Capítulo 14.

[Bella POV]

Acordei com lábios sobre minha pele. O cheiro gostoso do perfume de Edward me invadiu de imediato, fazendo com que eu me sentisse tranquila e totalmente relaxada ao abrir os olhos.

— Bom dia, linda! – ele sorriu aquele sorriso que me aquecia e fazia flutuar para outra dimensão.

— Bom dia! – selei nossos lábios e me separei quando ele quis aprofundar o beijo.

— O quê? – ele perguntou com o cenho franzido.

— Esqueci-me de escovar os dentes ontem. Mau hálito.

— Não me importo. – deu de ombros e tentou me beijar de novo, eu me esquivei saindo da cama.

— Edward! Deixa eu escovar os dentes. – fiz beicinho.

— Você realmente acredita que isso ajuda? Vai escovar os dentes de uma vez. – ele rolou os olhos e se atirou na cama. Eu ri.

Escovei os dentes e tomei um banho rápido, sem lavar os cabelos. Passei meu hidratante corporal e enfim me sentia pronta para ir falar com o homem que me esperava fora do banheiro. Quando entrei no quarto, ele não estava mais. O encontrei na cozinha, colocando o café na cafeteira.

Eu abracei seu corpo definido por trás e ele se virou em minha direção.

— Pronta moça? – suas mãos passearam por meus cabelos e eu fechei os olhos, entregue ao seu toque.

— Sim, agora pode me beijar. – ofereci meus lábios para ele, que se afastou rindo.

— Agora eu vou me arrumar, termine de fazer o café.

Eu bufei e ele beijou minha testa, se afastando.

Terminei as torradas que estavam na torradeira e fritei bacon e ovos na frigideira. Não era o café da manhã mais saudável com toda a certeza, mas as frutas que estavam na fruteira já tinham apodrecido. Nota mental: limpar a geladeira e comprar algumas frutas assim que possível.

Pus a mesa e quando estava tirando o café da cafeteira Edward surgiu.

— Estou prontinho, cheirosinho e gostosinho pra você. – disse escorado na bancada da cozinha, onde estava nosso café.

— Isso é mais do que posso aguentar, você por acaso está se oferecendo? Que feio Edward. – falei chegando perto dele que envolveu seus braços por meu corpo. Cheirei seu pescoço molhado pelo banho, ele estava sem camisa então deixei minhas mãos correrem por suas costas e o senti arrepiar. Eu sorri quando ele levantou meu queixo para me dar o tão esperado beijo.

Nossas línguas dançaram felizes pelo contato, ele sorriu entre o beijo e eu mordi seu lábio. Depois do dia anterior nós parecíamos fisicamente mais próximos, já que passamos a maior parte dele juntos e coisas foram ditas nas entrelinhas. Eu o amava tanto e só tinha aberto meus olhos depois do sonho que tive na noite anterior.

Sonhei que tinha que me separar de Edward, talvez por conta de sua turnê que estava por vir, talvez pelo inesperado da reunião que teria com o elenco do filme. Eu só sei que nós não ficamos juntos e aquilo me abateu profundamente. No sonho eu disse a ele que o amava e descobri que ele me amava também.

Aquilo na vida real parece ter aquecido minha alma e me encorajado de um jeito bom. Edward quebrou o beijo com selinhos e me abraçou forte, então disse:

— Vamos tomar café, dia longo por vir. – eu assenti e nós nos separamos. Eu sentei em sua frente no banco da bancada e nós tomamos nosso café conversando sobre os planos do dia.

— Você sabe até que hora vai ter que ficar no estúdio? – perguntei, comendo o ultimo pedaço de minha torrada.

— Acho que uma hora da tarde termino lá, mas aí mais tarde ainda tenho duas entrevistas a dar para revistas, depois photoshot. Então adicione mais umas três horas pra isso. Acho que depois das quatro estarei livre. – ele sorriu e tomou um gole de seu café.

— Bem, eu não sei que hora sairei de lá, por isso não se preocupe em me pegar, eu dou um jeito de vir sozinha. Talvez passe no mercado, você está precisando seriamente de frutas nesta casa!

— Não me culpe por ser homem! Geralmente minha mãe fazia as compras aqui de casa, mas desde que ela tem estado muito ocupada ela não conseguiu fazer as compras, segundo ela. Já eu acho que ela não quer nos atrapalhar. – deu de ombros. – então, fico te esperando?

Revirei os olhos para seu argumento e sorri.

— Sim, se eu não aparecer até a meia-noite, chame a polícia.

— Não seja boba, eu assisto CSI, eles sempre esperam a pessoa ficar desaparecida por 24 horas para agir.

— Não entendo isso, mas enfim.

— É, bem, vamos antes que este assunto entre em áreas que eu não entendo.

— Não minta Edward, já chegamos a esse ponto.

Ele apenas riu e me ajudou a guardar as coisas. Eu fui até o quarto onde estavam minhas coisas e troquei de roupa, colocando uma camiseta branca grande com o símbolo da banda de Edward, calça jeans e tênis vermelho. Refiz meu coque em algo mais ‘fashion’ e peguei minha bolsa, me certificando de que tinha tudo o que eu precisava ali dentro.

Voltei à sala e Edward estava lá, com sua roupa trocada. Camisa preta com o logo dos Ramones, seus óculos escuros, calça jeans e sapato social. Eu bufei quando o vi, mas ainda assim tive que esconder um sorriso.

