Apaixonada Pela Serpente 3 - Estressada Com O Dest escrita por Angy Black


Capítulo 13
O Duelo das Serpentes parte II




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Eu acordei naquela manhã de sábado e encontrei com Harry, Ron e Gina no Salão Comunal. Íamos tomar café da manhã, os três falando de Quadribol, enquanto a excluída aqui se sentia um caco por ter ficado a noite toda organizando a papelada do Torneio, e ainda por cima sem se esquecer de uma vírgula do que Draco lhe dissera na noite anterior. “Ele me odeia!”.


– Já resolveu seu problema com o Draco? – perguntara Gina em voz baixa pra mim, eu a olhara com derrota.


– E você não conhece a minha vida? Os problemas só tendem a piorar cada vez mais.

Passamos pelo Hall de Entrada, eu tinha de conferir a lista do Torneio pra ver se eu enfim havia colocado mesmo de forma que chamasse bastante atenção. Eu colocara àquela hora da manhã e já haviam alguns nomes escritos. E foi sentindo o Inácio novamente saltar dentro do meu estômago, que em desespero eu parara no meio do corredor deixando os três andando sozinhos. Logo abaixo do nome de Daniel, eu notara o nome de Draco Malfoy. Só uma frase se passara pela minha cabecinha atormentada: “puta merda!”


– Que foi, Mione? – perguntara Harry notando que eu ficara para trás. Então Ron dera um tapinha no ombro de Harry apontando para a lista e eles notaram o porquê do meu desespero. – Hum... Vai ser sangrento isso.

Então eu notara mais uma presença atrás de mim e com temor eu já sabia quem era. Daniel se encontrava parado lá, a menos de um metro de mim e notava também o nome de Draco, ele dera as costas e ia embora sem nem ao menos olhar pra mim, eu fui apressada atrás dele.


– Dan, isso não foi idéia minha, mas quando ele põe uma coisa na cabeça ele não tira, você o conhece. Me desculpe. – ele parara de andar e com as mãos ainda no bolso se virara para mim notando meu desespero.


– Se não foi idéia sua, por que está se desculpando?


– Porque é óbvio que você está chateado. – eu disse simplesmente, ele rira com raiva pros lados antes de me responder.


– Eu estou chateado porque não nos falamos há duas semanas e quando finalmente o fazemos, a primeira frase que você fala é sobre o Draco.

Eu abaixara a cabeça derrotada respirando pesadamente, ele tinha razão, eu não prestava. Mas que droga mesmo, eu não merecia uma folga não? Todos contra mim de uma vez só? Mas o que é isso? Ele respirara também pesadamente.

– Você quer que eu não participe também. – ele concluíra.


– Draco só quer competir com você. Se você falasse com Pierre...


– Pierre? Pierre é o professor... – ele dissera sarcástico.


– Eu sei que estou atrasada na escola, mas sei que é o professor. Justamente por isso.


– Logo eu falar com Pierre?


– É, ele gosta de você. Você é francês também...


– Hermione... Não sei quantos franceses você conhece, mas a maioria deles é insuportável, é por isso que eu saí da França. – eu respirara derrotada e ele rira com raiva novamente. – Que ótimo! Draco não podia ter feito um roteiro melhor que este.


– Como assim?


– Não percebe? Não importa o que eu fizer, ele ganha. Se eu não competir ele ganha. Se eu competir, seremos concorrentes diretos. E se eu derrotá-lo, na verdade estarei derrotando você. Então quem é que sai realmente ganhando? – ficamos um tempo calados, ele tinha mágoa nos olhos, e eu continuava sendo a vilã da história.


– Podia falar com ele... Tentar resolver as coisas.


– Já tentei e ele não quer falar comigo. E quando fala não é muito educado. – ele dissera rindo irônico.


– Pode tentar de novo? – ele demorara pra responder, mas acenara afirmativamente.


– Se é o que você quer. Se é o que você mais quer...


– É o que eu mais quero.


– Certo. Vou tentar. – ele dissera seco. Eu respirara aliviada e notando que aquela conversa realmente o estava incomodado eu dei as costas para ir embora. – Hey, Granger. – eu me virara. – Foi bom falar com você. – ele dissera simplesmente e fora embora.

**



Já era noite, o treino da Sonserina já acabara. Daniel descia de sua vassoura completamente suado e vira Draco guardando todo o material de Quadribol enquanto os outros iam para o vestiário. Ele notara que Draco estava muito mais aborrecido hoje, a ponto de nem provocá-lo, apenas ignorara-o o treino todo. Sabia que era um território perigoso aquele para tentar contato, mas havia prometido para Hermione. Daniel respirara fundo e passara sua vassoura para outra mão e fora em passos decididos até Draco.


– O que está tentando provar? – dissera Daniel, Draco o olhara ainda agachado com o cenho franzido. “Tudo bem, não fora a melhor maneira de começar.” pensara ele. Draco demorara para registrar do que ele estava falando, mas logo dera um sorrisinho e se levantara ficando de frente para ele.


– Sempre fui muito fã de esgrima. – dissera ele irônico.


– Olha, cara. Por que não me dá um soco?


– Já dei, mais de uma vez...


– Sério, me dá uma porrada. – dizia Dan abrindo os braços. – Acabaria logo com isso e nos pouparia tempo. Não envolveria os amigos.


– Ou o time. – dissera Draco sarcástico.


– Acha que dando uma de Edmund Danté vai provar que é melhor homem do que eu?


– Não preciso provar isso. Você deixou isso claro quando deu em cima da Hermione. – Dan respirara fundo não conseguindo esconder sua discordância.


– Pela última vez, Draco: eu errei...


– Aham. – concordara Draco.


– Achei que você entenderia se seu melhor amigo tentasse reviver sua memória. – Draco rira.


– É claro. Um balaço na cabeça também causaria o mesmo efeito...


– Não achei outra solução...


– Claro que não. Beijar Hermione foi muito mais atraente. – cortara Draco já começando a se alterar. Dan tentava manter a calma.


– Você a estava humilhando.


– NADA justifica!


