Fred acordara suando durante a noite, levantou-se na ponta dos pés, não queria acordar George e ter que lhe explicar novamente que Hermione não saia de seus pensamentos. Desde que Hermione se foi, Fred releu todas as cartas da garota. Queria manda-la cartas perguntando como estava e quando voltaria a vê-la. Queria dizer também que a noite em que se entregaram um ao outro foi perfeita. Mas não podia, não sabia onde encontra-la, apenas esperava que a encontrasse viva.

.....

Hermione estava lendo, recostada a uma pedra, sentia-se enjoada novamente. Não sabia o que era, mas talvez as folhas e plantas não fizessem bem ao seu organismo. Sentiu novamente um enjoo forte e segurou-o o máximo que pode.

-Você está bem? –Harry perguntou de longe, a garota apenas fez um sinal de positivo e voltou ao seu livro. E foi depois de alguns minutos que percebeu com medo. Vasculhou sua bolsa enfeitiçada atrás de um livro antigo que lera apenas uma vez, procurou desesperada por páginas até que encontrou o feitiço, era simples. Olhou para Harry que havia entrado na barraca.

Apontou a varinha para si e então pronunciou “infantem incantatem”. O feitiço provocou uma luz avermelhada que mudou para roxo e em segundos desapareceu em seu corpo. Sua mão tremula derrubou a varinha, seus olhos encheram-se de lágrimas e então o choro veio com força. Depois de algum tempo guardou o livro e enterrou-o no fundo de sua bolsa. Pensaria no que fazer depois.

-Hermione, eu estava pensando em ir para Godric's Hollow. De repente encontramos alguma coisa por lá! –Harry diz assim que Hermione entra na barraca.

-Também estava querendo ir para lá! –Diz concreta e em seguida mostra o livro com um símbolo diferente. Assente e vai para sua cama. –Harry eu fico vigiando essa noite!

Escuta um “ok” do rapaz e corre com a varinha e um livro em mãos. Durante a noite revirou as páginas do livro apenas com a luz que a ponta da sua varinha emitia. Procurou por feitiços, azarações, mas encontrou a solução no livro de poções. Era arriscado, mas seria necessário. No dia seguinte, manhã e tarde Hermione e Harry preparavam-se para apartar até Godric’s Hollow. Ao chegaram encontraram uma cidade vazia, a neve cobria tudo.

-Eu preciso vê-los! –Disse Harry olhando para a placa do cemitério mais à frente. A garota assentiu em resposta e seguiu o amigo que parou em frente ao tumulo dos pais. Com um aceno delicado de sua varinha, Hermione criou algumas flores em frente a lápide. –Feliz Natal Hermione.

A garota olhou o amigo com compaixão.

-Feliz Natal Harry! –Disse deitando a cabeça no ombro do amigo. Era tudo tão complicado, esgueiravam-se por ruelas com medo de qualquer movimento. Observou então uma figura curvada os observando, analisou bem e então avisou o amigo que decidiu seguir senhora corcunda.

-É Batilda Bagshot! –Sussurra Harry enquanto sobe as escadas atrás da senhora.

Hermione vasculha o andar de baixo e encontra alguns frascos com ervas e outros ingredientes. Lembrou-se da poção que precisaria fazer e logo pegou o livro, apanhou alguns frascos e guardou-os em sua bolsa, mas assim que abriu uma porta gritou. No andar de cima Harry lutava contra Nagini.

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Hermione acabara de preparar a poção quando Harry chegou perguntando sobre o ocorrido.

-Quando aparatamos o feitiço ricocheteou e a sua varinha! –Mostrou então as duas partes do objeto.

-Me de a sua e entre! –Disse Harry com a expressão séria.

Hermione juntou seu livro e entrou. Aproveitou que o amigo não prestava atenção em nada ali dentro e bebeu a poção, em seguida deitou-se e esperou algum resultado. De acordo com seu livro sentiria sono e cansaço por algumas horas, e se desse certo uma luz azulada apareceria em seu braço, quando o efeito da poção acabasse seu pulso novamente brilharia.

