-Elena está grávida. É bem recente, mas deu pra notar...

-Ah, meu Deus. – tomei a água toda do copo.

-Você já passou por isso, calma. Vai dar tudo certo. – ele deu uns tapinhas nas minhas costas. – Parabéns. – sorri e então some pelo corredor.

-Eu ouvi isso mesmo? – Ellen perguntou empolgada.

-É, eu vou ser papai de novo.

-Que legal! – Ellen vibrou. – E como está Elena? Ela gostou da notícia?

-Não sei se ela sabe... – encho o copo novamente e volto para o quarto.

Entro no quarto e deixo o copo em cima do balcão, ajudando Elena a sentar. Ajudei-a a tomar, segurando o seu copo, virando-o devagar. Gole por gole. Elena parecia um bebê nessa hora, precisando de ajuda. Droga, eu só consigo pensar em bebês! Isso está começando a afetar meu cérebro.

-Obrigada. – Elena afastou o copo vazio.

-Amor... Como se sente?

-Bem. Um pouco dolorida e enjoada, mas bem. Por quê?

-Eu tenho uma novidade pra você...

-É ruim?

-Não... Acho que não. – abro um pequeno sorriso.

-Fala logo!

-Você está grávida. – vejo a porta se abrir no mesmo momento, enquanto Jenna e Natan entram.

-O quê? – disseram os três juntos.

-O Dr. Matt disse que fez uns exames com você e me disse que está grávida... - sorrio.

-Ah, eu vou ter um irmão?!

-Ou irmã. – complementei.

-Ah, que droga. – Natan resmungou e saiu.

-Você não perde uma hein Damon? Vocês ficam sem ver por bastante tempo e na volta, parte pra agressão.

-Ele não teve toda a culpa mãe, para. – ouvi Elena dizer.

-Claro, filho não se faz com uma pessoa só. Mas com ele Elena?

            Desviei o olhar, encarando o nada por um tempo.

-Mãe, eu não quero falar sobre isso de novo.

-Mas filha...

-Mãe!

-Relaxa Elena... Eu... Vou ir pra casa, podem conversar à vontade.

Me afasto da cama de Elena e saio do quarto, ouvindo Elena me chamar. Vejo Natan sentado no sofá, jogando no celular. Fico ao seu lado, observando seu jogo de tiro, fazendo os bonecos jorrar sangue, aumentando seus pontos.

-Como você tá? – perguntei.

-Vivo. Responde?

-E em relação a...

-Pai, agora não. Eu estou jogando.

-Claro... - Digo sem paciência - Eu vou pra casa, quer vir?

-Não, eu vou depois com a vó a pé.

-Então tá. – Dou meia volta e saio do hospital, caminhando até o carro.

Entro e relaxo no banco, fechando os olhos, tentando esquecer parte do dia de hoje. Não acredito que vou ser pai de novo... Ligo o carro e vou em velocidade constante até em casa, me deparando com uma surpresa na caixa do correio. Saio do carro e vou até a caixa, retirando o papel e abrindo.

-Multa. Legal. – ironizei.

Levo o envelope para dentro de casa e jogo-o em cima do balcão. Abro a geladeira e devoro o resto da pizza, ingerindo várias latas de cerveja. Avisto então as garrafas de tequila, uísque e vodca.  Fitei-as por um belo tempo, talvez até meia hora, mas de algum jeito, não resisti. Peguei uma por uma, virando tudo no gargalo. Eu não sei por quanto tempo fiquei virando as garrafas, nem quanto tempo fiquei na cozinha, me empanturrando de coisas. Só sei que me apoiei no balcão da cozinha no momento em que a porta de entrada se abriu.