Another Last Goodbye escrita por souasoof


Capítulo 4
Just Like The First Time


Notas iniciais do capítulo

Bom, como prometido, aqui está mais um capítulo ^^

Espero que gostem e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/408837/chapter/4

– Bom dia... – disse Hinata com a voz fraca logo após dar um beijo na lateral da testa de Naruto.



- Bom dia. – respondeu com a voz rouca e fraca, abrindo minimamente apenas um dos olhos.



- Já são nove e meia da manhã... Posso preparar café para você? – perguntou enquanto acariciava os fios loiros com uma das mãos.



Naruto apenas resmungou algo enquanto acenava com a cabeça. A Hyuuga soltou um riso baixo e deu um beijo na lateral da bochecha dele, a que não estava afundada no travesseiro devido a sua posição de bruços. Ela levantou rapidamente e foi para a cozinha, começando a mexer nos armários e na geladeira para pegar tudo o que precisava.



Não entendia como o namorado conseguia dormir tanto. Não que ela gostasse de acordar cedo, muito pelo contrário, odiava, mas também não achava necessário acordar apenas para o almoço. No entanto, Naruto ficava ainda mais lindo com aquele olho cerrado, com os azuis dos olhos claros e límpidos e com aquele cabelo loiro ainda mais bagunçado, que ela sempre ficava com dó de acorda-lo. Preferia passar um tempo o olhando e apreciando sua beleza.



Riu de seus pensamentos e logo voltou a focar-se no que estava a fazer.



Misturou os ingredientes necessários para fazer panquecas dentro do liquidificador e, antes de liga-lo, tampou os ouvidos com os ombros e fechou os olhos para que não se assustasse com o barulho.



Por estar com os olhos fechados e apertados, assustou-se quando sentiu um beijo no topo da cabeça. Olhou para os lados e recebeu uma piscadela amigável como resposta. Viu que ele mexia a boca, mas ela não escutava nada e, por isso, desligou o aparelho.



– Bom dia. – comentou ele com um tom divertido e um sorriso curto no rosto.



– Bom dia. – respondeu com um enorme sorriso – Você e a Ino também vão comer com a gente?



– Eu sim, ela não. – e, devido ao olhar curioso de Hinata, o moreno continuou – Ela foi chamada bem cedo para uma reunião, ou sei lá...



– Ah, entendi... Bem, já que você levantou será que você poderia ir comprar café para nós? – disse e o olhou com olhos pidões.



– Por que o Teme não vai?



– Porque ele ainda não acordou. – respondeu e ouviu um riso divertido de Sasuke – Por favor... – pediu prolongando a última silaba – Enquanto isso eu vou fazendo as panquecas e fritando o bacon que eu sei que você ama.



– Tudo bem... – disse após um tempo, derrotado – Eu já volto.



E dito isso, rumou ao quarto de Ino para colocar uma roupa decente para depois ir até a cafeteria mais próxima dali.



Assim que o Uchiha saiu, Hinata continuou a fazer o que estava fazendo antes. Deixou o bacon preparado para fritar quando o moreno chegasse e começou a fazer as panquecas. Depois de já ter feito umas cinco, ela sentiu dois braços a abraçarem pela cintura seguido de um arrepio devido ao beijo dado em sua nuca, que estava nua já que o cabelo estava preso em um coque frouxo.



– O que teremos de café da manhã? – o loiro disse após colocar seu rosto ao lado do dela, ainda a abraçando por trás.



– Panqueca, bacon e café que o Sasuke foi buscar.



– E onde está Ino?



– Trabalhando.



– Isso quer dizer que estamos sozinhos? – disse num tom extremamente malicioso, que arrancou um leve riso da namorada.



Ela apenas discordou com a cabeça e nada disse.



Naruto recuou um pouco o rosto e começou a beijar toda a extensão do pescoço dela, começando pertinho da orelha e terminando na curva dos ombros, arrancando baixos gemidos da morena.



– N-Naruto... Sasuke vai chegar a qualquer momento... – disse com a voz firme, mas já tinha os olhos fechados e aproveitava a caricia.



– Eu não ligo. – respondeu num tom mais descontraído, também com os olhos fechados.



