Os guerreiros ficam diante de um templo abandonado em uma região pantaneira, aquele seria o penúltimo fragmento e eles pareciam felizes.

– Estamos quase conseguindo Sairiel-san, mais dois fragmentos e você poderá levar o Artefato de volta para o céu! - Azrael exclama empolgado.

– Sim. - O anjo responde. - Com o artefato longe do mundo ele não correrá perigo.

– Então vamos nessa galera! - Azrael passa na frente.

– OH! - Seus amigos acompanham.

– Após explorar o local, eles encontram o artefato no local mais baixo e oculto do templo, envolto por ramíneas, quando se aproximam os fragmentos de Yue entram em ressonância e ela se apodera do pedaço daquele artefato, a luz entra na cabeça de Azrael, mas desta vez ele não sente nenhuma dor ou incomodo físico.

– Aza-chan, como você está? - Yue pergunta.

O rapaz tinha um olhar sério.

– Azrael. - Bea toca em seu ombro.

– Pessoal... - Ele se vira para eles. - Nós temos que voltar para a Watakino imediatamente.

– Para a escola? - Mas e o último fragmento?! - Hime exclama.

– ... Precisamos ir agora. - Azrael não responde e parte em direção a saída.

– Aza-chan, espere por nós! - Michiyo corre.

Sairiel parecia sério, ele dá uma última olhada no lugar e então os segue.

Eles viajam durante uma semana de volta a escola Watakino, mas Azrael durante esse período estava misteriosamente quieto, respondia apenas o necessário e não tirava brincadeiras com ninguém, seus amigos ficam preocupados, porém nada perguntam.

Ao chegarem até a escola eles se sentem em casa.

– Ah! Como é bom estar de volta! - Yue respira fundo.

– É verdade, mal posso esperar para tomar um banho e dormir na minha própria cama... - Michiyo se estica como um gato.

– Nós não estamos indo descansar, vamos até a sala de Shibuya, há algo importante que precisamos saber.

– Aza-chan... O que foi que você viu quando pegamos aquele penúltimo fragmento. - Hime pergunta.

– Vi dúvidas, mas Shibuya possui as respostas. - Ele responde para Hime andando em direção a sala da diretoria.

Bea e os outros passam a segui-lo, mas enquanto caminha Bea sente uma dor no peito e se apoia na parede, ela põe a mão na cabeça sentindo uma forte dor que logo passa.

– Bea-chan o que está fazendo, vamos logo! - Yue acena.

– Já estou indo. - Ela responde apressando os passos e parecendo séria.

Shibuya vê os jovens chegando, ele estava com as mãos nas costas observando a maneira como vinham, ele suspira e logo fica sério.

– Chegou o momento...

A porta abre e Azrael chega acompanhado dos outros.

– Já faz muito tempo meus caros alunos, vejo que fizeram novos amigos durante a jornada. - Ele sorri.

– Tio! - Yue corre até ele e o abraça.

– Yue! - Como é bom vê-la bem.

– Tio aconteceu tanta coisa! - Ela fica com os olhos marejados.

– É... Eu imagino que sim. - Shibuya olha para os novos aventureiros e se surpreende quando percebe o anjo Sairiel. - Um anjo?

Sairiel nada responde, afinal, Shibuya era um vampiro, porém algo mais lhe incomodava e ele não sabia como explicar.

– Esse é Sairiel, a feiticeira se chama Aiko-san. - Michiyo os apresenta.

– Muito prazer senhor Shibuya, Yue-chan falava muito do senhor.

– Entendo. - Ele sorri. - O prazer é todo meu Aiko–san.

Azrael continuava encarando Shibuya, o vampiro percebe e baixa a cabeça, então com um suspiro olha sorrindo para ele.

– Pode fazer sua pergunta Azrael Schicksal.

O rapaz de cabelos prateados olhava sério, então dá um passo à frente e fica cara a cara com Shibuya.

– Por que escondeu que você era um Oráculo do Fim dos Tempos?

(04 . Kill La Kill - Blumenkranz)

O grupo olha surpreso para Azrael e Shibuya, então ficam assustados.

– O QUÊ?! - Exclamam.

– Sabia... Essa sensação familiar me dando este desconforto... Então era isso... - Sairiel sussurra.

– Tio Shibuya do que o Aza-chan está falando?! Isso é brincadeira né?! - A expressão de Yue tremia.

