Nebulosa escrita por Letícia Silveira, Ray


Capítulo 3
1. ISOLAMENTO


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores!
Estou postando o capítulo sem a autorização da minha revisora, a Ray. Se quiserem criticar qualquer coisa, fiquem à vontade. :)
Ademais, recebi apenas três comentários no último capítulo, mas espero que vocês aumentem esse número.
Ó, estou postando antes, a postagem é normalmente domingo. E o capítulo também é
Beijão!

Obs.: essa é a parte final do primeiro capítulo. A ideia é que esse é a continuação do anterior sem quebrar a linha de raciocínio, o que acontecerá no próximo. :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/418533/chapter/3

1. ISOLAMENTO (parte 2)

          Após o horário do almoço, onde Renesmee mostrara que não era como as outras meninas, Chaz viu-se ainda mais apaixonado por ela.

          Durante o resto da semana, uma grande amizade formou-se entre os dois; e Renesmee gostou muito de poder contar com alguém naquela cidade.

          Assim que o seu carro chegou, convidou todos os seus amigos – incluindo Ashley, para não soar deseducado – para assistirem a um filme em Port Angeles. Aceitaram, porém, apenas Chaz e William.

          Quando Renesmee buscou Chaz, primeiramente, em sua casa; não pôde deixar de notar o quão bonito um humano poderia ser – seu cabelo castanho sobreposto sobre os olhos, dando-lhe um ar sedutor; os olhos azuis escuros contrastando com a pele tão branca quanto a sua (e, se não fosse pelo seu coração batendo, poderia dizer que ele era um vampiro); e o sorriso branco ofuscante, formado por dentes brancos e lábios bem delineados.

          Em meio a cantorias das músicas tocadas no rádio, pegaram William em sua casa, que também estava mais arrumado do que normalmente. Renesmee não pôde deixar de compará-los: o cabelo negro de Will não era tão brilhante quanto o castanho de Chaz, os dentes não eram tão brancos, e o rosto de William tinha mais imperfeições comuns entre adolescentes.

          – Então, nós vamos ver que filme? – Chaz perguntou, animado com a ideia de sentar ao lado de Renesmee em uma sessão de cinema.

          Ele também vira como ela estava bela – uma calça jeans escura, perfeitamente ajustada em seus "atributos", juntamente com uma blusa soltinha de coloração azul.

          – Pensei em assistirmos à Atividade Paranormal 3, que tal? – Respondeu Renesmee, excitada com a ideia de verem um filme de terror: eram os seus favoritos.

          – Nossa! Uma gata que gosta de filme de terror, quem diria... Agarra logo ela, Chaz; senão eu pego! – William exclamou, sempre com os seus comentários constrangedores.

          Chaz não comentara nada sobre tal frase, apenas observou a paisagem, aguardando a chegada ao shopping. Renesmee também se concentrara na direção, mesmo sentindo o seu rosto esquentar.

          Assim que chegaram, Chaz comprou os ingressos por conter dezoito anos – a faixa etária do filme –, e eles entraram no cinema. Cada menino sentou um de cada lado de Renesmee, que realmente se entretivera no filme. Os demais apenas observavam-na; e Chaz, em um determinado momento, tocara a sua face, virando-a para si e puxando-a para um beijo. Ele não se importara que, naquele momento, a porta da rua estivesse abrindo-se sozinha; não se importara que William estivesse remoendo-se de ciúmes.

          Renesmee, porém, antes que os seus lábios tocassem-se, virou o seu rosto; deixando-o pousar um delicado beijo em sua bochecha.

          – Desculpe, Chaz, mas eu não posso... – Era verdade: ela não se sentia preparada para dar o seu primeiro beijo. Por mais que aparentasse dezessete anos, era apenas um número, que não representava quando ela deveria dar o seu primeiro beijo. Ela não entendia o porquê das meninas importarem-se tanto com isso, como se fosse um vexame não ter beijado antes dos dezesseis, ou algo do gênero.

