Hermione preparava-se para seu primeiro dia de trabalho, ajeitou os fios soltos em seu rosto e foi em direção à cozinha. Naquela manhã George a surpreendeu, deixando uma mesa de café preparada e bem arrumada. Junto ao vaso com um belo Lírio, um bilhete na mais perfeita caligrafia, desejando um ótimo dia e boa sorte no Ministério. Como combinado, às 9h Hermione deixou Rose na Toca junto de Molly sempre carinhosa. A manhã no Ministério foi tranquila, conheceu vários Bruxos, aproveitou a manhã para organizar seu escritório e a papelada que teria que ler e ajeitar nas pastas. Após o almoço, foi pedido que procurasse no setor ao lado alguns arquivos perdidos sobre Elfos, mas além de encontrar os arquivos que precisava, encontrou também uma grosa pasta com as palavras “Hogwarts Obliviate”. Curiosa, ajeitou a pasta atrás dos arquivos sobre Elfos e voltou à sua sala rapidamente. Trancou a porta e com um balanço da varinha fechou as persianas. Estava abrindo a pasta quando alguém dá três batidinhas na sua porta.

—Entre! —Falou assim que conseguiu esconder a pasta entre outros papéis. Logo Kingsley entrou.

—Como está indo? —Perguntou segurando a cadeira.

—Muito bem, na verdade, organizando as coisas ainda! —Fez menção em mostrar a mesa cheia de papéis.

—Bem, passei apenas para lhe desejar boa sorte! Potter e Weasley mandaram um “olá” para você! —Saiu então apressado após um aceno.

Hermione resolveu então que para evitar mais sustos desnecessários, leria o arquivo em casa. Terminou o relatório sobre o Elfos e com “Wingardium Leviosa” ajeitou as pastas no alto da prateleira que tomava sua sala. Às 16h em ponto aparatou na Toca.

—Olá querida, achei que chegaria mais tarde! —Molly sorridente cumprimentou-a.

—Acabei todos os relatórios hoje mesmo, teria terminado antes se não fosse pela bagunça daquele escritório! —Revira os olhos.

—Claro! —Sorriu animada. —Venha comer algo, deve estar morrendo de fome!

Hermione depois de ver sua filha que era aninhada por Fleur resolveu comer algo com Molly que fazia perguntas e contava tudo sobre como havia sido seu dia com Rose.

—Sabe... —Abaixou seu tom de voz. —Fleur tem um jeito estranho de cuidar de crianças!

Hermione riu baixinho com o comentário. Depois de mais ou menos uma hora, Hermione se despediu de todos e agradeceu. Aparatou no Beco Diagonal e voltou caminhando tranquilamente até a loja.

Bateu na porta esperou resposta.

—Quem é?

Hermione revirou os olhos.

—Quem mais mora com você? —Pergunta com o tom mais sarcástico que podia usar.

George abre a porta.

—Podia ter usado “alohomora”! —Levantou uma sobrancelha. —Ou aparatado aqui dentro!

Hermione entrou, colocando a bolsa sobre uma poltrona.

—Resolvi caminhar um pouco! E não é porque posso que vou aparatar a cada cinco minutos! —Respondeu entregando Rose ao ruivo que fazia caretas para ver o sorrisinho da garota. —Se importa de dar uma olhadinha nela enquanto tomo um banho?

George fez que não coma cabeça e continuou a brincar com a sobrinha. Hermione saia do banheiro quando ouviu uma risada e logo ruborizou.

—Não sabia que Hermione tinha pernas tão bonitas! —Lino a olhava com um olhar malicioso.

Hermione abaixou a toalha até suas pernas para que as cobrisse.

George e Lino riem.

—Eu já estou acostumado a ver! —George sorri acarinhando Rose que agora descansava em seu colo.

—Por que não avisou que tinha gente? —Hermione quase gritava com George que ria e pedia para que não acordasse Rose.

—Digamos que cheguei no momento em que você abriu a porta do banheiro! —Lino responde. —Pode parar de se esconder, já vi suas pernas, não vou ficar encarando. —Riu. —Mas como anda a vida casal?

Hermione tossiu e sentou-se ao lado de George.

—Como assim “casal”? —Perguntou.

—As noticias correm, e ainda chego aqui e descubro que George já se acostumou a vê-la dessa forma!

Hermione enrubesceu e foi puxada pelo ombro para mais perto de George que lhe entregou Rose.

—Coloque-a no berço, ela vai acordar com essa Mandrágora Gritante! —George se referia a Lino que falava alto.

Assim que Hermione voltou Lino e George sorriam.

—Tenho medo do que pode acontecer depois desses sorrisinhos! —Disse sentando-se em uma poltrona afastada.

—Nada minha cara Granger! Só quero saber por que está usando a cueca do meu falecido amigo como bermuda! —Lino olhou para George que pareceu não ficar muito satisfeito, mas logo sorriu de lado.

—Porque é mais confiável usar uma cueca como bermuda, do que andar apenas com uma camiseta larga em uma casa com um ruivo! —Respondeu e desejou aos dois uma boa noite. Dando a desculpa de que precisava terminar algumas papeladas.

Adentrou o quarto e fechou a porta, apenas com a luz da varinha tentou iniciar sua leitura, mas a ouviu algumas batidas.

—Hermi?

Era a voz de George. Guardou rapidamente os papéis entre as roupas. Ao abrir a porta se deparou com George, vestindo apenas um calça de moletom cinza, escorada na porta a observava.

—Ficou braba por não ter avisado do Lino?

Hermione jogou-se na cama e negou com a cabeça. George entrou e ficou parado, alguns metros, apenas observando a garota.

—Posso dormir com você? Sinto saudade de você me apertando e chutando meus pés.

Hermione sorriu.

—Só não acorde Rose!

George se esgueirou por debaixo das cobertas e abraçou Hermione que olhava fixamente nos fundos olhos verde-oliva do ruivo. Hermione acariciava o rosto do garoto que com os olhos fechados suspirava tranquilamente.

Hermione olhou atentamente para George, que parecia estar dormindo. Então, carinhosamente se aproximou e beijou o ruivo que aprofundou o beijo, segurando a nuca da garota, apenas puxava-a para cada vez mais perto, acabando com qualquer vestígio de espaço entre eles. O beijo era calmo, mas com paixão, não tinha pressa nos movimentos. Seus lábios colados eram de um tom rosado, o toque leve, o sabor que parecia inexplicável e tudo a sua volta parara pelos segundos que o beijo se arrastou. Ao separar seus rostos, Hermione apenas aconchegou o rosto no peito do ruivo que beijou sua testa e a envolveu em um abraço.