– Ele fala a verdade Yue. - Shibuya toca no ombro da jovem Okami.

– Mentira... - Ela dá um passo para trás.

– Por que o senhor mentiu para nós esse tempo todo Shibuya-sensei!? - Kimmi braveja.

Azrael coloca a mão na frente do grupo pedindo silêncio.

– Shibuya explique-se, por favor, todos precisam entender seus motivos, nós já tivemos experiências desagradáveis com oráculos, não gostaríamos de ter nenhuma com você.

– Sentem-se, vocês vão ouvir uma longa história e também conhecerão o meu passado. - Ele indica os assentos na sala.

Os jovens sentam ainda não acreditando no que estavam ouvindo, Azrael fica em pé escorado na parede, Kimmi ao seu lado.

Shibuya olha pela janela de vidro da sala e coloca as mãos para trás.

– Há alguns séculos atrás, cerca de 500 anos no passado, demônios de diferentes castas tentaram invadir a terra e usar o artefato milenar para trazer Agamenon ao mundo, os oráculos são filhos da perdição, crias de demônios de alta casta amaldiçoados para que assim possam andar sobre a terra sem quebrar o pacto de não agressão entre o céu e inferno, por isso seus poderes são incomparáveis.

– Nós percebemos... - Yuki suava frio.

– Nós recebemos a missão de pegar o artefato e leva-lo para o inferno, lá Agamenon iria usá-lo para quebrar as correntes que o prendiam no submundo e assim lhe dar a oportunidade de andar sobre a terra mais uma vez para concluir o que tinha começado: A criação de um mundo a sua imagem e semelhança.

– Mas...? - Kaito sussurra.

– Fomos impedidos.

Os amigos se entreolham.

– Nós tínhamos todas as armas necessárias em mãos, porém o artefato possuía um guardião que o protegia desde tempos longínquos, também conhecido como o primeiro vigilante, ele hibernava em diferentes partes do globo dependendo da geração em que era despertado, o que se sabe é que para acordá-lo era necessário juntar todo o artefato e alguém da família de Yue invoca-lo.

– Então quando vocês oráculos invadiram o mundo para pegá-lo... - Azrael havia chegado a uma conclusão.

– Exatamente, os antepassados de Yue o despertaram na terra e ele reuniu os Guardiões do Destino.

– A mesma história que meu pai contou! - Yuuki exclama.

Shibuya assente.

– Eu e seus pais já fomos inimigos um dia Yuuki-chan. Narisa e Nassar eram sacerdotes problemáticos. - Ele sorri. - E um dos primeiros companheiros a lutar ao lado do primeiro guardião.

– O primeiro guardião... - Kimmi olha para Yuuki. - A estátua onde estava o fragmento de sua cidade Yuuki.

– É verdade... - Ela lembra. - Aquela estátua no templo deve ser ele.

– Mas como isso tudo aconteceu? - Sairiel pergunta.

– Com o guardião desperto e os seus companheiros lutando ao seu lado era necessário derrota-los, mas essa tarefa se tornara impossível e mesmo usando todo o inferno a nosso favor eles conseguiram nos derrotar, nossos poderes foram selados por ele e o vigilante fragmentou o artefato dando um pedaço para cada um dos guardiões.

– Peraí... Você disse que ele deu um pedaço do fragmento para cada um dos guardiões? Mas apenas o meu pai tinha um pedaço do fragmento, os outros encontramos dentro de cavernas ou templos abandonados! - Yuuki parecia confusa, mas seus amigos também.

– Quando o vigilante fragmentou o artefato dentro de cada pedaço ele depositou uma parcela de seu poder e abençoou seus respectivos guardiões, porém, somente a família de Yue podia usá-lo sem trazer consequências para si, por causa disso, quanto mais se usava o fragmento, mais energia vital se perdia, então por isso, muitos guardiões pereceram.

– Então como os outros fragmentos foram parar nestes lugares? - Aiko pergunta.

– Os fragmentos não podem ser usados por alguém que não tenha sido abençoado pelo primeiro vigilante, sem seus poderes eles são apenas pedras sem vida, porém, quando os guardiões que guardavam os outros fragmentos morreram, eles voltaram para os lugares onde o dono dos poderes que existia dentro dele hibernara algum dia.

– É verdade... - Yue lembra. - Sempre que eu chegava perto de algum fragmento ele brilhava bastante, depois quando o tocava ele se unia aos fragmentos que eu já tinha!

