Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 15
Ma chère.


Notas iniciais do capítulo

Bonjour, sinto muito pela demora, espero que gostem do capitulo.
Comentem por favor, adoro saber o que vocês pensam sobre a história.
Beijo Beijo.



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– Melanie

Enquanto fitava o teto do avião, pensava no quanto a vida era injusta, quatro meses haviam se passado desde que deixara São Francisco. Sabia melhor do que ninguém que fugir não ajudaria em nada, a dor me acompanharia aonde quer que eu fosse, mas desde sempre fora assim, eles me feriam e eu me afastava, foi assim com meu pai, com Martha, James e Nathan. Ainda me lembro do quanto fora feliz com minha tia Martha, ela e Susan cuidaram de mim depois do que acontecerá minha mãe. Um momento, ou instante que seja de felicidade sempre vinha com um preço para mim. Depois de 5 anos, perdi Martha também, a velhice a levara durante o sono.

Como já tinha 20 anos e acesso ao dinheiro de Charles parti para Seattle, onde conheci minha futura decepção, era sempre assim, não existia outro termo ou uma condição. Novamente eu estava fugindo, acho que assim seria melhor, chorar sozinha, sofrer calada já virará um hábito. Londres era meu destino, e quem sabe o que seria depois ?

A Inglaterra era incrível, assim como o Japão, seus dias chuvosos refletiam meu estado emocional. Viajar sem uma morada fixa era um tanto solitário, mas mantinha minha mente ocupada o tempo todo, com coisas como ler, ou pegar um trem após o outro, conhecendo toda a Inglaterra, ou ainda andar a cavalo como fazia agora aqui em Monte Carlo, na França. Já estava aqui a duas semanas, todas as manhãs saia antes do sol para dar a ele boas vindas no monte. Meu novo local preferido. Viver assim era solitário, não tinha Nathan, Hanna, James ou Charles , mas também Susan, Peter e Adden o que era triste. Hoje deixaria Monte Carlo para uma noite em Paris, sim a divina Paris, entrei em contato recentemente com uma amiga da faculdade Beatrice Dumont, marcamos um jantar.

Horas depois de chegar a Paris e me instalar no hotel, começar a preparar-me para encontrar Beatrice. Quando cheguei ao restaurante não pude deixar de notar como o local era agradável, um tanto melancolicamente romântico, mas ainda sim belo. Velas iluminavam o local, a vi sentada em uma mesa acenando.

– Olá Ma chère, você está ainda mais encantadora do que a 2 anos atrás. - disse ela enquanto beija minhas duas bochechas.

– Digo o mesmo Beatrice. - e de fato ela era encantadora com seus grandes olhos verdes, seus cabelos vermelhos, uma pele que parecia ter sido feita de porcelana e um corpo esbelto. Ela poderia facilmente ser comparada a uma boneca . Até agia como uma , com tamanha delicadeza e suavidade devido os muitos anos de Balé.

– Não esperava vê-la tão cedo doce Mel. Quando me ligou dizendo que estava na França quase cai da escada. - disse ela rindo.

– Também não fazia parte de meus planos estar aqui. - respondi tristemente.

– E quando teve planos chère?– como sentirá falta daquela risada.

– Tive uma vez, não deu muito certo, você bem sabe. - e como sabia, nos estudávamos na mesma universidade éramos amigas, ela sabia tudo sobre James e Jenna.

A noite passou agradavelmente, jantamos, fomos as cinema, Beatrice era uma ótima companhia.

– Gostaria que ficasse em minha casa. - disse ela enquanto andávamos de volta a meu hotel.

– Não precisa se preocupar Trice, ser rica tem seus benefícios. - respondi rindo.

– Porém nem todo dinheiro do mundo pode consertar um coração partido, não é ? - parei de rir com as palavras dela. - Observei você a noite toda Mel, já a vi apaixonada uma vez, conheço o brilho em seus olhos. Quem é dessa vez? - era doloroso falar ou pensar sobre Nathan, mas contei a ela toda a história enquanto parávamos e sentávamos em um banco numa pequena praça perto do hotel. Eu falava e ela apenas ouvia, Beatrice sempre fora uma boa ouvinte. Quando acabei ela disse:

– Nunca pensei que Melanie Davis fosse uma covarde.

Rindo respondi - Nem eu minha cara.

Mesmo horas depois, deitada na confortável cama do hotel as palavra dela não me deixavam. Sim eu era uma covarde, mas seria covardia fugir sempre que lhe machucam? Seria covardia viver constantemente com medo? Adormeci sabendo que algum pesadelo me acordaria mais tarde.

Os últimos três dias estavam sendo maravilhosos, fazer compras com Beatrice ou visitar a Torre Eiffel, mantinha minha mente longe de Nathan, porem muitas vezes me peguei pensando nele, no que fazia, ou com quem estava, quando devaneios como esse me tomavam, sentia os olhos de Trice em mim.

– Vamos sair hoje anoite. - ela era a pessoa mais viva que conhecia, sempre em festas, bares.

– Não acho que seja uma boa ideia. – disse enquanto deitava na cama, não estava acostumada com o tipo de vida que ela levava, e emocionalmente eu estava um lixo.

– Sim, nós vamos, não vouaceitar um não como resposta.Vou passar em casa e volto daqui uma hora, é bom que esteja pronta chère. – disse ela enquanto saia.

Tomei um banho, vesti um vestido frente única verde soltinho, um scarpin louis vuitton e pouca maquiagem, o cabelo solto completava o look. Achei estranho quando Beatrice se atrasou dez, depois vinte minutos. Ela sempre fora pontual.

Uma hora depois a ouvi bater a porta.

– Entre.

Bonjour ma chère, pronta?

– Sim. – disse mal humorada enquanto pegava minha jaqueta e minha bolsa.

– Sinto ter demorado tanto, sabe como é difícil encontrar algo adequado para vestir. – não, eu não sabia, nunca me importei com o que as pessoas pensam sobre minha aparência, visto aquilo que gosto. – Tire essa carranca da cara e vamos.

Enquanto atravessávamos o Hall, percebi o quanto Trice estava tensa, embora tivesse um sorriso bobo no rosto.

– Não íamos de carro? – perguntei quando seguíamos a direção contraria ao estacionamento.

– Não precisamos de carro chère. – disse ela sorrindo, ainda mais.

Tentando acompanhar seu passo, pensava no quanto ela estava estranha, ou seria coisa da minha cabeça? Estávamos indo na direção da Torre Eiffel.

Era uma noite calma iluminada pelas estrelas e pelas luzes da torre, quase não havia pessoas circulando pelo Champ de Mars, fomos seguindo, cada vez mais próximas dela.

– Trice, o que exatamente estamos fazendo aqui? – perguntei incerta.

– Não o que vamos fazer aqui, mas o que você irá ma chère, olhe. – Beatrice estava ficando louca, apontando um par de árvores a nossa direita.

As árvores estavam decoradas com luzes, como as de Natal, pude ver quando estas se acenderam, atrás delas havia sido posta uma mesa, porém o que me chamou a atenção foi o homem parado perto de uma das árvores. Seus olhos frios como o gelo, fitavam-me. Por um momento esqueci como fazer para respirar quando ele começou a andar até mim. Mesmo depois de todo esse tempo ainda sentia os joelhos fracos por conta de sua aproximação, olhei para o lado, Beatrice se fora, traidora. Nathan estava lá, em Paris.


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Notas finais do capítulo

ma chère - Minha querida
Bonjour - Olá
Champ de Mars - parque onde fica a Torre Eiffel.
Beijo beijo, quero comentarios, por favor digam o que estam achando.