Nightingale escrita por GiuhBatiston


Capítulo 16
Capítulo 14 - Over You


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!

Sinto muito pela demora. Algumas de vocês estiveram me perguntando o que aconteceu e a verdade é triste e simples. Eu estou de mudança pra São Paulo e graças a isso minha vida tá uma loucura (sério, mal consigo achar uma roupa decente pra vestir. Rsrs). Peço miiiilll desculpas e espero que consiga normalizar tudo isso logo. Vou tentar postar o próximo até domingo, por que vai ser um capítulo que eu sei que vai abalar o mundinho de vocês, e depois eu ficarei por tempo indeterminado sem internet T.T

PS: A música do capítulo: http://www.youtube.com/watch?v=TK4dFxep2Ys (Foi escrita pelo Blake quando o irmão dele morreu e a letra é linda!)



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– O que?! – exclamei.

– Eu já vinha suspeitando há algum tempo e depois de contratar um investigador particular minhas suspeitas se confirmaram. Não sei todos os detalhes ainda, só sei que não posso deixar você desprotegida. – Luke passou as mãos na cabeça, mostrando o quão transtornado ele estava.

– Mas quando você souber tudo você vai me contar, certo? – perguntei só pra ter certeza.

– Você tem certeza que quer isso? – eu confirmei com a cabeça. – Bem, se é isso mesmo que você quer... Eu posso te manter a par das coisas. Mas você tem que me prometer não contar pra ninguém Rose. Nem pra Lissa ou pro Dimitri. – avisou-me.

– Tudo bem, eu prometo. – subi para o meu quarto completamente transtornada, tanto que não reparei que Dimitri estava acordado e acabei dando um encontrão nele no meio do quarto.

– Desculpa Camarada. – disse pegando minhas coisas e me dirigindo ao banheiro.

– Hey Rose! – ele me puxou pelo braço. – Tá tudo bem com você? – perguntou olhando-me nos olhos.

– Tá sim. Só meu irmão que tá com alguns problemas, nada grave. – eu não queria ter que mentir pra ele, mas eu havia prometido ao meu irmão. Naquele momento eu estava literalmente me sentindo numa sinuca de bico.

– Ok. – ele disse me soltando. Tomei um banho rápido e desci para o café da manhã. Meu irmão já tinha saído, assim como Eric, ao meu lado estava Lissa toda animada por que hoje seria a primeira ultrassonografia dela.

– E assim que eu sair da consulta é bom você estar do lado de fora me esperando, senhorita. – disse dirigindo a mim. – Nós vamos às compras! – exclamou batendo palmas e quicando na cadeira feito uma criança.

– Ai Liss... Não sei se eu tô no clima pra compras. – admiti. Sim, era raro eu não estar doida pra gastar dinheiro, mas eu estava me sentindo emocionalmente cansada e tudo o que queria era deitar no chão da sala e assistir um filme bem bobo.

– Nananinanão. É seu aniversário daqui a alguns dias, então sim! Nós vamos às compras, isso é um ultimato. – eu soltei um suspiro cansado.

– Tudo bem vossa alteza, nós vamos. – Lissa começou a ficar toda feliz e falar sem parar e eu olhei para Dimitri que estava sentado de frente pra mim com um sorriso no rosto. É, pelo visto hoje ele não iria me salvar.

– Lissa, cadê você?! – resmunguei esperando por ela na saída do consultório. Só o que me faltava era ela ter me enchido o saco pra vir aqui e não ter me esperado. Quando peguei o celular pra ligar mais uma vez pra ela, um vulto loiro veio saltitando e se jogou nos meus braços.

– Olha seu sobrinho! – exclamou me mostrando sua ultrassonografia. Eu olhei de diversos ângulos tentando entender o que ela estava me mostrando.

– Não tô vendo nada. – disse fazendo uma careta. Lissa bufou e pegou a foto de minhas mãos.

– Aqui Rose. – ela disse circulando um pequeno espaço quase no centro da imagem.

– Ainda não vejo nada. – ela abriu a boca pra discutir, mas eu a cortei. – E o que mais a médica disse? Como vocês estão? – perguntei entrando no carro e esperando ela dar a partida. Era nessas horas que eu invejava Lissa, não via a hora de ter meu próprio carro.