– Mas e as armadilhas nesses outros lugares? - Michiyo lembra principalmente por causa da queda que levara.

– Foram feitas pelos antigos guardiões para proteger o vigilante. - Shibuya responde.

– E como o senhor explica o Azrael saber onde os fragmentos estão? - Bea pergunta.

Shibuya olha para Azrael.

– Por que a família de Azrael é descendente do primeiro vigilante.

Todos ficam surpresos inclusive o rapaz.

– Eu não entendo... Aquele poder que ele mostrou em batalha, a Divine Aura, aquele é o poder de Ramiel, minha mestra! Como ele consegue usar aquela habilidade? - Sairiel pergunta.

– Eu não tenho a resposta para essa pergunta, ninguém conhece a origem do primeiro guardião, mas sabemos que ele escolheu a família de Yue para despertá-lo e que ela possui ligação direta com a família de Azrael. - Shibuya responde.

– Talvez a família de Azrael e Yue possuam alguma ligação direta com esse guardião não é? - Yuuki supõe.

Shibuya assente.

Azrael olha sério para o diretor.

– Não foi dessa forma que você explicou para nós Shibuya, você ocultou muitos detalhes importantes e mentiu sobre alguns antes de nos enviar nessa missão, qual o motivo de não revelar nada para nós?

– Por que eu sabia que por sua causa vocês iriam retornar aqui, não podia arriscar todas as possibilidades de despertar o guardião revelando toda a verdade. - O vampiro olha para Azrael. - Como você conseguia guiar seus amigos para os fragmentos?

– Um feixe de luz entrava na minha cabeça indicando a área onde o fragmento deveria estar, porém... - Azrael olha para Shibuya. - No último fragmento ele não me indicou um lugar... E sim uma pessoa... Você, mas que isso, eu o vi com uma pessoa que parecia um anjo feroz conversando e ele te entregava uma coisa.

Shibuya sorri.

– A imagem na sua cabeça é a imagem do primeiro guardião e o que ele me entregou foi o último fragmento a lembrança que você viu deve ter sido uma lembrança do próprio guardião lhe indicando o caminho.

– O quê?! - Os jovens ficam surpresos.

– Por que ele entregaria um fragmento a um inimigo? - Yue pergunta.

– Por que nós não éramos mais inimigos. - Shibuya olhava de maneira saudosa para os jovens. - O vigilante salvou minha vida uma vez... Eu tinha me apaixonado por uma mortal e por causa disso os oráculos iriam me matar, porém ele interviu e salvou minha vida, por muito tempo fiquei pensando no motivo de alguém como ele salvar alguém que desejava o fim do mundo que ele vivia para impedir, mas ele me respondeu: "Alguém que é capaz de amar não pode ter apenas destruição no coração, há muito mais dentro de alguém como você que a própria imortalidade é incapaz de explicar". Essas palavras me salvaram e mudaram minha vida, por causa disso, jurei lutar ao lado dele, vendo minha amizade e fidelidade, antes de voltar a hibernar o vigilante me deu uma missão, proteger a sua família Yue, pois ele sabia que tentariam de todas as formas destruí-la para impedir seu despertar na próxima era e desde então, eu tenho vigiado seu progresso de perto.

– Mas e a minhas memórias... Droga o senhor sabe de alguma coisa? - Azrael pergunta.

Shibuya nega.

– Sinto muito Azrael, mas tudo que sei sobre você é o local onde despertou, mesmo que sua família e a de Yue tenham alguma ligação, sua linhagem ainda é um grande mistério, talvez tenha sido uma arma encontrada pelo seu clã para protegê-los e por ter sido o escolhido como o guia do artefato suas memórias colocariam em risco a continuidade de sua família.

– Sairiel-san já tinha imaginado isso e nos explicado. - Yue comenta.

– Então talvez minhas memórias nunca voltem, viverei sem saber meu passado, de onde vim... Se tenho família... - Ele lamenta.

Bea toca em seu ombro.

– Mesmo que não saibamos, nós estamos aqui para construir um futuro com você.

Ele olha surpreso, mas sorri em seguida concordando e tocando em sua mão.

– Obrigado Bea.

– Tio Shibuya, onde está o último fragmento?! Se nós juntarmos o Artefato Sairiel-san vai poder leva-lo de volta para o Céu e o mundo estará salvo de uma vez por todas!

– Levar o artefato? - Shibuya olha confuso para o anjo.