– Sim, justifica. Ela é minha amiga... – Draco se alterara mais ainda não deixando Dan terminar, debochando de suas palavras.


– Dan Conl não tem amigas... Não é mesmo? Ele que é amigo das mulheres.


– Não. Definitivamente Hermione é minha amiga. – Draco então começara a rir com raiva, Dan continuava sério.


– Você acredita mesmo que tem algo de verdade com a Hermione? – Dan fingira não se magoar com o deboche dele.


– Se tenho é por livre e espontânea vontade dela.


– Acha mesmo que umas semanas confusas significam alguma coisa se comparadas à vida que temos juntos?


– E você acha mesmo que pode prender alguém com um ultimato egoísta?


– Responda minha pergunta, Dan. Acha que pode competir com o passado?


– E que passado! – se alterara Daniel não agüentando mais o tom de Draco. – Dezesseis anos trocando farpas para esconder o que realmente sentem. Uma hora juram amor eterno, nas outras semanas seguintes fazem de tudo para provar o contrário e nos meses seguintes ficam se martirizando por isso. Vocês que vivem competindo entre si: faz de tudo para tê-la, mas sempre na primeira oportunidade você a humilha. – Draco se adiantara, mas Dan o cortara. – E agora estava fazendo isso inconscientemente e eu sabia que ia ser fatal! Ela não suportaria mais essa humilhação. Não depois de todas as outras que a fez passar. E você ainda a chama de alma gêmea...


– Chamo e você sabia. E mesmo assim se apaixonou por ela.


– O que? – dissera Dan com o cenho franzido em reprovação e finalmente dando as costas e indo embora. – Eu não sei do que está falando. Ou o que essa sua cabeça canina maluca está formulando! – Draco o seguira.


– Não foi só para reviver minha memória, Daniel. Eu conheço você. – Daniel suspirara em sarcasmo. – Você se apaixonou por ela.


– Pare de comer bosta de dragão, cara...


– Eu pensei que fosse brincadeira da primeira vez, armação para unir a gente, mas acabou virando realidade. – Daniel continuava andando com Draco em seus calcanhares tentando ignorar o que ele dizia. – Eu devia ter levado a sério quando você saiu com ela para Hogsmeade. Não ter esquecido. Mesmo meu amigo, você foi atrás dela.


– Depois que você a rejeitou! – brigou Daniel se virando pra ele com o dedo na sua cara.


– Se aproveitou que ela estava vulnerável, como da última vez. É incrível como sempre que ela está assim você a beija. Perfeito para você, certo? Que só se interessa por mulher que possa salvar ou pegar. – Daniel respirava com raiva tentando manter a calma.


– Não fale assim. Não se trata disso. Hermione é minha amiga, melhor amiga. Como você que sempre foi meu melhor amigo também.


– Sim. O Potter também sempre foi o melhor amigo dela, e não sei... Parece que só está esperando uma brecha para pular em cima dela... – disser Draco rindo sarcástico.


– Eu não vou mais discutir com você. – dissera Dan simplesmente deixando-o para trás.


– Oh claro. O maduro Dan Conl. Comovente a sua dedicação a nós. Se dedique assim no duelo de amanhã e quem sabe com um milagre você me vença pela primeira vez. – dissera parando de frente para Dan dando uma piscadela sarcástica. – Não é, melhor amigo?

**

“O Duelo das Serpentes”
Por Antonio Balazer



E mais uma vez a polêmica grifinória Hermione Granger, ex monitora-chefe da Grifinória, que recentemente perdeu o seu valiosíssimo cargo na monitoria por causa dos seus inúmeros casos contra as normas de Hogwarts, se envolve num triângulo amoroso. Dessa vez divida entre dois famosos sonserinos: Daniel Conl, o estudante francês famoso por suas chuva de gols no último campeonato de Quadribol, e o nosso monitor-chefe de Hogwarts e suposto namorado da comentada, Sr. Draco Malfoy.


Hermione Granger já estava mesmo com saudade de ver seu nome todas as manhãs no Profeta de Hogwarts, isso porque ela andara sumida estando em coma por quase uma semana. Famosa por sempre estar envolvida em ataques de Comensais da Morte, por ser melhor amiga do Menino-Que-Sobreviveu, pelos maiores barracos, escândalos e apresentações ilegais em Hogwarts e por seus inúmeros triângulos amorosos, a grifinória agora queria mais. Sim, ela não estava satisfeita. Precisava ainda separar dois melhores amigos! Fora quando começara seu suposto romance com o melhor amigo de seu namorado, Daniel Conl.


Há relatos de que eles já estavam inseparáveis já fazia um bom tempo e que até mesmo já teriam tido um encontro em Hogsmeade. Há quem diga também que o Sr. Conl era o único que sabia também que se tratava de Hermione Granger a verdadeira identidade da Misteriosa do Pergaminho (outro recente caso polêmico da dita cuja). E as suspeitas de um possível romance entre os dois só se confirmara quando o francês fora acusado de Animagalia clandestina e a Srta. Granger fora não apenas voluntária para defender o sonserino, como também assumira a culpa em seu lugar.


É, meus caros leitores. Como vemos a amizade e a fidelidade não são bem termos de alguma importância na vida da polêmica Hermione Granger, que só se importa com sua fama devastadora de excêntrica no mundo mágico. Você poderia até mesmo dizer que todas estas evidências não passam de frutos de nossa imaginação, se tanto o Sr. Conl quanto a Srta. Granger não tivessem assumido o seu romance publicamente há poucas semanas. Sim, numa das muitas públicas discussões arrasadores do casal Granger e Malfoy, o Sr. Conl aproveitara uma brecha para assumir seu romance com a dita cuja arrancando-lhe um beijo avassalador, começando assim a guerra entre ele e o até então, último a saber de tudo, Draco Malfoy.


