Magnus tentou, com algumas coisas que tinha, fazer um outro portal. Acontece que ele só nos levou alguns anos na frente, o que não adiantou nada. Depois de muitas, muitas brigas nós fomos para o instituto.

Batemos na porta e uma garota da mesma idade minha e de Isabelle nos atendeu, ela era muito bonita e tinha os cabelos bem loiros.

–Quem são vocês? E que raios de vestimentas são essas? – perguntou a garota.

–Jessamine querida, pode ir chamar Charlotte ou Sophie para nós?

–Como me conhece? – indagou Jessamine – Quem são vocês? Se for sobre aquele gnomo, não fui eu.

Jessamine se cansou de olhar para nós e por isso foi chamar a tal da Charlotte ou da Sophie. Tessa e Jem se olharam, encabulados com o porquê a garota não sabia quem eles eram.

Logo na porta apareceu uma moça, ela parecia ser da idade de Tessa o de Maryse. Era realmente muito jovem e bonita. Ela estava grávida.

–Olá... – disse ela nos olhando de cima a baixo – Magnus?

–É uma história engraçada, mas se você nos der a oportunidade prometo explicar tudo.

–Claro, venham – disse.

Era muito parecido com o que morávamos, não podia negar. Contudo parecia existir uma bruma invisível de “velhice” caindo por cima de absolutamente tudo. Charlotte, segundo Tessa me sussurrou, ela a moça que estava nos levando para dentro. Fomos até uma sala com lareira.

–Creio que seja mesmo uma ótima história – exclamou Charlotte – Teria a honra de me contar?

Magnus suspirou e sentou-se na cadeira com intimidade com a mulher, Tessa e Jem ainda olhavam para tudo maravilhados mas, curiosos para saber porque ela não os reconhecia.

–Como feiticeiro crio portais usando elementos naturais ou específicos, nós estamos a pouco mais de cem anos na frente e estávamos passando férias em um lugar chamado Las Vegas – disse – É como um Pandemônio todos os dias...

–E os pais dessas crianças todas simplesmente deixaram você sair com eles? Pelo anjo, quem são os sem juízo? – perguntou levando a mão a boa horrorizada.

–Nós – disseram sem jeito, Maryse, Jem e Tessa.

Charlotte soltou um risinho nervoso, como se falar aquilo fosse um desrespeito. Definitivamente era, mas viemos de épocas diferentes, então é normal que tenhamos essas desavenças culturais.

–Bem, mas o que realmente aconteceu?

–Criei um porta com destino Havaí aí acontece que eu estrague tudo, estávamos alguns anos atrás criei outro portal mas viemos parar aqui, eu sei que eu não posso ficar aqui em um instituto mas eles são caçadores e devem – pediu Magnus.

–Ora Magnus, você já nos ajudou tanto e por mais que possa parecer insano realmente acredito que você tenha feito isso mas, que não seja por mal – sorriu Charlotte – Não o expulsaria você daqui assim sem mais nem menos, eu acolherei todos. Quem são todos?

–Aqueles são os Maryse, Alec, Isabelle, Clarissa & Max Lightwood – apontou para nós – Esses aqui são Myranda e Jace Herondale – apontou para Jace e Myra – Esses são... Vocês usam o Carstairs ou o Grey?

Max era tão quieto que quase não o notávamos, mas ele veio com Maryse.

–Carstairs – responderam juntos.

–E aqueles James & Teressa Carstairs – sorriu – E ele é Simon, o namorado da Isabelle.

–Bem, é um prazer conhecer todos já que muitos dos seus parentes estudam aqui – sorriu Charlotte – Mas, primeiro acho importante vocês se vestirem nós temos um hospede perpetuo que é...

De repente ele entrou. Eu soube naquele momento que aquele era o tal do “Will”, era um garoto da idade de Jace mas, parecia velho como Jem. Ele usava roupas antigas, tinha o corpo marcado com runas. Dono de grandes olhos azuis em pleno destaque em sua pele pálida e seus cabelos negros.

–Charlotte, peça para o Ligthverme do Gabriel ficar longe de mim antes que eu lhe quebre a fuça... – ele parou de falar para olhar o Alec – Raziel, você é algum clone de Gabriel? – olhou para nós – E porque vocês não estão vestidas? Quero dizer, não que eu não tenha gostado né...

