The Prince Of My Ballerina escrita por Isabelle Masen


Capítulo 5
Capítulo 4 - Estranho


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii amorecas!
Aqui vai mais um capítulo.
Nos vemos lá em baixo !



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Acordei e misteriosamente estava em meu quarto, enrolada em um emaranhado de lençóis e edredons confortáveis. Estranhei. Fora tudo um sonho?


 

Levantei, fiz minhas necessidades, vesti uma regatinha verde de alças e uma saia preta de cintura alta até três dedos acima dos joelhos com uma sapatilha bege simples, prendi os cabelos em um rabo de cavalo simples e peguei minha bolsa, descendo as escadas normalmente e me dirigindo à sala de jantar. Meus pais já comiam na mesa redonda muito grande pra três pessoas, como uma mesa de castelo. Sentei ao lado de meu pai e Brigitte imediatamente veio me trazer meu café.


 

--- Então filha, ontem você foi a atração principal da festa - minha mãe comentou enquanto meu pai lia o jornal, como fazia todas as manhãs.


 

--- É - respondi simplesmente, dando uma gafada em meu bolo.


 

--- E finalmente mudou seus conceitos sobre receber atenção?


 

--- Tanto faz.


 

--- Isabella, não use esse tom comigo. Sabe que eu não gosto de indiferença - falou com a voz grossa, mas ainda baixa.


 

--- Aham - falei ainda calma e dei mais uma gafada no bolo. Ela suspirou pesadamente e começou com o bando de xingamentos contra meu comportamento para com ela, mas eu estava em outro lugar. O Mozart pode ter chamado Garrett pelo meu celular e me entregado para ele. É realmente uma pena ele não ter deixado a jaqueta, eu gostei dela. Era quentinha, macia e cheirosa… Como seus braços, que eu descobri serem ótimos travesseiros.


 

---... VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO ISABELLA?


 

--- Bells, você levou um pianista pra reunião ontem? - meu pai perguntou com a voz serena e surpresa. Sorri.


 

--- Sim, era um amigo talentoso que toca lá na Juilliard -falei com orgulho. Minha mãe, frustrada, sentou na cadeira novamente quando percebeu que eu não daria mais atenção à seus impropérios.


 

--- Todos o adoraram. Você brilhou ontem, minha filha - ele sorriu e eu corei um pouco.


 

--- É, só me senti meio estranha quando… - comecei a falar mas parei ao ouvir a buzina de Garrett - depois a gente conversa. Tchau pai, tchau mãe - dei um leve aceno pra eles enquanto corria porta afora.


 

Entrei no carro de Garrett e fui educada como sempre enquanto ele me perguntava por que eu tinha subido naquele local alto e perigoso, já que eu tenho medo de altura desde os 10 anos. Respondi a ele que não estava desprotegida, e realmente não estava.





 

Enquanto passava pelo corredor de sempre, vi as meninas amontoadas conversando. Entrei na sala e tinham poucas pessoas. Apenas umas duas meninas treinando espacate, Alice dando vários pliés e giros - ensopada pelo suor -, o Mozart estava concentrado no piano enquanto ensaiava e próxima a ele estava a professora conversando com… Billy Black?




 

--- Bella! - minha amiga me chamou alto demais, chamando a atenção de todos que estavam no local. Ali todos prezavam o silêncio.


 

Andei desconcertada com o olhar de Billy até ela, que sorriu e sentou no chão, exausta.


 

--- Oi, anã. O que Billy Black faz aqui?


 

--- Não sei, deve estar de caso com a professora. Bem que ela precisa mesmo de uma…


 

--- Alice! - a repreendi baixo e olhei pros lados - é sério.