Os dois ex-melhores amigos sonserinos, agora passam seus dias se digladiando pela grifinória, colocando em risco até mesmo os treinos para o Campeonato Final de Quadribol contra a Grifinória e de quebra agora se aproveitando do Torneio de Esgrima para se matarem publicamente em nome da ex-símbolo sexual pop de Hogwarts. Agora cabe a nós nos perguntarmos: será que a grifinória se diverte com essa disputa triste entre amigos? Será que ela sacia sua vontade de conflito causando essa guerra entre dois melhores amigos? Não sabemos ainda como o Sr. Potter continua reagindo a essa situação.



Eu insisto. O que foi que eu fiz para merecer isso? O que ? O que? É impossível! Não importa o que eu faça, sempre vou parar na porcaria do Profeta de Hogwarts. Esse tal Balazer tem uma tara por mim, não é possível! Eu sabia, estava demorando muito para eu ser retratada novamente como a maior piranha da face de Hogwarts. Eu queimei as roupas de Merlin e quebrei a varinha dele em sete pedaços, só pode. Por isso que eu odeio os domingos! Odeio! Sempre acontece uma coisa desse tipo, além da sacanagem de termos que dormir cedo e nos preparar para o dia seguinte. Eu rasgava aquele jornal em vários pedaços com ferocidade, como se pudesse com isso destruir também aqueles acontecimentos.


– Eu bem que tento esconder isso de você, mas não posso simplesmente sumir com todos os exemplares do Profeta de Hogwarts. – dissera Gina ao meu lado vendo minha reação.


– Estava demorando mesmo para o Balazer falar dessa briga do Conl com o Malfoy. – comentara Ron de frente pra mim dando uma mordida no seu bolo.


– E eles ainda falaram do Harry! – eu falara com ódio.


– Quando é que não falam... – dissera Harry indiferente passando geléia na sua torrada.


– Quer saber? Já chega. Eu vou matar esse cara! – eu disse me levantando, mas Gina me obrigara a sentar novamente.


– Não, Hermione. Pára. Você não pode se dar ao luxo de se envolver em mais um problema. Você está quase repetindo em Hogwarts, já perdeu seus créditos na Grifinória e agora está organizando esse Torneio de Esgrima pra ver se consegue se estabilizar, então... Não estrague tudo.


– Gina tem razão, Balazer está doido para publicar a sua expulsão. O melhor é esquecer... – dissera Harry.


– É. – dissera Ron de boca cheia. – Depois que isso tudo passar você usa a Magia Elemental nele e o transforma num pedaço de tronco.

Contrariada eu tentara seguir o conselho deles. Tinha vontade de falar com Draco, mas ele me evitara o dia todo, só aparecendo para os duelos dos quais vencia e depois sumia de novo. Daniel também vencia todos os seus duelos e subia no pódio junto com Draco. O tão esperado duelo dos dois se aproximava cada vez mais. Então, enquanto eu assistia o décimo quarto duelo daquele dia já enjoada de tanto estalo de espada, eu ouvira uma voz conhecida.


– Depois de sete horas, não parece mais tão interessante... Não é? – eu me virara e vira Dan ao meu lado ainda com as vestes de esgrima. Eu sorrira pra ele, mas ele não parecia tão animado.


– Deixou de ser interessante pra mim depois de uma hora. Mas você tem lutado muito bem. Melhorou muito. – ele então me olhara confuso, de fato ele não entendera o que eu quis dizer. Nem eu poderia dizer que já o vira lutando com treze anos de idade. Tentei me corrigir. – Quero dizer... Está bem melhor que nas aulas!... Já viu esse lixo? – eu perguntei, jogando um Profeta de Hogwarts. Ele dera uma curta risada sarcástica.


– Vi sim.


– Não quero nem pensar no que Draco deve estar pensando agora.


– Se te consola eu vi a Pansy mostrando o Profeta pra ele. – eu o encarara com desespero. Pansy? Profeta? Como isso me consolaria? – E ele não fez questão de ler, jogando-o de volta nela. – eu sorrira animada.


– Jura?


– Sim, e tenho até a impressão de ter ouvido ele dizer algo do tipo: “Me poupe do seu veneno, Pansy”. Ele parecia bem zangado. – que lindo... Depois de sorrir eu voltara no meu tom zangado.


– Eu só lamento não poder dar a Balazer a maldição que ele merece. – eu dissera com raiva.


– Não se preocupe, Balazer não vai incomodar por algum tempo. – ele dissera com um sorrisinho divertido. Mas mesmo assim seus sorrisos não eram muito convincentes, ele não se livrara daquela mágoa que tomava conta de seu semblante.


– Como assim?


– Você o está vendo em algum lugar por acaso? Ele não vai poder cobrir o torneio pelo visto. – eu olhara em volta e realmente Balazer não se encontrava em lugar algum. Eu dera um sorriso animado.


– O que você fez com ele? – ele coçara de leve a nuca de forma cínica e logo ele fizera uma fingida cara de ofensa.


– Mas o que é isso? Até que seja provado o contrário eu não fiz nada. – e dando um triste sorriso cínico ele se afastara indo se apresentar no próximo duelo.


Enquanto eu via o duelo de Daniel, pensava nos jovens Draco e Dan da penseira. O que devia ser feito? A amizade deles era o mais importante naquela história toda... Dan tinha muito mais direito à companhia de Draco do que eu.


– Pensando em Daniel e Draco. – concluíra a bruxa satânica da Gina ao meu lado, me fazendo dar um salto de susto.


– É sério, Gina. É melhor você ver um padre logo, você já está começando a me assustar. – eu dissera em defesa.


– Qualquer pessoa que te conheça muito bem te assusta, Hermione. – ela dissera indiferente.


– Está vendo só? Pára. Fica profetizando desse jeito, parece o padre Quevedo. – ela me olhara de forma censurada e eu resolvera parar de brincar. Não que de fato estivesse realmente brincando, sabe? – Estava sim. Não sei mais o que fazer para os dois voltarem a se falar. Draco é muito rancoroso. – eu suspirara derrotada enquanto víamos Dan dar uma investida perfeita arrancando a espada do Colin Grave da Corvinal. – Me dê um conselho, Gina...


– Aceite as conseqüências e faça algo para melhorar. – eu a olhava aborrecida.


– É só isso?