          – Você tem namorado? – Ele perguntou, franzindo a testa, confuso por ela não ter comentado nada anteriormente.

          – Não, mas...

          – Você não quer, não é? – Chaz interrompeu-a, com um sorriso amarelo no rosto. Como eu fora imbecil ao ponto de pensar que ela me queria..., refletira ele.

          – Não é isso, é só que eu não estou pronta para dar o meu primeiro beijo ainda... – Ela murmurou, sincera; impressionando o rapaz. Não era todo dia que uma menina de dezessete anos assumia isso, afinal.

          Ele não dissera nada, apenas admirou-a. Realmente, ela não era como as outras; e isso apenas encantava-o mais ainda.

          – Quando estiver pronta, avise-me... – Sussurrou em seu ouvido depois de um tempo.

          Com um sorriso persistente no rosto, Chaz deixou o cinema, juntamente com Renesmee e William. Os dois últimos comentavam como fora ruim o filme em sua opinião; sua expectativa não havia sido atingida, pois.

          Eles voltaram às suas devidas casas e adormeceram, sem deixar-se preocupar pelas cenas perturbadoras a que assistiram à noite.

          Renesmee, no sábado que se sucedera, acordara cedo e arrumara-se para ver o seu avô. Inventaria alguma desculpa para vê-lo, porém estava necessitando de abraçá-lo novamente. Estando longe de sua família, a saudade batia fortemente em seu peito, e Charlie era o único que poderia aplacá-la.

          Com o seu carro, que era uma Ferrari Califórnia vermelha conversível – nem um pouco discreta –, seguiu à casa de seu avô. Tocou a campainha e esperou-o atendê-la.

          Os seus olhos brilharam ao fitar a neta, por mais que não tivesse conhecimento desse fato. Aquela menina parecia tão pura aos olhos de Charlie que sentia um instinto de protegê-la dos perigos – mal sabendo que a mesma poderia empurrar um caminhão com a sua força.

          Por mais que estranhasse a visita, Charlie convidou-a para entrar e perguntou o motivo para a sua visita.

          Antes que ela pudesse respondê-lo, o telefone da casa tocou, salvando-a de mentir para o seu avô.

          – Alô, – Renesmee sentiu curiosidade ao ouvir a voz do seu avô tão séria e preocupada que se seguiu: – Meu Deus! Estou indo para aí imediatamente, Sue. Obrigada, obrigada. Até daqui a pouco! Pode deixar... – Ouviu-se o desligar do telefonema, e Renesmee logo perguntou quem era. – Era uma amiga minha da reserva que tem aqui perto. Um amigo muito próximo está no hospital, teve um enfarte. Estou indo para lá imediatamente. Queres ir para lá? Sei que não será o melhor programa a ser feito, porém eu consegui pistas dos supostos homens daquela noite. Depois, então, eu poderia conversar contigo.

          – Claro. – Respondeu simplesmente, e dirigiram-se ao Hospital Municipal de Forks.

          Charlie entrou afoito no estabelecimento, quase quebrando as portas do saguão principal. Perguntou imediatamente pelo seu querido amigo Billy Black, que sempre fora guerreiro com a sua saúde.

          O policial sabia que, cedo ou tarde, algo do gênero aconteceria com o seu melhor amigo. Depois do acidente que o pusera em uma cadeira de rodas, onde Sarah – a qual Charlie nunca vira ser tão amada como aquela – morrera, a única felicidade de Billy eram os filhos. Rebecca, entretanto, casara logo em seguida; procurando fugir de suas raízes. Rachel voltara há algum tempo, sendo a única a auxiliar Billy, ajudando-o, juntamente com Paul, com os seus problemas e ataques. Já Jacob... Bom, Jacob Black era um dos que não ouviram falar mais. Charlie sabia que ele havia entrado para alguma companhia de modelos, achando-o muito diferente do bom Jacob que vira crescer. Torcera por ele e Bella ficarem juntos; todavia, fora inútil. Não entendia o porquê de Jacob não voltar e assistir seu pai – a ingratidão não se passara despercebida por Charlie.