 

--- Não sei, só sei que estou muito bolada com ela. To aqui desde as 4h ensaiando sem piano, as 5 o … - meus ouvidos foram tampados quando olhei pro Black, que me olhava com a mesma indecência de ontem. Olhei de volta pra Alice e abracei os joelhos - chegou, nós conversamos e ele tocou pra mim. A maître chegou às 9h e eu parecia ser invisível, mesmo dando pulos e até mortais pra todo lado. Ela deu bom dia friamente e se dirigiu pro vestiário, me deixando com cara de taxo. Até mesmo o pianista ficou chocado com a atitude crítica dela. Bella, você não sabe o que estou passando, é muito difícil amiga…


 

--- Allie, suas lágrimas são tesouros, não as desperdice assim - sorri e acariciei sua bochecha quando vi seus olhos se inundarem prontos pra chorar - o que acha de depois da aula irmos pro shopping, comprarmos bastante roupas que nunca iremos usar e nos enchermos de porcarias gordurosas na minha casa? - falei a abraçando de lado e ela me olhou, com o mesmo sorriso de criança de sempre.


 

--- Ah, Bells, eu não sei o que eu faria sem você - disse me abraçando com força. Tenho que admitir que, mesmo ela sendo baixinha, tinha braços muito fortes, mas ainda sim acolhedores.


 

--- Oras, você seria normal - respondi dando de ombros e ela riu.


 

--- Meninas, vamos! Todas em suas barras, dois minutos! - a maître pediu e eu tirei minha regata e me dirigi ao vestiário, tirando minha saia e a substituí por um short preto colado e curto, minhas meias ¾ pretas até dois dedos abaixo dos joelhos. Amarrei a sapatilha de ponta com um movimento rápido e saí, indo pra primeira linha.



 

--- Ei, Bella - o Mozart me lançou um sorriso radiante enquanto piscava pra mim. Retribuí o sorriso, um tanto corada.


 

--- Sabe o que Billy Black faz aqui? - perguntei.


 

--- Também queria saber, mas ninguém me responde - deu de ombros, olhando pro homem com certo escárnio - ele não tira os olhos de você.


 

--- Eu sei, já estou ficando incomodada - falei sem virar pra trás.


 

--- Vou tentar tirar ele daqui, não se preocupe - me deu um sorriso e levantou do piano, indo direto para conversar com a maître. Trocou algumas palavras rápidas, piscou pra mim e levantou o polegar, e quando Billy se retirou da sala suspirei aliviada e murmurei um “obrigada” enquanto ele voltava pro piano.


 

--- Vamos começar com pliés…



 

E, quando já estava no fim da aula…


 

--- Vamos, Bella - Alice me chamou já vestida quando a sala estava semi-vazia. Todas as garotas foram embora. Sinalizei pra ela esperar e entrei no banheiro, indo à uma das cabines pra trocar a roupa suada.


 

Quando levantei o feixe do vestido tomara-que-caia de renda curto um palmo acima do joelho e deixei a jaqueta jogada em meu braço, saí da cabine e dei de cara com uma sombra com os cabelos lisos até metade das costas, blusa social listrada branca e calça cáqui folgada. Ele fumava um cigarro, mas não tinha o cheiro nem o comprimento do que o Mozart fumava, e sim menor e com o lugar da boca com uma rodela marrom. Era cocaína.


 

--- Você dança muito bem - falou e virou-se pra mim lentamente, soprando o ar tóxico para fora. Seus olhos repuxados estavam ardentes como o inferno e fitavam minhas pernas descobertas - linda, na verdade.


 

--- S-Sr. Black?


 

--- Billy pra você - deu uma tragada - Bella - ergueu as sobrancelhas sugestivamente e eu engoli em seco.


 

--- Bella, vamos! Estamos atrasadas! - ouvi a voz salvadora de Alice saí correndo dali, batendo a porta com força, antes que ele tivesse a chance de me segurar.


 

--- Menina, achei que ia fazer um descarrego dentro do banheiro! O que que tá pegando? Bella você… Bella? Por que está pálida? - falou se aproximando de mim e eu suspirei, dando o braço a ela.


 

--- Na-nada. Depois eu resolvo isso, vem, vamos pro shopping - falei e saímos daquele lugar, de perto daquele estranho.








