Nenhuma noite foi mais triste para os Cullen, Garrett agilizou a viagem rapidamente enquanto Victoria ajudava os garotos com as malas, Chelsea e Afton tentavam sem sucesso consolar os garotos e Charlotte que estavam totalmente preocupados e aflitos e obviamente sem entender direito, o que teria acontecido com o pai deles? O homem forte que esteve sempre ao lado deles para os proteger e ensinar, o homem que dificilmente pegava uma gripe agora passava por uma cirurgia e não estava nada bem. Era quase cinco da manhã quando Charlotte, Edward, Emmett, Jasper, Rosalie, Alice, Bella e Chelsea pegaram um voo direto para Forks, Afton decidiu que iria mais tarde, pois tinha que pegar algumas roupas pra ele e pra sua esposa e Garrett e Victoria não podiam ir por conta do bebe que podia nascer a qualquer momento.

Já em Forks a noite estava sendo longa tanto para a policia que ligava os últimos fatos que envolviam Charles Everson, quanto para Renee que não saiu nem por um minuto do lado de Esme que só fazia chorar ou andar aflita de um lado pro outro e já passava das três quando um dos médicos veio dar noticia.

– Acompanhante do Carlisle Cullen.

– Eu. – Esme disse se colocando de pé.

– Bom a cirurgia em si não foi muito grave, mas o problema maior foi a hemorragia, nos tivemos que infundir um grande volume de sangue que ele perdeu, mas o resultado esta sendo bom.

– Ele não vai morrer é isso que o senhor ta me dizendo?

– Não posso dar certezas, mas podemos sim ter um pouco de esperança senhora.

– Obrigada meu Deus. – Esme soltou baixo e Renee a abraçou de lado.

– Eu disse que ia ficar tudo bem minha amiga. – Esme conseguiu ate dar um sorriso.

– Eu posso vê-lo?

– Ele ainda esta se recuperando, mas daqui uma hora mais ou menos a senhora poderá fazer uma rápida visita, ele ainda esta na UTI.

– UTI? – Esme disse novamente aflita, quem não conhece bem essa sigla se assusta ao ouvi-la.

– Sim, mas se ele continuar a reagir bem amanhã estará no quarto.

Esme

Eu nunca imaginei que passaria por um momento assim tão difícil lembro como se fosse ontem a noite que fiquei sozinha nesse mundo sem meus pais, ele não eram pais amorosos ou presente, mas eram tudo que eu tinha, perde-los tinha sido muito difícil, mas Carlisle nesta situação por minha culpa se ele morresse eu jamais conseguiria me perdoar, ser a causadora da morte do meu único e grande amor não seria um fardo fácil de carregar, sem falar nos garotos que também não me perdoariam, eu devia desculpas a eles e a toda família de Carlisle por estar fazendo eles passarem por essa situação, eu tinha ligado mais cedo para Charlotte e contei sobre tudo por cima, mas mal consegui falar direito quem terminou de explicar o ocorrido por cima e dizer onde estávamos foi Charlie marido de Renee e sinceramente eu seria eternamente grata por tudo que ele fez e estava fazendo pela gente, se não fosse ele Charles estaria vivo agora e eu provavelmente estaria com ele rumo ao inferno mais uma vez e talvez Carlisle nem estaria vivo, mas agora estava quase tudo bem, Charles Everson nunca mais faria mal pra mim nem pra qualquer outra pessoa ele estava morto e uma paz me invadia por saber disso eu estava segura novamente. Charlie tinha ido com a policia pra delegacia pra fecharem o caso e ele disse que depois teríamos que conversar sobre muitas coisas, pois eu conhecia bem menos de Charles do que supus. Renee estava exausta e eu já tinha mandado ela ir descansar um milhão de vezes, mas ela dizia que não sairia do meu lado, Renee era uma grande amiga a melhor que já tive em toda minha vida. Estava distraída e aflita pra ver Carlisle quando finalmente uma enfermeira se aproximou.