– É o único conselho que eu posso te dar, Hermione... Como melhor amiga. – ela dissera simplesmente.


– Pô... Você anda meio franca de conselhos, sabe?


– Mas é isso, Hermione. E se você quer tanto assim que eles voltem a se falar, comece dando o exemplo.


– Dando o exemplo? Não sei a quê exemplo você se refere, Gina. Porque daqui a pouco os dois vão tentar se matar nesse torneio e eu não posso fazer nada.


– Ai, meu Deus. Como você é dramática! Já não falei pra você trabalhar mais isso? Afinal, se dois rapazes querem lutar pela gente, qual é o grande problema? – Gina sempre apelou pro lado romântico da coisa, e devo dizer que o lado romântico dela é quinze vezes mais perigoso que minha dramaticidade.


Ela apenas assiste minha vida como se fosse um seriado de TV. Acha tudo completamente romântico e fofo, e quando eu reclamo um pouco de alguma coisa ela diz que eu sou dramática e pior, me critica por isso. Será que minha melhor amiga não vê que eu tenho sentimentos e que não temos como confiar num final feliz uma vez que minha vida não é um seriado adolescente de TV trouxa?

(N/A: ou que essa autora tem caídas para filmes de finais infelizes tipo: No Amor e Na Guerra, Moulin Rouge, O Casamento do Meu Melhor Amigo, Cinema Paradiso... E o pior de todos: Romeu e Julieta)


Ela fica falando que logo eu vou ter um ataque do coração de tanto ficar reclamando da vida, e ter ataques histéricos e dramáticos por semana. Isso desde que eu voltei do meu coma. Acho que ela ficou meio paranóica. Ah, me desculpa se eu sempre tenho alguém querendo estragar a minha vida ou que realmente acha alguma graça nas minhas desgraças. Se toda hora aparece mais uma tonelada de responsabilidades que são jogadas de forma nada sutil em cima de mim e se eu nunca sou recompensada por isso, pelo contrário.


É incrível... Só porque eu consegui o Draco (o que não parece tão verdade assim, já que ele briga mais do que de fato fica comigo) ela pensa que toda a minha vida está uma maravilha. Quero dizer, corrija-me se eu estiver errada, mas namoro não paga as minhas contas, nem me alimenta, nem me deixa impune de uma série de bruxos nojentos e espinhentos que adoram escrever sobre minha índole repulsivamente imoral e repugnante! Eu realmente não tenho nada do que reclamar. Só porque meu único troféu está correndo atrás de mim com uma machadinha, ou melhor, está mantendo distância de mim pra não usá-la contra a minha pessoa? Ah! Como eu reclamo à toa, não é? A vida é bela! Talvez eu faça até um cruzeiro pelo Caribe. Afinal, por que eu não faria? Só porque estamos em guerra? Impressionante como os bruxos usam a Guerra de Voldemort como desculpa para tudo hoje em dia. Coisinha à toa, fala sério. Bruxo é um povo dramático...


Tudo bem... Muita tensão aqui no salão... São exatamente quinze para a meia noite e finalmente o torneio começa a ficar interessante. Pierre, aquela biba, já veio elogiar falsamente a organização do torneio e agora eu escrevo escondida no meu diário enquanto todos esperamos a presença de Draco e Dan para o duelo final. Está tenso... Está tudo muito tenso aqui...


– Ai, que emocionante... Por que essas histórias lindas só acontecem com você? – disse uma Gina eufórica agora ao meu lado, com certeza portadora de drogas pesadas, a quem olhei de forma insana.


– Porque eu sou a mais desgraçada de todos os seres? – eu respondera, mas antes que ela pudesse criticar minha dramaticidade as portas laterais do Salão se abriram e de uma viera Draco enquanto de outra viera Dan. Eu me encolhi na cadeira. Está tenso, muito tenso... Ninguém parece ser capaz de piscar com medo de perder algum detalhe.


– Hangar! – ordenara Pierre. Os dois começaram um show incrível de saltos e investidas perigosas, o som das espadas ecoava pelo salão com mais estrondo e violência que as anteriores.


– Merda, nunca achei que me veria nesse dilema. Tenho que escolher entre um sonserino ou outro para torcer. – resmungara um Ron ao nosso lado de forma repulsiva.


– É, nem eu... – dissera Harry.


– Tem como dar derrota empatada? – perguntara Ron.


– Eu estou torcendo para o Conl. – dissera Gina prontamente. Então nós três nos viramos para ela que logo se apressou em se defender. – Melhor ele do que o Malfoy, não? Lembra? Malfoy, filho de Comensal, inimigo eterno desde os onze anos...


O porte principesco de um anicórnio contra a agilidade e ferocidade elegantemente nobres do lobo branco. Era realmente um lindo duelo. Por hora eu tinha impressão de estar vendo os dois Dan e Draco de treze anos, mas logo passara quando um caía para trás e ao invés de gargalhadas presenciássemos olhares frios e ameaçadores. Ambos gritaram ao mesmo tempo “Sortia” e as duas cobras aparecendo surpreendendo todos, mas Snape estraga-prazeres destruíra as cobras ameaçando anular o duelo. Snape fora vaiado por mais de dez minutos antes do duelo recomeçar.

Depois de longo tempo de duelo a luta se apertava de forma mais rápida e perigosa, Daniel parecera o dominador da situação dando mais investidas do que Draco, até que Draco provocara Dan o chamando com sua espada e Dan avançara quase cortando a face de Draco que desviara por um triz numa agilidade inacreditável fazendo Daniel perder o equilíbrio e dar uma outra má investida contra Draco que cruzara sua espada na dele de forma ainda ágil fazendo a espada de Daniel voar em direção a ele que a agarrara com a outra mão e apontara as duas para o peito de Dan. Todos prenderam a respiração na mesma hora naquele salão e fora anunciada o final do difícil duelo. Draco vencera.


– Como nos velhos tempos, hã? – dissera Dan para Draco com um sorriso quase divertido no rosto. Draco apenas o encarava. Todos batiam palmas enquanto os dois permaneciam no mesmo lugar se encarando, até que Draco abaixara as espadas.