          A enfermeira permitiu a entrada de Charlie à sala onde Billy estava internado. Renesmee seguiu-o sem saber o que fazer, mas precisava de ajudá-lo como podia, nem que fosse com apoio moral.

          Visaram a Billy deitado em uma cama, com sedativos encaixados em seu braço direito. Renesmee sentiu o seu peito apertar-se e amaldiçoou a si mesma por ser tão emotiva. Aquele fora sempre o único motivo para ela não seguir a carreira de seu avô Carlisle: a Medicina. Não seria capaz de lidar com perdas diárias; nem, de ver os outros sofrerem.

          Charlie segurou a mão do amigo e começou a ditar palavras que indicavam que tudo acabaria bem. A porta logo fora escancarada por um homem másculo, moreno, alto e com feições definidas – era Embry.

          Ele encarou Renesmee confuso, e ela logo tratou de explicar-se.

          – Ah, desculpa interromper esse momento assim... É só que eu estava acompanhando o Charlie e, quando ele recebeu o telefonema, eu vim junto porque ele me convidou e...

          – Calma! – Pediu Embry, referindo-se à sua fala sem pausas. – Respira! Prazer, Embry Call.

          – Renesmee Cu-... Só Renesmee. – Ela enrubesceu ao notar que quase dissera o seu sobrenome.

          – Prazer, "só Renesmee". – Embry brincou.

          Por mais agradável que fosse a companhia do descendente da tribo Quileute, Renesmee sentiu-se desconfortável por estar adentrando em um leito de um desconhecido.

          Logo, este, Billy Black, entreabriu os olhos, sentindo certa tontura e náuseas. Ergueu uma mão, a qual descansou sobre a cabeça, e fitou o seu amigo Charlie, sorrindo em seguida.

          – Pelo menos, no hospital, eu consigo encontrá-lo. – Brincou, com a sua voz de trovão soando nos ouvidos de Renesmee, aquela que nem fora vista pelo paciente.

          Ela sentiu-se uma intrusa naquele recinto, então entreabriu a porta para sair discretamente. Billy, porém, pousou os seus olhos nela assim que a porta rangeu; e, logo, seus orbes negros arregalaram-se. Sentiu uma dor aguda na cabeça e começou a gritar de dor.

          Renesmee entreabriu a boca em choque, enquanto Embry corria porta afora para clamar por ajuda.

          Havia apenas uma explicação para Billy agir daquela maneira: ele sabia quem ela era, de quem ela era filha; mas não, o que ela era. O último era o motivo para ele tanto temê-la. Assim como passara mal ao descobrir através de uma conversa com os anciões que a filha de Edward, um frio, e Bella, ainda humana, estava voltando ao condado; passava mal agora por vê-la e reconhecê-la. Os cabelos dourados de Edward eram inconfundíveis, assim como os olhos castanhos chocolate de Bella. Billy não sabia o poder e a magnitude do mesmo que Renesmee tinha, mas temia-a.

          Após Billy Black ter sido diagnosticado com um derrame cerebral, perdera os sentidos, inclusive a fala. Jacob Black dirigiu-se imediatamente à Forks, onde vira o seu pai imóvel, pálido e temeroso. O transformo sabia que algo amedrontava o velho Billy, porém não sabia o quê – e esse era o maior problema.

          O, agora, imóvel queria revelar ao seu filho sobre a vinda daquele monstro que Jacob jurara matar, quando ainda vira-o dentro de Bella – aquilo que matava o seu amor aos poucos, arrancando o resto de humanidade que ela possuía.

          Jacob abandonou os trabalhos futuros com a agência e decidiu que, a partir de então, cuidaria do "seu velho". A sua agente decepcionou-se com ele, mas ele disse que futuramente dedicar-se-ia novamente à carreira. Por enquanto, contentar-se-ia com um trabalho qualquer por La Push. Mal sabia ele que a sua felicidade não estava em Los Angeles, mas sim na pequena cidade da província de Washington.

