! Falou Emmett.

- Obrigada. Eu não estou pronta para falar para ele sobre isso ainda.

- Tudo bem, todos estamos com você nessa, mesmo que isso signifique você decidir, mas é errado e você sabe. – disse Becca.

- Eu cuido de qualquer problema futuro, Becaestendi a mão para ela, que veio e sentou ao meu lado também, e sem outras palavras os outros se juntaram a nós, eu tinha quase todos ali, e cada um que beijava meu rosto, minha cabeça, minha testa, ou pegava em minha mão, eu deixava um lágrima cair, uma lágrima por imaginar que ele não estaria aqui, para me ajudar, para ver minha barriga crescendo, que ele não participaria da primeira consulta, do primeiro chutinho e tantas outras coisas, mas tudo isso não aconteceria porque eu não queria, e isso era o certo.

Carlisle apareceu um hora depois, com as bochechas rosadas os cabelos revoltos os olhos tristes, me encarou por uns segundos antes de dizer:

- Vamos todos para Forks amanhã pela manhã, nosso vôo sai às nove em ponto! Quero todo mundo na sala às oito e meia, entendido?

- Bella? – levei um susto ao perceber que tinha voltado aqueles dias de quase todos da minha família me apoiando, menos... menos ele, meu pai. O qual deveria ter me apoiado. Porque se minha mãe ainda estivesse aqui, ela estaria do meu lado independente de qualquer coisa, assim... assim... como Esme ficou.  – Tudo bem? – novamente ele questionou.

- Sim – sorri pegando meu prato com o pedaço de abacaxi e sentando na bancada da cozinha – tudo bem.

Ele sentou-se ao meu lado e pegou em minha mão, assim como houvera feito naquele dia em que ele ficou do meu lado.

- Amanhã nós vamos para a aula, tudo bem?! Já está na hora de nossas rotinas continuarem sendo as mesmas.

Eu assenti, já estávamos de volta à Forks – morando na grande mansão fora dos limites da cidade – e as aulas retornariam no dia seguinte. É claro que eu não queria voltar, não queria mais pisar lá, porque eu sabia que como a escola era pequena, assim que minha barriga apontasse – ela ainda estava quase invisível, só quando eu colocava uma blusa mais agarradinha que dava para ver  a pequena protuberância ali – todo mundo comentaria e me julgaria. Mas eu sabia que não podia me abalar por isso, é claro. E Carlisle também teria que conversar com a diretoria, pois eu ainda tinha muitos enjôos e a qualquer hora do dia.

- Emm... – sussurrei para ele que estava comendo um pedaço de bolo de chocolate com cobertura – Estou com medo.

Ele me encarou, o pedaço de bolo parou a meio centímetro da boca dele.

- Não precisa ter – colocou o pedaço no prato e veio para mais perto de mim, sentou-se na bancada ao meu lado e passou um braço a minha volta, me puxando para ele e seus músculos.

- Mas é tão estranho, ainda mais agora – suspirei fechando os olhos.

- Olha, ninguém tem nada a ver com sua vida, querida. E se falarem alguma coisa ou se olharem para você diferente eu bato em todos. – gargalhou, me fazendo rir também.

- Obrigada Emm, você tem sito tudo para nós. – falei pousando a mão na barriga e a mão dele veio por cima da minha enquanto sorriamos.

Três meses depois

 As coisas tinham complicado um pouco, já que minha barriga havia crescido bastante nos últimos meses. Esme insistia que era menina, e os outros diziam que era um menino; na minha opinião, poderia ser qualquer um dos dois se viesse com saúde e bem, para mim já seria uma benção.

Tinha voltado a aula havia três meses e no começo fora bem difícil, ainda mais pelos enjôos e as tantas vezes que eu saia da sala de aula. As pessoas começam a desconfiar é claro, mas tudo se confirmou uns dias atrás quando estava um dia super bonito lá fora e eu e as meninas – Alice e Rose – fomos para escola de vestido.

