Eu acordei na manhã de primeiro de outubro...O ano já estava acabando e eu amava essa sensação de início de outono, fim de ano...Era a melhor época para mim.

Fui no banheiro e fiz minha higiene pessoal, voltei para o quarto e como sempre dou uma olhada em Clara e Suri para ver se elas já tinham se levantado, e como eu sempre acertava... Não!

Elas eram umas preguiçosas e por isso é que as vezes nos atrasamos.

Ignorei-as e fui para o meu quarto, tirei minha camisola de seda branca que a vovó Tina havia me dado de natal no ano passado. Eu só dormia com ela depois disso.

Coloquei o uniforme da escola, uma calça jeans azul escura, e meu all-star de coro branco. Fiz uma trança, o que geralmente era muito comum já que era meu penteado preferido!

Peguei minha mochila, e não sei se comentei antes, mas eu tenho uma gatinha...A minha linda Marrie!

Ela já é parte da família, sempre acorda junto comigo, e o que eu mais gosto nela é que ela não é preguiçosa como a maioria dos outros gatos. Ela me acompanha por todo lugar, menos para a escola. Claro...

Clara odeia ela, e esse é um dos outros motivos pelos quais brigamos...Só porque a Marrie está um pouco acima do peso, não precisa xingar a minha gatinha fofa de chupeta de baleia:

–Bom dia, Marrie!Como você está?!-eu digo fazendo carinho em sua barriguinha lisa:-Vamos tomar café?

Pergunto a ela que ronrona, eu amo essa gata!

Desço e minha mãe já está na correria, do café da manhã, e meu pai se enrolando com a gravata:

–Bom dia, Luna!-fala meu pai passando tentando dar um nó na gravata:

–Bom dia, pai...-digo me sentando na mesa:

–Amor...Poderia por obséquio me dar uma ajuda, aqui?-pergunta meu pai:

–Desculpe querido...Mas estou com pressa!Eu estou há três minutos atrasada par encontrar a senhora Blake, para resolvermos como ficará o seu jardim!-diz minha mãe ignorando meu pai, o que me faz rir:

–Quer ajuda, pai?-pergunto a ele:

–Seria ótimo, abelhinha...-fala meu pai.

Foi quando eu tinha quatro anos, que meu pai me deu esse apelido fofo, porém bobinho.

Porque eu era muito alérgica abelhas, e eu tinha pavor quando via uma. Sério, eu gritava muito e fazia um verdadeiro show de rock!

Aí, meu pai começou a me chamar de abelhinha, não se como mas o pavor de abelhas fora sumindo conforme ele me chamava assim.

Não o medo por completo, eu ainda quando vejo uma abelha dou-lhe o jornal nela:

–Muito obrigado, abelhinha!-fala meu pai pegando três torradas e indo saindo com minha mãe, para primeiro levá-la ao seu compromisso e depois para o dele.

E quando ele abre a porta, Nanny a nossa babá super carinhosa entra...Ela é quem cuida da Suri e do Léu que essa altura já tinha acordado com o barulho do secador portátil de Clara:

–Olá senhor e senhora Lind!-fala Nanny:

–Oi, Nanny querida estamos atrasados!Aliás quando não estamos?-fala meu pai saindo correndo para o carro:

–Nanny, querida chego hoje depois das quatro tá?!E eu sei que você vai embora as duas e meia, então deixe a chave com a Luna!Tchau querida, tenha um bom dia! Beijo filha, tenha um bom dia de escola!-berra minha mãe saindo.

Nanny sorri para mim, e eu sorrio para ela. Depois do meu diário, era para ela que eu contava tudo da minha vida. Na verdade era ela quem sabia da minha paixão secreta pelo Stefan.

Ela tinha por volta de uns dezenove anos, e estava fazendo faculdade de psicologia.

Ela era magra, um pouco baixa para sua altura.E foi isso o que nos tornou tão próximas porque eu também não tinha uma altura digamos proporcional para uma menina de quinze anos. Enfim, ela tinha olhos verdes, como os meus... Acho que é de família, porque todos daqui de casa tinham olho verde...Até a babá! Irônico, não acham...?Eu sempre achei:

–Oi, Luna!-ela diz:-Pronta para o batende de hoje?

–Hm..Se a preguiça controlasse a minha vida te garanto que nem saía do meu quarto!-eu digo e ela ri:

–Deixa eu adivinhar...Clara está...-ela escuta o chuveiro sendo ligado:-Acabou de entrar no banho. A Suri deve precisar da minha ajuda para colocar nela sua fitinha rosa, daqui a....3, 2, 1...