Rapidamente, ele puxou os corpos para trás e a virou de frente para si, tirando-a da frente do fogão e a encostando com certa força na geladeira para, em seguida, sentir seus lábios serem tomados pelos dela com certa ferocidade.



Ah, como Hinata adorava quando Naruto fazia aquilo. Adorava ser abraçada por trás, ainda mais quando era pega de surpresa; achava que tornava o ato ainda mais carinhoso do que já era. Além de tudo, amava beijos no pescoço e ele bem sabia disso, sabendo usar daquele toque mais ousado sempre que necessário; e por isso que a morena avançou em seus lábios com tanta agilidade.



Os braços de Hinata estavam ao redor do pescoço de Naruto e, com as mãos que puxavam de leve os fios loiros, ela o apertava contra si, querendo aprofundar ainda mais o toque. Ao mesmo tempo, ele apertava o quadril dela com uma mão enquanto a outra passeava livremente pela coxa dela, forçando, delicadamente, os corpos contra a geladeira.



Quando o beijo começou a ficar mais intenso, eles ouviram a voz de Sasuke reclamar de algo ao longe, fazendo com que o beijo fosse cessado. Entreolharam-se e riram baixinho, percebendo logo em seguida do que o moreno estava reclamando.



– Como vocês conseguiram queimar uma panqueca? – perguntou com sarcasmo no tom enquanto colocava os cafés em cima do balcão da cozinha.



– A gente tava conversando, ué. – Naruto disse normalmente enquanto terminava de pegar os pratos.



– Ah... Então é por isso que os lábios de vocês ta tão vermelho, de conversar. – disse ainda mais irônico e cerrou um pouco os olhos.



– Exatamente. – disse o loiro ainda mais cômico, dando um tapa de leve nas costas do amigo. – Enfim, – continuou, mudando o assunto – o que você comprou pra gente?



– -



Logo após o almoço, Sasuke foi embora e, como era sábado, foi direto para o jogo de futebol que tinha com os amigos da faculdade. Convidou Naruto por pura educação – pois sabia que ele ia querer passar o tempo todo com a namorada – que recusou com da mesma forma, educadamente.



– Sabe, eu tava pensando... – disse após guardar a ultima louça em seu devido lugar – Como hoje é meu último dia aqui, talvez a gente pudesse fazer algo especial.



– Especial? – perguntou Hinata, debruçando-se no balcão – Tipo o quê?



– Eu não sei se você vai gostar, mas eu tinha pensado em fazermos o que fizemos no nosso primeiro encontro.



– Cinema e sorvete? – perguntou divertida.



– Por que eu senti uma pequena ironia no seu tom? – respondeu também divertido, apoiando o antebraço no balcão, de frente para ela.



– Imaginação... – disse com um sorriso largo no rosto, rindo logo em seguida – Mas essa é uma ótima idéia. Faz tempo que não fazemos algo tão... puro.



E Naruto riu, concordando com a cabeça.



– E quem sabe, depois, – falou enquanto dava a volta na mesa, ficando ao lado dela, que virou de frente para ele – a gente não volta aqui e aproveita que a Ino vai dormir no Dobe hoje?



Nesse momento, sua mão já brincava com a barra da blusa de Hinata.



– Hm... – resmungou se fingindo de pensativa – Não sei... Eu não dormi com você no nosso primeiro encontro, então acho que isso não seria justo. – disse simulando estar séria.



– Não! – respondeu rapidamente, fazendo a morena rir – Não... Pense como se fosse um dia de relembrarmos as “primeiras”... O primeiro encontro, o primeiro beijo, a primeira vez... – disse abaixando cada vez mais o tom, terminado com um selinho.



– Eu não vou fazer no sofá... – comentou divertida.



– Eu acho que consigo te convencer. – falou cômico.



E Hinata apenas riu, discordando levemente com a cabeça e um sorriso meigo no rosto.



– Tudo bem... Mas você tem certeza que quer que essa vez seja igual à primeira? Porque você sabe, né... – disse torcendo o rosto e utilizando um tom brincalhão que, devido ao teor da conversa, passou despercebido pelo loiro.



