Hold On - Dramione escrita por karistiel


Capítulo 44
Chapter 44: interlude


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Viva estou e não desisto nunca. Feliz em dizer que estou de férias e que estamos dando adeus a um dos anos mais conturbados da minha vida. Parece que eu vivi 3 anos em apenas um só e, sinceramente, tô bem cansada hahaha
Hoje foi o dia em que tive vontade e inspiração de sentar aqui e escrever. Esse capítulo não é uma das melhores coisas que já escrevi, mas me ajudou a sair do meu bloqueio criativo por agora e finalmente poder trazer AlGuMa CoIsA pra vocês. Talvez seja o espírito de natal, vai saber rs

Queria mesmo era saber como vocês estão nesse fim de ano, se estão bem, se ainda estão por aqui, se estão felizes e aguentando firme. E se 2019 foi tiro, porrada e bomba pra vocês também pra eu não me sentir tão sozinha kkkk



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Na manhã de domingo, o sono precioso de Draco fora interrompido por bruscas batidas na porta do seu dormitório e gritos do seu nome.

“Malfoy, eu juro por Merlin se você não fizer isso parar agora eu vou...” ameaçou um dos seus colegas que tampava o rosto com o travesseiro pra tentar abafar o barulho.

Ainda semi acordado, Draco levantou-se e abriu a porta, encontrando metade do time de Quadribol o olhando ansiosamente.

“Algum problema?” perguntou ele, a voz baixa e carregada de sono.

“Tarver teve um problema.” Anunciou um dos batedores.

Draco franziu o nariz, confuso. “Quem?”

“O apanhador do time.” Respondeu Flint, o goleiro e capitão do time. O mesmo que o havia impedido de entrar em tal time no começo do ano letivo.

“E por quê isso é meu problema?”

“Você é nossa única opção.” Disse Flint. “Está de volta no time.” Anunciou.

Draco o avaliou por longos minutos e sacudiu a cabeça. “Não estou.” Respondeu e fechou a porta. Quando o barulho recomeçou, Draco silenciou a porta e sentou na cama. Havia perdido o sono e estava extremamente irritado com isso.

Estressado, juntou suas coisas e saiu do quarto. Foi imediatamente abordado por Theo, que o segurou pelo braço e impediu sua passagem.

“Cara, você precisa jogar.” Implorou Theo.

Draco bufou. “Eu não preciso nada.”

“Nós iremos perder.”

“Escuta, eu não sei mais como dizer que eu não me importo.” Disse Draco, dando ênfase no ‘não’. “agora, se me der licença...”

Antes que pudesse ouvir qualquer resposta, Draco desviou de Theo e entrou em um dos banheiros que havia acabado de ser desocupado.

Seguro dentro do espaço fechado, Draco passou a mão pelos cabelos e suspirou. Não era assim que queria ter acordado depois de um dia tão bom; não lhe importava mais se a Sonserina ganhasse ou perdesse, se estivesse sendo sincero. Pouquissimas coisas lhe importavam agora e uma delas o estava esperando.

Draco despiu-se, tomou banho e arrumou-se. Não havia muito o que fazer por seus cabelos, cada vez maiores, mas tentou mantê-los fora de seus olhos com um pouco de poção firmadora para cabelos.

Quando Draco deixou o Salão Comunal da Sonserina o sol já brilhava alto no céu e a maioria do time de Quadribol havia ido para o café da manhã.

Draco andou calmamente pelos corredores até o quinto andar onde ficava o dormitório de Monitor-Chefe. Passou por alguns corvinais animados, vestidos nas cores de suas casas, prontos para o jogo e desviou de todos eles.

Ao chegar ao quadro da Medusa a mulher de cabelos de cobra o chamou.

“Ó querido, que bom que está aqui.” Bradou a figura, chamando atenção de algumas pessoas que passavam. Draco revirou os olhos e aproximou-se.

“Aconteceu alguma coisa?” perguntou Draco quando percebeu o semblante sério dela.

“A Srta. Granger está na enfermaria.” Explicou. Draco sentiu seu coração parar por um segundo e sua cabeça ficar enevoada.

“O que aconteceu?” perguntou ansioso. “Ela está bem?”