Ah, Rebecca, Nessie, Ricardo, Jacob – o qual já tinha voltado para sua casa – estavam estudando fora, - em Seattle – e eles voltavam para casa só nos fins de semana agora, e esse estudo longe fora proposto por Carlisle que mandou-os para longe para não presenciarem a merda na qual tinha me metido, e com certeza para avisá-los mais ou menos a não fazerem isso na vida deles. 

#Na semana passada...

O dia havia amanhecido super bonito – uma coisa muito rara para Forks – já que o tempo era fechado constantemente aqui. Alice e Rose bateram na minha porta bem cedinho, antes de irmos para aula e praticamente me enfiaram – depois de um banho morno – dentro de um vestidinho marcado na cintura branco com algumas flores e uma sapatilha preta.

Ao me olhar no espelho eu percebi pela primeira vez que há muito tempo eu não usava vestido e que ele marcava bem a minha barriga já grandinha e que provavelmente agora  todas as desconfianças das pessoas seriam reveladas.

Deixei esse pensamento para o lado, pronta para ir à escola enfrentar aqueles adolescentes.

Suspirei.

As aulas haviam acabado e eu tinha sobrevivido a mais esse dia onde as pessoas me lançaram olhares mais do que confusos e depois de descrença, amanhã todos de Forks saberiam que a filha do Doutor Carlisle estava grávida.

- Bella?! – alguém me chamou quando eu fechava o armário. Virei-me pronta para dispensar qualquer pergunta inconveniente de qualquer pessoa idiota, mas era Ângela parada ali.

- Âng. – sorri amarelo.

- Olá, tudo bem com você? – perguntou sorrindo e quando eu assenti ela continuou falando – você mal fala comigo agora que anda com os Cullen’s. – fez biquinho.

- Desculpe, Âng, estou com tantas coisas na cabeça que é difícil me lembrar de tudo. – ela assentiu olhando para minha barriga e depois de volta a mim.

- Então... – sorriu – é menino ou menina? – continuamos andando para fora da escola indo até o estacionamento onde meus irmãos me aguardavam.

- Ainda não sei, está recente – ela assentiu sorrindo -  eu sinto muito por não ter te contado.

- Tá tudo bem, Bells. Eu desconfiei que você estava um pouco estranha e que quando estivesse a vontade viria falar comigo – abracei Ângela na mesma hora, ela era um ótima amiga e eu senti muita falta dela.

- Obrigada – sussurrei com os olhos cheios de lágrimas – Você é incrível. – ela riu.

- Cadê a Bequinha?

- Foi estudar com Nessie, Jacob e Ricardo em Seattle, meu pai meio que queria avisá-los sobre “como não ser a Bella e estudar para valer ao invés de ter um filho parte um.” – Ângela riu baixinho como sempre e nos aproximamos da onde ficava o carro dela.

- Eu tenho que ir, nos vemos amanhã? – perguntou.

- Claro, até amanhã – ela me deu um beijo no rosto e um abraço e antes que eu a soltasse eu ouvi meu nome.

- Bella? – virei-me para onde vinha a voz e estanquei. Não era possível.

    Ele sorriu largo aproximando-se de nós.

- Oi, Âng. - ele deu um beijo na testa dela e depois se virou para mim – Oi, Bells. – me deu um beijo no rosto bem devagar. – está tudo bem? – perguntou ainda sorrindo, os olhos dele não desviavam de meu rosto.

- Tudo e você?

- Tudo certo. Nossa, quanto tempo!

- Eu sei. – desviei os olhos dos dele. Ele tinha me traído, com Alice, enquanto eu estava perdida naquela floresta.

- Eu sinto muito, muito mesmo. Eu não queria ter feito aquilo, Bella. Você me conhece, sabe que eu nunca te magoaria. Me perdoa.

- Rodrigo... – eu sabia que era loucura, mas eu simplesmente não conseguia ficar chateada por muito tempo, ainda mais agora que eu precisava tanto de muitas pessoas à minha volta. – está tudo bem, já passou e eu nem me lembrava mais.

- Obrigado – ele pegou em minha mão e foi quando sem querer ele encostou em minha barriga que finalmente percebeu. – O-o q-que? – perguntou gaguejando e com os olhos arregalados – Grávida? – sussurrou – do Cull...