 

--- Não acredito que você me fez comprar isso, pra que eu iria comprar uma fantasia de anjo safado? - falei sacudindo as sacolas em meus braços enquanto andávamos pelo terceiro andar do shopping;


 

--- É uma metáfora, Bella - ela riu - você é a pureza em pessoa, e no dia que você achar um pedaço de mal caminho vai usar essa fantasia - piscou jogando a cabeça pro lado e piscando, como se dissesse “ ai como eu to bandida”


 

--- Finalmente cansou de fazer compras?


 

--- Claro que não - falou e explodiu em uma gargalhada - amiga, eu estava só começando. Além do mais tem uma loja nova com tudo em desconto por aqui… Se bem que - ela me olhou e sorriu - quem precisa de desconto quando se tem uma amiga rica?


 

Revirei os olhos.


 

--- Nem me venha com esse seu papinho de “o dinheiro não é meu e não seria rica se não fosse pelos meus pais, vamos botar uma saia de palha e salvar o mundo”. Isso é papo de hippie e eu definitivamente sou à favor da economia, sim? - gargalhei.


 

--- Saia de palha?


 

--- É, moda lá naquele lugar cheio de mato que é considerado o pulmão do mundo - falou revirando os olhos - mas isso não importa, já não precisamos mais de biologia, e sabe por que?


 

--- Por quê?


 

--- Por que pessoas bonitas não precisam ser inteligentes - falou.


 

--- E se você for roubada?


 

--- Isso é uma coisa que, definitivamente, nunca vai acontecer - garantiu-me e eu balancei suavemente a cabeça.


 

Andamos mais alguns minutos pelo shopping até ela estacar em uma vitrine de uma loja de estética.


 

--- Bella - a voz estava tão séria que fitei a loja, curiosa. Poucas eram as vezes que Alice falava sério em um shopping - olha aquilo!


 

Olhei pra loja e vi várias roupas para se usar em academias e objetos da anatomia humana, não vi nada demais. Porém quando Alice colou a cara no vidro da loja, me preocupei e, enfim, achei um cartaz de anúncio.


 

- Seu tamanho lhe impede de realizar exercícios físicos? Resolva aqui o seu problema.


 

--- Alice, não - falei tocando seu ombro, mas ela nem se moveu.



 

--- Eu… Estou… Sonhando - falou em transe.


 

Bufei.


 

--- Fala sério, você acredita mesmo que dê pra se aumentar de tamanho?


 

--- A ciência é uma loucura… - falou com a voz ainda em transe, como se outra parte do seu corpo estivesse formulando as respostas, e não o cérebro.


 

--- Amiga, vai por mim, seja quem você é…


 

--- E “vamos colocar saias de palha e salvar a natureza”. Pxi, Bella! Que coisa mais velha, acorda pro século XI - falou a baixinha e eu suspirei alto.


 

--- Tudo bem, entre aí e fale com essa mulher. Eu vou estar aqui no corredor pronta pra te consolar quando ela te disser um “não” bem grande.


 

--- Bella, já disse que te amo hoje?


 

--- Não - falei e saí andando.


 

--- Eu te amo Bella! Mas é amor de amiga, não amor de duas aranhas se atracando! - Alice gritou e eu ri, balançando a cabeça. Fiz uma coisa que eu não faço sempre: olhei as vitrines.


 

Uma joalheria, que Alice muitas vezes fala sobre, estava aberta e com uma belíssima coleção de colares e pulseiras com um oito virado de ponta cabeça. Uni as sobrancelhas e me aproximei do vidro, tentando decifrar o que era aquilo. Seria um erro da vendedora? Ah, lembrei, isso representa o infinito - sorri. Minha cabeça anda tão ocupada que eu esqueci de lembrar de coisas simples, como 1+1=4… Ou será 2? Ah, tanto faz, mas eu aposto pelo meu dedo que isso é o infinito. Fiquei algum tempo parada, imaginando o quanto aquilo poderia representar. Talvez ao amor fraternal, ou a possível duração pra um relacionamento…


 

Quando toquei o vidro com a ponta dos dedos, uma vendedora com um uniforme preto, cabelos louros oxigenados e uma maquiagem verde berrante se aproximou com um sorriso sarcástico.