“Professora McGonagall esteve aqui mais cedo junto com a Madame Pomfrey e a levaram.”

Draco deixou-a falando sozinha e se afastou rapidamente, indo em direção a enfermaria. Em menos de um minuto estava de frente para as grandes portas brancas e suspirando, abriu-as, temendo saber o que estava do outro lado e o que podia ter acontecido.

A primeira coisa que viu foi Potter, sentado no pé da cama e, ao lado dele, Weasley. Uma outra cabeleira ruiva estava parcialmente escondida atrás da cama, provavelmente por estar sentada na cadeira de visitas.

Ginny Weasley foi a primeira a vê-lo, sendo a única que estava de frente para a porta. Ela arregalou um pouco os olhos e fez menção para que ele saísse, porém tarde demais. Potter capturou de relance os gestos da ruiva e seguiu seu olhar, fazendo com que os outros fizessem o mesmo.

Hermione não parecia surpresa, ao contrário dos outros dois homens. Ron foi quem se pronunciou primeiro no silêncio desconfortável.

“O que quer, Malfoy?” perguntou o ruivo mas não havia o habitual veneno em suas palavras, havia apenas curiosidade.

“Eu... soube que estava aqui.” Explicou-se Draco, olhando para Hermione mas atento aos outros ao seu redor. Era uma estratégia arriscada mas agora que havia começado, não tinha como voltar atrás. “Hum, tínhamos, hum... combinado de discutir sobre o baile... junto com Corner e Chang.”

“Sim, claro.” Afirmou Hermione, olhando-o com compreensão. “Pessoal, eu estou bem, podem ir agora, eu prometo.” Pediu Hermione aos amigos. Ginny já havia se levantado quando Ron falou.

“Não seja boba, ficaremos aqui com você.” Disse o ruivo. Draco continuava parado na porta, cada vez mais desconfortável, sem saber o que fazer.

“Não é necessário, Ron.” Garantiu Hermione. “Eu estou bem, daqui a pouco estarei fora daqui.”

“Vamos, Ron, deixe a Hermione descansar.” Argumentou Harry, pegando o amigo pelo braço e forçando-o a se mexer. “Podemos visita-la mais tarde.”

“Ela provavelmente vai voltar a dormir logo, Ron e só estaríamos atrapalhando.” Concluiu Ginny. Hermione assentiu e sorriu.

“Tudo bem, mas voltamos mais tarde.” Garantiu o ruivo e sendo guiado por Harry e Ginny, começou a sair da enfermaria. Seus olhos caíram por alguns segundos em Draco e ele franziu a sobrancelha. O loiro se contorceu um pouco sob o olhar mas manteve-se firme e retribuiu.

Pelo seu campo de visão viu Hermione suspirar quando a porta fechou atrás dos três.

“Isso foi tenso.” Disse Hermione tentando quebrar dita tensão.

“Um pouco.” Suspirou Draco. “O que aconteceu?” ele perguntou, aproximando-se da cama em que ela estava deitada.

“Segundo Madame Pomfrey apenas uma febre.” Contou Hermione. “Mas estou melhor agora.”

“Mocinha, você precisa descansar.” Interrompeu a enfermeira. “Está melhor sim, mas ainda está doente.”

Hermione assentiu e se ajeitou na cama. “Ele pode ficar?” perguntou a castanha enquanto a bruxa arrumava os lençóis e travesseiros ao redor dela. Madame Pomfrey olhou de Hermione para Draco e com apenas um pouco de espanto pelo pedido, assentiu.

“Não incomode-a ou serei obrigada a retirá-lo.” Ameaçou a enfermeira com mais um olhar duvidoso entre os dois, deixando-os a sós e se trancando em seu escritório.

“Como se sente?” perguntou Draco, sentando-se na beira da cama e acariciando os cabelos dela.

“Melhor agora.” Ela respondeu, de olhos fechados e sorrindo. “Deduzo que a Medusa tenha passado o meu recado do acontecido.”

“Ela passou um recado, sim.” Ele murmurou. “Não ouvi mais nada depois de ‘ela está na enfermaria’.”

“Típico.” Ela respondeu no mesmo tom. “Estou bem, Draco. Foi só algum vírus que peguei, em algumas horas estarei nova em folha.”