— Sério que vamos sair combinando? – eu disse então ele que estava praticamente dormindo em pé me olhou e sorriu.

— Isso é mais um sinal de que temos essa coisa de telepatia Tico e Teco.

Eu o olhei pasma, o que era aquilo agora? Franzi o cenho, o que o fez rir.

— Quando éramos eu e Emmett montando a banda e tínhamos que escolher os caras e tudo o mais, eu e ele costumávamos pensar igual. Emmett denominou isso TTT, ou, para os leigos, telepatia Tico e Teco. Acho que a história seria mais bem contada por ele, então não explicarei mais que isso. – ele piscou e beijou minha testa quando fiquei mais perto.

— Certo, precisarei mesmo ouvir isto. – sorri. – mas por ora, vamos?

— Hum... Só um minuto, tenho que te dar uma coisa. – ele foi até o rack onde tinham alguns envelopes de cartas e pegou um todo em branco. Chegou mais perto e me entregou. Eu pude então ler o que estava escrito em uma bela caligrafia “pagamento mensal de Bella”.

— Edward... O que é isto? – perguntei bobamente.

— Seu pagamento. Devido ao acordo e tudo o mais...

— Quando... Quando chegou? Como...

— Carl disse que teria levado ontem se não fosse estranho te entregar um envelope no meio de um monte de jornalistas e fãs, então ele disse que mandaria aqui para o apartamento assim que pudesse. Enquanto você estava no banho liguei para a portaria para saber se algo tinha sido entregue e eles me trouxeram o envelope.

— Não posso aceitar. – falei categoricamente.

— Como assim não pode? Bella é o seu dinheiro.

— Não Edward. É algo que eu ganhei pra estar ao seu lado, isso não foi trabalho nenhum. Estar com você foi mais um presente do que uma obrigação, eu até tinha me esquecido disso. Não posso aceitar.

— Claro que pode, e vai aceitar Bella! Quero que guarde este dinheiro, use-o para algo que você desejava fazer há tempos, dê-o para seus pais, sei lá. Só aceite, por favor.

— Não Edward! Não preciso de nada que me lembre de que isso não é real. Não quero comprar seu amor, nem sua presença. Quero apenas estar com você. Isso não tem preço. – meus olhos se encheram de lágrimas enquanto eu falava. Não havia jeito nenhum de ele me fazer aceitar aquele dinheiro.

Ele suspirou e passou uma das mãos por seu cabelo, depois apertou a ponte de seu nariz. Estava nervoso e estressado, tentando pensar. Seus olhos baixos, mirando o chão.

— Edward... – comecei a falar, mas fui cortada.

— Estou feliz que você não tenha aceitado este dinheiro. Ontem quando Carl falou sobre isso, a única coisa que eu quis fazer foi esquecer todo esse assunto, então nós passamos a tarde toda juntos e foi ótimo, sinto que ficamos ainda mais próximos com isso. Mas a realidade bateu a minha porta, literalmente. – ele então olhou em meus olhos, seus olhos quase me hipnotizando. – mas sabe o que acontece, Bella? Nós podemos fazer a nossa realidade, esta é a grande coisa de se viver, e a minha realidade é te amar. Eu te amo, não desde a primeira vez que te vi, mas a partir de todas as vezes que eu vi um sorriso nos teus lábios, desde que toquei em você, desde o primeiro beijo.

Não sei se eu um dia sorriria tanto quanto estava sorrindo agora, nem se choraria ao mesmo tempo. Era confuso chorar e sorrir, tão confuso quanto um dia em que chove e tem sol ao mesmo tempo. Mas no fim das contas, o amor não era assim mesmo? Algo contraditório e confuso, que alegra com a presença e faz chorar com a ausência?

— Ah, Edward! – joguei meus braços em volta de seu pescoço e ele imediatamente envolveu minha cintura. – isso é real? Eu não estou sonhando? Eu te amo, Edward!

Falei tão rápido e tão baixo que não fiquei certa se ele tinha ouvido até que ele falou:

— Eu sei que você me ama.

— Convencido.

— Não mesmo, você costuma falar ao dormir, sabe? Ontem você disse algo que me deixou o que pensar...

— Oh não, eu não falei o que acho que falei, falei?

— Bem, ainda não leio mentes, mas usando um pouco de nossa telepatia, acho que sim. – ele sorriu, secou minhas lágrimas e selou nossos lábios. – é uma pena termos que ir, porque se não você chega atrasada no primeiro dia.

— Não importa, teremos tempo em breve. – eu sorri pra ele e acariciei sua bochecha, deslizando minha mão por seu braço até pegar sua mão. – vamos?

— Sim, amor.

Nunca me senti tão feliz no ultimo mês. Quando ele me chamava de amor antes, não parecia ser a mesma coisa, o sentimento podia ser o mesmo, mas agora eu sabia que ele estava ali, que ele me amava. Aquilo me deixou tão leve.

Deixei o envelope sobre a mesa de centro antes de sairmos e ele me olhou fazendo uma careta, mas eu dei de ombros. Ainda não sabia se aceitaria aquilo, o mais importante já havia sido feito, mas não seria bom voltar atrás de minha decisão de não aceitar o dinheiro depois de tudo. Mas por outro lado, a ideia de guardar aquele dinheiro para poder trazer meus pais para me visitar no natal me deixava tentada a pegá-lo.

Edward dirigiu seu carro até o endereço onde eu deveria estar em quinze minutos, e ainda bem, conseguimos chegar com cinco minutos de sobra.

