Capítulo 9.

Depois da pergunta de Edward, Shawn riu tanto que ficou vermelho e falou que ele descobriria ao assistir o filme. Edward bufou e disse que já estava começando a se arrepender de ter nos apresentado, então Shawn me deu as coisas e disse para eu tomar cuidado para ele não ler.

Acho que fiquei tanto tempo rindo de Edward que não me dei conta de que já estávamos dentro do carro, indo para algum lugar que eu não sabia.

- Dá pra parar de rir já Isabella. – ele disse todo nervoso.

- Você é muito fofo, sabia?

- Eu não acho. – bufou.

- Eu acho e é isso que importa. Esqueceu quem é a abelha rainha?

Continuei rindo e ele revirou os olhos. Nós dobramos uma esquina, entrando em uma rua que eu não conhecia, franzi o cenho.

- Onde estamos indo?

- Vamos almoçar no meu restaurante favorito, depois vou te deixar em casa para você estudar essa coisa supersecreta e vou ir para o meu trabalho.

- Ok.

x~x~x

O almoço correu maravilhosamente bem, esquecemo-nos do que tinha acontecido de manhã e das boas risadas que eu tinha dado e apenas comemos a comida maravilhosa que era servida ali.

Ele me deixou em casa uma hora em ponto com a promessa de que a noite viria e que talvez dormisse ali. Tentei não me ligar muito a esse detalhe, apesar de ter ficado a tarde pensando que dormiria na mesma cama que ele novamente.

Li todo o script e conheci a personagem que eu possivelmente interpretaria. Liguei-me a ela imediatamente, eu havia adorado o que Shawn tinha criado para mim.

Se você está se perguntando se eu teria um par romântico, eu ainda não sabia, não tinha nada escrito ali sobre namorado ou coisa assim. Só contava um pouco da personalidade da personagem e um pouco de sua relação com sua família. Li as quinze páginas do resumo rapidamente. Estudei bem a personalidade da personagem. Não tinham falas ali, era apenas uma sinopse grande que não revelava muito da personagem. No final do texto, estava escrito: ‘caso você passe nos testes, saberá mais da personagem’. Pesquisei coisas relacionadas à personagem. A família dela toda era de Cuba, tentei descobrir coisas sobre o país, criei um sotaque um pouco diferente... Inventei algumas palavras, mexi e dei a ela o máximo de personalidade que podia.

Quando me dei conta, eram oito horas da noite e minha campainha tocava. Abri e um Edward com sacolas na mão entrou depois de me beijar. Eu o olhei com curiosidade, mas ele apenas deu de ombros.

- Liguei há duas horas e você não atendeu, presumi que deveria ter se fundido aos scripts, então trouxe algo para comer.

Minha barriga roncou, fazendo com que ele risse.

- Você me conhece melhor do que eu.

- Só sou um bom observador. Sente-se no sofá que já apronto a comida.

Fiz o que ele pediu e em menos de dez minutos ele vinha com um prato todo colorido com legumes, frango e massa.

- Yakissoba?

- Sim. Achei melhor colocar no prato do que colocar aquelas porcarias de papelão que eles mandam no micro-ondas.

- Assim está ótimo. – ele me alcançou o prato e foi para a cozinha, depois voltou com um copo com liquido roxo. – vinho?

- Sim... – ele sentou-se ao meu lado e nós comemos tudo silenciosamente. Quando terminamos ele levou os pratos e trouxe dois pacotinhos. – pegue o seu, vamos ver nossa sorte.

Escolhi um e abri, depois esmaguei o biscoito e retirei o papelzinho.

“Aquele que corre atrás dos seus sonhos nunca se perde.”

Mostrei para ele que sorriu mais do que eu.

- Como eles conseguem isso, não é? Mostre-me o seu. – ele abriu o dele e comeu, depois leu o bilhetinho e me virou sorrindo.

“Alguns dizem que magia não existe. Mas então o que será o amor?”

- Profundo.

- Me descreve.

Quando dei por mim eu estava em cima dele, atacando seus lábios. Nossas línguas travando uma batalha amistosa. Suas mãos subiam e desciam por meu corpo, eu estava sentada sobre seu quadril e me esfregava a ele descaradamente.