“É preciso mais do que um vírus pra derrubar Hermione Granger.” Sussurrou Draco.

“Definitivamente.” Murmurou ela. “Pode ir agora, provavelmente pegarei no sono nos próximos dois minutos e você irá perder o jogo da Sonserina.”

“Não me importo com jogo algum.” Argumentou Draco. “Estarei aqui quando acordar.” Garantiu.

xx

Quando Hermione acordou, algumas horas depois, se sentia mais disposta. Draco continuava sentado na cadeira ao lado da cama, lendo alguma coisa. Haviam alguns livros na mesa de cabeceira que ela reconhecera como seus, mas reconhecer especialmente o que ele segurava e resmungava a cada segundo.

“Nenhum sucesso?” perguntou ela, baixo, mas assustando-o da mesma forma. O livro caiu aberto no colo dele e Draco passou a mão pelo rosto. 

“Ainda não consigo ler, assim como qualquer outra das vezes.” ele resmungou

“Me dê aqui.” ela pediu, sentando na cama e estendendo a mão. Draco lhe deu o diário e Hermione suspirou, passando a mão pela capa dura. “Faz tanto tempo que não o abro.” ela confessou.

“Bom, não há hora melhor do que agora.” Draco comentou.

Hermione abriu o diário e começou a folhear suas páginas. Já tinha lido tanto, descoberto tanto, e ainda assim não sabia muito.

“Quanto você já leu?” perguntou Draco observando-a folhear as paginas. 

“Não o suficiente pra descobrir nada muito importante.” ela revelou.

“Lê pra mim de onde parou?” perguntou Draco. Hermione sorriu para ele e assentiu.

“10 de agosto de 1977.

‘Querido diário,  Amon está indo ao Ministério fazer um curso sobre como se tornar um animago. É tradição na família Cavali os herdeiros terem a permissão de serem animagos. O curso tem a duração de um mês e ele disse que estava muito ansioso mas que cogitou adiar o curso por achar que sentiria muito a minha falta. Logicamente o Sr. Cavali nunca permitiria isso e foi o que disse à ele, que concordou. Nos despedimos essa manhã com um abraço apertado e, da parte dele, um beijo casto nos lábios. Já se passaram meses e ainda não sei o que pensar sobre essa situação em que me encontro e só me resta continuar as coisas como estão pois morro de medo de magoar o meu melhor amigo. Me sinto culpada todas as vezes em que penso em John quando deveria estar pensando em Amon. E são tantas vezes que venho me habituando a esse sentimento. Hoje temos um jantar na casa dos nossos novos vizinhos, os Yaxley, que vieram da Escócia algumas semanas atrás. Nos vemos em breve. Mary Anne.’

“O que aconteceu antes?” Draco perguntou, curioso.

Hermione o olhou e deu um sorriso triste. “Ela e Amon estão noivos por um contrato entre as famílias.” contou. “Mas ela ainda ama o John.” Draco assentiu e fez um gesto para que ela prosseguisse. A castanha se sentia lendo um livro de romance, mas apertava seu peito lembrar que tudo aquilo havia acontecido de fato.

“15 de agosto de 1977.

Querido diário, Conhecemos a Família Yaxley no jantar do dia 10. São ótimas pessoas, segundo mamãe, mas eu e Katherine chegamos ao acordo de que o mais velho dos filhos é realmente assustador. O nome dele é Corban e seu olhar superior é desconcertante. Desde então, temos evitado passar o mais tempo longe dele o possível. Infelizmente, o Sr. Yaxley e Corban estão sempre por aqui junto com papai e a Sra. Yaxley está sempre com mamãe. Ontem a Sra. Yaxley fez com que eu e Katherine nos sentássemos durante seu longo monólogo sobre como estávamos fazendo muito bem à nossa família nos casando com duas famílias importantíssimas para os planos futuros da pureza do mundo bruxo. Confesso que não entendi bem o que ela quis dizer, mas concordei para que pudesse me livrar. Ela e mamãe estão carne e unha e em menos de dois dias já parecia um disco arranhado da Sra. Yaxley. Mais um pouco e perderei a paciência. Mary Anne.

“Yaxley.” Draco repetiu, um suspiro pesado caindo de seus lábios. 