Eu o beijei, um beijo de pressão suave que demonstrava o que eu estava sentindo no momento. Era como o primeiro vento da primavera. Ele colocou suas mãos nos lados do meu rosto para pressionar seus lábios nos meus firmemente de novo. Movi minhas mãos para sua nuca, nunca poderia ter o suficiente de seus lábios. Nossos lábios mais uma vez se encaixando perfeitamente juntos, se movendo harmoniosamente. Só havia paixão entre nós, amor e todos os sentimentos que tanto recusamos em aceitar. Eu me separei dele com pequenos beijos.

— Tenho que ir, não posso chegar atrasada na minha primeira reunião. – falei, acariciando seu rosto, com vontade nenhuma de deixá-lo.

— Tudo bem. Mais tarde vamos compensar isso. – ele piscou e eu dei um risinho, mais de nervosismo do que qualquer outra coisa.

— Sim lindo. Deseje-me sorte. – falei antes de sair do carro.

— Boa sorte amor, vai dar tudo certo!

[Edward POV]

O dia que se passou e a noite foram ótimos. Mas como nada na vida é pleno, esta manhã poderia ter sido um desastre total. Mas também que ótima ideia que eu tive, certo?

Olhe Edward, sua falta de jeito ainda vai te pegar. Minha consciência falou. Obviamente ela estava certa. Eu não tenho jeito com mulheres, pelo menos não com Bella. Não com o amor que sinto por ela. Parece que quanto mais nós amamos uma pessoa, mais chances nós temos de magoá-las.

E eu sabia que tinha magoado Bella, porque aquilo tinha me magoado também. Mas afinal, o que eu poderia fazer? Era o dinheiro dela de fato. E eu também precisava saber qual seria a reação dela, como ela agiria. E no fim, tudo correu bem. Melhor do que eu esperava.

Agora no estúdio enquanto ouvia Emmett cantar sua parte que faltava, eu fiquei pensando em tudo: em como a vida trabalha de maneiras estranhas, mas que se completam. Minha mãe perdeu meu pai, depois encontrou Carl, que é agora meu produtor e agente e me trouxe para Nova York. Então Levi encontrou Stella e Emmett, Rose. Jasper encontrou Alice e eu, Bella. Será que algum dia eu estaria preparado para deixá-la, caso nós não soubéssemos de nosso amor agora? Naquela hora em que ela começou a falar, eu logo pensei que não estaríamos mais juntos em minutos. Ainda bem que eu não sou muito bom em adivinhar as coisas.

— É sua vez de gravar Edward, espero que se concentre nisso agora. – Carl falou, enquanto eu assistia Emmett sair da cabine e sentar na cadeira ao meu lado.

Levantei sem dizer nada, entrei na cabine e parei em frente ao microfone. Coloquei os fones em meus ouvidos e esperei a melodia começar. Era hora de fazer a única coisa que eu sabia fazer direito.

[Bella POV]

A reunião correu boa de todas as formas possíveis. Era um sonho estar ali no meio daquelas pessoas talentosas, tentando, quem sabe, ser uma delas em breve. Passamos quatro horas passando os textos da primeira fase de filmagens e pegando conselhos do diretor, do produtor e toda a equipe de filmagem. Eu cheguei lá às oito horas da manhã e ao meio dia tudo já estava pronto e todos foram dispensados.

Eu demorei um pouco para juntar minhas coisas que estavam sobre a enorme mesa e então Shawn veio se sentar ao meu lado.

— Bom trabalho em ter decorado os textos tão rápido, geralmente os iniciantes têm problemas com isso.

— Bem, eu não sou tão iniciante assim. – sorri pra ele, colocando uma mecha de meus cabelos para trás da orelha.

— É verdade, deu pra perceber pela sua seriedade. Você deve realmente gostar de fazer isso.

— Eu sou apaixonada por atuar. Desde pequena faço isso, sabe e eu nunca tive uma oportunidade tão grande. Farei o que puder pra fazer funcionar agora e por muitos anos, até a paixão acabar ou até eu envelhecer.

Ele sorriu pra mim, então olhou para os lados e adotou uma postura séria.

— Bella, nossas filmagens começarão em Nova York, talvez durem de uma a duas semanas, esperamos que uma semana, mas nunca se sabe. Depois dessa parte, da qual você não vai participar porque é aqui que vão acontecer o velório do pai de sua personagem e a descoberta da personagem da Scarlett, entre outras coisas.

— Ok. E a segunda parte?

— A segunda parte, que é a parte em que você entra, se passa em Los Angeles. Eu sei que não tinha nada dizendo sobre isso nos scripts, mas não tínhamos nada confirmado até semana passada e eu não pude avisar.

Eu fiquei perdida naquele momento. Isso significava ter que morar em Los Angeles? Por quanto tempo?

— Mas...

— Olha, antes que você conteste, o contrato já está assinado e lá diz que você deve aceitar todas as decisões tomadas pela produção dali em diante, a não ser que você tenha uma sugestão.

— Não estou contestando, Shawn. Queria apenas saber se terei que morar lá e por quanto tempo.

— Oh. Desculpe. Bem, você participará bastante das filmagens, então é recomendável que fique por lá. A Califórnia fica há quatro mil quilômetros de Nova York, Bella. Não dá pra vir todos os dias.

Eu murchei. Ele estava totalmente certo.

— E por quanto tempo?