Eu me levantara assim como todos. Dan recebia alguns gracejos dos professores, não parecia exatamente arrasado pela derrota. Eu fui até ele tentando me locomover pela multidão.


– Você lutou bem, Dan. – eu dissera sorrindo. – Tome. – e lhe entregara a medalha de Prata. Pansy ficara com a de Bronze, nojenta...


– Obrigado. – agradecera Dan com um sorriso amigável. Me virei com a medalha de ouro na mão à procura de Draco e o vi sendo violentamente arrastado e bombardeado pelos Sonserinos que agora o jogavam para o alto em comemoração.


– Me dê isso, Granger. – dissera Pierre que não parecera muito feliz com a derrota de Daniel, arrancara a medalha de ouro da minha mão antes que eu pudesse questionar e se metera entre os Sonserinos, colocando-a elegantemente no pescoço de Draco.


Eu apenas olhava de longe já sem esperanças de conseguir me aproximar e então o olhar cinza de Draco pousara em mim, nos encaramos de longe por um tempo e ausentes de todo o resto, passando aquela mensagem criptografada que eu nunca vou decifrar na vida. E quando pareceu que ele ia se adiantar até mim a onda de Sonserinos o levou para fora do Salão e provavelmente para dentro do Salão Comunal da Sonserina.

**

Draco saíra exausto do Salão Comunal da Sonserina ainda rindo consigo mesmo da festa exagerada dos Sonserinos e ia em passos lentos pelos corredores agora vazios e noturnos de Hogwarts até sua sala. Já era madrugada e uma coruja negra de imensos olhos cinza voara em sua direção, posando próximo no muro.


– Andromeca. – ele dissera indo em direção a coruja e acariciando de leve a ponta do seu bico. Vira que o pergaminho continha o brasão Malfoy e isso o fizera sentir um temor gelado em sua volta, antes de conseguir abrir o pergaminho, esse escapara de suas mãos caindo muro a baixo e jogado pelo vento no anda inferior. – Merda! – dissera Draco contendo um desespero e correu o mais rápido que podia para o final do corredor e pelas escadarias.

Quando finalmente chegara tenso até o andar inferior notara assustado que mais alguém se encontrava naquele corredor vazio e que esse alguém parecia bem concentrado no seu pergaminho.

– Potter! – gritara Draco com raiva. – Isso é meu! – dissera ele com ferocidade apontando a varinha pro pergaminho e gritando “Accio Pergaminho”. O mesmo fora até ele de forma rápida.


Draco ainda respirava ferozmente dividido pela raiva e pelo temor do que podia estar escrito naquele pergaminho, do que o Potter podia ter descoberto. Harry apenas continuava a encará-lo com o cenho franzido e agora ia em passos lentos até ele. Ele notava no semblante de Harry uma revolta e acusação que ele nunca vira antes virados para ele.


– Então é disso que se trata seu namoro com a Hermione? – dissera Harry acusadoramente, Draco preferira não responder sem saber ao certo do que é que ele estava falando. – Você é um sujo, Malfoy!


– Do que é que você está falando? – perguntara Draco agressivamente, tentando não se afetar pelo xingamento dele.


– Leia você mesmo! A cartinha do seu querido papai foragido. – dissera Harry no mesmo tom com repugnância.


– O que está escrito aqui não é da sua conta, Potter. Meta-se com a sua vida, que já não é muito boa. – ele completara com um sorrisinho sarcástico. – E deixe eu e a Hermione em paz. Aliás, trinta pontos a menos para a Grifinória por estar fora da cama há essa hora. – terminara ele com um sorriso debochado.

Harry se aproximara mais perigosamente do loiro com os olhos ameaçadores e Draco percebera que realmente o Potter nunca o olhara tão ameaçador na vida.


– Eu só quero que saiba, Malfoy, que eu sei que você está enganando a Hermione. E que eu vou descobrir o seu plano, porque eu não verei Hermione sofrendo de novo por sua causa. Se isso acontecer, eu mesmo acabo com você.

Draco respondera apenas com um suspiro sarcástico e Harry passara por ele indo embora. Só depois que Harry sumira que Draco deixara seu coração bater de forma mais acelerada e preocupada, e então parara para ler o pergaminho já aberto em sua mão.

Draco,
Bellatrix já teve a infelicidade de comentar sobre o seu relacionamento com a Sangue-Ruim.
Eu sei que isso não deve passar de um estúpido mal entendido, mas aconselho que deixe claro o quanto antes que ainda é leal ao Lord.
Eu, no meu esconderijo não posso fazer muita coisa.
Não se esqueça de sua missão para com o Lord.
Mais breve do que imagina nos reencontraremos e é bom que esteja preparado.

L.M.

Draco amassara aquele pergaminho com o mesmo pesar que se apossara de seu peito. “Mais breve do que imagina nos reencontraremos”... Aquela frase o preocupava, não podia receber pior notícia do que aquela no momento.


Segunda-feira. Hermione estava contra o muro do segundo andar sentindo a brisa em sua pele e o sol aquecer de leve o seu rosto. Faltavam poucos minutos para a aula de Feitiços e pensava que parecia obra do destino não ter tido nenhuma aula junto com a Sonserina ainda, e em conseqüência disso nenhum contato com Draco. Não que realmente estivesse preparada para um.


– Pensando no Draco. – dissera uma Gina ao seu lado fazendo Hermione dar um grito histérico de susto.


– Pelo amor de Merlin, garota. Essa força que se apossou de você não é do bem!


– Hermione... Por Favor...


– Você não faz um mínimo de esforço para ler a minha mente, estou falando, um espírito maligno está tomando conta de você. Isso para não aceitar o fato de que você realmente se virou pro lado das trevas. Porque isso é magia negra. Então pare de me assustar desse jeito antes que eu comece a rezar o Pai Nosso em volta de você!


– Vocês ainda não fizeram as pazes...


– Não... – Hermione dissera voltando ao seu humor anterior. – Digamos que estamos quites. Agora é ver quem dá o primeiro passo. E eu não sei porquê, mas eu acho que ele não está muito disposto a dar esse passo não.