“Yaxley foi um homem horrível.” disse Hermione, para ninguém em particular. 

“Sim, e está morto. Isso é o que importa.”

“Mary Anne provavelmente se sentiria melhor se soubesse disso.” ponderou Hermione.

“Talvez ela saiba.” disse Draco.

“Você acha que Mary Anne ainda está viva?” perguntou Hermione incrédula.

“Bem, é uma possibilidade não é? Ninguém sabe o que aconteceu com ela… talvez esteja viva.”

“Talvez…” ela concedeu e voltou às paginas do diário. “16 de agosto de 1977. 

Querido diário, Hoje eu recebi uma carta de Amon; na carta, ele dizia que estava morrendo de saudades de mim e que havia acabado de ter sua primeira aula. A carta era longa, portanto não a direi inteira aqui, mas ele diz o quanto está adorando aquilo tudo, que a professora que está lhe ensinando é incrível e o elogia constantemente, que ele havia nascido para aquilo. Veja bem, procurei na biblioteca de papai e encontrei várias passagens que diziam que o dom da animagia era realmente algo que passava de forma hereditária, então isso explica Amon ser tão bom naquilo. Ele diz mais um milhão de coisas, de forma bem detalhada, como tem sido seus dias e finaliza dizendo novamente que sente saudades de mim. Devo confessar que sinto saudades do meu melhor amigo sim, mas a mistura de sentimentos negativos quanto a ele ser meu noivo agora me faz querer que ele continue onde está. Me sinto um monstro por pensar dessa forma, mas é como me sinto. Hoje Katherine também recebeu uma carta de Pierre, e ao ver o brilho no olhar de minha irmã ao lê-la, cheguei a conclusão de que não sinto isso por Amon e provavelmente nunca sentirei. Será que algum dia conseguiria ama-lo como marido? Definitivamente não tenho resposta pra isso. Mary Anne.’

"20 de agosto, 1977 

Querido diario, Fiz uma coisa extremamente imprudente hoje. Uma das meninas mais jovens Yaxley - Joane - me trouxe um jornal inglês. Queria me mostrar alguma coisa sobre alguém que sequer me lembro. Então eu vi, em uma das seções do jornal, um anúncio do Ministério da Magia britânico. Estavam contratando jovens bruxos, recém-formados para um estágio interno com o próprio Ministro, Harold Minchum, recentemente eleito ao cargo. Fazia parte de alguma nova política que ele estava implantando ou algo assim. Só sei que meu coração deu um salto e eu perdi o ar. Na mesma hora, soube o que tinha que fazer. Quando Joane foi embora eu ainda estava com o jornal seguramente em minhas mãos. Corri para meu quarto e sem pestanejar, enviei minha inscrição pela minha coruja, a Neo. Agora, estou aqui sentada, ansiosa e insegura. O que papai e mamãe dirão quando souberem o que eu fiz? Deixariam eu ir? Estou tão apreensiva. Mary Anne.” 

"24 de agosto de 1977.

Querido diário, Hoje eu recebi uma carta do Ministério da Magia britânico. Disseram que haviam gostado muito do meu currículo escolar e gostariam de me conhecer na próxima semana. Preciso dizer que estou eufórica e com bastante medo. Ainda não tive coragem de contar a ninguém o que eu tinha feito e agora mesmo não sei como dizer. Mas eu quero tanto isso que tenho vontade de gritar para o mundo. Pensei em falar com Katherine sobre isso mas receio que ela vá contar aos nossos pais como fez da ultima vez. Não sei o que fazer. Mary Anne.

 

"25 de agosto de 1977. 

Querido diário, Amon voltou pra casa hoje, de surpresa. Estou muito feliz de ver meu melhor amigo de novo mas ainda me sinto insegura de como anda nossa relação. Nos beijamos mais uma vez e, admito, foi bom, mas ainda não me faz sentir nada. Contei a ele sobre o estágio e o quanto eu queria fazê-lo. Sua breve expressão de tristeza me fez sentir mal, pois dentro de mim, sei o motivo verdadeiro de querer estar na Inglaterra e suspeito que Amon também saiba. Apesar disso, me incentivou a contar ao meu pai e a responder a carta do Ministro, o que eu fiz prontamente. Agora, estou aqui sentada em frente ao escritório do papai, tentando tomar coragem. Mary Anne.” 

