Clarity escrita por Mafê


Capítulo 7
Get Your Killer Heels, Sneakers, Pumps


Notas iniciais do capítulo

Hey! Capítulo curtinho porque vocês favoritaram rápido! Desculpa ter postado só hoje, mas ontem as minhas primas estavam aqui, e minha mão não deixou eu usar o computador! #cabisbaixa
Capítulo todinho dedicado à Mariih e ana_e_luiza!!
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“You think we're just pretty things

You couldn't be more wrong

Standing strong, we carry on

We keep moving on

Moving up, Yeah”

–Salute, Little Mix

“–KURT!

–DAN!

Ferrou.”

–Quanto tempo, cara! – cumprimentou-o Dan que vinha andando em direção a Kurt, fazendo o “cumprimento dos caras”. – Faz tipo cinco anos!

–É! Eu lembro que da última vez que nos vimos você tinha começado uma conversa sore algum animal...

–Traidor... – murmurei e as outras riram; para elas faltava só a pipoca para estar no cinema, mas eu sabia o que aconteceria: o ciúme de Ian tomaria conta e eu nunca poderia falar com Kurt novamente; culpa dele.

–Ah! Não era um animal, estava falando do meu cunhado aqui – disse, batendo nas costas de Ian – Ian Kabra. Kabra, esse daqui é Kurt um amigo que eu e Amy conhecemos na África do Sul; falando em Amy, eu não me esqueci de que você tinha uma quedinha por ela... Quero dizer: uma quedinha não, um cânion! – ele riu – Bom, se vocês me dão licença, eu vou falar com a minha namorada.

E passou por um perplexo Ian e um confuso Kurt, pegando a mão de Nat e subindo as escadas, mas antes que conseguisse passar de mim, eu segurei a mão de Dan, que tentou puxar e me olhou irritado.

–O que é?

–A Nat tem um compromisso, ela não vai a nenhum lugar com você.

–É Dan – falou Nat – Tenho que ir com as garotas, depois a gente se fala tá?! – ela deu um selinho nele e voltou para onde estava antes, no inicio da escada.

–Ian... – eu comecei a andar até ele, mas a sua mão foi em direção a Kurt e Madison esmagou a minha mão, achando que Ian daria um soco em seu namorado. Mas Ian simplesmente bateu nas costas dele, como se fossem amigos de longa data.

–Kurt, hein? – ele disse com um sorriso. Foi até uma cena engraçada de se assistir. – Quero falar com você. Vamos dar um passeio pela casa?

–Cuidado! – gritei para Kurt antes que eles sumissem pelos arredores da casa. Não que Ian fosse um assassino psicótico, mas quando o ciúme toma conta... Deixando os garotos de lado, me virei para as meninas e disse:

–OK. Agora vamos ao Código Vermelho: todas para a piscina agora. Vou passar na biblioteca e encontro vocês lá em quinze minutos.

Elas assentiram e andaram pela casa, indo em direção ao nosso esconderijo. Eu me virei em direção à biblioteca passando pela sala de TV, onde Dan jogava Xbox com Ted. Em vez de passar direto para a biblioteca, fiz uma parada na cozinha. Não sabia quanto tempo tinha ficado refém, mas sei que fora mais de um dia, e a fome já tomava conta.

Abri o armário em que ficavam as coisas do café da manhã. Peguei o pão de forma e a manteiga para fazer um sanduíche. Antes de achar o queijo e o presunto, não me segurei e perguntei a Dan:

–Dan?

–Hum? – ele respondeu com os olhos no jogo.

–Quanto tempo nós ficamos... Você sabe... Presas?

–Uma semana. – direto e reto, o Dan que eu conheço.

Fiz uma cara de surpresa. Para mim ficamos lá por no máximo quatro dias, mas agora descubro que foram sete. Ainda pensando naquilo, abri a geladeira e procurei o queijo e o presunto. Enquanto fazia um monte de sanduíches simples, só pra termos o que comer lá na piscina, meu telefone toca. Descobri que tinha o deixado na cozinha, perto da pia antes de ser sequestrada.

Já passou da hora de mudar o toque do meu telefone; Espero que ninguém tenha escutado e visto que era o meu, senão seria zoada pelo resto da vida.

–Alô? – atendi.

–Priminha! – respondeu Jonah no outro lado da linha.