Seus dedos entraram por baixo de minha blusa e me faziam arrepiar, eu não queria pensar no que estava fazendo porque isso me deixava envergonhada, e vergonha era o que eu menos precisava agora. Nós paramos de nos beijar para Edward tirar minha blusa, e foi nessa hora que o telefone tocou e eu fui desperta.

- Droga! – ele protestou.

Eu saí de cima dele e me encolhi no outro lado do sofá. Ele saiu de lá e foi atender o telefone.

- Alô? Ah cara. Sim. Espera. – disse tudo rapidamente e passou o telefone pra mim.

- Olá?!

- Bellinha! Edward me contou o que aconteceu hoje, queria te desejar sorte para amanhã. Você está no viva-voz, Rose está ouvindo.

- Oi Emm, oi Rose. Ham... Obrigado!

- O que aconteceu aí? Edward parecia nervoso e você está ofegante... Espera, não fala, eu imagino! – ele ficou falando e presumindo. – desculpa atrapalhar os pegas de vocês. Viu Rose, eu disse que não era uma boa hora.

Ouvi um tapa e barulhos e então Rose estava na linha.

- Desculpa Bella, você sabe como o Emmett é. Só queria te desejar um bom teste amanhã, nós sabemos que você vai se sair bem, estaremos torcendo! Ligue para dar notícias assim que sair de lá, tudo bem?!

- Não foi nada Rose, eu sei. Obrigada novamente e sim, eu aviso!

- Ok. Então tchau e tenha uma boa noite! – ela disse animada.

- Você também. – apertei no botão de desligar e alcancei o telefone para Edward, depois me abaixei para pegar minha blusa e colocar.

Ele ficou um pouco distante de mim depois disso e eu não o culpei já que também me sentia constrangida. Nós assistimos televisão sem soltar um pio e quando era passado das dez da noite ele falou.

- Vou ir para casa.

E apesar de me sentir estranha pelo que tinha acontecido, eu não quis que ele fosse.

- Não vá. – pedi.

- Bella, se eu ficar... – ele suspirou. – isso tudo vai acontecer de novo.

Fez um gesto que indicou-nos e eu logo entendi o que ele queria dizer.

- Eu não me importo. Acho que a situação toda só ficou estranha porque não aconteceu. – disse o que me veio à cabeça.

- Você deveria se importar. – ele se recostou no sofá e colocou as mãos sobre o rosto. – eu não quero ir embora, mas não quero que você faça algo que se arrependa depois.

- Edward. – chamei. – Olhe pra mim.

Ele afastou as mãos e me olhou. Nossos olhos presos um no outro.

- Eu nunca me arrependeria de nada envolvendo você, você não tem noção do que tem feito na minha vida.

- E você não tem noção do quão importante se tornou pra mim. Não quero te magoar, ou fazer sentir dor, ou qualquer coisa assim.

Bufei.

- Por que você não me coloca em um plástico bolha? Eu acho que eu sei o que é melhor pra mim.

- Não quero discutir isso com você Bella, quando chegar a hora vai chegar e ponto. Teria acontecido antes, pode acontecer depois, acabei de aceitar isso. Agora chega de discussão porque eu não gosto de brigar com você. – ele abriu os braços e eu o abracei. Nós ficamos ali no sofá, eu deitada sobre ele e ele sentado no maior silencio, até ele perguntar: - descobriu se vai ter um par romântico?

- Vou ter mostrar o script que recebi para você não duvidar de mim. – falei e me levantei, então desliguei a televisão e o chamei. – vamos pro quarto?

- Claro.

Nós fomos para lá e Edward se sentou na cama enquanto eu atravessava o quarto para pegar os papeis depois me joguei na cama e alcancei os papeis para ele.

Ele leu tudo com atenção e depois de ler, fez um bico.

- Esse cara é cruel. Não acredito nisso.

- Você tá mais curioso que eu para saber se eu vou ter um par romântico. – afirmei.

- Claro, já vi várias histórias de casais famosos que terminaram por causa de pares românticos... – ele se deitou de lado, imitando minha posição e me encarando.