Charlotte colocou a mão na testa como se já estivesse esperando por aquilo. Eu, Isabelle e Myra estávamos discretamente de boca aberta, aquele Will era realmente bonito demais.

–Will – interrompeu Charlotte.

Ela rapidamente contou a história a ele e pediu que Will guardasse segredo, ele afirmou e disse tudo bem. Não tirou os olhos de Jem e Tessa como se algo neles fosse incrivelmente familiar.

–Esse é Will Herondale, aqueles são Alec, Isabelle, Clarissa, Max e Maryse Lightwood – disse – Aqueles são Jace e Myranda Herondale, Magnus você já conhece, aquele é Simon e os dois a direita são James e Teressa Carstairs.

–Herondale?

–Lembra que te disse sobre futuro, pois bem eles são seus parentes.

–Eu casei? Pelo anjo – disse rindo – Beatrice vai gostar de ouvir isso.

Jem e Tessa se olharam querendo saber quem diabos era Beatrice.

[...]

Uma moça com um corte na bochecha nos levou aos nossos “aposentos”, Tessa disse que ela se chamava Sophie e que era a melhor amiga dela quando morava aqui.

Ela nos deu vestidos, Tessa disse que o que eu estava usando foi usado por ela nos seus primeiros dias de instituto. Era um belo vestido rodado, com várias camadas, era rosado e tinha babados delicados. Não tinha decotes nem nada, era reservado o que incomodou um pouco Isabelle.

Todos recebemos roupas de acordo com a época. Inclusive Jace que sinceramente pareceu ter saindo do romance O Morro dos Ventos Uivantes. Claro, que sendo o Jace ele continuava lindo.

Jace reclamou quando Sophie nos deu quartos separados, ela disse que não era reciproco uma moça respeitada como eu dormir com o namorado, e que só quem fazia coisas desse tipo era o “Sr. Herondale” tentei dizer a ela que o Jace também é um Sr. Herondale e foi então que ela proibiu mesmo que eu dormisse com ele, disse que os “Sr. Herondale não são confiáveis” Sophie não me deu ouvidos.

Henri marido de Charlotte era um cara incrível, Magnus disse que ele tinha uns parafusos a menos mas que era uma ótima pessoa. E ele estava certo, também nos recebeu com amor.

Jessamine, a garota chata da porta, era ainda mais insolente do lado de dentro. Ela odiava tudo relacionado a caçadores de sombras e Isabelle quase deu uma bofetada na cara dela. Disse que só não o fez porque, repito “a porra do vestido não permite que eu lute sua loira aguada”.

E agora eu, Isabelle e Myra estamos de castigo no mesmo quarto. Mas, não foi exatamente por isso. Todos causamos confusões na hora do jantar.

Hora do Jantar

Sophie veio gentilmente nos chamar para jantar, eu estava morrendo de fome claro. Me sentei de frente para Isabella, Myra estava de um lado e Jace de outro. Magnus sentou ao lado de Alec e Sebastian ao lado de Myra. Mas, enfim nos sentamos.

Nos foi servido espaguete e frango, não era como hambúrgueres e batatas fritas mas, era gostoso.

–Então, como é viver em outro século? – perguntou Will – Vocês garotas saem sempre daquele jeito na rua?

A garota que estava ao lado de Will, era Beatrice, deu lhe uma cotovelada e riu. Ela era muito legal, até Izzy gostou dela. Beatrice era tão bonita quanto Will, tinha longos cabelos castanhos caindo em forma de cachos no meio das costas, grandes olhos verdes e redondos, um rosto delicado e embonecado. Mas, ela não era tão delicada quanto parecia.

–Não, estávamos nos divertindo não usamos aquilo sempre – disse a Will.

–Isso é uma pena, você ficou muito bonita naquela vestimenta – sorriu.

E pelo Raziel, que sorriso lindo.

–Acho que ensinarei Clary a vestir burca – comentou Jace.

–Porque esconder alguém tão linda sob uma burca? – sorriu Will.

–Por que esse alguém é meu e se eu quiser eu escondo – disse.

Will ignorou Jace, voltou-se para mim.

–Clarisse não é mesmo? – concordei com a cabeça – Vou chamar você de Clary – apontou para mim – Você de...Myra – sorriu – E você a morena bonitona de...Izzy – Will sorriu – E você, pelo anjo parace que conheço você – apontou para a Tessa – Teressa é um nome muito feito para alguém tão bonito, vou chamar você de... Tessa – sorriu novamente –Isso mesmo, nomes muito grandes não são legais.