–Jonah! Você quer falar com a Juliet? Ela está lá na piscina, mas...

–Não, relaxa. Eu quero falar com você.

–Tá bem, já ta falando.

–Eu soube que você já não vai ficar pra titia!

–Como você sabe?

–Coração, todos já sabiam dessa sua quedinha pelo Ian, isso era questão de tempo! E as notícias rolam soltas nessa família, com esse negócio de espionagem e tals.

–Você está me espionando?

–Viu querida, você não está prestando atenção. Alguém que me contou está te espionando, eu nunca faria algo assim, lindinha, fica tranqz.

–Quem te falou?

–Não vou te contar. – arg! Jonah nunca conta nada. – Mas priminha, voltando para você, cadê o cabra macho? Não interrompi nada entre vocês não né?!

–Não! Ele está falando com o Kurt, um garoto que eu e Dan conhecemos na África do Sul; o ruim é que ele tinha uma quedinha por mim. Um cânion como o Dan diz.

–Ih, como o Ian é ciumento... Há quanto tempo eles saíram?

–Cinco minutos.

–Se em quinze minutos o Kurt não voltar, vai atrás dele.

–Calma, não é como se o Ian fosse um assassino psicótico!

–Não, mas um namorado ciumento que demorou mais de dez anos pra fazer você dizer um “sim” é bem pior.

–Tá bom. Em quinze minutos em confirmo.

–E dá meus parabéns para ele.

–Ok, do sim.

–Xau, priminha!

–Xau, Jonah!

Acabei os sanduíches e fui andando até a biblioteca, com todos aqueles sanduíches quase caindo do prato. Abri a porta com o braço e repousei o prato em uma das escrivaninhas e fui procurando pelas paredes. Não, eu não estou louca.

Quando eu descobri a Piscina, achei essas estratégias para um antigo jogo Cahill e resolvi esconder aqui, porque no lugar que estava, se o Dan achasse a piscina, veria de cara a caixa dourada com todas as estratégias das mulheres Cahills através dos séculos.

Achei! Pensei. Atrás de uma estante, a parede fazia um pequeno quadrado cortadinho no tecido. Pressionei e depois puxei como fiz para esconder. O quadrado se abriu puxei a caixa dourada de lá. Era do tamanho de um pequeno baú: cabia tudo, mas não era imenso.

Quando estava saindo, passei pela janela da biblioteca e vi a cena mais bizarra de todas: Kurt e Ian rindo e fazendo “o cumprimento dos caras”. Como assim? Até quinze segundos atrás eu achava que eles iriam se matar e agora estavam super amiguinhos? Revirei os olhos e saí da biblioteca.

Chegando à sala, joguei um sanduíche em Dan e um em Ted. Escutei “ais” e xingamentos, mas nem liguei. Subi as escadas para o andar em que ficava meu quarto e entrei no mesmo. O que os meninos não sabiam e que fazia a piscina só das meninas era que as cortinas que emolduravam a janela escondiam um pedaço da parede em que estava escondida a porta para a piscina. Resumindo: a cortina esconde a parede que esconde a porta; complicado.

Abri a porta da piscina e subi os degraus de pedra. Eu descobri, olhando os registros da casa, que ela havia sido projetada por um Janus para um Ekat, e ficou desocupada quando o último Cahill daquela família mudou de país, pois só Cahills podem morar aqui. É um negócio desses.

Subi os degraus até chegar à outra porta, que pedia identificação para liberar a passagem. Coloquei meus dedos no visor para comprovar que era mulher e passei.

–Até que enfim, Amy! – gritou Sinead, no outro canto da sala. – Achamos que você tinha sido raptada de novo.

–Nem fala! É que o Jonah me ligou. Ele querida me dar os parabéns por, falando de uma forma sutil, ter desencalhado. – todas tiveram um ataque de risos e precisei bater nelas para elas pararem.

Mas aí meu telefone tocou novamente. A segunda vez em 1 hora; isso não é normal.

–Menina, isso não para de tocar? – perguntou Nat, apontando para o telefone.

–Ter uma prima linda e requisitada assim como eu é difícil. Eu sei que vocês tem invejinha branca de mim! – e atendi ao telefone.

–Alô? – falei, pela segunda vez no dia.

–Amy! Aqui é o Ned.