- Shiuu – fiz para ele colocando um dedo na sua boca – não fala alto, não quero ouvir mais o nome dele. Esse filho é meu, de mais ninguém.

- Mas Bella... – ele começou.

- Não quero ouvir Rodrigo, não mesmo, por favor.

- Está havendo algum problema por aqui, Bells? – Emmett perguntou colocando a mão nas minhas costas.

- Nenhum, Emm, só estávamos conversando – sorri para ele que tinha uma careta no rosto.

- Olá Emmett. – Rodrigo sorriu estendendo a mão para o musculoso, que a pegou.

Esse Rodrigo aqui na minha frente parecia muito mais homem do que há alguns meses atrás.

- Quer ir tomar um café comigo? Para podemos conversar?

- Bella, acho melhor irmos para casa.

- Está tudo bem, Emm. Vá para casa com os outros e diga que eu chegarei daqui a pouco, eu não demoro. – dei um beijo no rosto de Emmett e o vi bufar e em seguida caminhar até o carro -  Vamos. – sorri aceitando prontamente. Eu tinha que tentar seguir com minha vida e para isso eu precisaria de muitos amigos. – Venha também, Âng. – pedi a ela, que olhava a cena boquiaberta.

- Está tudo bem, tenho que ir encontrar o Ben. Nos vemos amanhã, Bells.

- Até.  – acenei para ela, assim como seu irmão;

- Por aqui. – ele estendeu a mão para que eu passasse e depois me guiou até seu carro. Assim que chegamos até a porta do carona ele a abriu para mim, ofereceu sua mão e me ajudou a sentar no banco, faltou só colocar o cinto de segurança também. Revirei os olhos, ele gargalhou.

- Para onde senhorita? – perguntou depois de se ajeitar no banco do motorista e dar partida no carro. Nós sorrimos um para o outro e eu sabia por aquele sorriso que eu não precisava dizer onde iríamos tomar café.

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Dois meses depois...

O cheiro forte de hospital me despertou, a única coisa que me vinha na cabeça era o que eu estava fazendo ali. Respirei fundo e senti todo meu corpo dolorido, até pontos que eu jamais imaginei, doeram.

Merda, o que eu tinha feito?

- Bella? – escutei bem baixinho em algum lugar, mas tudo o que eu consegui foi tentar abrir os olhos, o que foi muito difícil e assim que eu o fiz, a luz branca me cegou.

Ergui uma das mãos e coloquei-as em meus olhos, os abri apenas um pouco e novamente a luz forte e branca me fez fechá-los.

Eu sabia que era um hospital, mas... porque eu estava ali?

Gemi de dor quando tentei me sentar e foi quando me dei conta de algo. Meu... bebê!

- Cadê? – perguntei com a voz rouca pra quem quer que estivesse ali, eu ainda não conseguia abrir os olhos – onde? – sussurrei tentando, sem sucesso, levar minha mão à barriga, eu não tinha forças.

- Calma... – alguém sussurrou também e passou a mão na minha testa. – Está tudo bem com vocês dois.

Assim que ouvi aquela voz tentei o mais rápido possível abrir os olhos, com um esforço bem grande eu consegui, e assim que os abri, fitei a cabeça loura acima de mim.

- Pai? – perguntei espantada, afinal, Carlisle não falava comigo havia vários meses, desde quando eu tinha contado sobre a gravidez, ele evitava ficar num mesmo lugar comigo nem por minutos. Aquilo tinha acabado comigo, era horrível ver que ele me odiava e me evitava constantemente.

- Shiiiiu, - pediu – não faça muito esforço. Você ainda não está totalmente curada. – olhei confusa para o rosto de anjo, que mesmo com grandes olheiras roxas abaixo dos olhos ele continuava bonito.

- Mas... mas o que aconteceu?

- Você não lembra?

- Não! – respirei fundo – não lembro de muita coisa, lembro de estar conversando com alguém e depois mais nada.

