E Se...? (Cam & Gabbe) escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 18
Just a little Fight


Notas iniciais do capítulo

Capítulo extra (aêeee) saindo em pouquíssimo tempo!
Espero que gostem e tá bem grande em comparação com a maioria por aqui! Nos vemos lá embaixo!



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Os dias para a batalha ficavam mais próximos. Eu, Dani e Ariane treinamos várias horas por dia pelas sete semanas que se seguiram. Normalmente, Ariane entrava em meu apartamento seguida por Daniel às cinco horas da manhã com café quente e sacolas gordurosas do McDonalds. Após comer, Dani nos levava com seu carro modelo esporte, o qual eu sempre esqueço o nome, para alguma praia de LA onde discutíamos sobre as atualizações quanto ao preparamento da batalha enquanto estávamos sentados na areia em alguma parte afastada. Ariane costumava listar os fatos recentes com uma boa dose de ironia e sarcasmo, visivelmente irritada com o rumo que as coisas tomavam. Após discutirmos, caminhávamos até um galpão que Dani havia alugado. Muito espaçoso e terrivelmente sombrio, era onde passamos a maior parte de nosso tempo naquelas semanas. As paredes metálicas faziam com que qualquer barulho que emitíssemos produzisse um eco enorme, razão pela qual nunca discutíamos técnicas de batalha ali.

Na primeira vez que fomos até lá, Daniel nos mostrou os bonecos-alvos que havia preparado e as várias setas estelares espalhadas pelo chão lustroso do galpão. Alvos vermelhos e brancos passeavam pendidos em linhas de nylon coladas no teto, espadas prateadas de cabos dourados jaziam apoiadas em pequenos pedestais nos cantos dos cômodos, iluminadas pela luz incandescente.

-Uau. –Murmurei andando de um lado para outro.

Daniel me olhava orgulhoso enquanto Ariane se aproximava das espadas boquiaberta.

-É, uau. –Ela disse abrindo um sorriso assustador enquanto tocava suavemente o cabo da espada.

-Demorou um pouco para arrumar as coisas, mas... –Ele começou, a satisfação evidente em sua voz.

-O que Luce acha que você está fazendo este tempo todo? –O interrompi erguendo as sobrancelhas.

Daniel soltou um pesado suspiro após alguns instantes.

-Ela não sabe o que estou fazendo e eu também não comentei. –Coçou o nariz, visivelmente desconfortável com o rumo que a conversa tomou.

Os próximos segundos se estabeleceram em um silêncio tenso.

-Sinto muito. –Dissemos eu e Ariane em uníssono.

Nos entreolhamos antes de rir discretamente.

-Não, tá tudo bem. Ela entende que eu tenho assuntos sérios e... –Um lampejo de perturbação passou pelos olhos de Daniel.

-Dani... –Soltei.

-Cale a boca. Vamos só nos concentrar por um tempo. –Ele murmurou.

Revirei os olhos incrédula.

-Então tá, vamos treinar até morrermos deixando uma garota que passará o resto da vida procurando um anjo de olhos violeta. Ou então, matando a única pessoa no mundo por quem você já se apaixonou. É a vida de um anjo, não é?

Eu e Daniel nos viramos para Ariane, quem estava com um sorriso sádico no rosto quando terminou de pronunciar as palavras ainda examinando a lâmina prateada.

-Vamos treinar. –Repetiu apertando o cabo da espada, a qual “acendeu”, as chamas lambendo a lâmina.

Eu e Dani estávamos rígidos, de braços cruzados. Ele foi o primeiro a ceder, segurando uma seta estelar e a encaixando cuidadosamente em um arco. Mirou, a bochecha colada ao cabo da flecha, no alvo vermelho e branco que se mexia com o vento do ventilador. A flecha se soltou girando e deixando uma mancha vermelha no local em que raspara no rosto de Daniel. Após um segundo, a flecha cravou no círculo de madeira que se mexia de um lado para o outro. Bem no centro vermelho. A madeira começara a esfumaçar antes que eu corresse até lá e puxasse o cabo.

