Clarity escrita por Mafê


Capítulo 3
Let's Get Drunk


Notas iniciais do capítulo

DESCULPE PELA DEMORA! SÉRIO, MUITAS PROVAS SEGUIDAS!
Dedicado às pessoas que acompanham a história.



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"I knew you were trouble when you walked in
So shame on me now
Flew me to places I'd never been
'Til you put me down"

–Taylor Swift, I Knew You Were Trouble

Desci as escadas segurando as lágrimas. Tantas emoções voltaram a minha cabeça, como se eu de repente fosse de novo aquela garota tímida que levou um selinho e achou que teria um futuro com certo inglês. Mas estava errada.

Não pense nele. É a SUA festa, aproveita garota!

É às vezes a consciência pode dar bons conselhos. Sinto passos rápidos vido por trás de mim descendo as escadas e aperto o passo. Mas as longas pernas estrangeiras me alcançam sem esforço.

–Precisamos conversar – Diz Ian.

–Não te devo satisfação alguma. – respondo ácida. Quando estou sofrendo o melhor jeito de esconder é sendo um pouco mais grossa e não se deixar fraquejar. FOCO AMY, FOCO! NÃO SE PERCA NAQUELES LINDOS, MARAVILHOSOS OLHOS... FOCO!

–Deve sim, e não é só por isso. Tenho outro assunto. Não é sobre você, e nem sobre mim. É sobre Dan e Nat. Acho que tem algo acontecendo ali... – começa ele, mas não deixo que termine.

–Você acha? Achei que fosse esperto Ian. É CLARO que está acontecendo alguma coisa ali. - dou uma risada - Dan voltou diferente do passeio de hoje à tarde... Nat saiu?

–Saiu e não vi quem a trousse para o hotel... Droga. Foi o Dan. Isso tá ficando intimo demais. – diz ele com olhos confusos.

–Hoje não é dia de confusão. Vamos para festa – pego sua mão em um impulso inconsciente, mas ali parece tão confortável tão acolhedor que só percebo isso na pista de dança e a solto.

–ANIVERSARIANTE! – Chama o DJ que estava em um palco montado no meio da sala de estar. – SEI DE SEUS DOTES COM O MICROFONE. SUBA AQUI E CANTE PRA GENTE!

E eu tenho certeza que o blush vermelho sentiu inveja do meu tom agora.

–SÓ SE PUDER TER MINHAS DANÇARINAS! – Digo e ele faz que sim com a cabeça. Reúno todas as minhas "dançarinas" e digo:

–Ok, todas conhecem I Knew You Were Trouble, da Taylor Swift, né? Não é minha cantora preferida, mas a musica serve perfeitamente... – dou uma olhada de ladinho para ele.

Fico mais vermelha ainda e mando uma olhada vingativa para todas que reprimem as risadas.

–Calem suas malditas bocas – sussurro. – Ele entrou na minha visão, não estava olhando para ele.

E subimos no palco.

As pessoas gritaram de animação (ou pelo efeito do álcool) quando subimos no placo e o DJ me passou o microfone rosa que Nellie havia me dado de presente. Eu meu virei para as garotas e pisquei o olho. Ensaiávamos aquela coreografia há dias para um show da escola, que não aconteceu. Mas a coreografia e a letra da musica ficaram na memória.

–OK, galera eu e minhas amigas aqui – e apontei para elas que sorriram e acenaram- Vamos fazer um pequeno show para vocês. Aproveitem, é uma bênção para vocês poderem ver essas bundas sexys remexendo.

Demais para você Amy!

E daí, consciência, está na hora de agitar um pouco as coisas!

...

–Once upon a time, a few mistakes ago… - comecei a cantar, jogando os cabelos pra lá e pra cá, bem hairography. Vai, frente, trás, joga o microfone... -I was in your sights, you got me alone, You found me, you found me, you found me…

Descemos do palco cada uma vai em uma direção.

–I guess you didn't care and I guess I liked that, And when I fell hard you took a step back.

Mas mudo algumas pessoas para o lado.

–Without me, without me, without me

Isso! Penso. Bem de cara com ele.

–And he's long gone when he's next to me, And I realize the blame is on me.

Chego bem perto de Ian e aponto em sua direção, sem deixar de cantar. Dou uma piscadela e ele parece confuso mas acho que o recentemente-nomeado-burro-Ian entende e levanta uma sobrancelha.

–Cause I knew you were trouble when you walked in, So shame on me now…

Rebolo e viro em direção ao palco, ainda seguindo a coreografia. Mas, como são os passos que mandam, me viro de volta para ele, esticando meu braço em um estilo “A Criação (pintura de Michelangelo)” demais para mim.