Sairiel assente.

– Por séculos nós tentamos reaver o artefato, mas não podíamos quebrar o pacto de não agressão e não podíamos interferir no destino criado pelos mortais, além disso, vocês o fragmentaram tornando impossível detectá-lo novamente, mas agora completando ele outra vez em uma era onde não há interferência do destino do mundo, poderei leva-lo para a sala de tesouros no trono do rei.

Shibuya olha para Azrael.

– Shibuya-san, quanto mais rápido tirarmos o fragmento do mundo, mais rápido resolveremos esse problema e os riscos que podem cair sobre a terra. - O rapaz de cabelos prateados responde.

– Tem razão. - Shibuya desabotoa o terno e um fragmento brilha intensamente em sintonia com os de Yue. - Por muitos séculos eu o mantive comigo para que nunca caísse em mãos erradas, mas o dia de libertá-lo finalmente chegou...

– É incrível! Olha gente! - A Okami exclama.

– Yue... - Shibuya passa o fragmento para ela. - Agora cabe a você uni-los.

– Hai! - Ela pega o fragmento e ele se junta aos demais brilhando em diferentes luzes monocromáticas e se torna uma espécie de globo azul escuro com um pequeno universo vivo por dentro. - Então esse é o artefato que detém todo o poder da criação e destruição...

Nenhuma luz entra na cabeça de Azrael e ele sente um alívio e sentimento de dever cumprido.

Os amigos o admiram por algum tempo.

– É exatamente como me lembro. - Sairiel sorri. - Yue, está na hora.

– Sim! - Ela retira o pingente do pescoço e olha para o artefato por algum tempo.

Quando Yue está quase para colocar o artefato nas mãos de Sairiel, as luzes da sala se apagam e uma gargalhada familiar põe os amigos em alerta.

– Não pode ser! - Azrael e seus companheiros se aproximam um dos outros em defesa.

– Essa gargalhada! - Hime estava assustada.

Shibuya estava sério ele invoca uma esfera de energia vermelha que explode iluminando o lugar, mas ele fica preocupado quando por apenas um segundo a luz da explosão revela onde eles estavam.

– Maldição... Estamos presos...

As luzes voltam, porém bem fracas e os amigos se veem não na sala do diretor Shibuya, mas em uma espécie de vale com o chão feito de ossos e paredes estampado com almas de pessoas presas pela eternidade naquela dimensão.

– Ora, ora, ora, se não é nosso amado amiguinho traidor e seus companheiros do jardim de infância...

Uma esfera negra surge diante do grupo e se abre revelando Lillyth e os outros encapuzados, com exceção de Haltor e...

– Impossível! ABMALECH!!!? - Os amigos exclamam vendo o oráculo vivo.

– Eu avisei que não seria tão simples assim me derrotarem... - Ele sorri de forma sinistra. - Como prometido, hoje não vai ser como antes...

Os jovens suavam frio.

– Então este é o artefato milenar... Que lindo... - Uma encapuzada com voz de criança exclama batendo palmas.

– Acalme-se, sua hora chegará. - Haltor a acalma.

– Maldição! Justo quando estávamos quase conseguindo! - Kaito braveja.

– Nós não podemos deixar o artefato cair nas mãos deles. - Sairiel diz. - Vou lutar com todo meu poder.

(17. Kill la Kill - Grand Couturier).

Os oráculos olham para Sairiel com deboche.

– Hohoho. - Lillyth ri. - Calma anjinho, não lute dessa forma inútil, você vai morrer a toa, nós só viemos pegar o artefato, nada mais, porém como estou feliz por terem feito isso por nós, vou deixar que vocês escolham trazer ele para mim. - Ela sorri.

– Acha que somos idiotas de te entregar o artefato!? - Michiyo exclama.

– Oh... - Lillyth lamenta. - Criança, não me obrigue a ir até ai, justo hoje que acabei de fazer minhas unhas...

– Lillyth, não vou permitir que você adquira o artefato! - Shibuya ergue sua voz.

– Nossa você não envelhece mesmo heim? - Ela gargalha. - O que um traidor como você andou fazendo nos últimos séculos, fez muitos filhos? Oh, é verdade, você não pode por que foi AMALDIÇOADO! - Ela lembra com os orbes negros.

– O que eu fiz ou deixei de fazer não importa, eu fiz minha escolha e não me arrependo.

– Péssima escolha, Péééésssima escolha. - O encapuzado com voz de serpente ri.