- Então – começou ele sentando-se na beirada da cama e acariciando minha mão, fazia tanto tempo que meu próprio pai não me tocava, que eu já nem lembrava qual fora a última vez que o tive tão perto de mim – Você estava na rua, falando com a Ângela e de repente você caiu, aí então, o Rodrigo que tinha ido buscar uma água para você, voltou e viu a Ang tentando te acordar, só que você não voltava, então o Rodrigo te trouxe para cá e nos avisou. Viemos todos o mais rápido possível.

- E quando foi? – perguntei soando um pouquinho desesperada.

- Há três dias atrás.

- Merda – resmunguei, - eu dormi tudo isso? – ele assentiu ainda mexendo com os meus dedos. Depois olhei para minha barriga, ela estava pequena para uma grávida de seis meses. Soltei uma das mãos de Carlisle da minha e levantei-a para acariciar a protuberância ali, parecia que eu estava com quatro, cinco meses e não quase chegando no sexto mês e uma semana e meia. Carlisle seguiu com os olhos meu movimento. Acariciei minha barriga sentido que o bebê acordou só com meu toque e que agora se remexia.

 - Você já sabe o sexo? – perguntou tentando não olhar muito quando eu tocava na barriga.

 - Não, a doutora fez vários ultras-som, mas ele não deixa vermos. E eu não estou me importando muito com isso.

- Emmett veio em todas as consultas né?!

- Veio sim, ele está sendo tudo para mim, nós. Emm não falta a uma consulta comigo!

- Entendi – sorriu Carlisle – Bella... Eu juro, juro que queria estar próximo à você... mas precisava de um tempo pra pensar e...

- Pai – o parei com uma mão – não precisa mais falar nada, eu entendo. Só não quero que dure para sempre, você tem o tempo que precisar.

Ele sorriu.

- Posso? – perguntou estendendo a mão até ficar próximo a minha barriga alta. Meu coração deu um pulo, meu pai ainda me amava.

- Mas é claro.  – ele podia tudo. Sempre.

Alguns dias depois...

- Abacaxi de novo? – perguntou parando à minha frente.

- Claro, como a doutora mesmo disse, eu preciso comer. – falei sorridente encima da bancada, ele sorriu para mim e veio na minha direção devagar, até ficar à alguns poucos centímetros. Nós tínhamos nos aproximado muito mais ultimamente, enquanto minha barriga crescia, e as coisas na escola ficavam corridas para meu último ano, todos os dias me buscava e me levava sempre para lugares diferentes para distrair minha cabeça.

Ele havia assumido a empresa do pai, a qual era uma grande editora – e agora era o dono de lá, depois de tanto estudo, veio a recompensa.

- Está tudo se ajeitando, querida.

- Eu sei... – sussurrei espetando um pedaço de abacaxi no garfo e colocando a centímetros da boca dele. Ele aceitou de bom grado e mastigou o pedaço que eu ofereci, sem deixar um momento de olhar em meus olhos.

- É muito bom te ver assim.... Corada, feliz.

Alguns dias antes, quando acordei naquele hospital sem saber o porque, eu me dei conta da minha real situação: Definhando. Essa era a palavra que me descrevia, como um zumbi e sem comer muito, eu andava fraca e sem vontade nenhuma de viver, quando Rodrigo aparecia, quando minha família me rodeava, eu até meio que esquecia sim de essa coisa de ser mãe tão nova.

As pessoas agora na escola, já não tinham mais receio e sempre vinham falar comigo e passar a mão na minha pequena barriga.

Quando naquele dia do hospital, logo após meu pai vir falar comigo, a doutora chegou e me deu uma bronca daquelas, perguntando delicadamente o que estava acontecendo e porque eu havia perdido tanto peso, quando o normal era que eu engordasse.

Após conversar comigo e explicar minha atual situação, e novamente mandando delicadamente que eu comesse ou morreria, eu, meu pai e todos da família, incluindo Rodrigo, fomos para casa.

 Depois de um sermão de Esme, Carlisle e Emmett – que disse que caso eu continuasse sem reagir, ele ia desistir de mim. – e acho que foi também o que me deu força, porque quando uma pessoa pensa em desistir de você isso é o pior que pode acontecer.