–Flew me to places I'd never been, 'Til you put me down, Oh, I knew you were trouble when you walked in – requebra, requebra, joga o cabelo e continua.

– So shame on me now, Flew me to places I'd never been, Now I'm lying on the cold hard ground. – pisco para ele, que sori. Eu e as meninas voltamos para o palco e acabamos a música:

–Oh, oh, trouble, trouble, trouble, Oh, oh, trouble, trouble, trouble

Todos aplaudem e rimos muito. Descemos e o DJ reassume as musicas, colocando Treasure, do Bruno Mars, pra tocar.

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–Amy, isso foi ótimo! – disse Nat, rindo – Eu vi você ali, olhando pro Ian daquele jeito...

–Tocando nesse assunto, Nat, quero falar com você sobre uma coisa– digo, apontando para um lado quieto da mansão. Ela vai à frente e eu a sigo de perto.

Quando Nat para, estou tão absorta em pensamentos que quase caio em cima dela.

–O que foi Amy? Se for pedir permissão para namorar o Ian... – começa ela, já rindo.

–É sobre o Dan.

–... já tem a minha bênção. – completa ela, confusa. – Ah tá, olha, se for por causa daquele jogo lá em cima, foi só um jogo, sabe, não teve nada de especial...

–Nem começa – disse, cortando ela no meio de sua fala. – Você saiu hoje a tarde e Ian me disse que Dan te deu uma “carona” até o hotel.

–Então você e o Ian estão conspirando contra nós... – começa, mas faz cara de espanto logo depois – Quer dizer... Não existe nós, sabe... Estão inventando coisas sobre mim e o Dan. Olha, eu estava perdida e ele me deu uma carona. Dan estava voltando de algum lugar e me viu desorientada por que não sei andar muito bem nesse hemisfério. Então decidiu me dar uma ajudinha. Só isso, não pense besteira! A mente poluída dos adolescentes de hoje... – diz revirando os olhos

–Seguinte cunhadinha- começo, rindo da cara de desgosto de Nat com essa palavra – Se for pedir permissão para namorar o Dan, já tem a minha bênção! – digo, imitando seu sotaque britânico.

–Primeiro, cunhadinha não me chame assim. Segundo, seu sotaque é péssimo! – nós duas começamos a rir.

É, talvez essa família possa, um dia, conviver em paz.

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Depois de rodadas e mais rodadas de vodca e whisky, subimos todos para o meu quarto de novo e sentamos no chão.

Tenho quase certeza que a escada estava girando. Sei que tudo estava mais colorido e animado. Acho que vou beber todos os dias.

–Ok, vamos fazer diferente. O jogo da garrafa. – comunicou Nat. Todos a olharam confusos. – Ah, qual é?! Vocês nunca jogaram? Ai tá, tudo bem, eu explico. Primeiro precisamos de uma garrafa...

–Por que todos os jogos que acabam em merda têm garrafas no meio?- pergunta Dan.

–Cala sua boca Dan, e deixa minha irmã explicar.

Eu pego uma garrafa que mantia escondida e coloco no centro do círculo.

Ai, minha cabeça.

–De onde você tirou essa porra?

–Sinead, Sinead, você ainda tem muito o que aprender. E uma das coisas é que um bom mágico nunca revela seus segredos.- Sinead girava feito carrossel na minha frete.

–Quero ver é se a mágica funciona na cama... –fala Jonah.

–Vai se fuder antes que eu te mande pro caralho que te carregue! – falei, irritada – Mas sim funciona. - Ah, os efeitos do álcool.

–Amy... Você está bem? – perguntou Dan... Acho que era o Dan. Ai, que dor de cabeça... – Quero dizer, você não costuma falar tantos palavrões em uma frase.

–Au te logal*– respondi, tropeçando no meu pé. Acho que esse chão está desnivelado. Um menino veio e me segurou antes que eu caísse. – Ian? – perguntei, tentando focalizar seu rosto. Ah, a droga da bebida estava realmente afetando meu cérebro. - Ai, que desperdício... Um rostinho tão bonito em um canalha tão metido.-ri - Metido a besta. Ai, me larga!

Me soltei de seu abraço – bem forte por sinal-, e cambaleei até cair de bunda no chão. Minha cabeça girou mais e bebi o último gole do meu copo de plástico. Joguei o copo para trás e alguém gemeu. Oops...

–Acho que vou descer e pegar mais um...