--- Olha só o que temos aqui. Precisa de algo, “madame”? - falou em tom zombeteiro, como se olhasse pra uma pessoa inferior. Olhei pros lados, confusa sobre quem ela poderia estar falando - é você mesma, querida - odiei o tom azedo de sua voz.


 

--- Eu só estava dando uma olhada, mas…- tentei ser educada mas ela balançou a cabeça, me interrompendo.


 

--- Sem querer ser mau educada, mas essa nova coleção da Tiffany’s é muito cara - falou com ar superior - e não acho que você possa comprá-lo.


 

--- Como assim “eu”?


 

--- Querida, estou apenas dizendo a verdade - falou me analisando de cima a baixo.


 

--- Pois se eu decidisse comprar ou não, isso não seria da sua conta!


 

--- Não seria se você fosse comprar, mas você não pode. Eu até entendo que o pessoal da ralé goste de olhar, mas sinceramente não entendo o sentido de apenas ver e não poder ter. As pessoas são bem masoquistas, não? - falou numa falsa dúvida.


 

Meu esforço pra ser educada se foi, não por eu ter sido chamada de “inferior”, mas por seu preconceito contra os realmente inferiores.


 

--- Escuta aqui, ninguém precisa da sua opinião, eu posso entrar e comprar o que eu quiser desta loja, mas os que não podem não precisam ouvir isso! Quem você pensa que é pra falar assim com qualquer pessoa?


 

Ela deu uma risada sarcástica.


 

--- Poupe-me disso, querida. Eu tenho a vida perfeita, e cuido dela de uma maneira impecável - riu falsamente - diferente de você, que nem roupas sabe escolher pra ir a um lugar com classe como este - juro que minhas mãos coçaram para bater nesta garota.

--- Ei, ouvi falar em roupas? - Alice apareceu ao meu lado de repente, e olhou com desdém para a mulher fardada em nossa frente, que uniu as sobrancelhas como por ‘pena’ e deu um meio sorriso falso.


 

--- Duas, então.


 

--- Não sei se você sabe, ô loira do paraguai, mas a Bella aqui tem dinheiro pra comprar essa loja de merda todinha! E quem é você pra falar assim com ela, com essa maquiagem cafona e esse uniforme ridículo? - a expressão da mulher se tornou furiosa.


 

--- Olha aqui sua baixinha cosplay de anão, eu não sou paga pra ficar ouvindo você falar assim comigo não!


 

--- Eu falo do jeito que eu quiser, sou eu que pago o seu salário! - Alice falou, irritada.


 

--- Alice… - mandei um olhar suplicante pra minha amiga parar com aquela cena desnecessária, no exato momento que uma outra mulher chegou ao lado da loura “paraguaia” pra observar a briga.


 

--- Vê isso, Kate? - falou em tom zombeteiro pra amiga - essa ralé ta muito cheia de ousadia hoje em dia. Não podemos vacilar ou dar nossa opinião que eles já vem soltando os cachorros em cima. Que coisa de pobre!


 

--- Cachorra é você! Sua cafona que nem pintar o cabelo sabe! - mordi o lábio pra não rir. Alice quando chinga mais parece Alvin e os Esquilos.


 

--- Mexeu com minha amiga mexeu comigo - chegou uma morena também, pois a tal da Kate parecia não querer implicar conosco.


 

--- Olha só, Bella - ela se virou pra mim com um sorriso - é só ofender uma galinha que o galinheiro todo se ofende - gargalhou e eu já suava com a possibilidade de uma briga acontecer. E quando a loira paraguaia enfiou a mão no ombro de minha amiga e a puxou com força, um instinto de proteção surgiu em mim e desferi um soco em sua cara, fazendo ela rodopiar e dar de cara no vidro.