– O que você quer dizer com isso? – perguntou com os olhos semi-cerrados e preocupado.



Ela apenas deu de ombros lentamente enquanto desviava o olhar para cima e ia saindo da cozinha, rumando ao quarto para se arrumar.



Era tão fácil enganar Naruto com brincadeiras daquele tipo. Aquela não seria a primeira, muito menos a última vez que o loiro cairia em algo tão bobo quanto aquilo. Mas Hinata não se cansava, achava a preocupação dele algo tão fofo que era irresistível não pensar em algo sempre que tinha a oportunidade.



– V-Você ta brincando, não é? – continuou, preocupado – Não foi ruim... foi?



Hinata apenas seguia seu caminho, sem olhar para trás, segurando a risada e não crendo que ele realmente havia acreditado naquela brincadeira.



– Hinata! – gritou, tentando chamar a atenção dela – H-Hinata! – e, por ser ignorado novamente, seguiu até o quarto, atrás dela.



– -



Em menos de quinze minutos Hinata se arrumou e depois de explicar a brincadeira para o namorado conseguiram sair. Por terem ido a pé até o cinema, demoraram meia hora para chegar lá e mais vinte minutos esperando a sessão começar.



Não se importavam com o filme que foram ver, tudo que queriam era a presença um do outro e relembrar os bons momentos do passado, e ali tinham tudo isso.



Assim que acabou, Hinata sugeriu que eles fossem ao Central Park já que era um belo dia ensolarado de primavera e lá havia diversos carrinhos de comida, principalmente sorvete.



Ambos pegaram uma casquinha com duas bolas e depois se sentaram na sombra de uma enorme arvore, apoiando as costas no tronco dela.



– Como eu sinto falta dessas coisas com você. – Naruto comentou após ver um casal de adolescentes passar na sua frente, de mãos dadas e uniforme.



– Eu também... – respondeu com o tom baixo e encostou a lateral do corpo no dele.



– Era tão mais fácil quando morávamos na mesma cidade.



– Ou quando morávamos no mesmo continente... – disse e arrancou risadas do namorado.



– Realmente... – falou ainda que cômico – Você sabe que se eu pudesse eu mudaria para Nova Iorque, não? – perguntou colocando o braço ao redor do ombro dela e fazendo com que ela recostasse ainda mais no corpo dele.



– E eu para Londres... – respondeu um pouco triste após recostar a cabeça no ombro dele – Mas, infelizmente, não podemos.



– Eu sei... – disse no mesmo tom que ela.



E, por alguns minutos, eles ficaram em silencio, apenas observando a paisagem e aproveitando o momento.



Estar ali, naquele momento, era tudo que Hinata queria. Queria senti-lo perto de si, nem que por poucos minutos. A presença dele fazia com que ela se sentisse segura, protegida. O sorriso largo e aberto do loiro era tudo que precisava para acalmar seu coração e aquecer sua alma. Olhar fundo naquela profundidade azul que eram os belíssimos olhos de Naruto era mais do que o necessário para acelerar seus batimentos e, ao mesmo tempo, acabar com suas preocupações. Ela precisava dele e sabia muito bem disso.



O mesmo valia para o loiro. Sentia falta de vê-la todos os dias, de abraça-la. Sentia falta de acordar e sentir o cheiro levemente adocicado do perfume dela, do gosto deliciosamente gostoso de sua boca e do tom baixo e carinhoso em sua voz. Queria tê-la por perto sempre, para que sempre quando estivesse cansado ou preocupado pudesse olhar fundo nas pérolas maravilhosas dela e saber que tudo daria certo. Gostaria de poder acariciar-lhe o longo e liso cabelo negro azulado apenas para ver aquele sorriso satisfeito aparecer no delicado rosto angelical dela. Ah, aquele sorriso meigo que só ela tinha... como sentia falta dele. Não precisaria vê-la todos os dias, não havia toda essa necessidade, só queria que ela estivesse perto o suficiente para que pudessem se ver mais e passar mais tempo juntos. Ele precisava dela tanto quanto o contrário.



