O Sorriso Psicopata escrita por Wendy


Capítulo 5
Do outro lado da ponte


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas!

Boa Leitura!



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Decidi ir para aquela casa sem pensar duas vezes, mas o rio era grande e a água estava muito agitada, não conseguiria nadar ali.

Caminhei ás margens do rio na esperança de encontrar uma ponte; as nuvens estavam cada vez mais escuras, avisando que uma chuva forte viria em breve, fazendo com que a floresta também ficasse cada vez mais escura e sombria, mas eu não iria desistir na metade do caminho.

Animais me observavam com olhares curiosos, alguns corriam com medo.

Quando parei para observar o local, percebi que estava em uma mata fechada, mas havia uma trilha por onde eu estava seguindo, alguém já passara por ali. Eu não via o rio, mas sabia que estava por perto, podia ouvi-lo.

No final da trilha havia várias plantas altas, com espinhos tão grandes quanto facas, aproximei-me delas com cuidado e pude ver entre suas folhas o rio e também, uma ponte.

Dei alguns passos para trás para observar melhor as plantas e descobrir um jeito de chegar ao outro lado, quando ouvi um barulho horripilante... Era um rosnado.

Olhei para trás e o que vi deixaria muitas pessoas sem sono.

Um enorme lobo com patas e dentes afiados sujos de sangue fresco, seus olhos, cinzentos assim como seu pelo, encaravam os meus com sede do meu sangue e em suas presas, uma cabeça humana com o rosto desfigurado.

Sua pata direita traseira chutou algo que parecia ser um coração e em seguida ele cuspiu a cabeça e veio em minha direção lentamente, ainda rosnando.

Andei para trás, estava começando a ficar desesperada, não estava com nada que pudesse machucar pelo menos um pouco aquela besta.

A cada vez que olhava seus olhos meu desespero crescia, até que olhei para o chão e vi um galho, peguei-o rapidamente como um bastão de Baseball.

-Não se aproxime! –Gritei.

Mas isso não ajudou nem um pouco. A criatura pulou para cima de mim, iria morder meu pescoço, mas coloquei o galho na frente e ele o mordeu. Corri para trás dele vi que o galho já estava destruído. Antes dele se virar agarrei seu focinho prendendo sua respiração fazendo com que ele ficasse furioso e com mais sede do meu sangue. O lobo deu uma forte patada em meu braço e ao mesmo tempo em que gritei de dor, juntei minhas forças para virar seu pescoço para cima ouvindo um “Crack”.

Caí no chão, meu braço ficou com uma profunda marca de três garras e ardia muito.

O animal cinzento ainda tinha forças e correu para as plantas sem saber em que direção estava indo, fazendo com que os enormes espinhos perfurassem seu crânio, sua cauda abaixou-se ao poucos enquanto ele agonizava e por fim, morreu.

Senti um grande alívio, mas a dor do meu braço ainda era maior.

Cheguei perto do lobo morto e vi que uma das plantas não tinha nenhum espinho, abri caminho e finalmente cheguei até o rio, onde lavei meu braço que parecia estar queimando. Arranquei um pedaço da barra do meu vestido e amarrei em volta das marcas que o bicho meu deixou de lembrança.

Atravessei a ponte de madeira e pude ver a casa, parecia mais perto.

Andei até lá pensando no que havia acontecido. O lobo estava no final da trilha, perto da ponte, ele estaria lá de guarda ou era simplesmente uma coincidência? Será que aquela pessoa que morreu em suas presas e teve seu coração chutado também estava tentando ir para a casa?

Antes que pudesse pensar em mais coisas, percebi que estava em frente a casa, era uma cabana muito simples e velha, será que alguém morava ali?

Fui até a porta e estava aberta, então entrei o mais silenciosamente que pude.

Estava escuro, mas pude enxergar um sofá coberto com peles de animais e uma mesa de centro a sua frente. Do outro lado havia uma lareira, uma mesa e alguns armários. Havia também uma porta perto do sofá.

-Boa noite. –Uma voz masculina disse atrás de mim, aquilo fez meus olhos se arregalarem. – O que trás uma menina tão linda a essa humilde cabana?

Olhei para trás e vi um homem que aparentava ter 25 anos, ele era pelo menos vinte centímetros mais alto que eu, seus cabelos eram tão negros que se misturavam com o escuro, assim como os meus. Ele parecia bem calmo. Mas eu estava com uma sensação estranha, talvez por que não éramos os únicos ali, quando o homem andou até uma parte da casa com mais luz, perto da porta, pude ver que ele estava arrastando uma mulher ruiva de olhos verdes, ela estava com um pano em sua boca e desesperada pedia ajuda enquanto chorava muito.

-Quem é você? – Eu disse.

- Ah, onde estão os meus modos? Pode me chamar de Jack, sou o dono dessa cabana. Se bem que a visita aqui é você, deveria se apresentar primeiro não acha? Mas não tem problema, eu já sei tudo sobre você... Priminha.

-Priminha?! –Eu tenho um primo? E ele é um sequestrador?! Agora minha mente estava transbordando em perguntas.

-Sim, eu sou filho único da sua tia Violet. –Disse ele enquanto abria a porta. Pensando bem, ele se parecia mesmo com ela. - E nós temos muito em comum... Nós três.

-Como assim?

Do outro lado da porta havia um corredor e Jack já estava lá dentro quando perguntei.

-Venha comigo Jane, prometo que depois explico tudo. –Pude ouvir sua voz que já estava distante.

Entrei no corredor que estava ainda mais escuro, agora não dava pra enxergar mais nada, mas segui em frente até chegar à outra porta. Lá também estava escuro.

-Fique à vontade e assista ao show. – Disse Jack, sorrindo, enquanto ligava a luz.