— Indefinido. Não temos como prever outras locações ainda. Nesta primeira fase as locações serão Nova York e Los Angeles. Na segunda Los Angeles e outra. E na terceira não sabemos ainda. O que acontece, Bella, é que a cada pausa para trocar as fases, nós confirmamos locações também. Um set pode ser montado em um dia ou uma semana no máximo por uma equipe profissional, então isso nos permite esse desleixo.

— Entendido.

— Eu lamento de verdade esta situação. Por você e por Edward.

Não era o que eu queria lembrar agora. Eu fiquei realmente balançada achando que tudo poderia terminar pela manhã, quando ele disse que me amava. E agora, justo agora, meus sonhos entram sobre a vida real. Nunca pensei que teria que escolher entre essas duas coisas, mas também nunca pensei que a resposta viria tão rapidamente. Por Edward eu quebraria o contrato e enfrentaria tudo o que esta decisão acarretaria, mas por mim e por meus princípios, por ele acreditar em mim e por todos os anos que lutei por aquilo, eu não iria desistir agora.

Shawn me abraçou e só então eu percebi que estava tremendo e chorando. Com toda certeza não era o momento para aquilo, mas quando ele falou o nome de Edward, não consegui ser forte. Quem eu queria enganar? Aquela era uma coisa que há dois meses eu não esperava. Uma coisa que eu não esperava nem quando estava no bar de Spencer, tentando adivinhar quem era Edward.

— Calma querida. Eu vi em seus olhos quando estávamos falando sobre isso como você se sente por dentro. Seus olhos são muito expressivos. – ele acariciou meus cabelos e me apertou. – quando eu soube onde seriam as filmagens que você teria que fazer logo pensei que iria recusar com veemência. Vi você e Edward interagindo poucas vezes, mas percebi que era algo especial desde a primeira vez que os vi. Não se desespere você terá uma semana com ele ainda, talvez até mais. E ele sempre poderá te visitar lá na Califórnia, ele não veio de lá pra cá?

Eu assenti, mas continuei chorando.

— Ele vai entrar em turnê daqui uma semana ou mais, não estou certa. Não sei como iremos fazer, mas iremos fazer isso. Estou quase certa de que ele vai me obrigar a seguir meus sonhos. – sorri, enquanto me separava dele. – obrigado por me consolar, estou agradecendo ao invés de lhe dar um puxão de orelha por ser desleixado. Deveria ter me avisado antes.

— Eu sei. Desculpe-me.

— Ahã. – assenti, me levantando. – vou indo. Tenho coisas a pesar antes de finalmente falar com Edward mais tarde.

— Vá garota, confie no seu taco. Seu homem vai te esperar.

Saí de lá sorrindo, apesar de ainda me sentir abalada com a nova notícia.

Peguei um táxi para voltar para meu apartamento, não queria ficar no apartamento de Edward sentindo seu cheiro por horas e me sentir sozinha, lembrando tudo o que aconteceu no dia passado e do que eu teria que fazer em uma semana.

No meio do caminho mudei de ideia, depois de muito pensar. Liguei para a única pessoa que poderia me fazer rir e me dar conselhos ao mesmo tempo. Uma pessoa que, mesmo que eu conhecesse há pouco, eu considerava muito. Marquei de encontrá-la no Serendipity 3*, um dos lugares que ela mais gostava em Nova York.

[Edward POV]

Meio dia e meio. Bella não me ligou ainda. Teria eu que ficar preocupado?

— Edward, come cara. Temos muito que fazer ainda, Bella deve estar bem. – Jasper falou enquanto comia seu almoço. Eu assenti, mesmo que não estivesse mais suportando meu nervosismo por ela.

— O que temos que fazer depois mesmo? – perguntei pra me distrair.

— Entrevista e photoshot. O photoshot será em Nova Jersey, não pergunte onde. Segredo total dessa gente da revista. – Emmett respondeu em seu jeito espalhafatoso.

— O que importa no momento, no entanto, é você ficar bem cara, deixa de nervosismo. Bella está bem. – Jasper bateu em meu ombro e eu sorri.

— Valeu cara.

Terminei de almoçar mais tranquilo. Talvez eu não devesse estar tão nervoso, mas ainda assim tinha algo em minha cabeça que dizia que tinha algo errado. Bella me ligaria na hora do almoço, era a única hora que ela poderia me ligar.

— Já terminou?

Olhei para o meu prato e assenti para Emmett.

— Então vamos cara, Jersey nos chama! – Emmett bateu em seu peito, como se fosse uma nova versão do Tarzan.

Eu revirei os olhos e me juntei ao grupo de Jasper e Levi para xingarmos Emmett por ser tão criança, mas nós acabamos rindo e o imitando.

[Bella POV]

Fiquei saboreando meu chocolate quente gelado**, sentada à mesa do Serendipity 3 que estava quase vazio. Cada pessoa que entrava pela porta com pressa para comer e sair eu observava, enquanto esperava Rosalie chegar.

De repente, a porta abriu e o barulho das pessoas passando pelas ruas de Manhattan invadiu o ambiente. Rose pisou para dentro e olhou para os lados, me procurando. Eu levantei minha mão e ela enfim me enxergou, então caminhou até minha mesa como uma supermodelo.

— Bella! – ela me abraçou e depois sentou em minha frente. – você está bem? Parecia um pouco nervosa ao telefone.

— Não quer pedir um café antes da conversa? Você já almoçou?

— Não almocei, vou pedir algo e então conversamos.