Ao longe escutava seu nome, não conseguia distinguir vozes nem sons. Levantou-se cambaleante e precisou se apoiar no mastro da barraca. Ao sair encontrou Harry e Ron.

-Oi! –Disse o ruivo sorridente.

-Oi? –Descontrolou-se. –Seu completo idiota Ronald Weasley, você some por dias e tem a capacidade de dizer “Oi”?

Hermione estava descontrolada.

-Harry Potter me devolve a minha varinha! –Gritava. Depois de algum tempo se acalmou e mandou os rapazes para dentro, ficaria de vigia. Com tudo acontecendo esqueceu-se da poção, mas foi quando seu braço coçou que percebeu a luz que irradiava dela.

-Deu certo! –Sussurrou para si mesma. Um estrondo saiu da barraca. –O que aconteceu aí?

-Nada! –Os rapazes responderam rapidamente.

.....

O trio é apanhado por perseguidores assim que saem da casa dos Lovegood.

Na mansão Malfoy.

Hermione gritava a cada mordida de Bellatrix, mas sua garganta tomou um ar extremamente doloroso ao gritar no momento em que a comensal marcava seu pulso com pequenos cortes. Estava deitada sobre o chão de madeira, sentia seu corpo dolorido, e por momentos desejou morrer.

-... O mesmo não será dito dessa aqui! –Bellatrix virava-se com a varinha em punho quando Ron gritou um “não” e correu até Hermione que antes segurara pela bruxa agora caia nos braços do ruivo que a carregou para o canto, enquanto Harry pegava as varinhas e corria até os amigos. Dobby estalou os dedos e então todos aparataram para o Chalé das Conchas, mas infelizmente Dobby foi atingido pela adaga de Bellatrix que entrou na aparatação. Harry segurava o corpo do elfo enquanto Ron abraçava Hermione que ainda frágil por causa das torturas que sofreu minutos atrás. Gui ajudou Hermione a levantar-se e carregou-a para dentro.

-Ron vai ajuda-la a subir, depois que melhorar conversa com os outros! –Diz Gui entregando a garota um copo de água. Como combinado, Ron leva Hermione até o quarto, onde fecha as cortinas e cobre a amiga abatida.

.....

Todos tomavam um chá tranquilizante preparado por Fleur quando o som de aparatação é ouvido do lado de fora do chalé. Gui coloca Fleur para trás de seu corpo e empunha varinha em frente ao seu corpo.

-Hey! –Um ruivo com voz animada entra. Fica paralisado ao reparar no restante dos visitantes. –Harry! Ron!

Abraça o irmão.

-Mamãe está louca atrás de você! –Diz para o ruivo.

-Não podemos voltar ainda! –Diz sacudindo a cabeça.

-Harry! Posso conversar com você? –Harry assente e o leva para a sala. –Onde está Hermione?

Harry o encarou seriamente.

-Fomos capturados, ela foi torturada pela Bellatrix. Está descansando no quarto! –Disse serenamente. Fred movimentou-se desconfortável. –Deixe-a quieta por um momento, ela andou um pouco mal desde que saiu.

-Irei, mas preciso conversar! –Respondeu Fred andando de um lado para o outro.

Depois de todos acomodados para a noite Fred finalmente resolve subir e ver sua Hermione. Entrou no quarto na ponta dos és, sem fazer nenhum barulho sequer. Encontrou a garota dormindo serenamente, sua respiração tranquila, e então percebeu no pulso da garota a ofensa “Mudblood”. Acariciou o rosto delicado, mas ainda abatido e um tanto mais magro, sua pele continuava suave. Observou-a por mais algum momento, não sabia como a garota reagiria ao vê-lo ali, e por esse motivo precisava ter a certeza de que poderia ao menos toca-la uma ultima vez, senti-la em sua pele. Suspirou profundamente.

-Por que tinha que ser tão difícil? –Perguntou baixo para o vácuo ali presente. Colocou uma mecha do cabelo já pouco ondulado da garota atrás de sua orelha e acariciou-a uma ultima vez naquela noite.