–Fala Ned! –disse um pouco mais alto para Sinead escutar. Ela me olhou com uma cara interrogativa e eu dei de ombros, falando que não também não tinha entendido.

–Eu queria saber se podia ir para aí passar à tarde. Aqui no hotel tá muito chato.

–Claro que pode, nem precisava ter ligado!

–Mas eu queria levar minha namorada, a Rachel também.

–Namorada? – disse alto para todas escutarem. Se meus olhos não me enganaram, acho que vi Madison retrair ao escutar essa palavra. – Achei que você era solteiro ainda!

–Pois é não sou já faz duas semanas.

–Ah, é que eu e sua irmã ficamos presas e fomos feitas de reféns por uma semana.

–Eu queria ir aí pra isso também, quer falar com ela, ver se está tudo bem.

–Estamos te esperando aqui!

–Está bem. Tchau Amy!

–Tchau Ned!

No instante que desliguei tocou de novo. Ian.

–Assim nós nem vamos ter reunião! – reclamou Madison.

–É o Ian – disse confusa. –Alô?

–Amy! Onde você está? Você foi pega de novo? A Nat tá com você? Tá tudo bem com ela? Onde vocês estão? Eu rodei a casa inteira e...

–Ian... IAN! – gritei para fazê-lo escutar – Calma, eu a Nat e as meninas estamos bem, estamos na piscina.

–Onde diabos é isso?

–É um lugar nosso, que é dentro da casa, relaxa.

–Ta bem, mas não demora, você vai me deixar preocupado.

–Owwt, você preocupado é muito fofo!

–Haha, gracinha. Volta viu?

–Eu sei me cuidar!

–É, porque pegar um táxi sozinha você não conseguiu.

–Ai, pegou pesado.

–Desculpa, mas você tem que tomar cuidado.

–Olha as coisas gays.

–Tá bom, parei.

–Xau, Ian.

–Xau, Amy.

–Desliga esse telefone, Amy – recomendou Juliet.

–Senão a gente não tem reunião! – completou Mary.

–Era o Ian, ele queria saber onde eu e a Nat estávamos.

–Que coisas gays? – perguntou Nat.

–Essa coisa toda de “onwt”, “toma cuidado” e “ficar preocupado”. Ele falou que eu não consigo pegar um taxi sozinha! Só porque me enganaram!

–Pegou pesado – concordou Si.

–mas vamos falar da reunião. Se falar muito dele eu canso com um dia de namoro.

–Para que você chamou a gente aqui? – perguntaram.

–Então. Antigamente, parar resolver as brigas entre homens e mulheres na família, era feita uma Competição Cahill. É como se fosse uma mistura de gincana de criança e Caça ás Pistas. Aqui – falei apontando para a caixa dourada. – Temos tudo o que precisamos sobre meninos, estratégias e Cahill Konkurrens, A Competição Cahill. Agora todas precisam concordar com a competição para podermos comunicar os meninos – e entreguei a folha para elas assinarem.

Elas começaram a cochichar e assinar, era preciso preencher o nome, o clã, dois graus de parentesco Cahill para cima (pais e avós) e sua assinatura.

–Mas olhem bem – falei e elas pararam para me escutar – Essa competição, além de muito perigosa, a mais curta durou uma semana, e foi um recorde. Um recorde feminino é claro. – e todas comemoraram.

Enquanto as deixava assinar, fui vasculhar pela sala. Descobri que todos os uniformes que tínhamos usado ao logo da história estavam ali, mas só os com os quais ganhamos estavam emoldurados. Na maioria das vezes, eram dourados ou bege, com tons de rosa em alguns lugares. Fotos pela parede nos mostravam os times com que ganhamos e perdemos. Sempre as delicadas mulheres, em todas as fotos.

Em nenhuma delas éramos trogloditas iguais aos homens, pois “as mulheres não ganham com a força, mas com a inteligência” disse minha vó uma vez. Parei em uma foto que mostrava um time campeão que usava um uniforme bem diferente. Era sofisticado, de exército e elas usavam chapéus que jogaram para cima na foto. Me detive em um rosto muito familiar. Minha mãe.

–Amy? – chamou alguém atrás de mim – Assina. – eu puxei a folha de Mary e comecei. Nome: Amy Cahill. Clã: Madrigal. Parentesco de comprovação (para cima): Hope Cahill, Arthur Trent; Grace Madeleine Cahill. Assinatura; Pronto.