          – SÉRIO? EU NÃO ACREDITO!!! – Mais uma sessão de gritos histéricos de Ashley começou no refeitório, sendo acompanhada pelas demais meninas que escutaram a conversa, com exceção de Renesmee.

          Era mais um dia de aula, sendo a terceira semana da meia vampira. Ela já havia feito diversas amizades, porém algumas inimizades também – como qualquer adolescente, como ela sempre sonhara ser: normal.

          Enquanto remexia em sua comida, Renesmee não pôde deixar de revirar os olhos: Será que as humanas sempre se deslumbrariam por alguns músculos?. Renesmee odiava que julgassem pela aparência, porém ela também o fizera: nem o conhecera e já xingava-o.

          – Eu sei que eu vou me arrepender; mas o que foi dessa vez, Ash? – Brad perguntou, vendo-a dar pulinhos ao redor da mesa.

          Uma coisa, com certeza, Renesmee admirava na loira: ela realmente não se importava com o que os outros pensavam, senão estaria enfiando-se em uma lata de lixo para esconder-se dos olhares dos demais.

          – O BLACK ESTÁ RETORNANDO PARA A SUA CIDADE NATAL! ELE ESTÁ VINDO PARA LA PUSH! AHHHH! – E mais uma rodada de gritos começou, sendo observada pelas demais meninas que agora cochichavam.

          Ele realmente é muito gostoso, mas nunca vai olhar para a Ash. Ela é muito sem sal, coitada. Com aquele cabelo loiro fosco e os olhos azuis, ela tem uma beleza muito comum. Aposto que ele prefere uma morena como eu., Renesmee ouviu o comentário de uma menina, enquanto revirava pela terceira vez os olhos. Como os humanos podiam ser tão invejosos? Meu Deus! Ela encontrava-se incrédula com tamanha falsidade.

          – Já sei! Vamos para La Push na sexta, quem sabe a gente não vê ele lá? – Perguntou Amy, com os seus olhos brilhando de expectativa.

          – E a gente ainda pode pegar algumas ondas... Mesmo aquele mar sendo gelado para cara... Caracol. – William murmurou, contendo um palavreado impróprio. Ele sabia que Renesmee iria censurá-lo, pois sua educação quanto a isso sempre fora muito severa.

          – Vamos, então! Que horas? – Brad perguntou, animado com a ideia de subir na aposentada prancha de surfe.

          – Pode ser pelas três da tarde, que o Sol não está muito forte, mas podemos pegar a tarde ainda. – Fora Chaz quem se pronunciou.

          – AHH! É A MINHA CHANCE! – Ashley gritou, e Renesmee murmurou baixinho para Chaz:

          – Acho que eu não vou. Tenho muita coisa para arrumar no apartamento...

          – E quer se manter afastada da louca ali, não é? – Ele completou, e ela apenas assentiu.

          A sexta chegou, e os amigos de Renesmee dirigiram-se até a praia de La Push. Ela não foi, porém, e ficou estudando em casa, por mais de que não precisasse.

          À tarde de sexta feira, ao ir até o centro comercial de Port Angeles, para comprar novas roupas e fugir do estilo que a sua tia Alice tinha criado para si, esbarrou em alguém e caiu no chão.

          Realmente, o homem teria que ser muito forte para derrubá-la; e, assim que ergueu os olhos, sorriu abertamente, levantando-se em seguida.

          – Embry! Que bom te ver! Tudo bem? – Perguntou ela, dando-lhe um beijo de cada lado da sua bochecha, tendo que erguer-se na ponta dos pés para fazê-lo.

          – Só Renesmee! Tudo, tudo, e você? – Ele não pôde deixar de reparar na sua beleza e, consequentemente, no seu corpo; fazendo-a corar.

          – Tudo indo... Sabe como é: eu fui abandonada pelas minhas amigas... Elas me trocaram por um modelo qualquer que está em La Push. – Resmungou Renesmee, concluindo com uma careta.