Eu assenti e a acompanhei no pedido de algo para comer, já que ainda não tinha matado minha fome.

— Você pode falar agora. – Rose disse depois que nos sentamos para esperar nossos pedidos.

— Fui a minha reunião de elenco e descobri que terei que morar em Los Angeles para as filmagens. Terei que ir no máximo daqui duas semanas.

— Jura Bella? Não acredito! Embora isso seja bom para a sua carreira. – Rose divagou.

— Sim... Por isso eu não posso recusar. Sabe Rose, esse sempre foi meu sonho. E eu sempre coloquei meus sonhos na frente de tudo, não pode ser diferente agora. – eu falei olhando para Rose. – mas é difícil tomar essa decisão. Eu nem tive coragem de falar com Edward agora, quando nós dois podíamos.

— Você tem que fazer isso, Bella. Se você não fizer, vai passar o resto da sua vida sonhando com o que poderia ter acontecido se você fizesse.

— Eu sei Rose, você esta certa e eu acho que esta é a razão de eu estar tão abalada. Quando eu ouvi que eu teria que morar lá, eu aceitei. Sem pensar. Não me entenda mal Rose, eu amo o Edward, mas nós estamos falando do meu sonho. Se eu tiver que fazer isso, eu farei. Mesmo se nos machucar.

— Veja Bella, quando nós amamos alguém, nós amamos esta pessoa inteiramente. Eu estou certa de que Edward vai te apoiar. – nós ouvimos um toque de alerta. E Rose checou seu celular, depois sorriu. – é o Emmett. Ele me enviou uma mensagem dizendo que está indo para Nova Jersey, perguntou onde estou.

— Não fale que está comigo, por favor. Edward vai ficar maluco se souber que estou livre e não liguei. Vou precisar de um pouco mais de tempo pra falar com ele, e também falar por telefone não é o ideal.

— Claro, só um minuto.

Ela pegou o celular e respondeu a mensagem. Nosso almoço chegou logo em seguida, então nós comemos tudo em silêncio, cada uma com seus próprios pensamentos.

— Pensando agora, lembrei-me de uma coisa. – Rose disse enquanto terminava sua comida.

— O quê? Que você sabe pensar? – perguntei de brincadeira. Rose revirou os olhos.

— Óbvio que não. Bem, quando eu recebi uma proposta para trabalhar na Itália pela primeira vez eu conhecia Emm há três meses e já sabia que seria pra sempre. Aí, quando recebi a proposta teria que ficar lá por três meses e Emm não pôde ir junto. Então, como eu estava muito abalada por ficar longe dele depois de conviver por três meses, eu resolvi fazer uma tatuagem.

— Jura? Como eu nunca ouvi falar disso?

— É uma coisa mais pra ele do que pra mostrar pros outros... Uma semana antes de ir pra Itália eu fiz uma henna, quando ele viu ficou louco. Estava escrito ‘propriedade de Emmett McCarty’.

Eu explodi em uma risada, a ideia da tatuagem até que não era tão ruim, mas o dizer...

— E então?

— Quando embarquei para a Itália nós tínhamos uma tatuagem combinando. Os lábios dele no meu osso do quadril e meus lábios no seu peito. Aí lá na Itália, pra combinar eu fiz uma em que se pode ler ‘você me excita’, ao lado do beijo.

Eu ri mais ainda, que ideia!

— Ai Rose, só você e Emmett para fazerem isto.

— Você e Edward deveriam fazer. Tatuagens são definitivas, pode ser uma lembrança de Edward e do amor de vocês quando vocês estiverem separados.

Eu fiquei olhando-a, não tinha achado a ideia de todo ruim. Na verdade seria até legal fazer aquilo como uma prova de amor.

— Onde você fez a henna?

— Sabia que você gostaria da ideia. Vem, vamos pagar a conta e eu te levo lá.

Nós pagamos a conta e depois ela me levou até o local onde ela fez a tatuagem temporária. Demorei um tempo para decidir o que fazer e onde fazer. Minutos depois, no fim de minhas costas, eu tinha o nome de Edward gravado temporariamente. Escolhi o lugar porque ninguém mais poderia ver, nem mesmo se eu estivesse de biquíni, pois a calcinha cobriria.

Fiquei olhando no espelho e sorri. A ideia de fazer algo assim não me parecia tão bizarra agora, mas eu sempre fui contra tatuar o nome de alguém no corpo.

— Gostei, mas não faria temporariamente. – falei em voz alta.

— Acho uma burrice fazer. – o tatuador falou. – o que tenho feito muito ultimamente é um tipo de tatuagem em que o casal vem e faz combinando, ou algo que se completa. Alguns fazem metade de um coração que se completa, outros frases... É bem mais criativo e bonito.

Eu assenti. Dependendo da reação de Edward, nós até poderíamos fazer aquilo.

— Obrigado por aceitar fazer isso mesmo que você não curta. – falei ao homem, que sorriu.

— De nada moça, espero que volte para fazer uma permanente.

Rose e eu saímos dali e começamos a andar pela rua, sem um rumo certo.

— Aposto que ele vai querer fazer amor com você depois disso.

Eu corei. Talvez a hora de me aproximar mais dele fisicamente chegou.

— O quê, Bella? – Rose perguntou ao olhar para meu rosto. – você não tem que ficar com vergonha de mim!

— Eu... Nunca fiz isso, Rose.

Ela ficou em silêncio e parou um pouco, analisando minhas expressões.