E enquanto eles discutiam foi quando eu senti a pequena cutucadela em minha barriga, um pouco acima do meu umbigo, e depois mais uma mexida, inevitavelmente eu me dei conta. Era ele, meu pequeno bebê, se mexendo dentro de mim. Meus olhos encheram de lágrimas e eu chorei, com as mãos na barriga, acariciando e tentando acalmá-lo, todos, sem saber porque eu me sentia assim, vieram para perto, e foi quando eu contei que era a primeira vez que eu o sentia se mexer assim, tão agitado, por tanto tempo, foi aquilo que me deu mais forças, ainda mais forças, pois quando ele mexeu a primeira vez, eu me senti quase completa, como se meu mundo tivesse mudado, mas agora era completamente diferente, aquela vida ali, precisava de mim, precisava que eu tivesse forças por mim e por ele, e eu ia vencer cada obstáculo, ah se eu ia!

- Eu estou feliz – sussurrei para ele sorrindo – eu me sinto bem, é claro que ainda não estou cem por cento recuperada pelo o que ele fez, mas isso é o de menos agora, e tenho todo mundo comigo, meus pais, meus irmãos... você.

- Para sempre. – ele colocou as mãos em minhas bochechas e aproximou ainda mais seu corpo do meu, quando dei por mim, eu estava perdida em seus olhos e como eu não reagi nem disse nada, sem mais nem menos algo que eu há tempos não pensava aconteceu: seus lábios se encostaram devagar aos meus.

Três meses e meio depois.

- Aaaaai – reclamei mais uma vez, meu bebê chutara novamente bem nas minhas costelas, ela estava ficando sem espaço. Agora já sabíamos o sexo do bebê, era uma menininha, que só nos deixou vê-la no último ultra-som. Claro que todo mundo ficou bem eufórico, até eu mesma fiquei, confesso.

Para escolher o nome foi um pouquinho mais complicado, porque todo mundo deu umas dicas e idéias legais. Mas acabei optando por Sophie e foi quando eu disse o nome dela em voz alta que ela se remexeu, como se soubesse que eu a estivesse chamando.

 Como o dia para o parto estava cada vez mais perto – e eu uma bola de tão inchada e grande – todo mundo cancelou compromissos só para ficar ao meu lado, tanto que meus irmãos – Rebecca, Ricardo, Jacob e Renesmee, vieram para a casa por um tempo; e Rodrigo também – que me ajudou a gravidez inteira – havia se ausentado da empresa por uns tempos.

Após aquele beijo na cozinha uns três meses atrás, ele não se afastou de mim quando eu disse a ele para não ter esperanças quanto à nós, devido a minha situação de grávida meus hormônios estavam a flor da pele e que quando eu me recuperasse de tudo nós voltaríamos a conversar.

Ele entendeu e mais uns dois beijos rolaram novamente, com meu consentimento sempre, só que eu ainda não me sentia preparada, Rodrigo era tudo de bom, apesar de ter feito o que fez com Alice, e eu gostava da companhia dele.

As aulas na escola estavam quase acabando, e eu me ausentei de lá, porém Ângela sempre me trazia as lições e me ensinava tudo. Agora com tudo ajeitado, o quartinho dela, as roupinhas compradas, os mimos, os presentes, a bolsa para ir ao hospital arrumada também, tudo parecia no seu lugar, no seu eixo.

Quando fui levantar do sofá onde eu me encontrava vendo televisão, eu percebi que onde eu estivera sentada estava molhado, quando eu puxei o ar para chamar por alguém um dor aguda veio no meu baixo ventre fazendo com que meus joelhos se dobrassem.

- ai – meus olhos imediatamente encheram-se de lágrimas e depois de algumas respiradas novamente outra forte pontada de dor  -AIIIIIIIII – gritei o mais alto que pude.

Lembrei imediatamente das aulas – que meu pai me arrastou - em que participei para me preparar para a hora do parto, respire, inspire.

- Aiiiiii, paiiiiiiii ajudaaa!!!!! – gritei. Eu temia por minha filha, temia por ela ficar sem ar ali, temia que ela  não agüentasse, ela era pequena demais para um bebê de quase nove meses.