– Mas, – disse Naruto repentinamente depois de muito pensar, quebrando o silêncio e assustando Hinata – não vamos desperdiçar meu último dia aqui assim. – dito isso, virou seu corpo um pouco mais de frente para o dela – Se não me engano, no nosso primeiro encontro, eu “sem querer” – falou fazendo aspas com apenas a mão que segurava o sorvete – deixei um pouco de sorvete cair bem no canto da minha boca.



– Verdade! – disse animada, rindo em seguida – Eu me lembro disso. Bem sutil. – comentou sarcástica, tirando uma falsa cara de indignado do namorado.



– Em minha defesa, foi a única forma que eu pensei de fazer você chegar perto o suficiente para que eu pudesse, finalmente, te beijar. – respondeu na defensiva.



– Me agarrar, você quis dizer? – continuava com o tom irônico na voz e o sorriso de canto no rosto.



– É... – disse nostálgico com um sorriso aberto – Não foi o mais romântico dos beijos, não é?



– Não... – respondeu divertida – Mas é a gente, então... – disse e o viu concordando com a cabeça – Foi perfeito. – agora, seu tom era doce e saudoso, tendo um sorriso meigo estampado.



– Nesse caso... – Naruto falou e deixou um sorriso malicioso aparecer em seu rosto, jogando seu corpo em cima do dela para dar inicio a um romântico beijo.



O sorvete dos dois já era inexistente e por isso ambos deixaram as casquinhas de lado, jogadas. Naruto colocou uma das mãos embaixo da orelha da namorada, apertando lhe de leve o pescoço e empurrando-a para trás até deita-la totalmente na grama. Ele tinha seu tronco em cima do dela, porém as pernas ao lado do delicado corpo, apoiando-se com o antebraço no chão. Já Hinata acariciava o rosto do loiro com o polegar da mão esquerda, enquanto a direita estava na cintura dele, o apertando ainda mais contra o corpo dela.



O beijo, que havia começado lento e romântico, com o passar dos segundos, começou a se intensificar e eles só cessaram o beijo ao repararem que estavam em um lugar público. Entreolharam-se com os olhos levemente arregalados e riram, olhando para os lados para ter certeza de que ninguém tinha visto aquilo.



– Eu te amo. – Naruto disse entre os risos com um sorriso maravilhoso estampado no rosto.



– Eu também te amo. – respondeu com um sorriso abobalhado no rosto enquanto mordia de leve o próprio lábio inferior.



Entreolharam-se novamente, cúmplices no sorriso e nas expressões e não foi necessário dizer nada. Ambos sabiam o que estavam pensando.



Levantaram-se rapidamente, rindo, e correram de mãos dadas até o apartamento de Hinata – que não ficava muito longe dali.



Quando chegaram ao apartamento, Naruto rapidamente fechou a porta atrás da namorada e a encostou nela com força, mantendo-a presa entre seus braços apoiados na bela madeira branca. Direcionou seus lábios a curva inferior do pescoço da morena e explorou aquela área com um desejo iminente. Neste momento Hinata já arfava e, ao mesmo tempo, enchia as mãos com os fios loiros dele, apertando-os e puxando-os com certa força.



Em seguida, ao terminar de beijar aquela região, desceu as mãos para as coxas da Hyuuga e fez com que ela pulasse para seu colo, tendo os lábios tomados com prazer como resposta.



Naruto a segurou com força e desencostou da porta, caminhando com ela até o sofá e deitando-a com todo o cuidado do mundo, se colocando por cima dela, entre suas pernas. Tratou de tirar a blusa dela na mesma velocidade que teve a sua retirada.



Logo começou a explorar o corpo dela com habilidosos lábios e suas fortes mãos. E como Hinata sentia falta daqueles toques, daquele gosto refrescante dos lábios de Naruto, daquelas mãos contra sua delicada pele. Sentia-se entorpecida com aquele misto de emoções, todos misturados de uma vez só. A saudade era tanta que nem ela mesma sabia definir a intensidade com que tudo acontecia. O Uzumaki sentia-se da mesma forma, senão pior... Sentia falta de ter o corpo frágil dela contra o seu; tinha saudade dos toques mais ousados até os mais delicados. A falta da presença dela em sua vida era algo extremamente doloroso.