Jace bufou.

–A é mesmo? E que apelido você dá para namorado da Clary?

–Apelido? Achei que Jace já fosse um nome idiota por si só, não preciso dar um apelido para isso – riu Will – Mas, já que você insiste vou chamar de loiro da China, soube que há muitas mercadorias falsificadas da China.

Jace quase deu um soco na cara de Will mas, não o fez.

–Magnus e o aquele cara são os únicos que merecem apelidos legais. Tipo o Magnus é Lorde Purpurina – disse Will – E o carinha ali que tem cara de ser super gente boa, James não é? Vai ser só Jem.

Jace e Will talvez nunca percebessem o quanto tão parecidos.

Depois do jantar nós fomos para sala de estar, idêntica à do Instituto de Nova York.

–Vocês já sabem a história das nossas visitas, todos concordamos que vocês são mais que bem vindos por quanto tempo precisassem – disse Charlotte – Como vocês já sabem aquela é a Sophie, aqueles são Gideon & Gabriel Lightwood. Aquela é Jessamine Lovelance. E aquela é a Beatrice Wayland...

–E minha parabatai – interrompeu Will.

Jem quase engasgou.

–Esperamos pelo anjo que seja só isso, William – disse Charlotte.

Beatrice e Will riram, estava mais que na cara que eles se gostavam.

–Vocês... tem parabatai? – perguntou Jessamine.

–Eu e Clary, Jace e Alec, Jem e... – Isabelle parou de falar antes que fosse tarde, Magnus ainda devia explicações sobre porque ninguém se lembrava dos dois.

–Como alguém como você tem parabatai? – perguntou ela a Isabelle.

–E isso quer dizer... ?

–Quero dizer, como eu não tenho e você tem?

–Querida, que culpa eu tenho se além de linda sou foda, e tenho minha parairmã? – Isabelle tinha falado aquela palavra várias vezes “parairmã” parabatai+irmã.

–Foda? – perguntou Jessamine – É alguma palavra de baixo calão.

–Oh pode ter certeza de que é – disse Alec.

–E o que significa? – perguntou Will.

–Depende, pode ser foda legal ou tipo foda-se.

–Então eu sou foda – sorriu Will – Hey, Bia nós somos foda.

–Sempre soube disso Will, sempre soube disso – sorriu Beatrice – Só não imaginava que havia uma palavra.

Beatrice sorriu.

–William – reprendeu Charlotte.

–E qual é a palavra para mulheres vulgares no seu mundo? – provocou Jessamine.

–Puta – sorriu Isabelle – Ou qual é seu nome mesmo...Jessamine? Serve também.

Todos caímos na risada. Até mesmo Charlotte e Sophie.

–Eu não sou uma...puta – gritou Jessamine.

–Oh querida é sim – riu Isabelle – É uma puta idiota inda por querer arrumar briga comigo.

–Isabelle – reprendeu Maryse.

–Não tenho culpa se você vende o seu corpo por prazer lindinha.

–Pelo menos eu tenho orgulho de ser uma caçadora de sombra, que é isso que devemos sentir orgulho – disse Isabelle – E não querer ser uma dondoca procurando um marido rico para casar e ter vários filhos com essa sua cara feia.

–Mas o que...

–Querida, desista de brigar com ela – sugiro.

–Ninguém vence uma briga com Isabelle Lightwood – sorriu Myra.

–E quem vocês são? Seguranças delas?

–Não – disse Myra – Mas se for necessário batemos em você.

Will sorriu descansando a cabeça no colo de Beatrice.

–Elas são assim sempre agressivas?

–Cara, se nem faz ideia – disse Jace – Nem faz ideia.

–Certeza que seu nome é Isabelle? – insistiu Jessamine – Pelo que você me disse puta combina mais.

Isabelle voou para o pescoço da Jessamine, tão rápido que foram necessário que Jem, Alec e Simon a tirassem de lá porque claro Will e Jace estavam rindo.

–Para o quarto – gritou Maryse – As três, agora.

–Vá Myra – gritou Tessa – Antes que eu mesma te leve.

–É melhor todos vocês irem dormir – exigiu Charlotte

E foi assim que nós três acabamos aqui. Ah isso porque no corredor Isabelle deu realmente um soco em Jessamine.

É acho que ficar aqui por um tempo será demais.