 

--- Au! - falei sacudindo a mão quente e Alice marchou na direção da loura tonta e deu um forte pisão no pé dela, que até eu gemi imaginando a dor. Principalmente quando Alice está com seus saltos finíssimos…


 

--- Isso é pra você aprender a não mexer com quem ta quieto, sua enxerida!


 

E quando ela deu as costas pra loura, foi empurrada bruscamente pela mesma, parando em cima de mim. E a loira maluca começou a puxar o cabelo dela, como se estivesse abrindo uma caixa de presentes difícil.


 

--- Solta ela, sua baranga! - falei e pulei - literalmente - em cima dela.



 

--- Isso Bella, desfigura a cara dessa mulher pra ver se ela fica bonita! - Alice incentivou e então percebi que ela estava afastada de nós, observando a briga, como todas as outras pessoas.

--- No caso dela, eu voltaria para o útero!


 

Enquanto me distraía com minha amiga a loura retardada me deu um tapa estalado na bochecha, que me fez girar e cair no chão. Droga, ficaria marcado!


 

--- Você me fez ficar marcada! Sua idiota! - a peguei pelos cabelos e dei um coice de frente em sua barriga quando ela tentou se aproximar de mim, e me joguei por cima dela, estapeando-a, chutando-a enquanto ela puxava meus cabelos e me arranhava. E olha que eu nunca fui uma pessoa violenta!



 

(...)



 

E depois de tanto lutar com a loira maluca, acabamos parando na sala de segurança do shopping. Eu estou em um estado lastimável: os cabelos bagunçadíssimos, meu lábio inferior está com um corte horroroso, meu nariz dói, meus braços e pernas foram arranhados e minha bochecha arde mais que o inferno. Mas acho que a loira está pior, pois levou mais socos na cara que arranhões como eu levei.


 

--- Psiu, Bella - Alice me cutucou - obrigada por me defender - sussurrou para que apenas eu ouvisse, apesar da baranga loira estar ao meu lado com o rosto franzido de raiva e repulsa.


 

--- Tecnicamente foi você que me defendeu, mas tudo bem - sorri pra ela mas logo desisti, pois minha ferida começou a arder e passei um dos dedos no lábio, tentando conter a enchente de sangue que escorria.

--- Agora me diz de onde saiu aquele lado Jackie Chan que eu nunca vi antes?


 

--- Sei lá, eu também achei muito esquisito - comentei olhando pros lados, como se tivesse alguém ali pra nos ouvir além da loura.



 

--- Esquisito? Foi incrível! O povo que estava vendo achou demais, até te deram o apelidinho de Bella-Chan. E aquela hora que você abriu espacate pra chutar o nariz dela? Quando você girou e quebrou o queixo dela com o cotovelo? Caralho! - falou impressionada, até aumentando um pouco o tom de voz, fazendo a loura nos olhar pela visão periférica.


 

--- Alice, menos, por favor - falei, embora quisesse rir.


 

--- Mas é verdade - falou depois de relaxar os ombros na cadeira que estava. A loira deu um suspiro longo e pesado e se passaram alguns minutos de silêncio, até o segurança chegar.


 

--- O que aconteceu? - e nós três falamos tudo ao mesmo tempo, eu mal ouvia minha voz, assim como o segurança que não entendia nada.


 

--- UMA DE CADA VEZ!


 

--- Essas vadias, essas vadias vinheram me agredir no ambiente de trabalho! Moço, sou uma pessoa humilde e…


 

--- Humilde? Há! - cruzei os braços - essa mulher tem preconcento contra os clientes, tanto que me ofendeu quando eu olhava uma jóia!


 

--- É, não acredite nessa filha da puta! - Alice falou entredentes e eu a olhei com reprovação. Ela revirou os olhos pra mim enquanto a loira arregalava os dela, erguendo as sobrancelhas pintadas de lápis.


 

--- A culpa não é minha se deixam macacos fugirem do zoológico! - a loira exclamou.