–Amy, precisamos de uma capitã – disse Sinead. – Eu voto em você.

–Mas eu voto em você – respondi.

–Que tal nós termos capitão e co-capitã? Tipo, a Si é a capitã e a Amy é a co-capitã. –sugeriu Juliet – Eu voto nessa ideia.

–Eu também – disseram todas.

–Bem, todas já assinamos, vamos então mostrar para os homens – disse, pegando outro papel igual ao nosso mais os campos estavam em branco ainda.

Chegando lá em baixo, vi todos os homens na sala com Ned, Jonah, Rachel e um garoto estranho.

–Amy! Vocês voltaram – falou Ned nos cumprimentando – essa daqui é a minha namorada, a Rachel, ela é uma Thomas. E aquele dali – disse apontando para o menino desconhecido – É o Bariel, primo do Jonah, é um Janus também.

–Agora cada equipe tem oito pessoas. Fantástico – eu disse sorridente. Oito era o numero de pessoas que tinha no time da minha mãe, e isso me dizia que era um bom numero para um time. –MENINOS! HEY! – gritei e todos olharam para mim – Eu e as meninas decidimos fazer uma competição, a Cahill Konkurrens. Desde muito tempo atrás ela já era feita para resolver as brigas entre homens e mulheres. Vocês tem cinco minutos para montar o time de vocês, com oito integrantes, decidir um capitão e um co-capitão e achar um lugar para ser a base de vocês. E um uniforme. Nós já temos tudo, porque mulherada é outro nível. – entreguei a folha para Ian, dando um selinho nele e sussurrando alto: - Preparado para perder?

Nós subimos rindo e fomos para a piscina para montar nossa estratégia. Quero dizer, eu e Sinead montamos a estratégia e as outras ficaram discutindo os pontos fortes e fracos dos homens e depois o uniforme.

–Tá bom. – comecei a falar com Sinead – A competição é sempre realizada na base Madrigal, por ela ter um maior espaço e dispor de mais tecnologia. Mas temos a opção de sortear, também. Qual você prefere?

–Sorteio. Depois que quase explodimos a base Madrigal toda eu definitivamente prefiro o sorteio! – ela disse rindo. Puxei uma caixinha com papéis brancos dobrados e disse:

–Bem, como fomos nós que começamos com isso, eles tem o direito de sortear. Vamos lá levar os nomes dos lugares para eles?

–Vamos. – ela respondeu, alargando o sorriso. - Amy! Antes eu tenho que te contar uma coisa!

–Fala. – então ela levantou a mão e eu vi um anel prateado com brilhantes em seu dedo.

–Estou noiva!

–AI MEU GIDEON! COMO? QUANDO?

–Foi lá, depois de salvarem a gente- ela disse já com o olhar distante- Hamilton me disse que quando soube que eu tinha sido sequestrada, ficou desesperado, mais do que um primo ficaria. Ele disse que me amava e que nunca iria me deixar. Então ele ajoelhou e abriu a caixinha e logo depois me pediu em casamento! Ai foi lindo!

–Vamos lá, eu vou dar uma bronca nele por não me contar. – ela riu e descemos a escada cochichando e chegando lá eu dei um empurrão no Hamilton, mas ele nem saiu do lugar. Maldita força que ele tem!

–HAMILTON! COMO VOCÂ NÃO ME CONTOU, SEU GAY?! EU DEVIA TER FICADO SABENDO ISSO NÃO É JUSTO!

–Calma Amy! Olha, eu ia contar, mas...

–MAS NADA!

–Amy! – disse Sinead, rindo – O sorteio!

–Ah... É mesmo – e me virei para Hamilton novamente – Ainda não acabamos – Todos olhavam para mim assustados e eu apontei pro dedo de Sinead, que olhou pra Hamilton, que fez que sim com a cabeça. Ela levantou o dedo e todo mundo começou a gritar. – EI EI! TODOS OLHEM PRA CÁ! - todos se concentraram em mim novamente – Precisamos sortear o local da competição, e como nós organizamos o resto, vocês sorteiam.

–Está bem. – Ian enfiou a mão no pote. – O lugar da próxima Cahill Konkurrens é...


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? EU AMEI
"Nunca deixe ninguém te dizer que não pode fazer alguma coisa". Xoxo