— Pera aí, você tá falando sério? – ela riu. – isso vai ser interessante.

— Eu quero terminar isso de uma vez. Hoje ou amanhã, ok? – falei ainda mais envergonhada.

— Minha dica: se você estiver em dúvida de como tudo funciona ou quiser aprender um pouco sobre a coisa toda, assista pornô. E também é melhor se conhecer e saber o que te dá prazer. Você já se tocou, Bella?

— Rose, cala a boca! Nós estamos no meio da rua!

Eu queria me enfiar em um buraco, até perceber que ninguém realmente prestava atenção em nós. Fiquei agradecida que em Nova York ninguém parava para analisar a situação de ninguém.

— Sério Bella, você precisa de alguns conselhos. Se for totalmente inexperiente, precisa de alguém que te aconselhe. – ela revirou os olhos. – vem, vamos para o meu apartamento.

Nós andamos apressadas por entre as pessoas atravessando rua após rua até chegar ao apartamento em que ela morava com Emmett. Ela me deixou sentada no sofá enquanto guardava minhas coisas e ia até a cozinha para pegar água saborizada para nós.

— Bem, agora que estamos sozinha você pode me dizer quais são as suas dúvidas.

Eu não sabia que dúvidas tinha, até ela perguntar e eu responder automaticamente.

[Edward POV]

— Então, quais são os planos futuros para a banda? – a entrevistadora perguntou.

— Nós iremos entrar em turnê daqui duas semanas e a turnê começará pela Europa porque teremos que divulgar o álbum ao mesmo tempo. Então vamos pra lá, divulgamos o álbum, fazemos shows e então voltamos. Tudo não deve ultrapassar o tempo de dois meses. Serão cinquenta shows pela Europa toda. – Levi respondeu. Era legal que nós todos tínhamos nossa vez, era algo de entendimento depois de tantos anos juntos e fazendo isso.

— E enquanto isso, como ficam os relacionamentos de vocês?

— Não é a primeira vez que isso acontece, as meninas às vezes podem ir conosco, outras têm que ficar aqui. Depende da disponibilidade delas, não é algo muito difícil de fazer. – Emmett falou. – o primeiro a passar por isso foi Levi e Stella o acompanhou em alguns shows, em dois meses eles se viram umas sete vezes e isso não foi problema. Depois viemos Jasper e eu e eu admito que sofri bastante quando não fui eu que tive que viajar, Rose ficou três meses na Itália e eu tinha minhas coisas para fazer, o que dificultou muito tudo, mas a internet é uma grande aliada agora. Agora é a vez de Eddie.

— É verdade! Edward, como você está encarando isso? Já sabemos que Isabella vai começar a gravar em poucos dias, já pensou que vocês talvez não possam se ver durante esses dois meses?

Foi ali que eu percebi porque tinha ficado estranho. Ela ter ficado afastada durante aquele período sem ter ligado depois de dizer o que eu mais vinha querendo ouvir estava me deixando inquieto. Imagina quando nós tivéssemos que nos separar?

— Bem, eu não estava realmente pensando nisso. – me ajeitei na cadeira para tentar parar minha perna que balançava nervosamente. – acho que falamos sobre isso uma vez, mas não nos aprofundamos realmente no assunto. Acho que é algo que teremos para conversar no final de semana. – eu ri, olhando para os caras, tentando pedir ajuda com os olhos.

— Garanto que você tem mais o que fazer com sua namorada do que conversar quanto tempo vai ficar longe dela, Eddie. – Emmett disse, me livrando de tentar terminar aquela sentença.

— Bem, você tem razão, Emm. – respondi, sorrindo aliviado.

A entrevistadora ficou quieta por um momento e então prosseguiu com as últimas perguntas antes que nós pudéssemos ser liberados.

[Bella POV]

Rose me encorajou a fazer todo o ritual antes de chegar aos finalmente. Ela me fez uma série de perguntas bem indiscretas, do tipo: ‘que lingerie você está usando?’ E quando eu mostrei a ela minha calcinha ela correu para o seu quarto para pegar uma das que ela não tinha usado para me dar. Ela ainda me perguntou se eu tinha me depilado, há quanto tempo e outras coisas que eu prefiro nem lembrar.

Depois disso, ela perguntou para onde eu iria. Eu disse que iria para o meu apartamento e ela me olhou com um olhar de reprovação. Bella, se você não quer deixar dúvidas de que é a mulher certa para Edward, de que ele não pode arranjar outra por aí enquanto você está fora, você não pode fugir dele. Ela ralhou comigo.

E assim agora eu estava deitada no meio da cama de Edward, em posição fetal, enquanto repassava os acontecimentos do dia em minha mente. Não tinha nada ligado e a casa silenciosa com o cheiro dele me confortava. Coisa que eu sabia que não sentiria quando me mudasse, porque no lugar do cheiro dele e do silêncio confortante, estaria o vazio e o silêncio incomodo.

Quando o relógio estava marcando mais de quatro da tarde, eu ouvi a chave na porta, a porta se abrir e logo depois fechar. Eu sentia sua presença mesmo de tão longe e aquilo aquecia meu coração como nenhuma outra coisa. Eu sentiria falta de esperá-lo chegar, de ouvir seus passos, sua voz, sentir seu cheiro, ver seu sorriso e principalmente seus olhos. Sentiria falta dos braços dele me abraçando e da sua risada melodiosa. Mas no fim, era melhor sentir falta do conhecido, do que eu vivenciei, do que de algo que eu nunca fiz. E Rose estava certa, se eu não fizesse aquilo, se não seguisse o meu sonho, eu passaria o resto da minha vida imaginando o que poderia acontecer. E talvez eu não fosse feliz, talvez até culpasse Edward por seguir os sonhos dele, quando na verdade estaria frustrada comigo. E eu não podia ser tão injusta com ele, e ele não seria injusto comigo.

