A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei... esto extremamente atrasado com a história me desculpem! Sei de uma pessoa que irá reclamar bastante pelo meu atrasado >



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Igor fechou a porta delicadamente e aguardou alguns segundos antes de fazer qualquer coisa. Laura pegou uma cadeira e encostou-a junto a porta, de modo que o encosto da cadeira travasse a maçaneta, impedindo a entrada de alguém. Estava tudo escuro ali e havia vários armários com gavetas e portas. Eles sabiam que o que procuravam não estava ali tão facilmente, deveria estar em algum gaveteiro com documentações mais antigas.

– São muitos gaveteiros. Pode estar em qualquer um – sussurrou Laura.

– As gavetas devem estar separadas por período anual. Talvez estejam etiquetadas com as datas – comentou Igor baixo.

– Não. Elas possuem apenas números – falou Laura aproximando-se de um gaveteiro qualquer e analisando que cada gaveta continha um número.

Igor aproximou-se para verificar. Logicamente aqueles números tinham uma sequencia lógica. Seguindo um sequencia e uma lógica obvia, eles sabiam que os números menores gravados nos gaveteiros eram de documentos mais antigos. Eles praticamente tinham que colocar seus rostos rentes aos gaveteiros para poder enxergar. Seus narizes deslizavam pelos gaveteiros gelados.

Naquele ritmo Igor sabia que iriam demorar muito e que não tinham muito tempo para aquilo. Dirigiu-se a mesa da secretaria e procurou nas gavetas alguma lanterna. Com certeza a secretária guardava alguma. Por sorte Igor estava certo. Havia três pequenas lanternas.

– Toma – disse ele entregando a Laura uma das lanternas.

Ao acender as luzes, perceberam que ali havia um pequeno corredor com gaveteiros, no fim do corredor havia uma porta. Igor andou em direção a ela e a medida que avançava, percebia que a numeração ia caindo. Significava que estava no caminho certo. Ao chegar no fim do corredor, ele abriu o último gaveteiro, apenas para verificar qual a ultima data registrada ali.

Jéssica Moreno

Entrada: 01/02/1954

Conclusão: 15/12/1961

Logo atrás ficavam as informações do aluno, como: endereço, foto, número, nome dos pais, a média anual e observações complementares. Informações completas. Igor guardou o documento de volta e fechou a gaveta. Voltou a sua atenção a porta.

– Você acha que está aí? – perguntou Laura repentinamente.

– Provavelmente. O gaveteiro encerra no ano de 1954. Os mais antigos devem estar atrás dessa porta – comentou ele.

– Porque tanta exclusividade? – estranhou Laura.

Igor não respondeu, apenas colocou a sua mão na maçaneta e abriu a porta.

Seu coração estava disparado naquele momento. Nunca antes esteve diante de solucionar um problema como naquele momento. Sentiu o seu sangue correr gelado e uma covardia invadir o seu pensamento. O novo espaço diante deles recepcionou com uma grande visão escura. Igor levantou a sua lanterna incerto do que estava fazendo. O ambiente era pequeno e apertado. Para sua decepção era apenas um depósito de materiais de papelaria. Indignado, ele entrou no aposento e tentou procurar alguma outra porta ou alguma coisa que tomasse referencia de documentos mais antigos.

Nada.

Laura ficou na porta, tão decepcionada quanto Igor. Ele sentou-se no chão a fim de pensar melhor ou colocar os seus pensamentos no lugar. Fechou os olhos e deixou que seus pensamentos invadissem a sua mente livremente . Uma agonia junto com o desespero tomou conta dele. Sentiu seus olhos arder e a água invadir seus olhos, mas conseguiu prendê-las. Ele não as derramaria. Levantou-se com raiva e mais firme do que nunca.

– Certifique que a porta está bem trancada – disse ele para Laura, enquanto já avançava para o computador da secretária.

– O que você está fazendo? – perguntou ela.

– Documentos antigos devem estar salvos no computador através do scanner – comentou ele já acessando o computador.

– Mesmo que esteja certo, esse documento deve estar inserindo num sistema, você não possui a senha.

– De fato não tenho a senha, mas sistemas dão erros. Com certeza eles salvam os documentos por fora do sistema em pastas – disse Igor firme no que dizia.

Laura contornou a mesa e parrou ao seu lado. Viu quando ele acessou algumas pastas de interesse do colégio. Em uma das pastas estava arquivos de entrada de alunos de todos os anos. Havia uma pasta de 1902.

– Aqui está ela – comentou baixo com ar de vitória. Igor abriu a pasta e a vasculhou, mas não encontrou nenhuma Patrícia.

– Claro que não vamos encontrá-la nessa pasta – falou Laura com obviedade – 1902 foi o ano que ela morreu, ela pode ter entrado anos antes – comentou.

Igor concordou com ela e vasculhou a pasta anterior aquele ano. Em 1901 havia pastas divididas por meses e em cada um deles havia registros de alunos. A primeira coisa que fez foi procurar registro dos alunos que entraram naquele ano. Pelas notícias dos jornais da época, a excursão era de alunos da oitava série, então bastava procurar nomes dos alunos da sétima serie. Entre a lista dos alunos lá estava ela: Patrícia Ferreira.

Igor não pode deixar de suar frio quando viu seu nome ali na tela. Estranhamente o seu nome parecia o único nítido na tela, o restante se tornaram turvos. Naquele instante Igor se sentiu impotente e a covardia dominou-lhe novamente. Laura olhou para ele e viu que o medo transparecia em seu olhar. Parecia que a própria Patrícia estava diante dele.

– Temos que ir mais afundo agora, Igor, não podemos mais fugir – disse ela aconselhando-o e dando-lhe coragem. Igor assentiu com a cabeça, mas não estava firme no que tinha que fazer agora.

Rapidamente ele acessou em algumas informações que havia de Patrícia ali. Havia uma foto da turma que a garota estudava e Igor a ampliou. A foto era em e branco, porém bem nítida. A foto não continha rostos felizes. Todos os alunos tinham a sua expressão séria e uma adulta, provavelmente a professora, se encontrava no meio dos alunos. Igor estudo cada rosto até ficar curioso em um deles.

Laura percebeu que Igor estava focado em um rosto, o mesmo que ela havia percebido. Os dois não olhavam para o rosto de Patrícia, e sim, para um garoto que estava ao lado dela.

– Ele... ele... ele... – balbuciou Igor tentando completar a frase.

– Sim – falou Laura surpresa e entendendo o que Igor estava tentando falar – Ele se parece muito com você.


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Notas finais do capítulo

e então pessoal, gostaram?
Surpresos?

Até o próximo cap ;)



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