– Quem é Esme? – ela disse e eu rapidamente fui na sua direção.

– Sou eu.

– Carlisle acordou e esta impaciente querendo te ver vamos lá?

– Claro. – disse feliz, ele estava começando a melhorar e ainda queria me ver.

– Mas ele esta um pouco confuso ainda por conta da anestesia, mas é melhor ver você pra poder finalmente se acalmar e descansar.

– Esta bem. – disse e logo subimos e entramos numa sala onde ela me fez lavar as mãos e me deu um avental pra por cima da minha roupa que eu reparei melhor agora, estavam imundas, e também uma touca e uma mascara. – Ele esta tão mal pra eu ter de usar tudo isso? – perguntei pra enfermeira que me esperava tranquilamente.

– Não querida é só prevenção e também tem outros pacientes que estão em condições piores então é uma forma de protege-los.

– Entendi. – disse e logo entramos numa sala enorme, ela era circular e tinha camas e monitores que apitavam por todos os lados, comecei a olhar pra cada um a procura do meu amor e logo o avistei deitado com vários fios ligados a ele que me viu o olhando no mesmo momento e logo se agitou, andei rapidamente na direção dele, só não corri porque não teria espaço ali. – Meu amor. – disse e logo o abracei e as lagrimas começaram.

– Ai. – ele disse e eu logo me afastei.

– Te machuquei?

– Meu amor você ta bem, que alivio. – ele disse me olhando, ele estava lutando pra manter os olhos abertos e sua voz saia baixa como se estivesse com muita dor, olhei melhor pra ele que estava coberto apenas por um lençol e a sua barriga estava sendo comprimida por uma enorme faixa branca.

– Eu achei que ia perder você. – disse sem conter um soluço.

– Não vou te largar tão fácil assim.

– Eu te amo.

– Es fala pros meninos que eu amo eles e cuida deles pra mim.

– Nos vamos cuidar deles, você vai ficar bem. – disse afagando seu rosto e ele fechou os olhos, já estava começando a ficar aflita quando a enfermeira se aproximou de mim. – ele esta bem? – perguntei.

– Ele ta tomando muitos remédios pra dor que dão bastante sono, ele vai dormir agora.

– Que alivio. – ela sorriu pra mim.

–Você que é a namorada dele né?

– Sou.

– Ele falava muito de você. – ela disse e eu sorri e minutos depois deixei a UTI e votei pra recepção onde Renee praticamente cochilava.

– Vai pra casa amiga.

– Me deixa Es, e então como ele esta?

– Ele esta bem. – disse com alivio.

– Que bom né?

– Sim. – disse e limpei uma lagrima que escorreu.

– Porque ta chorando agora?

– Porque eu to feliz. – disse simplesmente.

Carlisle

Abri meu olhos e minha cabeça latejava assim como minha garganta doía, olhei pro teto que não me era estranho e então olhei ao redor, minhas ideias estavam vagas e confusas e espera eu estava na UTI do hospital que eu trabalhava e deitado? Olhei pra mim mesmo e vi o enorme curativo na minha barriga assim como os fios conectados ao meu corpo e agulhas enfiadas nos braços e então minhas memórias voltaram eu tinha tomado um tiro do ex marido da Esme que apareceu lá, lembro vagamente de Renee falando comigo e depois mais nada, não sabia onde Esme estava e então meu mundo caiu, se eu tinha tomado um tiro não tinha tido chance de proteger ela, Esme...onde você estava, tentei me sentar rapidamente e senti uma forte tontura.

– Não se levanta não. – a enfermeira veio correndo na minha direção.

– Esme? Cade ela?

– Calma Carlisle.

– Eu preciso vê-la, Charles não pode ter levado ela, eu preciso busca-la. – disse tentando arrancar os fios dos meus braços e ela me parou.

– Calma, ela esta bem e esta lá em baixo.

– Preciso vê la. – disse aflito.