- Só você é famoso de nós dois. – afirmei novamente.

- Você vai ser famosa. E vai ter um par romântico.

- Você nem sabe. Não controla o futuro.

- Você tem talento, é linda e pode ter um par romântico. Isso é o suficiente.

Revirei os olhos.

- Pra que par romântico se eu tenho você? O sonho de todas as mulheres de todas as idades. – debochei, citando a frase de alguma das inúmeras revistas de fofoca que eu tinha comprado.

- Nada disso importa se eu não for seu sonho e eu não te ter. – ele rebateu.

- Para. Meu coração é fraco demais para isso. – tentei não ligar para o que ele disse apesar de ser ótimo ouvir aquilo. Eu não queria me iludir, mesmo que parecesse real, não era a nossa realidade. Não estávamos sendo 100% verdadeiros conosco, estávamos sendo enganados e enredados por nossas mentiras que distorciam a realidade.

[Edward POV]

Naquele momento eu sabia exatamente o que ela estava pensando. Não estaríamos nós confundindo tudo? Eu sabia de meus sentimentos, mas ainda assim não tinha plena convicção de que os mesmos não se davam por causa de toda aquela farsa.

Às vezes é estranho pensar que eu possa gostar tanto de alguém, e ao mesmo tempo ter que fingir estar com ela, querendo estar com ela de verdade para saber se na realidade é ela com quem quero estar.

Nós ficamos presos em nosso mundo, pensando em cada coisa que aconteceu e acontecia. Podia ouvir sua respiração e cada mínimo movimento que fazia, mas nada me fazia deixar de ficar pensando. O mesmo deveria estar acontecendo com ela, já que em momento algum falou ou me chamou.

Eu teria que dar um jeito de descobrir se ela gostava de mim, e mais complicado ainda, mostrar que eu gostava dela. Ela era importante demais e eu não poderia errar. Errar significava machuca-la, e machuca-la consequentemente me faria mal.

Quando finalmente fui falar com ela, ela já tinha adormecido. Não sei quanto tempo fiquei divagando comigo mesmo enquanto ela fazia o mesmo, mas pareceu ter sido bastante. Fiquei observando-a, o rosto demonstrando serenidade, respiração calma, dormindo com a roupa que tinha saído pela manhã já que de tão empolgada com os scripts não a tinha trocado.

Talvez eu tenha ficado metade da noite observando-a, ou talvez eu tenha dormido tão rapidamente quanto ela, não tive certeza. Só sei que acordei com o sol vindo da janela que não era coberto pelas cortinas que deveriam ter sido fechadas, o cheiro bom de seus cabelos e seu corpo junto ao meu. Não fiz nenhum movimento por medo de acorda-la e perder aquele contato bom, então adormeci novamente.

- Edward! – fui sacudido.

- Hmmm.

- Acorda, são dez horas. Daqui uma hora e meia tenho que estar no teste final. – sua voz sussurrou em meu ouvido, fazendo com que eu ficasse totalmente alerta para sua presença ali tão perto.

- Você já está pronta? – murmurei preguiçosamente.

- Sim, só falta você... Você trouxe roupas?

- Dentro do carro.

- Ok, vou lá pegar para você enquanto você se levanta, tudo bem?

- Sim... – senti-a se afastar, então procurei por alguma parte dela solta ao meu lado e achei seu braço. – Bella?

- Sim?

- Preciso de um beijo para me levantar.

Ela riu, mas logo senti seu peso ao meu lado e ela se inclinando sobre mim. Meus olhos continuavam fechados, mas meus lábios sabiam exatamente o caminho para sua boca.

x~x~x

Às onze horas (uma hora antes do combinado) nós estávamos no local indicado por Shawn. Era um grande galpão normal por fora, mas que pode dentro tinha vários espaços parecidíssimos com casas de verdade: a sala de jantar, sala de estar, quartos, banheiro, cozinha... Tudo parecia bem real, mas era fictício e não pude deixar de comparar com meu relacionamento com Bella.