Azrael estava confuso, tinha uma coisa que não parava de martelar em sua cabeça.

– Estranho... Ele olha para os oráculos. Sempre que estávamos perto de algum fragmento os oráculos apareciam como se soubessem os passos que dávamos antes mesmo de chegarmos... Mas nós não sentíamos suas presenças por perto... Como sabiam que estaríamos aqui?

Os oráculos se entreolham e começam a rir com gosto.

– Não acredito que só agora algum de vocês notou esse detalhe... - Lillyth sorri para o grupo.

– O que quer dizer com isso?! - Yue exclama.

Lillyth ri de novo.

– Minha senhora, eles irão descobrir cedo ou tarde, não acha que já é hora de voltar para o nosso lado minha querida...?

Os guardiões sentem uma aura sinistra atrás de si e arregalam os olhos, quando estão olhando para trás uma nevasca poderosa os congela até o pescoço, era um gelo diferente e amaldiçoado, tanto que sua cor era mais arroxeada e tinha uma névoa escurecida, uma prisão fria que lhes sugava as energias.

– Gah! O que?! - Hime tentava se debater.

Bea vinha andando entre eles em direção aos oráculos. Os jovens não sabiam se olhavam surpresos, assustados ou zangados.

– O que significa isso!? BEA?! - Yue grita.

– Sua miserável! Por isso eu disse para nunca confiar em um demônio! - Sairiel tentava se transformar, mas o gelo amaldiçoado o impedia.

– Depois de tudo o que passamos juntos você tem a coragem de fazer isso com a gente?! - Michiyo segurava suas lágrimas.

– Como ousa fazer isso com o Azrael nii-san!? - Kimmi grita rangendo os dentes. Depois de tudo o que ele fez por você!

Bea pára de andar e vai se virando lentamente para o grupo enquanto sua silhueta mudava, ela se tornava mais adulta e seus cabelos mais escurecidos, sua roupa muda se tornando mais sedutora, ela sorri cinicamente para os guardiões.

– Tolinhos... - A voz dela ela sinistra, mais que a de Lillyth e os fazem arrepiar. - Eu nunca fui companheira de vocês...

Shibuya arregala os olhos, sua expressão cheia de temor.

– Não pode ser... Você é...?!

Os oráculos se aproximam de Bea.

– Maldita quem é você?! - Sairiel pergunta com furor.

– Eu sou Beatrice Maedaline, Mestra da sedução... Arauto da traição.

Eles ficam perplexos.

– Não pode ser... É mentira!!! - Michiyo exclama com lágrimas nos olhos.

– Eu pensei que você era nossa companheira... Você sorria e chorava com a gente, se feria e nos protegia... Então quer dizer que tudo isso era...! - Azrael gaguejava.

Bea se aproxima dele.

– Encenação meu amor. - Ela toca no rosto de Azrael. - Minha missão era levar o artefato ao meu mestre, mas para isso precisava descobrir como encontra-lo, depois de muito andar pelo mundo eu descobri você Azrael querido e imediatamente soube quem você era.

– Do que está falando...? - Ele suava frio.

Bea sorri analisando sua expressão.

– Para reaver o artefato milenar eu precisava que você me guiasse até ele, mas infelizmente Shibuya o encontrou primeiro, por isso tive que mudar minha estratégia, então despertei Lillyth primeiramente e fiz um pedido muito especial a ela, afinal, se eu me aproximasse de você com a minha verdadeira forma, ele logo iria me reconhecer e te proteger... Por isso Lillyth colocou um feitiço sobre mim selando minhas verdadeiras memórias e forma deixando apenas o principio básico de que Azrael era importante para meus objetivos... E a proibi de revelar meu planos para os outros oráculos... Fascinante não é mesmo?

Azrael olha surpreso se lembrando do torneio interescolar e de como Bea parecia saber alguma coisa sobre ele, o jovem nunca tinha dado atenção àquele detalhe, mas agora entendia o porquê... Bea tinha como missão usá-lo para cumprir seus objetivos e fingia ser sua companheira para não levantar suspeita e dada a sua personalidade ninguém desconfiaria dela se o guardião confiasse na Oni. (Capítulo 02).

(01. Warlords of Draenor_Trailer)

– Foi um pouco complicado, afinal nossa querida Beatrice nos vendo como inimiga doía bastante no coração. - Lillyth faz cara de pena.

Bea ri.