– Pois então dê você... – Hermione a encarara com indignação.


– Como assim? E meu orgulho?


– Orgulho, Hermione? Que orgulho? Vocês já passaram dessa fase, lembra? Se continuar nessa babaquice ele não vai voltar a falar com Conl nem que este vire um cavalo dourado e galope de costas em homenagem a ele.


– Ah, sim... Babaquice. Que bom que você nunca faz pouco caso dos meus sentimentos, não é? – dissera Hermione sarcástica e logo saltando atônita assustando Gina. – Espera! O que foi que você disse?


– O que? Sobre o orgulho?


– Não! Não! Sobre o cavalo! – falara Hermione mais atônita ainda.


– Ah que ele não vai voltar a falar com Conl nem que ele se transforme num cavalo dourado e...


– Isso Gina! Você é demais!– dissera a castanha beijando o rosto da garota.


– O que? Não acho que Daniel concorde em galopar para trás... Ele não chegaria a tanto. – mas Hermione já correra para o final do corredor deixando uma Gina confusa para trás.

Daniel saía das masmorras por último, achara estranho o fato de Draco não ter aparecido para as aulas, mas isso não era mais da sua conta. No mínimo ele não conseguira acordar cedo por causa da comemoração da noite anterior na Sonserina.

Daniel saíra com a mochila pendurada num ombro quando mal passara da porta e fora surpreendido com uma Hermione sorridente que o encurralara contra a parede. Daniel franzira o cenho e olhara desconfiado para a cara de cumplicidade de Hermione que não dissera nada, já descobrindo sozinho o motivo daquilo.


– De jeito nenhum! – ele dissera simplesmente voltando a andar pelo corredor, sendo seguido pela a amiga.


– Só você pode me ajudar! – implorava Hermione, Daniel olhava para os lados contrariado, sem parar de andar.


– Eu sabia que não ia demorar muito pra você vir me perturbar com isso. Eu sabia. É incrível como sempre sobra pra mim! Sempre! Quem é o amigo protetor? Daniel Conl! Quem é o amigo traidor? Daniel Conl! Quem é que faz de tudo para os pombinhos apaixonados voltarem a ficar juntos? Quem que está agora sendo jurado de morte e que depois de novamente oferecer seus esforços para a melhor amiga realmente vai ser banido do mundo dos vivos? Daniel Conl!


– Draco não quer me ajudar! Ele nem mesmo quer que eu me envolva nessa guerra.


– Uma idéia não muito idiota vindo do idiota rancoroso e mafioso do Draco, uma vez que você, Hermigatinha, já entrou pro topo da lista negra de Voldemort nesse momento. – Hermione se pusera então no caminho de Daniel de forma contrariada.


– Isso não vem ao caso! Eu entrarei nessa guerra com ou sem a ajuda de vocês! Sendo que sem ela eu tenho menos chances. Ou seja, você vai me ensinar!


– A idéia não era fazer Draco voltar a falar comigo? Porque eu não sei, você só está dando mais motivos pra ele querer separar a minha cabeça do meu corpo.


– Sala Precisa às oito da noite! Certo?


– E sua lei por acaso não é: “faça ou alguma coisa pode cair em cima da sua cabeça!”?


– Que bom que você sabe. – rira Hermione.


– Mais alguma coisa, Srta. Intriga?


– Draco não pode ficar sabendo. – dissera Hermione saindo. Dan olhara para os lados nada feliz, esboçando um sorrisinho sarcástico.


– Estou morto.

Daniel fora até a beirada do lago onde vira um Draco encostado na árvore de forma desleixada, com as mãos nos bolsos da calça. Draco o olhara sem muita irritação, tinha mais com que se preocupar naquele momento. Daniel se aproximara até ficar de frente para ele.


– O que você tem, Draco? – Draco o olhara de lado por um tempo antes de responder e mesmo assim o fizera na sua voz seca.


– Problemas. A realidade vindo depressa em colisão com a minha vida.


– Seu pai voltou? A Tia Bella já abriu o bico sobre a Hermione, não é? – dissera Dan engolindo em seco tentando esconder o quanto era bom ver que conseguira manter uma conversa instável com Draco. Draco fizera que sim com a cabeça olhando para o lago com uma raiva e mágoa estalando no seu maxilar.


– Cedo ou tarde ia acontecer. – ambos ficaram quietos por um tempo, até que Draco voltara a falar. – E é ainda pior. Não sei explicar... Tenho tido tanta raiva de tudo, de todos... Todo o tempo... Principalmente da Hermione.


– Hermione? Por quê? – perguntara Dan confuso.


– Não sei. – dissera Draco com a voz arranhada, engolindo um choro do qual era orgulhoso demais para sair. – Mas eu não consigo parar de gritar com ela... E machucá-la... Ver aquela cara... Magoá-la... É a morte pra mim. – Dan engolira em seco. – E isso também cabe a você. – dissera Draco um pouco mais firme e olhando finalmente pra ele. – Estou com muita raiva de você, Daniel.


– Eu sei. – dissera Dan. – Acha que voltaremos a ser como éramos antes?


– Com a raiva que estou sentindo... Não. – dissera Draco de forma sincera. – Eu quero ter esperanças, mas não consigo.


– Se um dia sua raiva passar...


– Eu duvido que passe. – cortara Draco.


– Se passar... Lembre-se, que você ainda é o meu melhor amigo. – dissera Dan firme. – E não está sendo fácil... – Dan engolira em seco mais uma vez. – Perder esse meu melhor amigo. – ambos ficaram em silêncio por um tempo, Draco apenas o encarando de volta, até que Dan dera as costas para ir embora.


– Não foi nada fácil perder meu único amigo, Dan.

Daniel parara um segundo ainda de costas e enxugara rápido uma lágrima que ameaçava a cair e voltara ao seu caminho.