— Bella, amor. – Edward entrou no quarto. – o que está fazendo aí? Você não costuma ficar no quarto quando eu não estou.

— Precisava sentir seu cheiro. – eu sentei na cama quando ele se aproximou sorrindo. Como eu amava aquele sorriso.

— Estou aqui agora, pegue-o direto da fonte. – ele abriu os braços e me envolveu. Eu deitei minha cabeça em seu ombro e seu cheiro inundou minhas narinas. Como eu amava aquele cheiro.

Nós ficamos em silêncio, um silêncio que me deixava confortável. E então eu lembrei que em uma semana nós não poderíamos mais estar daquele jeito. E as lágrimas começaram a cair por meu rosto.

— Você está chorando amor? – Edward perguntou tentando se separar de mim para olhar em meus olhos.

— Não me solta, por favor, depois nós conversamos. – eu fechei meus olhos enquanto ele me apertava em seus braços quentes, onde eu poderia ficar para o resto de minha vida. – eu te amo. – sussurrei.

— Eu também te amo linda... Conta o que está acontecendo... Foi algo na reunião que te chateou? – ele disse com a maior calma, o que me deixou acalmou também.

— Ocorreu tudo bem lá... Tão bem, que, por eu ser irmã da personagem principal e aparecer muito em todas as cenas eu vou ter que me mudar para o lugar mais perto de onde ficam as locações. – falei tudo de uma vez, me separando para ver a expressão em seu rosto.

Eu vi a confusão em seus olhos, eu também ficaria se Shawn não tivesse dito antes que as locações eram na Califórnia.

— Mas elas não são aqui?

— Tem uma locação aqui, mas eu não faço parte dessa parte de filmagens. Eu faço parte da outra locação, que fica em Los Angeles.

Minhas lágrimas já tinham secado, o momento de fraqueza tinha acabado. Eu não queria mostrar pra ele o quão insegura eu estava em ir morar lá.

— Los Angeles... São quatro mil quilômetros daqui. – ele disse pensativo. – quatro mil quilômetros de você.

Eu mordi meus lábios. Não chore, não chore. Seja forte. Minha mente dizia.

— S-im... Mas Edward... – ele não me deixou terminar.

— Não importa. Você vai. Não precisa se segurar Bella, eu sei que você quer chorar. Chore amor, você tem todo o direito.

Deixei minhas barreiras de lado e me permiti fraquejar na frente dele. Chorei novamente, mas chorei com vontade. Senti-me boba por não ter querido parecer fraca antes, Edward era o único que veria minha fraqueza como um ato de coragem, porque ele era o único que sabia o quão difícil seria para eu deixá-lo, porque ele sentiria a minha falta também.

— Eu sei que você me ama e saber isso torna tudo mais fácil. Eu não faria isso se eu tivesse certeza de que não iria me arrepender de ficar, mas eu não tenho e no futuro eu não quero te culpar por isso.

— Você não desistiria porque eu não deixaria. Quero que você siga seus sonhos, porque quando nós realizamos nossos sonhos, nós nos realizamos. Eu estou realizado com minha vida, eu estou vivenciando o que eu sempre quis. Tenho minha carreira, viajo pelo mundo, conheço coisas novas, pessoas novas. Antes, eu não tinha porque voltar, eu saía do hotel quando os caras estavam com suas namoradas, não me sentia bem. – ele suspirou.

“Mas aí você apareceu e de repente eu tinha pra quem voltar. Alguém com quem contar. E quando nós achamos essa pessoa, principalmente quando escolhemos entre todas as outras, é definitivo. Eu te escolhi. Não te trocaria por nada e eu sei que você também não, se já tivesse realizado o seu sonho. Eu não posso competir com isso, só posso prometer que vou torcer por você de onde eu estiver e que vou pensar em você todos os dias enquanto estivermos separados. Vou pensar em como posso me perder em seus olhos, como você morde seus lábios quando está nervosa ou quando quer chorar, no cheiro dos seus cabelos que sempre estão bem cuidados, em como você gosta de ficar em casa comigo sem fazer nada, mas como ao mesmo tempo se anima ao sair e encontrar com pessoas que você considera tanto quanto eu. Vou ir dormir todas as noites e no meio delas acordar por ter ouvido você, mesmo de longe, falar em seus sonhos. E eu vou te esperar. Vou contar dia após dia, até que chegue a hora de nós ficarmos juntos de novo. Como deve ser.”

Eu não parei de chorar um minuto, ele poderia mesmo ser real? Eu deveria mesmo ter feito algo certo durante minha vida para ter encontrado Edward.

— E eu prometo que vou riscar qualquer outra coisa que possa me afastar de ti da minha lista de sonhos e realizações. Eu não deveria ser tão sortuda assim: poder realizar um sonho é um privilégio, ainda mais um sonho antigo. Mas poder compartilhar ele com você e saber que você o aceita, é melhor ainda. Obrigado por isso, eu realmente precisava que você compreendesse. Eu te amo. – falei, selando nossos lábios.

