Tomoeda High School escrita por TaediBear


Capítulo 8
Shima, Sakura, Yuuki e Dokuro-chan


Notas iniciais do capítulo

haai, novo capítulo ;D



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Ela estava sozinha na beira do penhasco, sentada. O mar batia lá em baixo, e suas lágrimas pareciam bem pequenas comparadas a ele.

- Sakura-kun, seu idiota. Eu não quero te matar. Por que você acha que eu te ressuscito? É, simplesmente, para não te deixar ir embora para sempre, eu...

Ela sentiu alguém cutucar sua cintura por trás. Virou-se e viu o rosto sorridente dele. Ela virou seu rosto novamente para o mar e fingiu não tê-lo visto.

- Ei, Dokuro-chan, eu estou aqui – ele disse balançando uma das mãos. – Dokuro-chan?

Ele se abaixou e tocou seu ombro. Ela bateu o cotovelo no seu braço e gritou:

- Sai daqui! Não suporto mais sua presença!

Ele sentiu seu coração parar com aquela frase, mas fingiu que sabia que ela estava brincando. Sorriu e se sentou ao seu lado.

- Então, como será a maneira mirabolante que você vai usar para me matar? Será que meu sangue já terá escorrido muito antes de você me ressuscitar? – ele fazia perguntas, que nunca havia feito, apenas para ver se ela falava com ele.

- Ressuscitar? – ela se virou para ele. – Da próxima vez que eu te matar, não haverá retorno. Eu finalmente vou cumprir a minha missão de te destruir. A Rurutie* quase me despediu por sua causa e eles até mandaram uma outra anjinha para te matar*, mas eu prometi a eles que te mataria. Então, agora, eu finalmente cumprirei minha missão.

- Dokuro-chan! Você está me assustando... O que está dizendo? – ele dizia tentando andar para trás e fugir, mas o medo não deixava.

- Eu vou te matar. Eu vou te matar. Eu vou te matar – ela ficava repetindo, enquanto sorria maliciosamente.

Ela se levantou e pegou a Excaliborg. Ela levantou-a o mais alto possível e preparou-se para matá-lo. Levou-a na direção dele. Sakura-kun percebeu que ela realmente falava sério. Ele viu a sua vida passar diante de seus olhos. A infância antes de conhecer a Dokuro-chan, o dia em que a conheceu, seus dias ao lado dela... Nossa, sua vida tinha sido realmente muito curta.

 

“Aquele idiota... Como ele pôde fazer isso comigo? Eu realmente o amava e pensava que ele me amava, mas eu estava enganada” Yuuki pensava, enquanto chorava.

- Yuuki-chan! Yuuki-chan! – gritava Zero-sensei, enquanto caminhava pela rua procurando-a.

Ela estava sentada em um banco. Abaixou a cabeça, pegou um dos livros de dentro da sua bolsa, o abriu em uma página qualquer e escondeu seu rosto atrás dele. Ele continuava gritando o nome dela. Não queria vê-lo, ele a estava iludindo todo esse tempo. Para ela, ele não importava mais. Seus olhos se encheram de lágrimas. Os soluços atrás daquele livro chamaram a atenção de Zero.

- Yuuki-chan? – ele disse puxando o livro para ver o rosto da garota. Ela chorava, mas tentava esconder. – Yuuki-chan... Eu não estava te iludindo. Eu te amo.

- Não acredito. Zero-sensei, você... Você simplesmente disse que eu seria mais feliz ao lado do Kamui. Zero-sensei, eu te amava, como eu poderia ser feliz ao lado de outro?

- Desculpe-me por ter falado aquilo – ele disse, se ajoelhando em frente a ela. – Yuuki-chan, me desculpe.

Ela virou seu rosto.

Começaram a cair pequenas gotas de água no chão. Eram as lágrimas transbordando tanto dos olhos dela quanto dos dele.

 

“- É verdade, Sakura-chan. Logo depois que vocês começaram a namorar, ele me procurou e disse: Meilin-chan, a verdade é que eu não gosto da Sakura. Na verdade, eu amo você. Só queria te fazer ciúmes para que me amasse, mais. Então me beijou”. Era só isso que Sakura conseguia pensar enquanto estava deitada em sua casa.