Querido diário, eu e papai tivemos nossa primeira briga terrível. Me sinto da mesma forma que Katherine se sentiu da ultima vez que fora impedida de viajar. Papai disse que eu não iria a lugar algum até o dia do meu casamento com Amon e que depois disso, eu poderia ir aonde quisesse com a permissão do meu marido. Eu mal podia acreditar no que escutava e quis discutir, quis mostrar o quanto aquilo era errado, que eu não era propriedade de ninguém mas isso apenas o enfureceu mais. Estou sentada em meu quarto chorando e posso ver a coruja de Amon batendo insistente na minha janela, mas não quero falar com ninguém. Mary Anne.

“28 de agosto de 1977. 

Querido diário, Tomei uma decisão. Estou nesse exato momento em um trem a caminho da chave de portal que o Ministro Minchum disponibilizou pra mim para o Ministério britânico. Saí pouco antes de todos acordarem e deixei um bilhete em minha cama. Pretendo voltar amanhã bem cedo, se tudo der certo ou não. Não sei o caos que irei encontrar quando voltar mas estou feliz pela escolha que fiz. Mary Anne”

"29 de agosto de 1977. 

Querido diário, Estou explodindo em felicidades. Minha entrevista com o Ministro foi incrível e sou uma das novas internas a trabalhar ao lado dele. Me elogiou bastante e disse que eu era realmente tão inteligente quanto minhas notas diziam. Trabalharei acompanhando-o especificamente nos tribunais de justiça mágicos. Eu estou tão ansiosa que não tenho palavras. Começo no dia 1 de setembro, em apenas alguns dias, mas as horas passam tão devagar... Nesse exato momento estou a caminho de casa e apesar da minha felicidade, estou com medo do que será de mim quando colocar os pés na Mansão Giordano. Merlin que me ajude! Mary Anne.

"30 de agosto de 1977. 

Querido diário, Papai me proibiu de ir à Inglaterra. Seu olhar era tão decepcionado que quase tive vontade de desistir dessa ideia toda. Mamãe estava acamada, dizia ter passado mal quando soube que eu fugi, mas eu sabia que era tudo chantagem emocional; passava por aquilo desde que lembrava de ser gente. Katherine mal me olha e sequer dirigiu uma palavra a mim durante o jantar e o café da manhã de hoje. Em alguns minutos irei encontrar com Amon e contar tudo a ele, realmente espero que não me julgue pelo que fiz e me entenda. Mary Anne”

Hermione estava prestes a continuar a ler a próxima entrada do diário quando a porta da enfermaria abriu, assustando-os. Draco, que àquele ponto havia sentado na cama ao lado de Hermione, caiu por cima da cadeira em sua pressa de se afastar.

No meio da confusão, dividida entre ajudar Draco e explicar aos amigos o que havia acabado de acontecer, Hermione pegou o diário que ainda estava em suas mãos e colocou-o em baixo das cobertas. Harry vinha a frente junto com Ginny, e Ron vinha logo atrás. A castanha suspirou e passou a mão pelos cabelos enquanto Draco se levantava e olhava para os recém-chegados.

“Hermione, o que ele ainda faz aqui?” perguntou Ron, verdadeiramente confuso olhando para ela. 

Hermione olhou para o amigo e debateu o que dizer. Será que a verdade seria tão ruim? Ou uma parte dela pelo menos.

“Draco estava me ajudando com algumas lições.” ela desconversou.

“D-Draco?” repetiu o ruivo, o nome soando estranho em sua voz, colocando ênfase no uso do primeiro nome dele. “Te ajudando a estudar?” ele parecia ainda mais confuso. Hermione fez uma careta ao ouvir o quão estúpido aquilo soava.

“Sim, Weasley.” falou Draco. “Retribuindo o favor.” completou, com desdém. Hermione o olhou reprovadora.

“Qual o motivo de toda essa baderna?” perguntou Madame Pomfrey, vindo de seu escritório e interrompendo a situação. 

“Viemos ver a Hermione.” revelou Harry, se pronunciando pela primeira vez desde que chegara.

Madame Pomfrey olhou em volta, para todos os rostos e suspirou, impaciente. 