          Embry não se dera conta que seu amigo e companheiro de matilha era tal dito cujo, acabando por rir do abandono da nova amiga.

          – Ah, me desculpe por trombar com você... Ainda mais em um dia tão ruim! Mas, se quiseres, posso te acompanhar até La Push agora, assim tu podes encontrá-los. – Embry aproveitou-se do local de sua moradia para poder desfrutar da boa companhia de Renesmee.

          – Se não for incomodá-lo...

          Após ela acabar as suas compras então, por se sentir muito sozinha, aceitou a carona de Embry. Ele estava, porém, de moto; e ela havia vindo de carro. Decidiram que o homem segui-la-ia de moto, enquanto ela dirigiria o seu carro até a sua casa.

          Assim que deitou as sacolas sobre a sua cama, fitou-se no espelho. Sentia certa atração por Embry e procurava estar bonita para ele. Agradeceu mentalmente por ter, em sua genética, partes vampiras e estar impecável apesar de ter andado horas no shopping.

          Desceu, afoita, até a moto, na qual Embry ofereceu-lhe um capacete. Por nunca ter andado de moto antes, ela aceitou-o de bom grado.

          Ao sentir o bater do vento em suas madeixas douradas e ruivas, sentiu a tão citada liberdade pela qual almejava. Agarrou fortemente o abdome de Embry e gritou, extasiada. Não conseguia acreditar na quão boa era a sensação de estar longe de casa, andando rapidamente pelas estradas de Forks para, em seguida, avistar um pequeno vilarejo próximo a uma fileira de montanhas, juntamente com os seus penhascos, e um extenso mar azul cristalino. Era surreal tão vista, sendo acentuada pelo pôr do Sol em La Push.

          – Chegamos! – Embry exclamou, estacionando a moto em frente à casa de Emily, que ficava a alguns minutos da praia. – Ali dentro estão alguns amigos, é a casa de uma amiga. Quer entrar? Senão, eu posso te acompanhar até à praia, mas vou deixar a minha moto aqui mesmo.

          Renesmee ouviu alguns corações muito rápidos baterem, assim como gargalhadas ruidosas serem proferidas. Ao ouvir uma voz rouca esbravejar Parem com isso!, um estranho percorrer tomou posse do seu corpo, e, temendo senti-lo novamente, decidiu ir ao encontro dos amigos na praia.

          – Eu posso te acompanhar – insistiu Embry.

          Renesmee aceitou a companhia, e foram conversando banalidades até lá. Com o calor afetando a sua temperatura natural, Embry retirou a camisa, expondo o seu peitoral – o qual a meia vampira negou veementemente fitar, mas fê-lo no final.

          Viu-se perdida na visão, pois nunca havia visto homens sem camisa que não fossem os seus familiares. A cor de jambo da pele de Embry favorecia a sua beleza exótica, embelezando-o ainda mais.

          – Fecha a boca, só Renesmee, senão entra mosca.

          Corada, avistou os seus amigos a alguns metros de distância. Gritou o nome de Chaz, que virou para fitá-la, assim como os outros. Ashley escancarou a boca ao ver o amigo que Renesmee trazia consigo, assim como Amy. Os demais meninos apenas fitaram-no curiosos.

          – Hey, acho que vou ter de me apresentar então. – Embry sussurrou, enquanto os grupos aproximavam-se.

          – Oi, gente! Encontrei o meu amigo, Embry Call, no shopping; e ele me convenceu de vir aqui ver vocês. Embry, esses são Amy, William, Bradley, Chaz e...

          – Ashley, prazer. – Apresentou-se, jogando o cabelo para o lado em uma tentativa falha de flerte. Embry disfarçou uma risada e repousou um braço na cintura de Renesmee, puxando-a de encontra ao seu peito e depositando um leve beijo em seus cabelos.

          – Já vou indo, amor. Ah, volte para La Push hoje, à noite: teremos um luau aqui. É uma festa que fazemos na praia, aqui, na aldeia. Se quiser, é só me ligar. – Disse e, em seguida, deu-lhe o seu cartão. Renesmee retribuiu o gesto com um sorriso tímido, após ter escutado o "amor" em sua frase.