— Você não tem que agradecer, você já tinha aceitado. Se eu não aceitasse, seria apenas outra barreira e eu não quero ser isso. – ele sorriu e acariciou meu rosto, secando minhas lágrimas. – desde que hora você está aqui, hein?

— Quando você me encontrou tinha chegado há uma hora.

— Isso significa que você ficou... Sete horas nessa reunião? – ele arqueou uma sobrancelha.

— Fiquei quatro. Fui dispensada assim como os outros, recebi essa notícia e fiquei um pouco perdida. Depois fui falar com Rose.

— Hum... E porque não me ligou?

— Não me sentia bem o suficiente. Na verdade eu nem iria vir aqui, mas Rose me obrigou.

— Preciso me lembrar de agradecer ela. Temos tão pouco tempo agora, quero aproveitar o máximo dele ao seu lado.

Fui em direção a ele e me aconcheguei em seus braços, com a cabeça em seu peito.

— Eu sei. Sinto-me idiota por não ter querido vir pra cá, seria pior ter ficado em casa. Eu tenho uma semana antes de ter que ir pra Califórnia.

— Bom pelo menos não foi tão imediato, você poderia ter que ir amanhã. Assim nós podemos passar a semana juntos, eu posso te ajudar a embalar suas coisas. Seria um bom momento pra você aceitar aquele dinheiro. Nós também teremos que ver um apartamento pra você lá.

Eu olhei pra ele de baixo, não tinha pensado em nada daquilo.

— Já disse que não vou aceitar aquele dinheiro.

— Deixa de ser teimosa, vai fazer diferença no seu orçamento agora no início.

Suspirei. Não queria falar sobre aquilo agora. Tinha sido um dia tão cheio de sentimentos... Eu queria esquecer aquilo temporariamente.

— Edward, vamos esquecer isso agora, por favor? – implorei com os olhos, fazendo beicinho.

Ele revirou os olhos e beijou meus lábios.

— Ok, mas antes de pararmos de falar sobre os acontecimentos de hoje: o que você e Rose ficaram fazendo durante três horas?

— Que bom que perguntou... – mordi meus lábios nervosamente. – Rose me disse para fazer algo que ela fez quando deixou Emmett. Ela disse que era uma forma de ela ficar mais próxima dele.

— Hum... E você está nervosa por...? – ele sorriu torto, me analisando.

— Não sei se você vai aprovar... Deixe-me lhe mostrar.

Desabotoei meus jeans com seu olhar curioso em mim, então deixei que a calça caísse até meus pés e me virei de costas. Rose disse que eu não precisava ficar nervosa, afinal era ele. Se eu seria capaz de marcar meu corpo – mesmo que temporariamente – por ele, eu seria capaz de fazer qualquer outra coisa. Olhei pra trás para ver sua reação enquanto puxava a blusa pra cima e deixava-o ver o que tinha feito.

Eu estava vestindo a minúscula calcinha que Rose me deu, que permitia uma visão completa tanto da tatuagem temporária quanto de qualquer outra parte do meu corpo.

Os olhos de Edward escureceram e ele mordeu seu lábio inferior. Eu me aproximei dele de costas e ele esticou suas mãos para tocar seu nome em minhas costas.

— Bella... O que... – ele sorriu, sem terminar a frase.

— Rose fez uma tatuagem temporária quando teve que viajar para a Itália. Ela falou para fazer o mesmo e ver sua reação, agora ela e Emmett têm uma tatuagem combinando.

Seus dedos correram por minhas costas, mal encostando, depois contornaram as letras de seu nome, me fazendo arrepiar.

— Meu Deus Bella, você não para de me surpreender. – ele sorriu e então se levantou. – nunca pensei que fosse isso. Isso significa que você é minha?!

Seus brilhantes olhos pareciam sorrir tanto quanto ele. Eu sorri também e envolvi meus braços em sua cintura.

— É só uma tatuagem temporária, mas que significa que eu te amo muito, porque eu não faria isso por mais ninguém. Sempre achei essa ideia ridícula, mesmo temporariamente. – sorri mais quando senti suas mãos tocando novamente o exato ponto onde minha tatuagem estava – e sim Edward, eu sou sua. Do primeiro fio de cabelo ao último dedo do pé.

Ele gargalhou feliz e então beijou meus lábios com pressa. A sensação de estar em seus braços era tão boa que tudo o que eu queria era ficar ali, pra sempre. A eletricidade que eles sempre compartilhavam estava presente agora, correndo por todo o seu corpo, fazendo com que ela se arrepiasse. Toda aquela conversa com Rose estava dando-lhe ideias, que ela estava louca para executar.

Edward pressionou meu lábio inferior com a língua e eu permiti que ela invadisse minha boca com um gemido. Era tão gostoso sentir aquela sensação que eu queria mais. Juntei mais meu corpo com o dele, que esfregou seu corpo no meu. Suas mãos desceram e apertaram minha bunda. Eu chupei sua língua e ele gemeu.

— Edward. – eu disse, ofegando.

— O que foi linda?

— Faça amor comigo.

~x~x~x~x~x~x~x~x~x

*Serendipity 3 é um restaurante de Nova York, localizado no Upper East Side, entre a 2ª e a 3ª avenida. Já apareceu em várias séries e filmes, entre eles The Vampire Diaries. É um dos lugares de Nova York para se encontrar famosos!

**Chocolate quente gelado (frozen hot chocolate) é como se fosse um sorvete de chocolate quente.