–Não. De jeito nenhum. – disse Ian me segurando de novo. Por que o abraço dele era tão bom? – Senta aí, moça. Quantos copos você já tomou?

–Uns dois... Quinze – respondi sorrindo. - Ai deixa pra lá, vamos jogar! – continuei batendo palminhas. – Senta agora todo mundo. Isso agora Si, Nat, Mad, Reag, Ju e Ma, sentem-se comigo, isso. O que vamos jogar? Não, não, não! – disse sacudindo o dedo na frente de Juliet – Nada disso. A Nat estava falando algo sobre um tal Jogo da garrafa, não? Eu conheço esse jogo... Sua safadinha nós, MENINAS, entendemos o que você quer fazer! – todas concordaram com risinhos. Os meninos pareciam mais perdidos do que cego em tiroteio.

–O que ela quer? Aposto que não é boa coisa... – resmungou Jonah na minha... Direita ou esquerda?

–Sim. –ela disse com um sorrisinho. – E cun... Amy, calada. Ou posso revelar um pedaço da nossa conversa...

–EU POSSO ESTAR BÊBADA, MAS EU ME LEMBRO DESSA PORRA! NÃO OUSE!

–Então shiu! Continuando, no Jogo da Garrafa...

–MUSICA! – berrei – PRECISAMOS DE MÚSICA!

Me levantei tropeçando e fui ate o som pra agitar o lugar. Eu estava com a mão no som. Daí aconteceu.

As dores que normalmente só aconteciam enquanto estava dormindo. Eu estava acostumada a enfrentá-la com uma almofada, água e cobertores. Mas dessa vez parecia ter evoluído um milhão de vezes. Eu tenho certeza que gritei e caí no chão. Chamei a única pessoa que sabia disso.

–SINEAD! – gritei o mais alto que pude, mas acho que saiu como um sussurro. – SINEAD! ESTÁ ACONTECENDO... –mais um grito agonizante. Eu sentia minha garganta se fechando e a fata de ar vindo junto com a sensação de afogamento. – TÁ MUITO FORTE! ARG... Si... - Coloquei minha cabeça entre os joelhos e a apertei com as mãos, em um tentativa fracassada de fazer as dores pararem e o mundo de girar.

–Calma, eu estou aqui, calma Amy...

–O que está acontecendo com ela? Sinead! Fala! – gritou Ian.

–Ian... Não grita! Minha cabeça...

–Então era isso, Amy? – disse Dan, baixo e calmamente – Por isso te escutei gritar naquele dia... Como fui burro! Vem, vamos te tirar daqui. Si, vem com a gente. O resto, por favor, fique aqui.

Dan me levantou em seus –musculosos- braços e foi assim até meu quarto, onde me deitou na cama e deixou Sinead cuidando de mim e foi pegar água.

–Amy... Por que isso aconteceu de dia? Quero dizer... Pelo que você contou, eles vinham nos pesadelos...

–Si. Não fala nada. Tem gente escutando atrás da porta. Sei que tem. Saiam. Sei que é você Ian. Tem mais alguém aí?

A porta se abriu e pude ver Ian entrando com Nat e Mary. Eles entraram desconfiados, provavelmente se perguntando com eu sabia que estavam ali. Mas o álcool continuava no meu corpo e só sabia que estavam ali. Não tinha razão, ou como. DROGA DE DOR DE CABEÇA!

–Mary... Eu ia te contar... Agora não dá, minha cabeça tá doendo muito.

–Ei, ei! Não tem problema, Amy! Você não precisava contar se não quisesse! Eu só quero que você esteja bem. Si, vem comigo pegar umas toalhas com agua quente pra Amy, acho que vai melhorar a dor de cabeça. Você já tá melhor, né, Amy?

–Claro... Minha garganta não tá mais amassada, a dor aliviou um pouco do efeito do álcool e a sensação ruim já passou. Por favor, eu preciso das toalhas!

Elas saíram e eu olhei para o teto. Não queria contar para ninguém. Esse era meu segredo, que a Sinead havia descoberto, mas não queria outras pessoas me tratando como coitada.

–Bem, eu vou ajudar o Dan... – enrolou Nat, tentando sair do quarto, sem jeito.

A porta se fechou e ficamos só eu e Ian no quarto.


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Notas finais do capítulo

O PRÓXIMO CAPÍTULO TÁ PRONTO, MAS SÓ POSTO COM 4 COMENTÁRIOS. SEI QUE POSSO.
"Nunca deixe ninguém te dizer que não pode fazer alguma coisa". Xoxo



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