Safe & Sound escrita por Gistar


Capítulo 15
Corrida


Notas iniciais do capítulo

Olá fantasminhas, mais um capítulo que eu escrevi com muito amor e carinho, espero que gostem! Boa leitura!



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“Corrida

É uma corrida

Mas eu vou vencer

Sim, vou vencer

E acenderei o rastilho

E nunca perderei

E escolho sobreviver

Não importa o que será preciso...”

Sara

Como Jacson ainda estava de cama, nós teríamos que ir para o quarto dos garotos. Quando deu meia – noite fomos todos para lá. As luzes estavam apagadas e a claridade que entrava pela janela mal dava para nos vermos. Tinha que ser assim porque não podíamos acender as luzes e chamar a atenção. Usávamos apenas uma lanterna.

Depois que todos chegaram, começamos a reunião.

- Emerson o mapa! – pediu Pedro.

Emerson tirou um mapa de uma bolsa que estava no fundo do guarda-roupa e o abriu sobre uma caixa que havia num canto. Ele pegou a única lanterna que havia ali e iluminou o mapa, era o mapa da escola.

Nós todos fomos para a volta para olhar, eu pude ver os detalhes de todos os andares, inclusive as saídas que Jacson havia contado que existiam.

- Cara, isso é incrível! – elogiou Miguel.

- É, eu sei. – Jacson que ainda estava na cama, encostado em travesseiros respondeu. – Era do meu pai e ele o passou para mim antes mesmo de eu entrar para a escola. Não preciso mais dele, conheço cada milímetro desse lugar. Agora quem vai precisar dele são vocês...

Nós falávamos baixo para que ninguém de fora ouvisse.

- E nós vamos precisar dele para os nossos planos? – perguntei.

- Sim, nós estivemos pensando... – começou Pedro e parou.

- Pensando em quê? - perguntou Rosane ansiosa.

- Na nossa idéia original.

- Evacuar as pessoas daqui? – perguntou a Mandy.

- Sim. – respondeu Emerson.

- E vocês já sabem como vão fazer isso? – Jess quis saber.

- Só tem um jeito – explicou Pedro – vamos distrair os caras, manter a atenção deles longe das saídas...

- Eles são muitos, não vai dar. – Eric discordou.

- Dará se todos nós trabalharmos juntos. – Emerson disse – Eu estive fazendo as contas, tem uns dezesseis caras espalhados pela escola, nós somos onze, o que dá menos de dois caras pra cada um...

“Peraí! Como assim dois caras pra cada um? O que eu vou fazer com dois caras armados?” – pensei atônita.

Rosane compartilhou minha preocupação.

- O que você quer dizer com dois pra cada um?

- Cada um de nós vai ter que distrair dois caras, mas nós vamos decidir como cada um fará isso. – respondeu Pedro.

Pela cara dela ela não gostou nada disso.

- Se você está pensando que eu vou arriscar minha pele está muito enganado! Eu não vou fazer nada que não seja seguro Emerson.

- Eu sei amorzinho, eu não vou mais deixar nada de mal acontecer com você.

Emerson disse isso e deu um beijo em Rosane.

- E como vamos fazer então? – Eu também queria saber.

Pedro pegou um lápis e começou a marcar o mapa.

- Têm dois caras no terraço, dois no quarto andar entre a biblioteca e o auditório, dois no andar dos dormitórios, dois no das salas, dois ficam no refeitório, o Daniel fica na Diretoria com mais um que é o guarda dele, dois no pátio dos fundos e dois no portão da frente. Isso fecha um total de dezesseis.

- Dezesseis caras armados até os ossos contra onze adolescentes! Não estou vendo qual a nossa vantagem... - disse Bruno.

- A nossa vantagem é que nós temos cérebro e sabemos usá-lo. – respondeu Emerson. – cada um de nós vai ficar em cada um desses pontos que o Pedro marcou e teremos que desviar a atenção deles das saídas do refeitório e do vestiário masculino. Só vamos ter uma chance pra fazer isso, se um de nós falhar, todos estaremos perdidos.

- Precisamos saber se todos estão dispostos a ajudar. – disse Pedro e passou o olhar em cada um de nós. – Mandy?

- Eu vou ajudar é claro

- Jacson?

- Eu vou estar melhor dos machucados e com certeza vou estar pronto pra devolvê-los pros caras.

- Miguel?

- Apesar de achar que isso é suicídio, eu vou fazer isso pelo meu amigo Jared.

- Jessica?

- Sim.

- Eric?

- Eu vou fazer o que for preciso pra sair daqui.

- Bruno?

- Poderia ter sido Ângela no lugar daqueles alunos que morreram, eu vou fazer isso por eles.

- Ângela?

- Eu também.

- Rose?

- Eu quero ter o prazer de sair daqui e assistir aquele ser desprezível torrar na cadeira elétrica.

- Emerson?

- Precisa perguntar mano? Onde tem luta, sangue e adrenalina eu tô dentro!

- Sara?

Ele me olhou sem vontade, estava na cara que ele não queria que eu participasse do plano, mas eu não ficar de fora.

- Claro.

- Então agora vamos decidir onde cada um ficará e o que fará. – disse Pedro. – Vamos começar pelo terraço, é o principal posto deles porque de lá eles vigiam toda a parte externa da escola, inclusive o pátio que dá para o vestiário masculino.

- Ou seja, a gente tem que chamar a atenção deles pra frente da escola já que o pátio fica nos fundos. – completou Emerson.