Depois de apreciar todo o corpo dela com seus toques deliciosamente prazerosos, ele desceu as mãos até o cós da calça dela e abriu, de uma só vez, o botão e o zíper do jeans, fazendo-a despertar de seu próprio prazer.



– N-Naruto... – Hinata disse ofegante enquanto se ajeitava melhor no sofá – Acho melhor irmos a outro lugar... A Ino pode chegar a qualq-



– Confie em mim, – disse da forma mais doce possível, passando uma das mãos na testa dela e ajeitando a franja para o lado – ninguém vai nos atrapalhar.



E, dito aquilo, Hinata não resistiu a ele. Em situações assim, ela raramente não se entregava a ele, beirando o nunca. Ele ficava ainda mais irresistível e ela não conseguia lhe dizer um “não” sequer. Rendeu-se a Naruto e se deixou ser tomada ali mesmo, sem qualquer preocupação, no momento mais íntimo que duas pessoas poderiam compartilhar.



Em nenhum momento daquele dia, a Hyuuga cogitou contar a ele sobre sua doença. Não via porque estragar uma tarde tão maravilhosa daquela com uma notícia tão triste quanto aquela.



E, em momento nenhum, Naruto desconfiou que havia algo errado com ela.



– -



– Quando eu vou te ver de novo? – o loiro perguntava triste, com os braços ao redor da cintura da namorada.



Mais uma vez, eles se encontravam no pior lugar de todos na concepção deles, o aeroporto.



– Eu prometo que vou tentar ir em junho para Londres... – dizia esboçando um sorriso enquanto apertava de leve os braços dele.



– Três meses... – murmurou curvando um pouco o tronco para ficar mais da altura dela – O que eu faço sem você por três meses?



– Você me espera... – e deu um selinho longo no namorado – É a única coisa que pode fazer. E nesse meio tempo, eu prometo que serei o mais forte que conseguir.



Naquele momento, Hinata não pôde impedir de deixar seus olhos se encherem de lágrimas, algo que Naruto estranhou.



– Por que diz isso, Hinata?



– Sempre prometemos ser fortes, não? – disse um pouco mais cômica ao passar uma das mãos em baixo dos olhos, impedindo que lagrimas caíssem.



– Sim, mas dessa vez... Seu tom...



– Vai dar tudo certo, Naruto... Eu sei que vai.



E mais uma vez, o Uzumaki não entendeu o que ela queria dizer. Sim, é claro que as despedidas eram tristes, não tinham como não ser, mas desta vez... desta vez ele percebeu que havia algo de errado, uma tristeza muito maior que o comum, algo que havia passado despercebido por ele por toda aquela semana. Talvez não tenha reparado tamanha a felicidade que sentia em tê-la em seus braços novamente, ou talvez não tivesse sido capaz de enxergar o que ela tanto tentava esconder. Abriu a boca para questiona-la, mas, mais uma vez, foi interrompido.



– Agora vá! – disse divertida entre risos curtos – Não quero que perca seu vôo. – dito isso, deu um selinho ainda mais longo que o anterior, acariciando os fios loiros que caiam sobre a nuca dele. Manteve os lábios juntos e os olhos fechados ao sussurrar suas próximas palavras em um tom triste – Eu te amo... muito.



– Eu também te amo Hina... – disse também com os olhos fechados, partindo com várias dúvidas e muitas perguntas na cabeça.



Novamente, ele iria embora e ela, lá no fundo, temia que aquela fosse a ultima vez.



– Ta tudo bem? – perguntou Ino ao colocar uma das mãos no ombro da amiga.



– Sim. – disse já sem os olhos marejados. – Vamos ou chegaremos atrasadas a consulta.



A consulta era do outro lado da cidade e por isso elas pegaram um táxi até o consultório.



Chegando lá, Hinata falou brevemente com seu médico e logo foi para a sala onde a tomografia seria feita. A pedido da própria Hyuuga, Ino tinha conseguido permissão para acompanhar a amiga, depois de devidamente protegida.



Hinata tremia dos pés a cabeça. Estava visivelmente nervosa. Aquele simples exame mudaria sua vida drasticamente, ou para melhor ou para bem pior; ditaria como seus dias seriam dali pra frente... E não havia nada mais aterrorizante do que aquilo. Finalmente saberia se o tratamento havia funcionado como o esperado.