**



Ahh Maldita educação! É sério! Pela última vez! O que está acontecendo comigo? Eu não consigo parar de sentir raiva! Raiva de mim! Eu tenho vergonha de mim, sério! Como eu consigo ser tão submissa assim? Cadê o meu orgulho? Cadê? Orgulho... Cadê você? Sabe, ele podia ser um pouco egocêntrico, rancoroso e até meio agressivo, mas eu gostava dele. Agora parece que eu fico me desculpando por tudo. E eu nem sei ao certo, exatamente pelo o que eu estava me desculpando, mas sabia que tinha que fazê-lo.


Era horário do almoço e como previsto Draco não estava na mesa da Sonserina. Senti meu estômago afundar sabendo que isso não era bom sinal. Eu comecei a subir as escadas da Torre das Gárgulas e respirei fundo antes de abrir a porta. Levei um susto ao perceber que Draco se encontrava ali virado para mim, de frente para a porta com as mãos nos bolsos da calça. Camisa branca com as mangas dobradas até os cotovelos, aquele cabelo quase branco sendo embaraçado pelo vento. Ele estava encostado no muro, me esperando com o olhar significativo. Como ele sabia que eu ia? Eu sou tão previsível assim? Submissa!


– Oi. – eu disse fechando a porta atrás de mim e me encostando nela. Ele não respondera apenas continuava me encarando sério. – Você está bravo. – eu concluí.

Por favor alguém me proíba de me relacionar! Eu não sirvo para isso! Ele me olhara sarcástico meio que dizendo “Notou, é?”.

– Merda, Draco! É só que... Eu odeio quando você começa a querer mandar em mim. – ele olhara para os lados irritado. – Se é para eu ser sua escrava compra logo uma coleira e um chicote para me guiar por aí.


– Não tente me fazer rir... – ele dissera seco ainda mal humorado. Pra que? Eu sorrira sapecamente de lado, indo até ele de forma perigosa, ele imediatamente desviara o olhar se endireitando no muro, não querendo dar o braço a torcer.


– Por que não? Eu adoro quando você sorri. – ele me olhara sarcástico com um sorriso raivoso nos lábios.


– Ahh... Manipulação passional, muito esperta. – ele dissera de forma perspicaz perguntando de forma cínica – Quem anda te ensinando isso? – eu o olhara sarcástica.


– Não faço idéia. – ele abrira então aquele sorriso lindo e divertido de orelha a orelha, me abraçando pela cintura. Causa ganha. Pra falar a verdade acho que não sou tão submissa assim da situação. – Me desculpe por invadir suas memórias. – ele aproximara seu rosto do meu de forma séria de novo e até meio triste.


– Odeio brigar com você.


– Sério? – perguntei divertida e sarcástica. – Parece que tem feito muito isso nos últimos seis anos.


– É sério. – ele rira e depois voltando no seu tom sério. – Já brigamos demais para uma vida inteira.


– É...


– Mas você me tira do sério, Hermione. Eu larguei todos os meus planos pra essa guerra por sua causa, virei contra a minha família... – aquilo realmente me feriu.

Eu realmente era uma cachorra. Ele fizera um sacrifício por mim, e eu me recusava a fazer um por ele.

– Mas não posso também ficar do lado do Potter. Não mais do que já fiquei... Isso seria traição.


– Não estou te pedindo isso... – eu começara, mas ele me cortara estressado.


– Não, só está pedindo pra eu te deixar ir pra guerra sozinha.


– Sei me cuidar. – então ele rira.


– O que? “Sei me cuidar”? Eu já perdi a conta de quantas vezes você foi parar na enfermaria esse ano, Hermione. Isso estando em Hogwarts. Não é como se você fosse sofrer um acidente, sabe? Na guerra terão pessoas com o objetivo de tirar sua vida. – então ele se acalmara botando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. – Você é muito inteligente, Hermione, e corajosa, mas não sabe lidar com Comensais da Morte. É só lembrar do que minha tia fez com você.

Eu engolira em seco, envergonhada. Odiava lembrar daquilo, era humilhante. Desviara o olhar com raiva. Fora então que eu notara uma música em meus ouvidos. Não era o Uivo das Sereias, não estava nublado. Era outra música...

"Ouvir Musica"

This year's love had better last
(O amor deste ano deveria durar)
Heaven knows it's high time
(O céu sabe... é alta estação)
I've been waiting on my own too long
(Eu tenho esperado sozinho há tanto tempo)



– Está ouvindo isso? – eu perguntara, ele sorrira traquinas de novo e eu fizera cara de compreensão.


– Eu achei que um clima mais romântico ajudaria nas nossas “pazes”. – ele dissera sapeca, eu rira sarcástica enquanto ele me puxava pro meio da varanda me conduzindo numa dança romântica.

When you hold me like you do
(Mas quando você me abraça como você me abraça)
It feels so right
(Tudo parece tão bem)
I start to forget
(Eu começo a esquecer)
How my heart gets torn
(Como meu coração ficou dilacerado)
When that hurt gets thrown
(Quando a dor se mistura)
Feeling like you can't go on
(Fazendo que você sinta que não pode continuar)



– Você estava planejando tudo então?


– Hey... Eu sei ser romântico às vezes. – ele dissera fingido estar ofendido. - É claro que... Se eu soubesse que você ia descer do seu pedestal e se humilhar de tão bom grado eu não teria me esforçado tanto. – ele debochara me fazendo rodar de seus braços e me puxando de volta no ritmo da música. Eu ri com raiva pra ele, tentando esconder o quanto eu estava comovida.


– Manipulação passiva. Com quem você anda aprendendo esse tipo de coisa? – eu repetira a pergunta de forma ainda mais sarcástica. Ele dera de ombros de forma cínica.


– Você sabe... Um sonserino como eu... Que tem que saber se defender nas ruas, acaba por se meter com o pior tipo de gente barra pesada para aprender alguns meios de sobrevivência.


– Ah claro, eu me esqueci da sua realidade infeliz. – eu respondera ainda mais cínica. Ele sorrira de novo me fazendo derreter e me rodara mais uma vez. Quando eu voltara, ele começara a mexer os lábios junto da música, fingindo que estava cantando, como se estivesse sendo dublado.