“Está liberada, Srta. Granger.” anunciou, irritada, mas em tom maternal. “Não esqueça de beber bastante água e descansar. A febre baixou mas o seu corpo ainda está combatendo o vírus.”

“Iremos garantir que ela faça tudo isso, Madame Pomfrey.” falou Ginny.

A enfermeira olhou em volta mais uma vez e, sacudindo a cabeça exasperada, voltou ao seu escritório.

“Fico feliz que esteja melhor, Granger. Até.” Disse Draco, acenando com a cabeça e saindo da enfermaria feito um relâmpago.

Hermione revirou os olhos e levantou da cama, começando a juntar todas as coisas que Draco trouxe e deixou para trás. Colocou o diário entre os livros e ofereceu-os aos outros para levarem. Se não podia se esforçar, iria aproveitar ao máximo esse momento.

“Como foi o jogo?” perguntou, quando o silêncio começou a ficar estranho demais enquanto andavam pelos corredores.

“A Sonserina perdeu de 280 a 30.” contou Harry, animado.

“Não!” exclamou Hermione, rindo. 

“Sim!” exclamou Ginny de volta. “Você precisava ver, Hermione. Um vexame completo. Parece que o apanhador deles não pôde jogar então Flint jogou como apanhador e deixou o gol pra outro.”

“Não que teria feito alguma diferença.” comentou Harry, extasiado.

Hermione riu junto com os amigos mas pelo canto do olho podia sentir o olhar intrigado que Ron lhe lançava. Havia um brilho de incredulidade em seus olhos e Hermione soube que ele havia juntado as peças do quebra cabeça.

xx

Draco chegou as masmorras o mais rápido que suas pernas podiam lhe carregar. Sentindo-se um pouco covarde por ter fugido, mal prestou atenção ao silêncio sombrio que caiu sobre o Salão Comunal assim que ele pôs os pés para dentro.

Olhou para cima surpreso quando sentiu mãos agarrarem seu robe e empurra-lo de encontro a parede. O silêncio foi quebrado e o Salão Comunal irrompeu em caos. Draco viu o rosto em fúria de Flint antes dele sumir entre Blaise, Theo e outros.

“Que porra é essa?” Vociferou Draco, furioso e confuso.

“Nós perdemos e a culpa é sua!” berrou Flint.

Draco olhou em volta, a todos aqueles rostos e vozes, e começou a rir. Alto. De soslaio, viu Flint tentar chegar nele de novo e começou a rir ainda mais alto.

“De quanto?” perguntou Draco, secando os olhos e tentando recuperar o fôlego.

“280 a 30.” disse Blaise, que ainda estava entre o amigo e o outro sonserino. Draco olhou para o moreno e viu a vergonha em seu semblante. Deveriam se envergonhar mesmo. E aquilo o deixava extasiado.

“E porque isso é culpa minha?” perguntou, curioso, e ainda divertido com a situação. “Até onde eu sei, não sou parte desse time.”

Flint cuspiu no chão e se soltou bruscamente das mãos que os seguravam. Draco se preparou para a briga de novo mas o sonserino apenas virou e saiu em direção aos dormitórios.

Blaise suspirou aliviado e olhou para Draco. O loiro virou-se para o Salão Comunal e abriu os braços. “Mais alguém com a mesma ideia?” perguntou arrogante, um sorriso presunçoso dançando em seus lábios.

Ninguém se manifestou e Draco revirou os olhos. Antes que pudesse dizer algo mais, Blaise o segurou pelo braço e chamou sua atenção.

“Chega, Draco.” pediu ao amigo. “Todo mundo sabe que o Flint é um imbecil.” disse.

Draco deu de ombros e deixou um sorriso completo vir aos lábios. “Tão ruim assim?”

“Pior.” contou Theo. “Flint jogou como apanhador.”

Draco não pôde segurar a gargalhada que ressurgiu. A imagem era hilária demais. Agora se arrependia de não ter ido ao jogo. 

“Eu diria pra gente comemorar mas pela cara de vocês eu vou apenas me retirar.” disse Draco, deixando os amigos para trás e rindo todo o caminho até o seu dormitório.

O final de semana não poderia ter sido melhor.


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Notas finais do capítulo

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