– Mas onde estaria a graça se eu não pudesse me divertir também? Por isso dei uma ordem explícita para ela: Quando tivéssemos coletado metade dos fragmentos ela removeria o feitiço para que eu gradativamente passasse a me lembrar de toda a minha missão, então quando chegávamos aqui, minhas memórias se completaram.

– Eu aproveitei um dia em que ela havia se distanciado de vocês na floresta e removi o feitiço. - Lillyth lembra. (Capítulo 11).

Os amigos ficam ainda mais surpresos quando se lembram do dia que ela desaparecera na floresta e voltara como se nada tivesse acontecido.

– Aquele dia na floresta até eu me assustei um pouco quando vi Lillyth, mas assim que ela removeu o feitiço eu sentia que meu destino me guiaria ao meu real objetivo.

Bea passa as mãos no rosto de Azrael.

– Você me serviu muito bem Aza-chan, e confesso que eu realmente me apaixonei por você, um pequeno detalhe fora de meus planos que apenas me ajudou a esconder ainda mais minhas verdadeiras intenções de você.

O rapaz não sabia nem que expressão fazer.

– Maldita se afaste dele! - Shibuya exclama.

– Oh...! Não fale assim comigo Shibuya querido, justo eu que tenho uma história tão linda ao lado dele.- Ela ri graciosamente.

– Do... Do que está falando? - Yue tremia.

– Uma surpresinha que ficará mais interessante somente quando nosso amiguinho lembrar. - Ela sorri para Azrael.

– Maldita, o que você pretende fazer conosco?! - Kimmi grita com seus orbes em fúria.

– Minha missão não é apenas reaver o Artefato Milenar... - A Oni arranca o artefato da mão de Yue através do gelo que ela transpassa como uma gelatina, em seguida volta a andar em direção a Azrael. - Mas também leva-lo até meu mestre. - Ela completa o que dizia.

Azrael não consegue reagir quando Bea sela seus lábios ao dele e começa a sugar sua energia vital, o guardião começa a perder a consciência até desmaiar por completo.

– AZRAEL! - Seus amigos gritam.

Shibuya começa a se debater no gelo tentando se soltar.

– Shibuya não faça essa loucura, você sabe que vai se desgastar ainda mais. - Lillyth fala.

– Desgraçado o que pretendem fazer com ele?! - O diretor exclama.

O gelo onde Azrael estava se parte em milhares de pedaços e ele cai no chão.

– Nós vamos leva-lo ao mestre Agamenon e torna-lo nosso guardião negro... Ele romperá as barreiras do destino e trará o fim do mundo ao nosso lado.

– MALDITA! - Shibuya se esforça e consegue romper a prisão de gelo.

– Oh! - Bea brinca parecer surpresa.

Shibuya se vira para o grupo e começa a recitar várias palavras de encantamento, vários portais surgem diante do grupo fazendo Beatrice olhar séria para ele.

– Não deixem que ele os tire daqui! - Ela ordena.

– Os oráculos voam em direção a Shibuya e são repelidos por uma poderosa barreira.

– Tio Shibuya!!! - Yue exclama.

O vampiro olha com um sorriso cheio de ternura para a pequena Okami e seus amigos.

– Vocês são nossa última esperança... Nunca desistam... Deixo o destino do mundo em suas mãos...

Yue fica muda quando eles são sugados pelos portais e fecha mostrando uma última visão dos oráculos partindo para cima de Shibuya.

– Shibuya-sensei!!! - Gritam Kimmi, Hime e Michiyo.

– Shibuya-san!! - Yuuki e Aiko exclama.

– TIO!!! - Grita Yue com toda força.

Eles param em uma colina em alguma região montanhosa, os guardiões estavam mudos, sem reação, confusos e cansados, imaginar que Bea era uma inimiga lhes partia o coração, os guardiões se aproximam de Azrael inconsciente e se abraçam em meio as lágrimas.

Sairiel olhava para o céu com expressão de culpa.

– Eu... Falhei... Perdão meu Senhor...

Yue estava de joelhos olhando para o nada, quando se lembra das últimas palavras de Shibuya ela desaba em lágrimas.

– Nããããããooo!!!!

Traídos, sem esperanças, tristes e sem rumo, os guardiões do destino tinham recebido um golpe mortal naquele dia e ninguém sabia o que poderia ser feito para reerguê-los...

O Artefato Milenar havia caído em mãos inimigas...