Cap 20 - Mesmo os mais fortes tendem a cair

- Bom, se só tem duas pessoas de vigia isso significa que os outros estão nos encurralando, não é Ryuugo-san?

Quando Sawari disse isso um grande contingente de homens se formou em volta deles fazendo com que eles saíssem do beco e fosse para rua.

- Entendeu agora Toshiro-kun?

- Nem precisava perguntar... O que faremos? Lutamos com eles?

- Não, aguardem um pouco.

- O que? Aguardar? Sawari-san estamos cercados!

- Eu disse para esperar Shinpachi-kun.

-Ora, ora se não é a doce e adorada No-chan. Espere como você é chamada atualmente? Ah, lembrei. Sawari-chan.

O samurai loiro dizendo isso se aproximou do quarteto.

- Ryuugo, era obvio que você viria, não é?

- Logicamente, o que meu mestre disser é uma ordem para mim.

- Então ele também veio.

- Ora parece que você tem certeza já que não perguntou.

Um silêncio se instaurou no lugar até que Hijikata o quebrasse.

- Onde está o Yashiro?

- Então o nome do garoto é mesmo Yashiro, parece que a mãe dele tem pouca imaginação para escolher nomes não é... Hahahaha... Tragam o garoto.

Um dos homens que estavam na porta da casa entrou e trouxe o garoto no colo, o pequeno Yashiro estava inconsciente, preocupando o quarteto.

- O que vocês fizeram com ele?

- Nada, Fukuchou-kun, não fizemos nenhum arranhão. Ele era apenas uma isca para pegarmos o tubarão maior.

Dizendo isso o loiro deu um sinal ao homem que carregava o Yashiro e este o entregou ao Hijikata e se afastou logo depois do quarteto. Nisso a samurai ruiva sussurrou ao grupo.

- Quando eu der o sinal vocês vão sair daqui levando o Yashiro para longe e indo encontrar com o Gintoki, estão me ouvindo. E não vão voltar atrás, ok?

- Por que faríamos isso ô ruiva?

- Kagura-chan está certa eles são muitos.

- Pelas minhas contas pelo menos uns 40, como você quer que fujamos te deixando aqui.

- Kagura-chan, Shinpachi-kun, Toshiro-kun se vocês ficarem aqui não posso usar a minha força total sem me preocupar, além do que seria perigoso para o Yashiro-kun. E lembre-se do que o Gintoki disse, eu sei o que faço. E mais, eu tenho uma promessa para cumprir e assim como aquele albino eu não pretendo morrer pelas mãos desses vermes.

Depois de escutarem a samurai ruiva eles concordaram não sem antes se expressarem.

- É bom você não morrer ô ruiva, você ainda tem que me explicar o lance desse seu guarda-chuva.

- Além de que ainda não sabemos a sua relação com o Gin-san.

- E ainda temos muito o que conversar Sakura-san.

-Ainda me chama assim Toshiro-kun? Pode deixar minna, eu vou explicar tudo a vocês.

- Espero que a conversa suas já esteja acabando No-chan.

- E quem te deu permissão para me chamar assim Ryuugo.

- Não preciso disso, preciso?

Em apenas um milésimo de segundo o samurai loiro deu um sinal e todos partiram para atacar a samurai ruiva.

- VÃO, CORRAM, AGORA!!!

Os três, e o Hijikata levando o Yashiro nas costas, saíram correndo do lugar, depois de correr um pouco se deram ao luxo de olhar para trás e perceberam que ninguém os seguia. Olhando aonde a batalha ocorria eles tiveram a visão do inferno.

Sawari estava com duas katanas em mãos atacando com força e agilidade seus inimigos. Já havia vários corpos mutilados no chão e a samurai ruiva estava intacta.

Hijikata se sentiu aliviado ao ver isso e seguiu em frente.

Mais algo estava estranho.

O Fukuchou do Shinsengumi estava angustiado.

Se sentiu tentando a olhar para trás.

Ele parou de correr chamando a atenção dos dois membros do Yorozuya.

- O que foi Hijikata-san?

- Por que você parou Mayora?

- Algo está errado com a Sakura-san.

- Hã?? Com a Sawari-san? Mas não dá mais para vê-la daqui.

- Vamos subir ali e olhar. - Disse Kagura apontando para o telhado de uma casa.

- Não, peguem o Yashiro e o levem até aqueles velho e vão encontrar o seu chefe.

- Mas Hijikata-san...

- Vão, só vou dar uma olhada e alcanço vocês.

- Ok então.

Shinpachi pegou o Yashiro, o colocou nas costas e junto com a Kagura seguiram correndo em frente.

Hijikata subiu no telhado esperando que seu pressentimento estivesse errado. Entretanto a cena que viu o deixou estático, não apenas isso, assustado, imóvel e desacreditado.

A samurai que ele conhecia.

A samurai que lhe prometeu que sairia bem.

Essa samurai estava perdendo.

Não.

Ela perdeu esta batalha.

O contingente de homens ainda estava ao redor dela mais quem a atacava era o samurai loiro.

Ele a atacava por todos os lados não dando oportunidade a ela nem mesmo de respirar.

As katanas da ruiva estavam muito longe do seu alcance e o loiro aproveitava cada brecha que a ruiva tinha.

Seu estado estava caótico, suas roupas estava ruídas, na parte de baixo sua saia se mantinha erguida por um misero fio de pano que restou intacto, na parte de cima seu quimono já estava todo rasgado, e os seus seios só estavam tampados por que estavam cobertos por uma faixa, esta estava, a pouco, por cair.

O estado do seu corpo era ainda pior. Havia vários e profundos cortes por toda a sua extensão. Cada vez que a katana a acertava mais um profundo corte aparecia, seja no rosto, braços, tórax, barriga, pernas, tudo estava coberto de sangue, da mesma cor que o seu cabelo.

O samurai loiro não deu moleza até perceber que a ruiva estava prestes a cair. Foi quando ele colocou a katana rente a direção da cabeça da ruiva e levou o braço para traz como se preparasse um ataque.

Hijikata vendo a terrível situação estava quase indo até a ruiva mas se lembrou do que ela disse, para ele não voltar atrás.

Kami, como ele queria ir contra isso. Mais ele sabia que se fosse até ela poderia ser uma brecha para que fossem até os garotos.

Hijikata ainda não conseguia acreditar em que seus olhos viam, tudo se passava rápido mais era processado lentamente por sua mente.

O samurai loiro com um ataque rápido transpassou a katana no pescoço da samurai ruiva.

A ruiva tentou levantar, em vão, seus braços ensanguentados.

Ela tentou lutar, o pouco que podia, pela sua vida.

Aos poucos os olhos róseos perdiam seu brilho.

Uma pequena puxada de ar foi a última reação da Sawari.

E num ataque, que o Fukuchou do Shinsengumi quase não pode ver, Ryuugo girou a katana para o lado direito e a tirou cortando metade do pescoço da ruiva.

Tudo o que se escutou nessa hora foi o baque surdo que se fez no chão frio de Kabuki-cho com o corpo inanimado de Sawari.