 

--- Poisé, aliás eu nem sabia que eles falavam! - Alice devolveu e eu fiquei tipo… Au, essa doeu!


 

--- E eu não sabia que anões latiam!


 

--- A sua mãe late mesmo? Que ótimo, apresente-a à mídia e você ficará rica.


 

--- Vai tomar no buraco do seu…


 

--- CHEGA! - o homem deu um grito tão alto que eu pulei da cadeira - vamos por ordem aqui! Sra. Tanya, queira por favor assinar sua demissão - o homem entregou um papel para a loura-Tanya, que ficou boquiaberta fitando o papel.


 

--- HÁ! Chupa essa, baranga oxigenada! Agora volta pro paraguai! - Alice riu fazendo uma dancinha da vitória com os braços. Ri.


 

--- Isabella Swan, desculpe o transtorno, gostaria de prestar queixa? - falou o homem, pegando um telefone branco que tinha no canto da mesa.


 

--- Não, não precisa de tanto…


 

--- Quer que ela seja devidamente castigada? - ele falou me interrompendo e Alice sorriu maliciosamente, apoiando os cotovelos na mesa, pronta pra falar quando eu a dei um chute fraco no pé.


 

--- Não acho necessário, obrigada.


 

--- Eu só quis dar minha opinião… - a loura que agora tinha nome murmurou com a voz amarga e baixa, ainda fitando o papel com o olhar vazio.


 

--- Querida, sua opinião é bem vinda na casa do caralho - Alice falou.


 

--- Estão liberadas - o segurança falou e Alice se levantou em um pulo, me puxando pelo shopping.


 

--- Precisava mesmo ter comprado esse colar? - falei jogando as sacolas com as outras compras no chão da sala, enquanto ela se atirava no sofá com a sacola da Tiffany’s.


 

--- Aquilo virou uma questão de honra, Bella - falou tirando-o da sacolinha.


 

--- Mas precisava ter comprado cinco? - falei batendo a porta com o pé e tropeçando no sofá propositalmente, caindo deitada ali.


 

--- Ah, claro que não vou ficar com todos. Esse é seu - falou e me atirou um, que não peguei por estar com a cara enfiada no travesseiro - Bella!


 

--- Ta bem, eu fico com um. Mas agora eu quero comer! - falei virando a cara pra mesinha de centro, esticando o braço o máximo que conseguia tocando o controle da TV.


 

--- Então vá cozinhar, oras! Eu também estou faminta! - falou tirando o controle de minha mão e mudando para um canal qualquer.


 

--- Você parece que fala isso de propósito. Sabe que eu não sei cozinhar.


 

--- Mas é tão fácil! Olha só isso - falou colocando em um canal de culinária - quem não se apaixonaria por ovos mexidos com um gato desses cozinhando? - ri.


 

--- Eu achei que cozinhar fosse pra comer comida, não pra comer o cozinheiro.


 

--- Ui, safadinha - deu um tapa em minha coxa - tudo bem Bella Chan, eu vou cozinhar. Mas não vá se acostumando, pois eu te ensinarei a cozinhar! - falou e saiu rodopiando até a cozinha. Balancei a cabeça e coloquei os dois pés no sofá, me acomodando enquanto assistia um homem colocando ovos em um prato. É, ele era realmente um gato! Quem precisa de ovos mexidos quando se tem um desse em casa?

Ouvi a campainha tocar e me levantei. Devem ser meus pais, já que eles não estão em casa. Mas quando abri, dei de cara com o homem que eu menos desejava ver no mundo.







 


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Notas finais do capítulo

Agradecimento eeeeeespecialíssimo ao 1 único review que recebi no cap passado :[ Mas obrigada Juuh, você é uma linda, e eu também sou super fissurada em A Culpa é das Estrelas :B
Achei esse cap meio chatinho, mas no próximo a Bella vai receber cuidados... Especiais de uma certa pessoa uhauhauahau *suspense*
Enfim, postem suas opiniões como sempre, um grande beijo pra todas e até o próximo cap!



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