No final do grande corredor tinha uma sala e nós fomos até lá, como indicado pelos seguranças. Lá dentro estavam Shawn e mais umas dez pessoas. Franzi o cenho.

- Olá casal, tudo bem? Antes que perguntem essa é minha equipe: aqui temos o diretor do filme, outro produtor, roteirista, cinegrafistas, sonoplasta, maquiadores, cabeleireiros e a figurinista oficial. Todos esses vão cuidar de você e me ajudar a decidir.

Percebi então que Bella tinha me abraçado, com toda a certeza nervosa por ver tantas pessoas ali para avaliarem seu desempenho. Tive que defende-la.

- Mas todas essas pessoas precisam avalia-la? – abracei-a de lado. – sem querer ofender ou deturpar seu julgamento.

- Não vão ser todos. Os maquiadores e cabeleireiros vão trabalhar no visual, vamos aproximá-la ao que queremos para a personagem, sem mudanças drásticas. A figurinista vai montar a roupa para a personagem, ela queria ver Bella ao vivo e construir uma personalidade no modo de se vestir ainda melhor para a personagem. O sonoplasta e o cinegrafista vão apenas gravar as cenas da audição final. E se Bella não se sentir a vontade, posso ficar sozinho com os cinegrafistas e os sonoplastas gravando. – ele explicou rapidamente. Senti-a aliviar.

- Com certeza vou me sentir melhor. – ela disse finalmente. Eu olhei para seu rosto todo vermelho. Cara! Como ela podia estar mais linda ainda? Toda tímida como não conseguia ser comigo, envergonhada como não conseguia ser a maior parte do tempo.

Os maquiadores e cabeleireiros vieram falar com ela, perguntar gostos e cores de que ela gostava. Ela parecia um pouco perdida com tantas perguntas apesar de já ter passado por aquilo tudo. Toda hora me olhava, meio que para ter certeza de que não estava sozinha ali no meio daqueles malucos.

Logo eles sumiram e foram conversar com a figurinista, depois Shawn nos levou para conhecer os três sets que usaríamos para filmar aquela pequena cena. Um quarto, a sala de estar e um lugar mais longe do galpão que tinha um jardim perfeito. Bella sumiu após isso, tinha ido fazer o cabelo e a maquiagem e depois iria trocar de roupa. Ficamos apenas eu e Shawn – eu não sabia onde estavam os outros.

- Mas e aí Edward como estão Carl e Esme?

- Bem. Não falei muito com eles esse final de semana, sábado e domingo tive várias coisas a fazer.

- Ouvi falar.

- Andou dando uma de stalker?

- Mais ou menos, eu ainda estava especulando o seu relacionamento com Bella.

E não tinha nem vergonha de dizer! Incrível!

- Isso me lembrou de que você não me disse se ela vai ou não ter um par romântico.

- Edward meu querido, você quer ou não o sucesso de sua garota?

- Claro que quero, mas isso não quer dizer que ela tem que beijar outro cara logo no começo da carreira. Nem ter um suposto romance na frente de milhões de pessoas.

- Isso acontece com qualquer ator Edward, mulher ou homem. Todos os atores se acostumam com coisas como essa, se você tem intenção de ficar com ela tem que aceitar isso.

Bufei. Obviamente ele estava certo. Era tudo para o bem dela e de sua carreira, aquele sempre fora seu sonho. Eu não podia chegar e exigir coisas sem fundamento, ainda mais quando tecnicamente nós não tínhamos nada.

- Detesto sentir que estou errado e ainda assim teimar comigo mesmo. Você está certo, ela esta vivendo o sonho dela.

- Sim. Como você se sentiria se ela não gostasse que suas fãs chegassem perto ou te agarrassem? A situação é praticamente a mesma. Esse é seu trabalho, e o que ela faz ou fará é trabalho dela.

Pensei durante algum tempo. Outra vez ele estava certo. Mas não precisei dizer nada, já que ele esperou que eu observasse tudo para ter uma resposta, mas Bella apareceu em meio a tudo.

Ela estava simples, mas linda. Um coque na cabeça, óculos de 'nerd’ e roupas que uma adolescente usaria, bem diferente do que ela costumava usar no dia-a-dia.