Me desesperei quando percebi que eu estava longe demais para ser ouvida.

 - Bella! Ai meu Deus! – ao longe ouvi alguém me chamar, a dor era tão forte agora que eu mal estava consciente.

- Bella, querida – passou a mão pela minha testa.

- Esme... – choraminguei – me ajuda, ela vai nascer. Me ajuda.

- Calma, filha, calma. – ela sacou o telefone celular, deu algumas instruções rápidas e já estava novamente me olhando. Colocou uma mão sobre minha barriga e checou mais ou menos como o bebê estava. Depois contou no relógio quantos em quantos minutos vinham as contrações mais fortes.

Não se passaram muito tempo e vi Carlisle chegando correndo, juntamente com Emm e Rodrigo. Eles me viram no chão, pálida, gritando de dor.

Imediatamente vi Rodrigo me pegando no colo, ele me olhou com os olhos arregalados, e Emmett o ajudou a sustentar minhas pernas para que eu me sentisse confortável.

- A médica disse que está tudo pronto pra sua chegada, querida, vai ficar tudo bem. – Esme me disse passando a mão em minha testa delicadamente.

- Obrigada... mãe.

E foi assim que eu acordei pra minha nova realidade a caminho do hospital, tudo sempre muda, independente que eu ou você não queria que isso aconteça é inevitável, pois não só depende de nós.

Minha situação era aquilo que eu esperei quase nove meses, aguentando tudo, tentando esquecê-lo, tentando deixar o passado para trás. Minha situação era a de que há mais de sete meses o nome dele não era mencionado para mim, por mim ou por qualquer pessoa perto de mim e mesmo quando as pessoas insistiam em perguntar do outro Cullen eu saia de perto.

Em Forks, ninguém sabia quem era o pai da minha filha, alguns por um momento desconfiaram que era Emmett, tanto pelo carinho que agora tínhamos um pelo outro, mas após vê-lo com Rosalie e os dois aos beijos, pararam de falar. É claro que ainda soltavam um ou outro comentário maldoso a respeito de mim e meu irmão, mas isso nem tinha mais importância.

E quando nós menos esperávamos, alguém - cuja esse pessoa eu não sei quem é – espalhou pela cidade que quem era o pai, era Rodrigo Weber, e é claro que o comentário chegou aos ouvidos dos pais dele, que exigiram uma explicação. E ele deu uma, a de que não era pai de sangue, mas já amava aquele pequeno ser em meu ventre. Depois os comentários diminuíram até cessarem, eu já não me importava mais, a única coisa com a qual eu realmente me importava era com minha família e os amigos mais próximos – Ângela, Rodrigo e Jacob – o qual vivia na minha casa nos fim de semana que ele, Nessie, Rebecca e Ricardo saiam do colégio.

Após gritar mais uma vez, eu vi que havíamos já chegado ao minúsculo hospital de Forks, eu tinha certeza que no dia seguinte todos já saberiam que minha filha havia nascido e por um momento, um momento apenas, eu senti medo, medo de não dar certo, medo de algo ruim acontecer na hora do parto. Carlisle sorriu para mim de cima, apertou minha mão e murmurou que tudo ficaria bem, e ele também parecia apreensivo, os olhos claros estavam cerrados e a testa enrugada - até mais que eu; sorri num momento em que a dor cessou, tentando parecer bem.

- Pai... – eu sussurrei com dor. Ele fez um gesto para que eu ficasse calada.

- Vai ficar tudo bem, você vai ver, ela vai nascer bem e vocês duas vão ficar bem.

Quando vi, Carlisle fora barrado na porta e estavam me levando, ele sorriu novamente para mim, e eu sabia que já, já ele viria acompanhar meu parto. E dessa vez, eu dei graças por ele ser médico e poder entrar para me acompanhar de perto.

Com mais um pontada de dor eu entrei na ala cirúrgica e enfim, me deixei levar, um único pensamento me atingiu antes de eu cair na inconsciência, tudo mudaria, novamente e eu esperava que essa mudança fosse boa.


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