As três últimas palavras lhe causavam uma vontade imensa de chorar. Ela tentava respirar fundo e se acalmar, mas ainda derramava algumas lágrimas no travesseiro.

“Eu não acredito, eu não acredito que ele fez isso comigo”. Foi nesse momento que as lágrimas realmente começaram a cair e o travesseiro começou a ficar molhado.

Ela tentava não chorar alto para não chamar a atenção de Touya e de seu pai. As lágrimas continuavam a cair até ela ouvir um barulho na janela. Limpou os olhos com os pulsos e se virou para lá. Um garoto de cabelos castanhos e olhos cor-de-âmbar estava parado em sua sacada, olhando para ela, sorrindo.

“O que ele quer?” ela se perguntou, um pouco chateada.

Caminhou até a porta de vidro e a abriu. Syaoran entrou em seu quarto e começou a conversar:

- Desculpe por entrar por aqui, Sakura, mas seu irmão não deixou eu entrar. Acho que ele ainda tem raiva de mim por ter te conquistado – riu sem graça.

Ela continuava observando-o sem expressão. Sua franja cobria seus olhos e era impossível encará-los.

- Sakura? Você está bem?

Ele se aproximou mais dela e segurou seu braço, preocupado. Foi então que ele viu uma pequena gota transparente refletir na luz do quarto dela, escorrendo pela bochecha dela.

- Está chorando? O que aconteceu? – ele disse, muito preocupado com ela. Seu coração estava apertado só de pensar que algo ruim acontecera a Sakura.

Nenhuma resposta, somente mais uma lágrima transparente. Ele desistiu de perguntar e a puxou para perto de seu corpo, abraçando-a.

- Estou preocupado. Você pode me contar qualquer coisa que acontecer com você, tudo bem? – nenhuma resposta. – Sakura... Por acaso foi algo que eu fiz? – ele perguntou.

Ele só sentiu a cabeça dela balançar para cima e para baixo, confirmando. Ele olhou surpreso para ela e continuou:

- O que eu fiz? Se foi algo muito ruim, eu sinto muito, muito mesmo – ele disse tentando descobrir o que ele tinha feito que a tinha deixado tão magoada.

- Você sabe, Syaoran – ela disse, encarando-o com seus olhos vermelhos e inchados.

- Eu... sei? Sakura, eu realmente não sei. É sério. Por que você não me conta?

- Eu te contar? – ela falou afastando-se dos braços dele. – Syaoran, eu não acredito em você. Faz isso comigo e ainda finge que não fez. Idiota! – ela gritou com todo o ar de seus pulmões.

Touya abriu a porta do quarto para descobrir com quem a irmã brigava e, ao ver Syaoran, ficou realmente zangado.

- O que faz aqui, moleque? – ele disse mal-humorado.

- Eu vim conversar com a Sakura-san, Touya-san. – ele não ousava ser informal perto de Touya.

- Conversar? Vocês estão gritando! O que aconteceu entre vocês? – ele perguntou, encostando-se à lateral da porta.

Sakura abaixou o rosto para o irmão não ver seus olhos repletos de lágrimas, porém seu irmão era muito atento às coisas que eram em relação à sua irmã. Ele caminhou até ela e levantou seu rosto com dedos pelo queixo.

- Sakura... Está chorando? O que aconteceu? – ele se virou para Syaoran. – O que aquele moleque fez para você?

Ela ficou calada. Não o protegeu nem o acusou. Syaoran abaixou seu rosto e caminhou para fora do quarto, para a varanda e pulou. Sakura voltou seus olhos, preocupada, para lá, mas logo ouviu passos. Os passos dele caminhando pela grama recém-cortada do seu jardim, indo embora. Porém ele estava triste, ou zangado com ela?

Ela achava que o que ele tinha feito era imperdoável, mas, mesmo assim, não conseguia conter o que sentia por ele. Amava-o e sempre o amaria por mais coisas erradas que ele fizesse.

- Onii-chan... Em quem devo acreditar?

- Bem, quem são as opções de confiança? – ele perguntou, ficando de joelhos em frente a ela.