-Quer uma espada? –Daniel perguntou.

Já estava do outro lado do galpão, escolhendo alguma espada. Me olhou incisivamente, mas eu andei até lá e, sem dizer uma palavra, peguei uma espada que, imediatamente, entrou em chamas.

Os demônios não tinham acesso à elas. Rasgavam a pele de qualquer um com o mais leve tocar deixando a pele chamuscada. Só podíamos as usar em situações muito especiais, o que me deixou desconfiada de que aquela seria mesmo uma “pequena batalha”. Fiquei preocupada, algo que acontecia muito. Cam não poderia se proteger de uma destas e... Droga, Gabbe, pare de ser estúpida!

Após treinarmos a mira e esgrima, Daniel ainda tentava falar comigo.

-Gabbe, me desculpa. Eu não queria ter falado assim com você. –Sua voz parecia falsa, como se eu o estivesse obrigando a se desculpar.

Apenas ergui os olhos para ele e suspirei, entediada.

-Claro. Eu entendo. –Minha voz novamente carregada de falsa animação.

Daniel suspirou antes de se afastar.

-Então, quem me dará carona? –Ariane cantarolou do outro lado do galpão colocando uma toalha úmida em cima do ombro.

-Dani é o único que tem carro... –Comecei, mas fui interrompida pelo toque estridente de meu telefone. –Um minuto.

-Diz “oi” pro Cam. –Ariane falou, rindo.

-Rá, rá. –Sorri apertando a tecla verde do celular. Tá, era mesmo o Cam. Mas eu não queria que Ariane soubesse, embora fosse inevitável.

-Gabbe? –Sua voz rouca e maravilhosa tilintou no celular.

-Sim? –Percebi, um pouco constrangida, que minha voz mudava quando estava falando com Cam.

-Estava preocupado com você... –Ele suspirou, aliviado.

Passei alguns segundos sorrindo antes de responder.

-Também estou preocupada. –Cocei a cabeça, nervosa.

-Quero te ver. Você não está em casa.

-Foi uma pergunta?

-Não, eu estou na porta do seu apartamento. –Ele bufou, impaciente.

-Own. –Soltei sorrindo. –Tá, tá bem, eu tô indo.

-Ah, Gabbe, você faz tudo parecer ridiculamente não-importante. –Eu quase podia ver seus olhos revirando.

Ri antes de desligar o celular porque Dani e Ariane já saiam do galpão.

-Poxa, eu também amo vocês. –Sorri arrogantemente, magoada por terem sido capazes de me deixar lá sozinha.

-Desculpa, loira. –Daniel colocou um braço em meu ombro enquanto Ariane pulava pelas ruas desertas.

P. O. V. Phoebe

(Um dia atrás da narração de Gabbe)

Os lábios rosados de Sam ficavam mais próximos enquanto ele puxava minha cintura para si, os olhos claros entreabertos por baixo dos cílios ruivos/dourados. Seus cabelos estavam esparramados pelo rosto fino e sua mão estava gelada enquanto pressionava os dedos em minha bochecha.

-Sam... –Ele pareceu hesitar quando sussurrei, mas se aproximou mais até que nossos narizes se tocassem.

-Só fica calada.

No próximo segundo, seus lábios macios amassaram os meus de modo que meu coração pareceu acelerar para o dobro da velocidade anterior. Abri a boca sentindo o hálito quente de Sam me invadir enquanto ele passeava as mãos por minha cintura e pela nuca. Segurei sua mão de leve, entrelaçando nossos dedos e mordendo de leve seu lábio de forma que ele sorrisse.

-Ah, por favor, arrumem um quarto. –Cam praticamente gemeu entre risos.

-Puta que pariu Cameron! –Sam rugiu.


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Notas finais do capítulo

Olá, queridos! Amanhã eu vou ter prova, mas mesmo assim eu fiz este capítulo pensando em vocês, então tratem de comentar T-T
Beijinhos, Dê ♥ >3