O relógio do instituto bateu exatamente a meia noite. Todos estávamos prontos, havíamos feitos nossas marcas – as que nós tínhamos achado necessárias – vestíamos nos de preto. Estávamos cobertos de armas e adagas.

Jem garantiu que Tessa tinha saído cedo e não disse nada com medo de estar sendo vigiada. Pouco antes das onze horas ele e Myra vieram para o instituto. Apenas Myra fez as marcas, Jem por ser um antigo irmão do silêncio não podia fazer mais elas. Por isso o cobrimos de armas.

Simon nos arrumou uma van, colocamos mais algumas armas caso precisássemos. Magnus dirigiu e eu ao seu lado fui dando todas as instruções para chegarmos aos hospital psiquiátrico. Eu conhecia aquele caminho como conhecia a mim mesmo.

Escute:The Cab – Angel With a Shotgun

O hospital ainda tinha aquele letreiro medonho. Me perguntava se ela sabia que estava presa aqui. Descemos do carro e um vento que carregava a própria morte passou por mim. Estava frio e ventava.

Vimos Tessa passar de relance, indo para os fundos do hospital. Assim que ela sumiu nós silenciosamente decidimos segui-la.

Pegue suas armas, as batalhas começaram

Você é um santo, ou um pecador?

Se o amor é uma briga, então eu vou morrer

Com meu coração em um gatilho.

Para a surpresa de todos atrás do manicômio havia uma igreja. Uma capela para ser mais exato. Ela era grande de cada um dos seus lados haviam quatro janelas, uma escada antecedia a entrada, ela era sombria.

–É uma igreja? – perguntei em um sussurro.

Magnus olhou para mim e discordou.

–É um templo de bruxaria, é conhecido como igreja da meia noite. Ela só aparece a esse horário e pela manhã ela some levando com ela as almas que forem necessárias – explicou.

Engoli em seco. Tínhamos que ser rápidos. Corremos sem fazer barulho pela entrada da igreja, não entramos e apenas vimos do lado de fora. Eu podia ver Clary amarrada em um pentagrama na parede. Ela estava toda machucada e de olhos fechados. Parecia morta.

Clary? ­– chamei em pensamento, queria que ela me ouvisse – Anjo, eu vou lhe salvar.

Jace? – devolveu em um sussurro.

Meu coração quase parou, algo tão forte nos ligava de tal forma que podíamos nos comunicar pelo pensamento. Algo que poucos conseguiam.

Eles dizem que antes de começar uma guerra

É melhor você saber pelo o que você está lutando.

Bem baby, você é tudo que eu adoro

Se o amor é o que você precisa, um soldado eu serei.

Pelo anjo, você veio mesmo ­– pensou ela feliz.

Meu amor, nunca pense que não lutarei por você – disse sorrindo.

Pude ver ela sorrindo do lado de fora, olhei para os outros. Eu sabia o que fazer tinha que entrar sendo apenas o Jace enquanto eles se preparariam para atacar. Tinha que me fazer de inocente, um soldado valente que veio sozinho para morrer.

–...Vamos Theressa, acho bom que você faça isso direito – disse Valentim.

–Quero que ela morra logo – comemorou uma garota cuja aparência era idêntica a da Clary – Quero ver o meu futuro namorado...Jace.

Era a minha oportunidade.

–Oh querida, sinto em dizer mas minha garota é ciumenta – disse entrando pegando todos de surpresa – Ela não vai gostar que eu queria uma gêmea maluca.

Sou um anjo com uma espingarda,

Lutando até ganhar a guerra

Eu não me importo se o céu não me trouxer de volta.

Eles me olharam surpresos. Mal conseguiam acreditar em mim.

–Ora Jonathan, eu deveria pensar que você viria para ver Clary morrer.

–É Valentim, eu realmente vim. Mas, não foi para ver ela morrer.

Jogarei fora a minha fé, amor, apenas para mantê-la segura.

Você não sabe que você é tudo que eu tenho?

E eu, quero viver, não apenas sobreviver, hoje à noite.

Tessa abriu um cínico sorriso, queria dizer que estava feliz em me ver. Saber que eu tinha vindo lutar por Clary.

Valentim sorriu pegou uma adaga e veio para cima de mim. Logo peguei uma espada disse o nome dela e ela se ascendeu. Para deixar que ele começasse em vantagem para os outros entrarem deixei que me acertasse no rosto me abrindo um rasgo.

–Não estrague o meu lindo rosto – disse ironicamente.

Nós começamos a lutar, o acerto diversas vezes até que uma das vezes perfuro seu braço. Nesse momento eles entram.

Às vezes, para ganhar, você tem que pecar

Não significa que eu não acredite.

Em tom maior, vai cantar junto.

Sim, eles ainda dizem que eu sou um sonhador.

Valentim grunhiu irritado, seus planos tinham dado errado.

–Eu sabia que você me enganaria Tessa – gritou Valentim – Sua filha está perdida e condenada a lhe odiar.

–Valentim... – murmurou Tessa.

Chutei Valentim no rosto fazendo ele cair metros atrás. Clarisse a gêmea do mal foi pega por Sebastian e Magnus, eu sabia que ela não morreria tão fácil mas, sempre que ela era pega a garota sumia e reaparecia em outro lugar.

–Deixe ela fora disso – apareceu Jem.

–Vocês são uns hipócritas eu só quero que minha filha viva – disse Valentim se levantando – Vocês...

–Não matamos ninguém – resmungou Jem.

–Vocês tiraram a garota da família dela – gritou ele.

Myra apareceu.

–O que ele quer dizer com isso?

Eles dizem que antes de começar uma guerra,

É melhor você saber pelo o que você está lutando.

Bem amor, você é tudo que eu adoro

Se amor é o que você precisa, um soldado eu serei.

–Oh querida Myranda, você não é filha deles – disse com gosto – Você é uma Herondale. Como o Jace.

Raziel...

–Vocês são...

Antes que ele pudesse dizer algo Alec o atravessou com uma espada. Ele caiu morto, virou cinzas como os demônios viram. Valentim nunca tinha sido humano, mas a clave nunca tinha sido esperta para perceber isso.

–Mãe o que ele quer dizer com isso? – perguntou Myra.

–Tessa meu bem expliquei isso depois, preciso de dois feiticeiros para parar a Clarissa.

Ela concordou com a cabeça. Ambos recitaram um feitiço. Clarissa ficou imóvel e desesperada em um lugar. Magnus deixou que chamas azuis saíssem de suas mãos e as enfiou em Clarissa.

–Eu vou voltar, nunca vou deixar vocês em paz – grunhiu de dor.

E então ela sumiu aos poucos. Até desaparecer.

Sou um anjo com uma espingarda

Lutando até ganhar a guerra

Eu não me importo se o céu não me trouxer de volta.

Corri até Clary e a soltei. Peguei-a em meus braços e a abracei. Nunca havia ficado tão feliz em minha vida toda.

–Eu te amo Jace Herondale – murmurou baixinho só para mim ouvir – Amo como nunca amei nada e nem ninguém.

–Eu também te amo Clary – disse no mesmo tom – Amo de verdade.

Jogarei fora a minha fé, amor, apenas para mantê-la segura.

Você não sabe que você é tudo que eu tenho?

... e eu, quero viver, não apenas sobreviver, hoje à noite.

–Explique o que ele quis dizer – pediu Myra gritando – Eu não sou filha de vocês?

–Não querida, você é uma Herondale – disse Jem – Jace é seu irmão, gêmeo.