E Se...? (Cam & Gabbe) escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 20
A Sad Letter


Notas iniciais do capítulo

Desculpa o atraso do capítulo, não me matem, não me matem.
Eu não estava conseguindo entrar na minha conta até ontem e foi um milagre quando minha senha rodou e eu pude rever minhas tão amadas fics. Pois é, aqui está um capítulo novo onde Cam tenta esconder Gabbe dos demônios e Ariane recebe uma carta com más notícias.
Se divirtam! ♥



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P. O. V. Gabbe

–Obrigada por me esconder dos ataques. –Murmurei o encarando de esguelha.

O rosto de Cam ficou lívido rapidamente enquanto ultrapassávamos as placas indicando o limite de velocidade nas bordas da estrada. Seu carro acelerava rumo a um destino que eu conhecia muito bem em LA, Beverly Hills.

–Cameron, se continuarmos assim morreremos antes da batalha. –Brinquei ao ver que Cam já estava a 250 km/h em uma estrada que só permitia até 120.

Ele apenas soltou o ar pesarosamente comprimindo os lábios e moldando com mais força as mão ao redor do volante.

–Já estamos chegando. –Sua voz rouca e severa me deu calafrios e eu automaticamente tirei os pés do painel do carro.

O silêncio de nós dois se instalou e o rádio tocando Summer Wine enchia o carro juntamente com o cheiro de canela.

–Gabbe...

–Tá. Eu sei que você não quer conversar. –Eu o interrompi encarando a janela fechada.

–Não seja ignorante. –A voz de Cam era tão entediada que doía em meu peito.

–Perdoe-me? –O lancei o meu sorriso mais forçado e amarelo. –Mas... Ah, droga.

Cam me olhava de esguelha, praticamente pedindo para que eu “não fosse tão ridícula” me fazendo suspirar e apertar a bochecha contra a janela.

O carro estacionou rudemente em uma vaga cheia de folhas amarelas e eu me contorci para espiar pela janela a grande construção.

A mansão era linda. Apenas isso. Seu telhado feito de telhas rústicas e a pintura bege nas paredes grandiosas cobertas parcialmente com plantas decorativas davam um ar de mágica ao local enquanto a grande fonte de água adornada com um anjo de gesso fazia um barulho relaxante enquanto eu e Cam deixávamos o carro e pisávamos no chão encerado e refletido.

–O que é isso, Briel? –Ouvi minha própria voz arrastada e esganiçada.

–Uma mansão em Beverly Hills. –Retrucou sorrindo.

–Nossa, Cam, nossa. –Revirei os olhos enquanto ele tirava um molho de chaves e abria o portão de ferro o segurando para que eu passasse.

Seguimos em um quase silêncio, sempre quebrado por um de meus “uau”’s ou algum comentário ridículo como “Estão te pagando bem mesmo no seu time, hein?”.

–Gabbe, eu não tô com humor hoje. –Ele massageava o rosto como se tentasse aliviar a tensão.

Pisquei algumas vezes apertando o cotovelo.

–Eu não tô de bom humor também...! –Resmunguei, aumentando o tom de voz gradativamente –E nem por isso fico descontando em você o tempo todo! Eu também posso morrer em algumas semanas, o...

Minha fala foi interrompida pela mão grande de Cameron em minha boca e seu olhar assassino direcionado para o topo de minha cabeça enquanto o lábio inferior tremia. Soltei o ar pausadamente pelo nariz.

–Não... Mencione.... –Ele respirou profundamente. –A mínima chance que você tenha de morrer. Ok? –Ele finalmente conseguiu me encarar.

–Ok. Certo. –Olhei dentro de seus olhos esmeralda enquanto ele me puxava para dentro da mansão.

Mal deu tempo de olhar para os quatro carros clássicos quando ele me empurrou portal pra dentro, me pressionando com uma mão e segurando meu braço com outra.

Cam tateou às escuras por alguns segundos antes de acender a luz e clarear o ambiente sinistro.

As paredes eram cobertas de réplicas (?) de pinturas famosas como a Mona Lisa, Natureza Morta, de Van Gogh, Três Mulheres de Picasso entre várias outras. Soltei uma exclamação muda enquanto jogava minha bolsa em um sofá de veludo azul.

–Um amante de artes, Briel? –Sorri falando enquanto analisava os lustres de cristal que iluminam o saguão onde as letras prateadas C. B. cobrem o chão dourado.

–Sou amante das coisas boas. –Ele disse, a voz calma enquanto agarrava minha cintura.

–Pode ser que você não lembre, mas ainda estou com raiva de você. –Revirei os olhos me soltando bruscamente.

Cam suspirou e eu dei uma olhada de soslaio na escadaria branca que se dividia em duas.

–O seu quarto é na porta a esquerda. –Ele apontou para a porta de madeira escura no fim de uma das escadas. –Eu tenho que sair agora, mas...

–Me prometa algo. –O interrompi, ainda olhando para a escadaria.

Cam soltou o ar pesadamente antes de me responder.

–Sim?

–Promete que não vai me trair. –Minha voz saiu engasgada.

–O quê? –Ele disse, um riso sem-graça saindo por seus lábios. –Com quem eu te trairia?, por favor, Gabbe..

–Não é isso. –Engoli em seco colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. –Prometa que não é um plano.

Cam me encarou por tantos segundos que pensei que fosse respirar fundo e admitir que, desde o começo, tudo havia sido um plano e que eu era estúpida por acreditar nele e tudo mais.

–Não. –Sua voz saiu pesada e tensa. - Não é um plano. Eu prometo. –Sorriu tristemente.

Sorri erguendo uma mão.

–Promete de dedinho? –Minha voz saiu leve e aguda.

–Ah, não acredito, Givens! Como é tão infantil?

–Promete?

Cam ergueu o dedo mínimo. Ele prometeu.

–Posso ir agora? –Ele ergueu uma sobrancelha pegando um arco em cima de uma mesa de vidro.

Suspirei rolando os olhos.

–Como se eu pudesse te impedir.

Ele riu.

P. O. V. Ariane

Gabbe e Cam, Daniel e Lucinda.

Beberiquei o copo de café, minha mão livre dançando sobre o piano enquanto minha mente voava na direção oposta. A melodia que ecoava do instrumento apenas era uma trilha sonora para meus pensamentos.

A carta que eu havia lido há duas horas ainda jazia no criado-mudo e minha cabeça continuava a pesar para baixo enquanto os pensamentos me afogavam na mágoa e melancolia profundas.

As palavras impressas no papel eram mornas em minha cabeça:

Srta. Alter,

A batalha foi adiada para dia 26 de dezembro. Espero que todos os anjos façam bom proveito de seus Natais e que se divirtam um pouco, para variar a vida dramática que, com pesar, devo admitir que andam levando.

Quero que saiba que as chances de que um anjo saia vivo caso os demônios ganhe são mínimas, e vice-versa. Por isso, todos os seus laços afetivos com essas criaturas são odiáveis perante o seu lado da guerra. Em breve, dois Nephilim que você já conhece serão mandados aí pela Shoreline. Deve se orgulhar ao saber que eles escolheram o seu time e lutarão bravamente até que morram. Você já deve saber quem é o casal, mas para que fique claro, os Nephilim são Miles Fisher e Shelby Sterris.

Após ler a carta, a queime e tenha certeza de esconder bem as cinzas.

Atensiosamente, o Conselho do Trono


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Notas finais do capítulo

Podem deixar reviews, não mordo :3 A propósito, logo, logo respondo os reviews que faltam!
Beijinhos, Dê ♥



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