A moça ruiva estava com suas pernas e braços amarrados á mesa e continuava com o pano em sua boca, estava mais assustada do que quando a vi pela primeira vez e Jack estava pegando alguma coisa em um dos vários armários que havia no quarto. Era uma agulha e um fio preto.

-Shhhh, você fala muito. Assim não consigo nem pensar!

Depois de falar isso, ele tirou o rapidamente o pano que estava na boca da pobre moça e fez o que eu já estava imaginando que iria acontecer, costurou seus lábios sem nenhum tipo de anestesia.

- Bem melhor! –Disse ele pegando duas facas no armário. – Agora podemos continuar.

Jack enfiou sem pena alguma uma faca em cada ombro e fez um caminho com elas até os pés da ruiva que tentava gritar e fazer algo. Era como nos filmes de terror que eu sempre assistia, mas dessa vez era ao vivo e muito melhor.

Não satisfeito, ele enfiou a faca em um dos belos olhos verdes da garota, perfurando-o e tirando a o olho com a faca, deixando um buraco. Lágrimas com sangue caíram do outro olho, que estava se fechando.

-Já vai partir? –Jack estava observando o olho em sua faca. –Achei que você fosse mais forte... Bem, você tem sorte por eu estar cansado hoje, então vou tirar sua vida de uma vez!

Dito isso, Jack fez um corte no corpo da garota e abriu, tirando seu coração com a faca. Depois olhou para mim e disse:

-Sempre deixo o coração para meu cãozinho de estimação. Espero que ele não tenha dado muito trabalho a você!

-Cãozinho? Está falando do lobo cinzento?

-Acertou!

Suspirei com um pouco de raiva e disse:

-Ele está morto!

-O que? Você matou meu bichinho? Você não tem ideia de como foi difícil adestrar aquela coisa! Mas tudo bem, eu estava mesmo pensando em pegar um novo, dessa vez quero um urso!

-Que seja... Você me prometeu respostas!

-Bem... Por onde eu começo? – Ele parou para pensar por alguns segundos. – Sua tia era igual você, não fisicamente, mas pelo fato de ela também ser uma psicopata. Ela matava e torturava muitas pessoas e o único que sabia disso era seu pai, ele não falava muito dela não é mesmo?

Concordei com a cabeça.

-Quando eu era criança ela, seu pai e o meu pai perceberam que eu também tinha sinais de um psicopata e eu, minha mãe meu pai nos mudamos para a casa que você vai morar agora e... – Ele suspirou e depois disse – Meu pai amava minha mãe, mesmo sabendo que ela era assim, mas eu o matei. Minha mãe apenas me expulsou de casa e construí essa cabana e essa sala de torturas. Com o passar do tempo, ela foi perdendo o interesse em matar pessoas, mas eu sei que ainda existe, mesmo que pouco, o desejo de matar na alma dela. Seu pai pensou que eu também estava morto.

-Porque você matou seu pai? –Perguntei.

-Pelo mesmo motivo que você matou os seus. Mas me arrependo.

-Se arrepende?

-Sim. Matar alguém da sua própria família não é algo que se deve fazer... –Fiquei pensativa.

-Mas eu gostei de você – Ele aproximou-se de mim e pegou meu queixo, erguendo minha cabeça. – Que tal formarmos uma parceria? Preciso de alguém para me avisar se a polícia estiver por aí, sabe? Agora não tenho mais meu lobo para ficar de guarda... E em troca deixo você usar minha sala de torturas.

-Não estou interessada. –Peguei sua mão e joguei-a contra ele.

-Bem... Eu não gosto de concorrência e já que você não quer se juntar a mim, um de nós terá que sumir... E não serei eu! –Disse ele pegando uma faca lentamente.

-Você mesmo disse que matar alguém da própria família não é algo que se deve fazer! –Andei para trás, estava desarmada.

-Tem razão... Mas para falar a verdade, eu nuca considerei você como parte da minha família. –Sua voz estava ficando cada vez mais séria.

-Fique longe de mim!

Saí da cabana o mais rápido que pude e corri para a floresta sem olhar para trás, agora estava muito mais escuro do que antes, a noite já estava caindo e o tempo de chuva não ajudou nada, tudo que conseguia ouvir era meu coração acelerado e passos me seguindo, que estavam bem próximos, mas aos poucos foram ficando mais distantes.

Depois de uma longa corrida cujo preço seria a vida, finalmente cheguei à casa de tia Violet, ela não estava lá, mas a TV estava ligada e na mesa de centro havia uma faca e umas batatas, algumas descascadas, provavelmente para o jantar.

Fechei a porta e peguei a faca enquanto tomava fôlego.

Ouvi passos se aproximando, Jack estava perto, até que a porta se abriu.

-Eu mandei ficar longe! – Gritei enfiando a faca em seu estômago e subindo com ela até seu pescoço... Mas percebi que alguma coisa estava errada logo que tirei a faca... Não era Jack e sim minha tia Violet que caiu aos meus pés e estava agonizando.

-Tia Violet?! E-Eu não queria fazer isso! –Senti a vida de Violet ir embora enquanto seus olhos castanhos perdiam a cor e se fechavam lentamente, iguais os de meus pais.

-Priminha! Onde está você? Não pode fugir para sempre! –Ouvi Jack cantando do lado de fora.

A porta abriu e o homem que estava com um sorriso no rosto agora estava chocado e com ódio e desespero em seus olhos.

-Você matou minha mãe sua vadia! – Gritou ele. Quando eu fui tentar falar algo fui interrompida. – Eu vou te matar!

Ele avançou com a faca contra meu rosto, mas consegui desviar e correr para a porta, mais uma corrida pela vida estava começando.


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Notas finais do capítulo

Digam se gostaram, se não gostaram, deixem sugestões :)



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