Entre Dois Mundos escrita por Malu


Capítulo 14
Objetivo


Notas iniciais do capítulo

Ah, a inspiração está a meu favor... Kkkk Aí está o capítulo fresquinho. Boa leitura, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/418554/chapter/14

Depois daquele acontecimento no Halloween, nada de mais estranho aconteceu. Grim não saiu do meu lado praticamente, a não ser nas aulas. Meu pai me mandava cartas toda semana e eu tinha que responder todas. Por outro lado, meus sonhos estavam muito estranhos. Pelo menos uma vez por semana eu revivia aquele episódio com a mulher-cobra em sonho. Também tinham as aranhas, cada vez maiores e mais aterrorizantes. E aquela mulher linda com a criança. Nada muito significativo.

O ano se aproximava do fim. Em uma das cartas meu pai me disse para arrumar meu malão e voltar nas férias, mas não entrou em detalhes. Nunca antes havíamos viajado, então pensei apenas que ele estava tentando me proteger.

Eu estava gostando muito da escola. Por mais estranho que possa parecer, eu era uma das melhores alunas da minha turma, principalmente nas aulas práticas. Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas eram as minha preferidas. Já História da Magia era chato. Eu não conseguia prestar atenção por mais de cinco minutos. Mas conseguia estudar sozinha depois. Além de ter ajuda do Grim, que a cada dez minutos fazia algo para recuperar minha atenção.

As outras pessoas ainda não falavam comigo. Mas pelo menos as meninas do meu quarto param de ficar dando indiretas de que eu não era bem vinda. Algumas poucas vezes, durante alguns dias, ouvi pessoas comentando sobre minha parada na ala hospitalar, mas ninguém veio diretamente a mim.

Novembro chegou e com ele o frio. Sempre preferi o inverno, me deixava mais disposta. Grim andava um pouco quieto demais, olhava para mim de um jeito estranho. Fiquei com medo de perguntar e deixei de lado, mas estava começando a ficar chateada. Até que não aguentei mais e, numa tarde fria de domingo, enquanto estávamos fazendo lição na biblioteca, eu resolvi falar diretamente:

– Grim, aconteceu alguma coisa?

– Não, por quê?

– Não sei. Vocês está meio estranho ultimamente. Meio distante, parece chateado com algo. O que houve?

– Não é nada. Eu estou cansado, com bastante lições para fazer. É apenas isto.

– Faz um tempinho já que a gente se fala. Algo me diz que não é só isso. Por que não me conta?

– Desculpe. Não quero lhe assustar. E não é nada importante.

– Se não é nada importante, não tem problema dizer…

– Eu tive sonhos de novo… Pesadelos, na verdade. Pronto, falei.

– Que sonhos? Conte para mim…

– Ok. Mas lembre-se de que são apenas sonhos. Bem, em um deles, havia duas pessoas em volta de um pequeno berço de ouro. Um homem, de terno azul-escuro, com uma barba bem aparada, cinza-mármore e preta, um rosto que me pareceu orgulhoso e severo e seus olhos tinham um tom cinzento, parecido com nuvens de chuva. E a outra era uma mulher, usava roupas de caminhada, mais informais, cabelos loiros e cacheados, um rosto sábio e olhos cinzas, parecidos com os seus.

– Pela sua descrição, é a mesma mulher dos meus sonhos, e o mesmo berço. Mas continue falando…

– Eles discutiam o destino da criança. Me pareceu que eram pai e filha. Eu entendi que ele queria dar um fim na criança, mas a mulher a defendia de todas as maneiras possíveis. Ele insistia, dizendo que ela traria problemas para ambos os lados, que não deveria ter nascido. Ela ia dizer mais algo, mas aí o sonho acabou.

– Essa história até bate com a que meu pai contou. Mas o que não faz sentido é você ter sonhado, e não eu.

– Eu pensei nisso também. E não encontro nenhuma explicação. E o que seu pai falou?

– Ele disse que conheceu minha mãe nos EUA. Eles se apaixonaram, mas não podiam ficar juntos por causa da família dela. Pelo seu sonho, o pai dela já tinha planos para ela. Não era para eu ter nascido…

– Mas você nasceu e não é culpa sua. Agora aproveite e viva tudo o que puder.

– Tem mais algum sonho?

– Nada muito claro. Mas eu sonhei com aquela mulher-cobra várias vezes.

– Eu também. E sonho com a minha possível mãe também. E com aranhas.

– Aranhas?

– Eu tenho aracnofobia. E esses malditos bichos me perseguem, cada vez maiores e aterrorizantes. Eu não aguento mais esses pesadelos.

– Você gosta de ler, não é?

– Sim. Por quê?

– Comece a ler antes de dormir. Leia até que seus olhos estejam se fechando sozinhos. Até que você esteja extremamente cansada e com muito sono. Dizem que se você dorme assim não tem nenhum sonho.

– Eu não consigo ler tanto tempo assim, tenho dislexia.

– Então desenhe, escreva, face qualquer coisa que goste e que deixe tua mente ocupada até estar com muito sono.

– Não sei se daria certo… Então por que você não faz isso para parar com os sonhos?

– Comigo não deu certo. Meus sonhos as vezes tem significado…

– Como assim?

– Antes de vir para Hogwarts eu costumava ter sonhos com o castelo. Mas sempre guardei meus sonhos para mim. Você é a primeira para quem conto…

– Obrigada pela confiança. Se seus sonhos tem algum significado, quer dizer que esse com minha mãe…

– Pode ser. Ou seja, é tudo culpa do seu avô…

– Não importa quanto tempo passe, nem o que eu tenha que fazer, eu vou encontrar minha mãe! - não sabia se teria como fazer isso, mas era meu novo objetivo de vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado. Comentem, por favor, sugestões e críticas são sempre bem-vindas, não sejam leitores fantasmas, por favor, isso não é legal. Um beijo e até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre Dois Mundos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.