Turning circles when time again
(Mudando os ciclos e o tempo novamente)
It cuts like a knife oh yeah
(Corta feito uma faca... oh não)
If you love me got to know for sure
(Se você me ama, tem que saber com certeza)



– Por que não canta de verdade? Eu ia gostar de ouvir.– eu dissera ainda rindo da palhaçada dele e fingindo que nunca o tinha ouvido cantar.

Afinal, acho que ele se esqueceu desse fato, coisa que ele deve ter concluído quando me ouviu cantando a melodia dele no Três Vassouras. Mas acho que toda aquela situação o fez esquecer desse detalhe. Ele rira me rodando divertido e respondendo sem incômodo.


– Um dia eu canto para você. – e então começamos a dançar mais lentamente nos encarando de forma séria, fora então que eu começara a prestar mais atenção na letra da música.

'Cos it takes something more this time
(Porque ele vai querer algo mais desta vez)
Than sweet sweet lies
(Mais do que doces mentiras...oh não...)
Before I open up my arms and fall
(Antes que eu abra meus braços e caia)
Losing all control
(Perdendo todo o controle)
Every dream inside my soul
(Cada sonho dentro de minha alma)
And when you kiss me
(E quando você me beija)
On that midnight street
(Na rua no meio da noite)
Sweep me off my feet
(Me tirando do chão )
Singing ain't this life so sweet
(Cantando... Esta vida não é tão doce...)



– É linda a música... – eu disse pensando no significado daquelas palavras. Amor... Era o que Draco estava precisando. Que eu o amasse. E minha incapacidade de amar me deixara infeliz.


– Pensei em batizá-la como nossa música. – ele dissera carinhoso e fora minha vez de sorrir.


– Pensei que a nossa música fosse a da Misteriosa do Pergaminho ou a da peça Bella e Vinic.


– Não! A Misteriosa do Pergaminho marca uma era ruim de nossas vidas, uma era de conflito, orgulho e... – fizera uma cara envergonhada. – Burrice. – eu rira gostosamente.

This year's love had better last
(O amor deste ano deveria durar)



Então ele sorrira perigosamente.


– Então quer dizer que você finalmente admite que escreveu Breathe pensando em mim? – eu começara a gaguejar enquanto ele me olhava sapecamente, então comecei a disfarçar ridiculamente.


– Pensando bem... Você tem razão. Essa tem que ser a nossa música. É perfeita. Chega de pensar em eras de conflito.

This year's love had better last
(O amor deste ano deveria durar)



Passamos o resto do tempo apenas dançando, nos olhando, eu me afundando naquele cinza cheio de uma mágoa ocultada, era maravilhoso estar ali com ele.

So whose to worry
(Porque quem terá que se preocupar)
If our hearts get torn
(Se nossos corações serão dilacerados)
When that hurt gets thrown
(Quando aquela ferida é jogada)
Don't you know this life goes on
(Você não sabe que esta vida continua?)
And won't you kiss me
(Você não quer me beijar)
On that midnight street
(Na rua no meio da noite)
Sweep me off my feet
(Me tirando do chão)
Singing ain't this life so sweet
(Cantando... Esta vida não é tão doce...)



– Você realmente me ama? – eu perguntara então do nada com a voz rouca, ele ficara surpreso com a pergunta obviamente não entendendo o porquê daquilo. – Quero dizer... Como você sabe que não apenas gosta muito de mim ou... Está apaixonado? O que te faz achar que me ama?


Ele ficou um momento calado apenas registrando a pergunta de forma confusa e até mesmo um pouco incomodado.

This year's love had better last
(O amor deste ano deveria durar)
This year's love had better last
(O amor deste ano deveria durar)



– E se um dia você acordar e descobrir que o que você sente por mim não é tudo isso que você pensa, ou que existem pessoas ou ideais que você ame mais do que a mim? – ele me encarava sério de forma ligeiramente desconfiada com o cenho franzido, ainda me conduzindo cada vez mais lentamente enquanto eu apenas não parava de tagarelar. – E se um dia, um belo dia, você perceber que realmente me ama? Perceberá então que enquanto antes você dizia me amar não era verdade. Será que era ilusão ou você realmente fingia amar? – ele parara então me largando, me olhara com certa revolta não acreditando no que eu estava falando. Eu continuava mais calmamente sentindo meu peito explodir como num desabafo – E se enquanto eu vou descobrindo de verdade o quanto posso te amar... Você for esquecendo o quanto já disse ser capaz? E se amor pra mim tiver um significado maior do que você imagina, maior do que tem pra você... E que uma vez amando e não ser correspondida de igual tamanho me cause um sofrimento maior do que você possa sentir enquanto eu não digo... “Eu te amo”?

Eu respirara pesadamente enquanto ele ainda me olhava daquele jeito ofendido e sério e mais alguma coisa que não consegui decifrar. Está exigindo demais da minha capacidade emocional, não é?

– Será que você realmente quer que eu diga isso? Tem certeza que isso que você pede pra ser correspondido é amor? Precisa entender... Não é fazer pouco caso dos seus sentimentos, é apenas...

This year's love had better last
(O amor deste ano deveria durar)
This year's love had better last
(O amor deste ano deveria durar)



Eu não conseguira continuar, não tinha mais voz e qualquer coisa poderia fazer minhas glândulas emocionais me traírem de novo.

A música terminara e continuamos ali um de frente pro outro por mais um tempo. Fora então que ele se aproximara mais de mim de forma perigosa me olhando com revolta e certa raiva. Ao ouvir sua voz agressiva e friamente cortante senti meu coração se arranhar e meu corpo chorar.


– Se você não consegue decifrar os seus sentimentos... – ele quase encostara seu nariz no meu e engolira em seco com uma sombra sinistra em seus olhos da qual eu nunca tinha visto. – Não coloque em dúvida os meus.


Ele ainda me encarara por uns dois segundos e saíra da Torre das Gárgulas depressa, batendo a porta com brutalidade e me deixando ali, olhando por onde ele saíra, me sentindo uma onça ferida. Tão ferida por ele não ter entendido e tão ferida por tê-lo machucado.

Continua...


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