          Com um aceno para os demais, despediu-se e foi ao encontro dos lobos reunidos na casa de Emily e Sam, casados e com dois filhos: um de nove anos, Jason, e uma de três, Samantha.

          Renesmee voltou a sua atenção aos seus amigos, analisando as mais diversas expressões nos rostos das meninas, assim como um semblante fechado no de Chaz.

          – PÁRA TUDO! EMBRY? QUEM É EMBRY? MEU DEUS, ELE É INCRIVELMENTE PARECIDO COM O BLACK! A COR, O TANQUINHO... AI, CÉUS! – Ashley nunca vai deixar de ser Ashley, pensou Renesmee, estarrecida.

          – O sobrenome dele é Call, então não há parentesco nenhum entre eles. E ele apenas retirou a camisa devido ao calor, mas você não notou que ele ficou incrivelmente incomodado com a sua cara de pau?! – A fúria de Renesmee chegava a ser palpável. Realmente, ela não gostara do gesto da amiga; que, em seguida, encarou-a incrédula.

          – Nossa! Era só avisar que ele era o seu namorado... – Resmungou.

          – Ele não é o meu...

          – MEU DEUS, É O JACOB BLACK LÁ? – Amy perguntou, gritando, interrompendo Renesmee.

          As meninas mais afobadas correram em direção a um moreno alto do outro lado da praia, enquanto Renesmee, William, Chaz e Brad apenas rolavam os olhos.

          – Não acredito que elas realmente morrem por esse cara... – A meia vampira comentou, ranzinza.

          – É, mas você deu o seu próprio jeito de achar um halterofilista malhado e moreno, não é? – Rebateu Brad, brincando, mas Chaz pareceu assentir com o seu comentário, ressentido.

          – Aff! Eu conheci o Embry no hospital, e nós nos tornamos amigos. O encontrei hoje no shopping, e ele ofereceu carona... Foi isso, que saco! – Se eu quisesse receber um discurso, estaria em casa, ouvindo a meu pai, completou mentalmente, bufando.

          Chaz fitou-a confuso – ela estava realmente preocupando-se com ele a ponto de explicar as suas atitudes? Ele aproximou-se e abraçou-a, fazendo-a esquecer-se de sua raiva acumulada anteriormente.

          – Desculpe, eu devo estar de TPM ou algo do gênero... – Ela sussurrou ao ver que a camisa de Chaz estava úmida devido às suas lágrimas. Lembrar-se de suas atitudes recordou-a de sua família.

          – OK, chega de melancolia. Eu estou indo para casa; quer carona, Rê? – Era a primeira vez que alguém a chamava por algo menor do que o seu nome. Então era isso: o seu primeiro apelido.

          – Pode ser. Eu queria aproveitar com vocês esse dia nublado de Forks; mas, pelo jeito, as meninas estão ocupadas demais, então vou indo.

          Despediu-se de William e Brad e avistou as amigas abraçando um moreno musculoso, há alguns bons metros de distância. Não quis interrompê-las devido à morte que se seguiria – a sua.

          Abandonou-as em seu momento de sonhos e entrou no carro de Chaz.

          – Rê, eu entendo que você seja uma pessoa sensível; por causa do abandono dos seus pais. – Começou ele, passando a mão nervosamente no cabelo enquanto dirigia. – Mas, por favor, quando eu estiver te decepcionando, me avise. Eu não quero te causar mal algum, muito menos decepcioná-la. Qualquer coisa é só falar, OK?

          Renesmee observou-o e sorriu simplesmente. Achara, finalmente, o amigo o qual todos diziam ser o ideal – compreensivo, carinhoso e que se preocupa consigo.

         

          Visualizou-se mais uma vez no espelho de seu quarto: estava belíssima e pronta para o luau. O belo vestido rosa bebê pendia-lhe perfeitamente. Era um tomara que caia, de um ombro só, justo no corpo, o que marcava as suas coxas malhadas e bunda torneada.