- No meu namorado e amigo de infância, ou na prima dele e minha amiga? – ela perguntou, olhando seriamente nos olhos dele.

- No moleque ou na pirralha? – ele parou para pensar um pouco. - Bem, pense, qual deles está sempre ao seu lado e sempre fez tudo pelo seu bem? Qual deles te apoiou e sorriu quando você mais precisava? Qual deles te protegeu e cuidou de você quando nem eu nem o papai podíamos?

Seus olhos se encheram de lágrimas, a resposta estava na sua frente. Syaoran sempre tinha feito tudo o que podia por ela. E, mesmo assim, ela tinha acreditado em uma garota que mal conhecia, apesar de sempre ter estudado com ela e com o primo dela.

- Onii-chan... Eu sou uma idiota. Eu não acredito que eu deixei ele ir assim, sem nem mesmo acreditar nele. Eu simplesmente acreditei em uma garota que mal conhecia e deixei a pessoa que eu mais amei, depois da minha família, ir embora... Eu me odeio! – as lágrimas despencaram de suas lágrimas e molharam o carpete de seu quarto.

- Sakura, você não é idiota e você não deve se odiar. Em vez de ficar se xingado por que não vai atrás dele? Apesar de eu odiá-lo, você o ama. Vamos eu posso te levar até a casa dele de moto – ele sorriu ao terminar.

- Onii-chan... Obrigada, mas, em vez de me levar na casa dele, pode me levar até um outro local?

Touya fez uma expressão de desentendido, mas concordou. E eles foram até o local que Sakura pedira para ir.

 

 

Casa da família Katsuki

Uma mulher estava sentada em um sofá com dois lugares, sozinha. Na mesa de centro da pequena sala de estar estava uma fotografia de um garoto loiro de olhos verdes. Ele era bem novo e tinha um lindo sorriso no rosto. As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da senhora e, então, ela colocou uma pequena rosa branca em frente à fotografia e disse:

- Esteja em paz, Shima-kun.

Então se levantou e subiu as escadas em direção ao seu quarto.

- Mamãe, tadaima. – o mesmo garoto da fotografia estava parado atrás do sofá, com um pequeno sorriso no rosto. – Que bom que a senhora está bem, eu sempre estou em paz graças às suas orações. Também sinto muitas saudades suas. Saiba que já estou na oitava série da Tomoeda High School e fiz novos amigos. Parece que apenas as pessoas que estudam lá podem me ver. Acho que deve ser por que lá é uma escola bastante estranha. Sabe, eu me apaixonei... E foi por uma persocon... Um computador pessoal que também estuda lá. Ela é minha melhor amiga e não tem amigos. Ela também não sabe de nada e sempre ensino várias coisas para ela. Outro dia, ela me disse que eu era importante para ela. Que bom que uma pessoa está feliz com a minha presença, porém eu não queria que ela dissesse isso. Acho que foi um erro desde o começo ter começado a estudar lá. Já que, se eu contar para ela o que eu sou de verdade, ela vai ficar triste. E isso é a última coisa que eu quero que aconteça com ela. Eu não quero que ela fique que nem a senhora. Triste a ponto de nunca mais falar com ninguém ou sair de casa. Eu não quero que ninguém mais sofra por minha causa. A minha morte foi realmente muito dolorosa para a senhora. E a culpa foi minha por não ter lhe escutado e olhado atentamente para os dois lados da avenida ao atravessar.

De repente, a lembrança daquele dia veio à sua cabeça:

“- Shima-kun, olhe para os dois lados antes de atravessar, viu? – uma senhora gritou da porta de sua casa quando o garoto loiro começou a correr pela calçada.

- Ah, mamãe, eu sei. E ninguém vai me atropelar, olhe o sinal está no amarelo, nem um carro vai atravessar. Eu estou muito ansioso, não acredito que vou até o aquário com a senhora. Quase não consegui dormir ontem por causa disso.

A mulher sorriu e o garoto começou a atravessar a rua correndo. Ela olhou novamente para o pequeno filho e, ao virar seu rosto para esquerda, viu os dois faróis amarelos vindo em alta velocidade.