–Nanny!!Você já chegou?!Nanny, socorro!-berrava Suri de seu quarto e eu ri:

–Viu...E com esse berro, seu lindo irmãozinho vai acordar, a....-ela iria falar mais ouvimos o choro do Léu:

–Agora?-pergunto e ela sorri:

–É...Toma seu café e apressa a Clara. A diretora proibiu vocês de chegarem atrasada! E também você tem que sentar pertinho do Stefan....-ela diz e eu corei. Sempre corava quando ela fazia isso comigo:

–Para Nanny! Fala baixo!-eu digo jugando uns pãezinhos nela, que saiu correndo para o quarto da Suri.

Tomei meu café e fiquei olahndo pela janela, as folhas avermelhadas do outono começando a colorir nosso bairro. E atravessando a rua da nossa casa eu vejo a Emyli Blake.

Como sempre com seus gigantescos óculos de grau, o cabelo amarrado com uma fita branca. O uniforme normal, e sua sapatilha branca.

Nós estudávamos juntas, na mesma série, e ela era um pouco gozada, mas eu não a zoava como todo mundo. Todos nós tínhamos problemas que nunca contamos, mas os dela eram assustadores.

Estava a vendo passando quando de repente ela caiu no chão, e falava algo com alguém, mas não tinha ninguém ali. Ela parecia com muito medo, porque começa a jogar seus cadernos na direção de um nada, que era para onde ela estava olhando com pavor.

Com medo da menina ter um treco aqui em frente de casa, eu saio e vou até ela:

–Emyli!Emyli!-eu a chamo e ela se vira para mim:-V-Você está bem?

Pergunto a ajudando a levantar:

–O-Oi, Luna...Estou sim!E-Eu s-só tropecei...-ela gagueja:

–Parece assustada...-eu digo:-Não quer um pouco d'água, você está pálida!Mais do que o normal...

–N-Não precisa!-ela fala pegando suas coisas no chão:-Foi só um tropeção...Eu sou desastrada!M-Mas obrigada por perguntas e vir me a-ajudar...A-Até a es-escola!

Então ela segue seu caminho a passos largos e bem mais velozes:

–Bom...Até!-eu digo alto e ela nem se vira para me olhar, apenas responde:

–A-Até!-ela fala, virando a esquina.

Volto para dentro de casa, com uma dúvida...Até cheguei a olhar para onde ela tinha olhado...Mas não havia mesmo nada lá...

Entro em casa e Clara já está tomando café.

Clara tinha cabelos loiros acinzentados lisos com cachos nas pontas. O que ela fazia toda manhã antes de ir para a escola.

Estava com o uniforme, porém com seu all-star roxo e rosa florescente.

Ela amava aparecer:

–Ei...Onde você estava?-perguntou ela quando me viu:

–A Emyli, estava passando e do nada ela...Eu acho que ela caiu e começou a falar...-eu iria terminar se ela não tivesse a mania insuportável de me cortar:

–Deixa eu adivinhar, a falar sozinha!Acertei?-ela pergunta:

–Mais ou menos...-eu digo:

–Tá vendo?!E você ainda defende essa estranha...Essa garota deveria ir para um asilo para loucos!-ela diz:

–Também não é assim, né Clara!Ela só caiu, mais nada...-eu digo dando a conversa por encerrada:

–Tabom, estresse...Discussão de manhã para mim não dá!Que tal depois da escola?-ela pergunta em deboche:-Será que a rainha dos nerds, tem tempo?

–Não sei....Deixa eu olhar na minha agenda invisível!-eu digo a debochando. Isso a deixava com muita raiva:-Oh, me desculpe....Mas eu não tenho tempo hoje para discutir coisas idiotas e sem sentido, com uma pessoa lesada. Deixa para um outro dia, quando eu estiver com paciência para te aturar!

Ela rosna e termina de comer.

Peguei minha mochila e fomos saindo:

–Tchau Nanny!-berro para Nanny. Sempre fazia isso:

–Tchau!Não se atrasem para o almoço!-ela grita tentando acalmar o Léu e ajudando a Suri a se vestir. Só ela para fazer isso, com tanta paciência:

–Pode deixar!-grito de volta.

Fomos andando até um certo ponto em silêncio até a Clara inventar mais uma discussão:

–Só você mesmo para ter amizade com a empregada!-diz Clara:

–Que empregada?!Ela é a babá dos nossos irmãos!Preferiria você tomar conta deles?

–É ruim, heim...Deles eu quero distância!-ela diz. E vimos o Stefan saindo com o seu irmão gêmeo Steven.

Acho que não comentei isso, né?! Bom Stefan e Steven são irmãos gêmeos, mais de aparência deferente. Digamos que o Steven era lindo, mas o Stefan era um pouco mais:

–Mas deles eu quero proximidade...-diz Clara os olhando:

–Bom para você...-eu digo colocando meus fones de ouvido e embarcando em ouvir uma música que ,e faça refletir...

Hoje, o dia iria ser muito longo.