          O cabelo caía-lhe em cascatas, solto. Com o seu shampoo favorito – o de morango –, lavara-o e secara-o à tarde, após chegar a casa. A maquiagem era leve – apenas um lápis de olho marrom e um batom rosado para dar-lhe um ar arrumado. O salto, em seus pés, era marrom, com fitas sobrepondo-se sobre o peito dos pés, e era relativamente alto – coisa de Alice, pensara ela ao vê-lo em sua mala.

          Tirando o cabelo de sua face, prendeu algumas mexas rebeldes com uma flor com a mesma coloração do vestido – deu-lhe um ar de praia.

          – Perfeito.

          Dirigiu até La Push rapidamente – decorara o caminho ao ir com Embry, devido à sua memória rápida. Ela sentia certa ansiedade reprimida em seu peito, o que apenas dava-lhe ânimo para dirigir mais rápido.

          Ao estacionar no mesmo local onde Chaz estacionara, avistou algumas luzes no horizonte, à sua frente. Caminhou até lá e assustou-se com a intensidade das batidas dos corações, juntamente com a batida contagiante da música eletrônica.

          Viu-se sem companhia ao adentrar na visão dos outros e enrubesceu-se – odiava ser o centro das atenções. Uma moça aproximou-se hesitante; mas, ao mesmo tempo, animada.

          – Olá, você deve ser a companhia do Embry! Sou Rachel, prazer. – Disse, abraçando-a.

          – Renesmee, prazer.

          O murmúrio fora o suficiente para Rachel iniciar um monólogo sobre o quão bonita Renesmee era, o que apenas fê-la corar intensamente. Emily logo a salvou, aproximando-se lentamente e retirando-a dos braços firmes de Rachel, que a mantinha ali.

          – Obrigada. – Sussurrou Renesmee à Emily, que apenas sorriu com compreensão e explicou-lhe em seguida:

          –  Embry já está à caminho. Houve alguns imprevistos com o pai de um dos meninos, e eles tiveram de cuidá-lo.

          Assim que ele chegou, abraçou-a com ímpeto, inspirando aquele odor tão incomum e divino que ela possuía. Sorriu largamente ao ver a roupa que ela estava usando; embelezava-a mais ainda, pois.

          Seth aproximou-se hesitante, um tanto quanto intimidado pela sua presença. Estendeu uma mão indecisa e murmurou sem precisão:

          – Sou Seth Clearwater, prazer.

          – Ele é um amigo meu de... Trabalho. – Explicou Embry ao ver a cara confusa que Renesmee fez, por não conhecê-lo.

          Após os devidos comprimentos, a conversa fluiu levemente – Embry até saíra para não os atrapalhar. Os carros, os quais Renesmee era fã, assim como Seth, renderam-lhe assunto para mais de meia hora.

          À meia noite, um brinde fora feito ao comemorarem a gravidez de Rachel; que estava fragilizada pela ausência do irmão Jacob, que ficara cuidando do pai, e do último, por estar doente.

          Renesmee nunca havia bebido álcool na vida antes; mas, ao saborear o doce sabor do champagne, entornou mais duas taças. Animada, juntou-se à pista de dança, onde algumas garotas rebolavam os seus corpos, juntamente com os namorados. Seth uniu-se à Renesmee para não deixá-la sozinha, colando os seus corpos de forma provocante. A meia vampira, que nunca, na vida, havia dançado – ainda mais próxima assim de um menino –, corou;  porém, não cessaram os seus movimentos.

          Ele levou-a para um lugar mais afastado, próximo ao mar, e continuou dançando com ela.

          – Posso te contar um segredo? – Perguntou ele provocadoramente, sussurrando em seu ouvido.

          – Mas... Se é um segredo, para que o contar? – Rebateu com um fio de voz que ainda lhe restava. Sentia o seu corpo aclamar pelo calor que emanava de seu peito, pelos seus braços fortes circundarem-na, pelos seus lábios fartos tocarem-na... Sua dignidade, entretanto, não a deixava implorar por isso como o seu coração queria.

