O que eu tinha feito? Não devia ter dito aquilo para ele, mas agora já está feito.

-America como... você!-disse ele com raiva nos olhos

- Maxon me perdoa por não ter te contado antes, eu fiquei com medo de sua reação.

Ele não disse nada, mas seus olhos falavam por si só, preferiria que ele gritasse ou qualquer outra coisa, por que aquele silencio mortal me deixava angustiada.

- Preciso ir.

Estava claro o incômodo na voz dele, por isso ele foi embora tão rápido. Maxon me dissera varias vezes que fazia parte da profissão dele parecer sempre calmo mesmo quando estava bem longe disso, estava claro que ele fazia isso agora.

Maxon me deixou lá, com o maior arrependimento que já tive, logo depois resolvi dormir.

Acordei com minhas criadas entrando:

- A senhorita vai tomar café da manhã lá em baixo ou aqui? – Perguntou Mary.

Essa era uma boa pergunta deveria descer depois de tudo que tinha dito a Maxon ontem?

- Acho que vou descer.

Elas ficaram felizes deviam achar que a visita de Maxon tinha me feito bem, na verdade só me arranjou outra coisa para pensar sem ser Aspen, e eu queria sair um pouco daquele quarto.

As meninas me arrumaram e eu desci sozinha, no meio do caminho quase voltei para o meu quarto umas 2 vezes, mas resolvi encarar entrei no salão e nem prestei atenção nas meninas, pois estava presa em meus pensamento.

- America você está bem? Não te vejo desde o ultimo ataque - Perguntou Kriss.

- É que eu não estava me sentindo bem nos últimos dias, mas agora estou melhor.

Conversei um pouco mais com a Kriss, mas logo me sentei para o café, Maxon, o rei e a rainha entraram. Eu notei que ele pareceu surpreso em mi ver, mas também evitava olhar diretamente para mim. Varias vezes durante o café pensei em mexer na orelha, porém não tive coragem, estava com medo do que íamos falar.

Voltei para o meu quarto, fiquei pensando e tocando piano.

A semana passou rápido, mas do mesmo jeito, eu ia para o jardim, para as aulas de Silvia e para o salão de mulheres. Todas as sextas tinha o jornal oficial, dessa vez não tínhamos que falar nada apenas ficar lá.

Depois do jornal oficial fui para o meu quarto, permaneci sentada ao piano desejando que Maxon viesse. Ele não veio. Estava claro que ele me evitava, durante toda a semana ele saiu com todas as garotas menos comigo.

Kriss era com certeza quem estava ganhando o jogo, ela era quem mais tinha se encontrado com Maxon, já havia boatos de que ela era a nova preferida dele, e no meio disso tudo eu não sabia o que pensar ou fazer.

No dia seguinte recebi a carta de meu pai, nela ele falava que estava feliz em saber que estava bem, que todos estavam com saudades, e bem no fim da carta ele comentou que todos já sabiam da tragédia de Aspen, se despediu falando para escrever logo.

Depois de ler a carta resolvi ir para o jardim, tomei o caminho mais longo aquele que passava pela ala hospitalar, no meio do corredor encontrei Maxon conversando com um médico, com tudo o que andava acontecendo tinha me esquecido do que tinha acontecido com as costas dele.

Estava pensando em dar meia volta e escolher outro caminho quando escuto a sirene dos ataques rebeldes, estava ficando cansada deles, todos começaram a correr inclusive Maxon, quando ele me viu no corredor encostada á parede pareceu surpreso, mas sem hesitar me puxou pelo pulso e nós corremos juntos até o abrigo real.

Quando chegamos, cada um foi para um lado diferente, todas as outras meninas já estavam lá. Passaram uns 15 minutos e uma agitação estranha começou, o rei parecia preocupado e Maxon desesperado, eu não entendi nada então dormi. Acordei com Silvia me cutucando e falando que já podia voltar para o meu quarto.

Já era quase hora do jantar então me arrumei e desci, ao chegar lá, as meninas estavam conversando preocupadas - peguei só umas palavras como ‘‘levaram’’,e presumi que tinham levado algo - quis entender e fui falar com Kriss.

- O que está acontecendo?

- Como assim o que está acontecendo?- Ela perguntou como se eu já soubesse.

Ela viu minha cara de perdida então falou com mais calma.

- America, você não sabe mesmo o que aconteceu?

Balancei minha cabeça negativamente.

- O que eles levaram? - perguntei por fim.

- Não é o que eles levaram, mas sim quem eles levaram - Ela respondeu.