– Deita e se acalma que eu vou buscar ela. – ela disse e eu me acalmei um pouco, então ela saiu e depois de longos minutos eu estava olhando ao redor quando a vi me olhando, minha cabeça e minha barriga doía e eu sentia que ia apagar em breve, pois tinham colocado alguns medicamentos no meu soro mesmo eu reclamando. E então ela se aproximou e estava bem, estava com o rosto um pouco machucado com alguns arranhões, mas estava ali perfeita e bem e do meu lado, estava conversando com ela, mas meus olhos pesavam e nem a vi sair, só lembro de fechar os olhos.

...

Acordei novamente e ainda estava na UTI, mas agora minha cabeça estava menos confusa a dor estava forte ainda, pior do que me lembrava, mas conseguia raciocinar sem tanto esforço...Esme minha Esme, ela tinha vindo me ver ela estava bem, eu a amava tanto, mas quem será que nos ajudou? E Charles? Será que aquilo ainda estava vivo? Se ele estivesse eu seria capaz de fazer uma besteira.

– Acordou meu camarada? – um dos médicos que trabalhava comigo disse se aproximando.

– Parece que estou dormindo pra você? – disse irônico e ele riu.

– pelo visto já esta bem?

– Só um pouco de dor, mas nada demais e eu quero sair daqui.

– Acorda já fazendo exigências, agora você é paciente. – ele disse divertido e eu revirei os olhos.

– Mas eu estou falando sério, quero ir pra um quarto e logo, lembre se que sou seu superior ainda.

– Isso não vale.

– Mas vai que cola. – disse e nos dois rimos.

– Mas você vai pro quarto mesmo, seu quadro se estabilizou agente só te manteve aqui pra observação por conta da cirurgia e por conta da transfusão.

– Eu recebi transfusão? – disse chocado, pelo jeito meu caso tinha sido grave.

– Você entrou em choque cara, achei que íamos perder você.

– Mas estou aqui firme e forte e quero ir pra um quarto onde eu poça ficar com minha família. – disse e ele riu.

– Vou providenciar chefinho.

...

Alice

Finalmente estávamos em Forks de novo, todos nos estávamos aflitos papai tinha tomado um tiro...não sei como isso pode acontecer, mas ninguém conseguia esconder sua preocupação, tia Chel tinha ido com Edward alugar dois carros pra gente poder ir direto pro hospital ver ele, não sei qual dos meus irmãos estava mais preocupado, Ed ainda conseguia manter a calma, Rose estava agarrada a vovó que também não estava nada bem, Emmett estava comendo muito totalmente ansioso e eu estava segurando a mão de Jasper que estava muito triste também, por dentro eu estava acabada, mas queria demonstrar um pouco de força tentando falar que tudo ia ficar bem, mesmo não tendo um pingo de certeza disso, então meu telefone tocou e era um numero desconhecido, meu coração começou a bater forte e se papai tivesse piorado?

– Alô? – disse receosa.

– Oi Alice, sou eu Esme.

– Esme? – disse alto o suficiente e logo todos estavam colados a mim pra ver se conseguia escutar algo.

– Sim querida, só liguei pra avisar que o pai de vocês vai ficar bem, eu consegui ver ele e neste momento esta sendo transferido pra um quarto já.

– Ai que alivio mãe. – disse e todos começaram a fazer gestos pra tentar saber e eu tapei o bocal do celular – Papai esta fora de perigo e esta indo pro quarto e a mamãe ja viu ele, todos suspiram aliviados e nisso Ed e a titia voltou e todos começaram a falar.

– Então desculpa se deixei vocês ontem muito preocupados é que realmente eu achei que poderíamos perde-lo.

– Esta tudo bem mãe, qualquer um ficaria nervoso numa situação dessas.

– Obrigada minha linda, e vocês onde estão?

– Já estamos no aeroporto em Port Angeles alugando carros pra ir imediatamente pro hospital.

– Que bom, o pai de vocês esta louco pra vÊ-los.

– VocÊ não? – disse brincando.

– É claro que eu estou, mas deixa eu desligar que estão me chamando acho que ele já esta no quarto.