          – Nunca ouviu falar que segredo não se recusa ouvir? – Seth não conseguiu evitar o desejo de mordiscar a sua orelha e fê-lo.

          – Aposto que você acabou de inventar essa frase. – A fala saiu apenas para evitar-lhe que um gemido escapasse de seus lábios.

          – Esse é o segredo: às vezes, eu minto; mas eu nunca engano os outros. Quando eu disser que, com apenas um olhar, eu me apaixonei por você; acredite em mim. Quando eu disser que eu mereço uma chance, acredite em mim... – Ela corou ao notar a proximidade entre os seus lábios, que chegaram a roçar-se. – E agora eu afirmo: eu mereço uma chance. Você me concede uma? – O assentir de sua cabeça foi o que he bastou para ele ousar o que os seus corpos tanto clamavam por.

          Assim que ele repousou os seus lábios nos dela, Renesmee não sentiu um frio na barriga de nervoso por ser o seu primeiro beijo; nem, uma insegurança por não saber o que fazer.

          Seth pediu-lhe gentilmente passagem à sua boca, enquanto suas mãos direcionavam-se para a cintura de Renesmee. Ela cedeu-lhe, e iniciaram movimentos leves com as línguas, os quais a meia vampira apenas tratou de seguir. À medida que se soltava no beijo, ergueu as suas mãos e depositou-as em seu cabelo escuro e macio, aproximando os seus rostos.

          Pelo resto da noite, curtiram-se na beira da praia; aproveitando para despedirem-se com selinhos e cada um ir deitar-se em sua cama. Renesmee não sabia o que aqueles beijos tinham significado; afinal, os homens, naqueles dias, não queriam relacionamentos sérios. Provavelmente, concluíra Renesmee, ela, nem sequer, vê-lo-ia mais.

         

          Dois dias haviam se passado desde o luau em La Push. Renesmee sentia a necessidade de caçar, para saciar a sua sede. No colégio, enfrentava diversos alunos, além de conviver diariamente com pessoas nos mais diversos lugares – desde idas a hipermercados até saídas para buscar o correio.

          Dirigiu-se à floresta de Forks, onde já havia escutado recomendações, como não ultrapassar o riacho ao norte, ou não se assustar com uivos – havia as mais diversas criaturas naquele local.

          Sentiu o cheiro de sua presa; e, imediatamente, sua boca começou a salivar. Movida pelos seus instintos, aproximou-se da pantera e abocanhou-a em uma rápida mordida, no pescoço.

          Enquanto sugava o conteúdo interno do animal, não reparou em sons leves ecoando na floresta. O homem, que por ali passava, mirou a sua arma meticulosamente na direção da garota. Um gatilho, um ruído e um solavanco – fora isso o que se sucedera, como o esperado pelo rapaz calculadamente posicionado.

          Por mais que não possuísse uma supervelocidade ou superforça invejáveis, obteve um ótimo resultado ao abater a meia vampira. Pegou-a no colo e carregou-a a um local mais iluminado. Na beira de um alto penhasco, tendo uma Renesmee desacordada pelo efeito da morfina no seu sistema; pegou uma seringa prateada em sua mão e aplicou-a lentamente em seu peito, ouvindo os batimentos cardíacos da meia vampira diminuírem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

#NOTA DA LETÍCIA SILVEIRA

Hey, e aí? O Jake aparece e conhece a Ness no próximo capítulo (; Aguardem!
E quem será aquele homem? Bem, ele é humano, mas...? E o que acontecerá com a Nessie? Ela vai morrer com aquela agulhinha? '-'
Não me matem, OK? Vou responder tudo futuramente... Podem até demorar alguns capítulos, mas as explicações virão :B
MEREÇO REVIEWS? Sei que não irei ganhar muitos, mas um só já me estimula a continuar :D
Beijos e queijos ♥