- Eu posso fazer isso! – disse Mandy quicando e batendo palminhas.

Eu não fazia idéia de como aquela baixinha conseguiria fazer isso.

- Nós vamos fazer isso durante o dia né? – pediu confirmação.

- A ideia é o horário do almoço depois da contagem, assim todos estarão no refeitório. – Pedro confirmou.

- Perfeito! Está prometendo muito sol pra essa semana, vou aproveitar e pegar um bronze.

- O que está pensando em fazer Mandy? – perguntou Jacson já preocupado com a idéia mirabolante que ela estava tendo.

- Topless!

Eu senti meu queixo cair. Ela iria tirar a roupa na frente daquele bando de animais, depois de tudo que aconteceu com a Rosane? Só podia ser piada...

- Nem pensar! – disse Jacson.

- Homens são previsíveis Jac e é tudo ou nada. A não ser que vocês tenham outro truque pra prender a atenção de quatro caras por tanto tempo...

- Mandy, você está ciente do perigo? – perguntou Pedro – Não queremos que você passe pelo que Rose passou.

- Pedro tem razão, é muito arriscado. – concordou Rosane que estava muito preocupada com a amiga.

- Tudo o que fizermos será arriscado.

- Mandy tem razão, tudo isso é muito arriscado. – disse Emerson.

- Ok Mandy, será assim se não houver outro jeito... – Pedro concordou a contra gosto.

- Eu posso ajudá-la. – ofereceu-se Jess, agora esse plano tinha mais chance de dar certo, ela era bem avantajada...

- Certo, se não precisarmos de você em outro lugar. – falou Pedro. – Continuando, temos o andar da biblioteca...

- Eu fico com esse – prontificou-se Angela – é o mesmo do auditório e eu posso inventar que preciso ensaiar pra alguma peça e posso criar uma distração com o cenário ou alguma coisa assim que os mantenha longe das janelas.

- Tudo bem – concordou Pedro. – Agora tem os dormitórios...

- Eu sei o que eu posso fazer – disse Rosane – eu posso inventar que a fechadura da porta do nosso quarto emperrou e peço ajuda a eles.

Rosalie estava começando a ganhar minha simpatia e eu estava começando a me perguntar qual seria minha parte nesse plano.

- Ótima idéia Rose! Ainda falta o andar das salas de aula...

- É o mesmo andar do laboratório de Química – informou Eric – eu posso bolar uma experiência que dê errado e provoque um incêndio, acho que é o suficiente para prender a atenção dos caras.

- Muito bom. Quanto aos caras do refeitório, Emerson, Miguel, Bruno e eu vamos atrair a atenção deles para o pátio dos fundos...

- Mas a idéia não é tirar as pessoas pela saída do vestiário masculino? – Bruno perguntou confuso.

- É, mas algumas pessoas vão ficar no refeitório e Jacson vai levá-las até a saída pela cozinha. – respondeu Pedro. - Quanto às pessoas que vão para a rua assistir ao nosso showzinho, Bruno vai tirá-las pelo vestiário masculino.

- Mas os caras vão ver isso... – disse Miguel.

- Não vão porque antes distrairemos os caras e sem eles perceberem nós iremos desarmá-los e tirá-los de campo.

Eu estava vendo o quanto aquilo tudo seria difícil.

- E eu vou fazer o quê? – perguntei.

- Você pode ajudar a Ângela. – respondeu Pedro.

- E quanto ao Daniel? – Perguntou Jacson.

- A gente cuida dele depois que tirar todo mundo daqui.

- E se ele resolver sair da sala dele pra dar um passeio e nos pegar no flagra? – perguntou Emerson.

- Emerson tem razão, não dá pra arriscar. – concordou Mandy.

Foi então que minha mente funcionou...

- Eu posso segurar o Daniel na sala dele. – falei.

- De jeito nenhum! – Pedro me cortou na hora.

- Se tem alguém aqui que pode fazer isso, sou eu!

- Você não vai chegar perto dele!

- Ela tem razão Pedro! – disse Jacson – Se tem alguém aqui que pode fazer isso é a Sara.

Aproveitei o argumento dele e continuei.

- Eu vou até ele e digo que quero conversar, começo a dizer que ele deveria parar de matar as pessoas e se entregar... dou uma enrolada nele.

- Não sei...

- Pedro confia em mim, eu sei que posso fazer isso! – afirmei.

- Eu acredito em você. – Mandy me apoiou.

- Obrigada e se mais ninguém for contra, creio que você perdeu Pedro.

Ninguém mais disse que era contra a minha parte no plano, Pedro teve que concordar, mas ficou o resto da reunião calado; provavelmente pensando numa outra forma de prender Daniel na qual eu não estivesse envolvida...

- Depois que nós tirarmos os caras do nosso caminho, nós pegamos as armas deles e rendemos os outros. – disse Emerson – pelos meus cálculos, nós vamos ser os últimos a sair daqui e o Daniel será o ultimo a ser rendido.

- Então é melhor que não chegue tarde Pedro – falei brincando com ele, ele levou a sério.

- Não vou chegar, eu prometo.

- Eu sei.

A partir daí nós começamos a planejar como faríamos tudo e tentamos nos apegar aos mínimos detalhes pra não dar nada errado. Continuamos nos reunindo todas as noites e decidimos que colocaríamos o nosso plano em ação na sexta-feira, que era dali a alguns dias. Assim teríamos tempo de nos preparar e Jacson de se recuperar.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam do plano, será que vai dar certo? Me deixem suas opiniões ok? Bjs e bom findi!