– Tudo bem, ate daqui a pouco. – disse e desliguei, todos nos estávamos mais aliviados e aquele clima tenso já tinha diminuído bastante.

– O que mais ela falou? – Rose disse.

– Que ele esta com saudade e que já estava indo pro quarto.

– Mas ela não disse como ele tomou o tiro? – Ed perguntou.

– Esqueci desse detalhe.

– EEEE fadinha. – Emm falou e eu dei língua pra ele.

– Pelo menos eu atendi o telefone, porque se ela tivesse ligado pra você ela nem te entenderia com essa boca cheia de big mac. – disse e todos deram risada.

– Pode esperar vingança. – ele disse e tacou uma bolinha de guardanapo na minha cabeça.

– Ei garotos vamos logo, já pegamos os carros. – tia Chel nos chamou e logo todos nos encaminhamos pro estacionamento.

....

Esme

Assim que desliguei o telefone uma outra enfermeira veio me informar que ele já estava no quarto me entregou um pacote com as coisas dele e me fez assinar um papel e logo eu e Renee já estávamos indo pro quarto dele e quando entrei ele estava sentado, lindo como sempre e com o cabelo molhado, tinha acabado de tomar um banho, algo que eu também precisava.

– Meu amor. – disse sorrindo o olhando com certo contentamento ele estava vivo e bem e agora nada nos impediria de sermos felizes para sempre.

– Vem logo me dar um beijo. – ele disse com aquele sorriso malicioso e eu praticamente corri e tomei seus lábios nos meus num beijo longo e demorado e cheio de paixão, eu segurava seu rosto enquanto ele deslizava as mãos por minhas costas.

– Casal agente ta em um hospital. – ouvi Renee dizer e então nos separamos, mas sem tirar os olhos um do outro.

– te amo.

– Te amo mais. – ele disse.

– Ei gente.- Renee disse e quando olhamos na direção da porta demos de cara com Charlie ex marido de Rene e mais duas pessoas que eu supus ser policiais também, corei na hora e Carlisle sorriu.

– Não queremos atrapalhar, mas eles precisam pegar o depoimentos de vocês. – Charlie disse divertido enquanto os policiais nos olhavam sem graça.

...

Mais ou menos duas horas depois os policias foram embora com nossos depoimentos e Charlie ficou com agente, Carlisle bateu com a mão na cama e eu me sentei lá com ele que segurava minha mão e desenhava pequenos círculos nela.

– VocÊ me deve uma resposta. – Carlisle disse.

– que resposta? – perguntei confusa.

– Pega pra mim aquele pacote. – ele disse e eu fui me levantar pra pega-lo na poltrona, mas Renee foi mais rápida e me entregou o mesmo.

– Obrigada. Aqui esta. – disse entregando o pacote pra ele, que mexeu e mexeu e logo tirou uma pequena caixinha, a caixinha de ontem, era meu anel e então abriu ela.

– Então e minha resposta? – ele disse e eu comecei a chorar.

– Ai que romanticooooo! – Renee berrou e Charlie gargalhou.

– Es? – ele disse e eu so conseguia chorar e rir ao mesmo tempo, parecendo uma boba respirei fundo.

– E claro...claro que eu aceito. – disse sorrindo e ele pegou minha mão e colocou o anel que coube perfeitamente em mim e ele era tão lindo, ele beijou minha mão e eu logo tomei seus lábios num beijo meio demais pra situação, mas eu precisava daquilo, ele era meu tudo, era quem eu sempre esperei....graças a ele eu descobri o real sentido de amar, graças a ele eu tive uma chance de recomeçar quando tudo não tinha mais sentido na minha vida.

– Eita o que ta acontecendo aqui? – ouvi uma voz alta, grave e familiar...Emmett. Nos separamos e olhamos pra porta e estávamos sendo olhados por uma grande plateia, Jas, Rose, Emm, Lice, Ed, Bella, uma senhora que devia ser Charlotte e uma outra mais nova que devia ser a irmã de Carlisle.