Ao encontrar a enorme maquina que há meses atrás teve de enfrentar sozinha, a morena agarrou a mão da Yamanaka fortemente e fixou os olhos aos aparelhos a sua frente. Ino, ao sentir o forte aperto, acariciou a mão da amiga e a fez recostar a cabeça em seu peito, mesmo que em pé, dizendo que tudo ficaria bem e que ela não precisaria se preocupar. Mal sabia ela o que estava por vir.



– -



– Bom, – disse o médico de cabelos grisalhos à frente das duas – estamos com os resultados aqui, senhorita Hyuuga.



Hinata sentiu um arrepio percorrer sua espinha e apenas acenou para que o doutor continuasse. Ela pensou que estava preparada, mas ao ouvir aquelas palavras, desabou.



– C-Como assim o tratamento não funcionou? – estava irritada e lagrimas caiam livremente por seu rosto, de raiva e tristeza – O senhor disse que os remédios junto com o resto fariam com que eu ficasse bem!



– Eu disse que eles poderiam ajudar, que era uma pequena chance... Parece que a radioterapia não surtiu os efeitos desejados. Era uma especulação, de qualquer jeito... – tentava manter a calma, afinal, lidava com situações como aquela quase todos os dias.



– Não. – disse incrédula – Não pode ser... E-Eu não acredito nisso.



– Desculpe-me te dar uma noticia como essa... Tudo que nos resta agora é começar um tratamento mais forte. – e deu uma pausa antes de continuar – Quimioterapia.



Ino assistia aquela cena pasma. Realmente acreditava que a amiga ia ficar bem e que tudo se resolveria facilmente. Olhava para Hinata e não sabia o que fazer. Ao contrario do médico, não sabia lidar com situações como aquela. Queria chorar e abraça-la, mas precisava manter-se forte, pois aquele era o momento de fraqueza da Hyuuga e apenas dela.



– Você quer dizer aquele tratamento que vai me deixar careca e que vai fazer eu me sentir mal todos os dias enquanto eu ainda respirar?!



– É um tratamento mais forte... A única chance que há de você vencer essa doença... E, devido ao tamanho do tumor, é aconselhável que comecemos o quanto antes.



Hinata apoiou os cotovelos nos joelhos e jogou a cabeça entre as mãos, permitindo-se chorar por tristeza e apenas isso pela primeira vez. Tudo que havia comprimido para si naquela semana foi à flor da pele naquele momento, no momento em que percebeu não tinha escolha. Ino permaneceu estática. Não que quisesse aquilo, mas simplesmente não conseguiu mexer um músculo sequer quando viu a amiga desabar daquela forma. Estava tão ou mais otimista que a morena e aquela notícia caiu como uma bomba em seu colo, prestes a explodir a qualquer momento.



Dali em diante, não havia mais garantias, certezas... Tudo podia acontecer, ao mesmo tempo em que nada. Aquilo era demais para elas, para qualquer um naquela situação. Não há nada pior do que o medo de perder alguém e, nessa hora, era somente nisso que Ino pensava.



E naquele momento, tudo que Hinata pensava era em Naruto. O quanto ela o faria sofrer se lhe desse aquela noticia, se não se curasse. Estava tão confiante em um resultado positivo que nem havia cogitado a idéia de contar ao loiro, muito menos de como faria isso. Respirou fundo e limpou o rosto rapidamente, voltando a encarar o médico. Continuaria sendo forte por ele e somente por ele.



– Quando começamos?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O começo desse capítulo não existia quando eu primeiro escrevi a fic (a parte NaruHina), mas um dia acordei com vontade de escreve-lo e, graças a Deus, ele ficou maior, hahaha.
Gostaria, novamente, de agradecer pelos comentários maravilhosos que vocês deixam, de verdade! Eu fico absurdamente feliz ao lê-los! Espero estar agradando aqueles que não comentam ^^
Enfim, o que acharam do capítulo?! Comentem para que eu possa saber a opinião de vocês! Segunda ou quarta já posto o quinto.
Beijos e até o próximo bbys ♥