- Shima-kun! – ela berrou e correu para ajudá-lo, mas era tarde demais.

O garoto estava caído no chão, sangrando, com um enorme machucado na cabeça. O carro nem sequer parou para prestar socorro, continuou correndo em alta velocidade.

A mulher começou a gritar e os vizinhos, ao ouvirem aquilo, ligaram para a emergência, mas não dava mais tempo, o garoto tinha morrido por hemorragia”.

- Eu ainda me lembro de ouvir os para-médicos chegando, mas, depois disso, só uma escuridão. Um tempo depois, lembro-me de estar em pé em frente ao meu corpo. O aparelho que media as batidas do meu coração não marcava mais nada e você, mamãe, que estava ao meu lado, chorava cada vez mais. Eu não estava entendendo nada. Caminhei até você e tentei chamar sua atenção, mas nada acontecia. Estava tão confuso que deixei correndo o hospital e ninguém me notava. Sentei-me em um banco de uma pequena praça perto de casa. Fiquei dias ali parado, mas ninguém me notava e eu não sentia fome, frio, sede ou calor. Foi então, sete dias depois, que eu olhei você passando por ali e resolvi lhe seguir. Você caminhou até um cemitério e colocou um buquê de rosas brancas – minhas favoritas – em um túmulo. Tentei ler o que estava escrito, e vi meu nome, Katsuki Shima. Foi quando eu percebi que eu estava morto. Você passou por mim e nem me notou novamente. Não era eu ali, era meu espírito. Mas por que ele ainda estava na Terra? Fiquei me perguntando isso por um bom tempo. Eu tinha algo inacabado, minha escola. Eu sempre quis terminar a escola para que você ficasse bem feliz comigo. Para eu ir embora para sempre eu tinha que, pelo menos, terminar o colegial, até a oitava série. Fui até minha antiga escola, mas ninguém ali me via também. Estava caminhando pela rua pensando como ir para a escola, quando encontrei uma mulher alta de cabelos castanhos alourados. Ela me entregou um envelope e me disse para abrir quando ela fosse embora, depois era só eu ir até o local designado e meu destino se completaria ali. Ela sorriu mostrando seus dentes cobertos pelo ferro de um aparelho, abaixou seus olhos cor-de-mel e continuou caminhando, como se não tivesse falado comigo. Depois de ela dobrar a esquina e eu perdê-la de vista, abri o envelope preso por um selo vinho escrito THS em preto e vi um papel, onde havia escrito: Cartão de Prata, Tomoeda High School, bem vindo ao lugar onde irá encontrar seu destino. Atrás do papel só tinha o endereço da escola, mas não tinha o nome de ninguém, nem da mulher que tinha me entregado o envelope. No dia seguinte, fui até onde o endereço mostrava e encontrei um enorme prédio com algumas crianças paradas na porta. Todas, sem exceção, me viram passar por elas e eu percebi que, somente naquele lugar, as pessoas podiam me ver, podiam tocar em mim e conversar comigo. Uma senhora na secretaria disse que já tinha me matriculado e já sabia de tudo o que precisava, e assim eu já podia começar a freqüentar a escola. Logo no primeiro dia, fiz minha primeira amiga, a Chii. Então, mamãe não precisava se preocupar comigo, nem chorar. Eu encontrei um lugar para viver, pelo menos até o final desse ano, da oitava série. Depois, eu vou para o céu e vou me encontrar com o papai, que vai cuidar de mim para sempre. Então, mamãe, adeus. Acho que essa é a última vez que venho aqui. Sabe, o ano já está acabando. As provas finais já começaram e quando terminarem, eu vou poder ir embora.

Ele caminhou pela sala vazia e foi para seu quarto, onde passava todas as noites, sem sua mãe saber. Estava ficando tarde.

 

 


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Notas finais do capítulo

*Para quem não viu Bokusatsu Tenshi Dokuro-chan, Rurutie é a delegacia sagrada para qual Dokuro-chan trabalha, e a outra anjinha que Dokuro-chan cita é a Sabato-chan.

espero que tenham gostado ^^
aah, podem mandar um review ? *--*
arigatou :*

Takoyaki-chan desu ~ :3



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