- A personagem é adolescente? – perguntei em duvida.

- Você não leu os scripts Edward? – Bella perguntou revirando os olhos.

Eu tinha lido, mas não me liguei a detalhes já que estava procurando outra coisa enquanto lia.

- Erm... Sim. – cocei a nuca. Bella riu.

- Você não estava nem aí para a personagem.

- Mais ou menos. – confessei.

- Lembro-me de ter falado que não era para ele ler. – Shawn disse, repreendendo.

- Ele estava me deixando louca! E como não tinha nada demais, ele leu. – ela sorriu amarelo. Eu comecei a rir.

- De qualquer jeito eu leria. Não dá pra manter segredo de mim.

- Certo. Vamos para o primeiro tape? – Shawn pediu, já caminhando até o estúdio-quarto.

[Bella POV]

Foi uma experiência maravilhosa. Estar ali sendo gravada, encenando diante de Shawn e de cinegrafistas de verdade, pessoas que entendiam de cinema e que conheciam atores e atrizes. Dei o máximo de mim, fiz tudo o que tinha treinado e um pouco mais para a personagem.

Eu improvisei, chorei, ri, contracenei com Shawn que interpretou o papel de pai, fiz uma cena romântica envolvendo Edward que foi criada na hora para explorar todos os meus lados e Shawn ter mais inspiração.

Ao todo foram duas horas de filmagens, filmei meia hora em cada um dos três sets e outra meia hora foi usada para a cena com Edward em uma parede com fundo branco. Alias, ele era um bom ator – o que eu já deveria ter percebido – e a cena que fizemos foi elogiada.

As duas e meia eu e Edward fomos almoçar em um restaurante próximo dali e deixamos o pessoal decidindo o meu futuro.

- Bella? – Edward me chamou com um olhar assustado.

- O quê? – disse com a boca cheia.

- Por que você está comendo descontroladamente?

- Desculpa. – larguei o garfo e a faca e limpei minha boca. – quando estou nervosa como um monte ou não como nada. Como eu não almocei mais cedo e estou nervosa agora, tudo se junta e me torna no monstro faminto.

Edward riu e segurou minhas mãos que estavam sobre a mesa. Seus dedões fizeram círculos em minhas mãos que me tranquilizaram.

- Calma, vai dar tudo certo. Não adianta descontar na comida.

- Eu não tenho certeza se vai dar certo, isso que me deixa nervosa.

- Estou com você, confio em você. Vai dar certo sim. – ele me disse com total segurança e confiança em suas palavras. Foi difícil não acreditar.

- Mas...

- Sem, ‘mas’ Bella vem aqui. – apontou para si mesmo, eu me levantei e fui até seu lado. Ele me puxou para seu colo e me abraçou. – você ainda vai rir de tudo isso enquanto assiste a um filme em que você será a protagonista.

- Você sonha mais que eu. – sussurrei, me sentindo muito mais calma.

- É preciso sonhar para poder realizar linda. Você agora está quase completando o caminho e eu tenho certeza de que vai conseguir. Depois estará livre para sonhar com outra coisa e tentar realiza-la.

Será que ele tinha noção do quão perfeito conseguia ser às vezes? Sempre tinha as palavras certas na hora certa, me fazia esquecer por alguns instantes o mundo ao nosso redor. Eu beijei seus lábios varias vezes, até nós dois estarmos rindo de minha bobeira.

- Obrigado. – disse olhando em seus olhos.

- Não tem o que agradecer. – ele falou.

Mas ele estava errado, porque ele tinha feito e mudado tantas coisas em minha vida que aquele simples obrigado nunca seria suficiente. Fiquei pensando nas coisas boas que ele tinha me feito e elas me levaram direto ao fato de eu estar gostando dele de uma forma mais forte, mais madura e que eu não compreendia.

Seu celular tocou e ele atendeu.

- Sim. Já estamos indo. – simples assim ele desligou e me tirou gentilmente de seu colo. – está na hora de voltarmos. Pegue suas coisas enquanto eu vou pagar.

Senti o nervosismo regressar e tomar conta de mim novamente. O momento chegou.