– Estamos ótimos. Ele tá com cinco centímetros e a médica disse que já tá com o corpo todo formado, só falta os órgãos internos. Ela disse que é normal eu não sentir tantos enjoos e me receitou mais algumas vitaminas.

– E o sexo? Quando você vai descobrir? – perguntei ansiosa. Quem via até pensava que a grávida era eu.

– A doutora espera que possamos conseguir ver na próxima consulta. – ela disse animada. A essa altura já tínhamos chego ao shopping e ela saiu me arrastando pras lojas de bebês. Horas depois eu já não aguentava mais ver roupinhas e coisinhas de bebês e implorei pra Lissa pra irmos ver outras lojas. Eu estava passando em frente a uma vitrine quando parei.

– Esse vestido é lindo. – comentei deslumbrada.

– Vem, vamos experimentar. – Lissa disse me puxando para dentro. Alguns minutos depois eu me encontrava olhando o meu reflexo no espelho. O vestido tinha marcado todas as minhas curvas, mas não era vulgar.

– Eu estou apaixonada. – comentei olhando meu reflexo. Lissa gargalhou ao meu lado. – Oh! Você está linda! – comentei ao vê-la em um vestido branco que marcava sua barriguinha.

– Obrigada. – ela respondeu corando. – Agora venha, vamos pagar. – No caixa foi outra briga, por que Lissa não queria me deixar pagar pelo vestido.

– É meu presente de aniversário pra você! – exclamou. – Deixa de ser chata, que coisa!

– Mas Liss... Ele é muito caro! – exclamei.

– Como se eu não tivesse dinheiro pra pagar. – resmunguei.

– Como se eu também não tivesse! Que saco! Agora cala a boca e para de me contrariar que eu tô grávida e você tem que fazer todas as minhas vontades. – reclamou me dando a língua.

– Não, meu dever como melhor amiga é te controlar. – retruquei, mas no fim ela acabou pagando o vestido. – Você não tem jeito mesmo Lissa.

– E você me ama por ser exatamente assim. – disse a boba.

– Fazer o que, né? A gente não escolhe quem amar. Olha só pra você e o Ozera... – ela simplesmente gargalhou e saiu me puxando pra praça de alimentação.

A semana se passou entre escola, treinos com as animadoras de torcida e consultas extremamente chatas com a psicóloga. Sério, eu não aguentava mais ter que ir lá e responder sempre as mesmas perguntas. Ou bem, quase sempre...

Flashback On

– Você culpa seus pais de alguma coisa? – ela perguntou-me.

– Por que eu iria? – retruquei.

– Foi você mesma quem disse que eles não costumavam dar muita atenção a você e seu irmão. Você não se recente por isso? Não sente raiva deles por terem te abandonado?

– Eu deveria? – perguntei confusa. Achei que o ponto ali fosse eu superar e não ficar com mais raiva deles.

– É você que tem que saber essa resposta Rose. – ela disse dando um suspiro cansado.

– Bem, acho que sim. Quero dizer, eu sei que eles faziam tudo isso pra cuidar do futuro meu e do meu irmão, mas às vezes eu só os queria em casa. – admiti envergonhada.

– Você não tem por que ter vergonha de admitir seus sentimentos. – disse-me. – E quanto ao seu relacionamento com o...

– Dimitri. – eu soltei um suspiro. – Ele é incrível. Super atencioso, cuidadoso, carinhoso, paciente... Mas desde aquele dia – eu não precisei explicar, ela sabia do que eu estava falando. – Eu tenho medo. – admiti com vergonha. – Medo de que ele vá me machucar, ou qualquer outra pessoa que eu deixe entrar em minha vida.

– Rose. – ela me chamou, obrigando-me a olhar pra ela. – Você não precisa ter vergonha, ou medo. É compreensível que você passou por um grande trauma. Mas você precisa enfrentar o medo.

– Como? – eu perguntei.

– Sabe aquelas pessoas que tem medo de altura e pulam de paraquedas? Ou que tem medo de avião e se obrigam a andar? Elas estão enfrentando seus medos por que não querem se deixar serem dominados por ele. Você quer se deixar ser dominada pelo medo?

– Não. Eu não costumava temer nada, sempre enfrentei tudo de peito aberto.

– Então, é isso o que você precisa fazer. – resumiu. – Sexta é seu aniversário, certo?

– Sim. – respondi sem entender onde ela queria chegar.

– Eu quero que você enfrente seus medos. Vá visitar seus pais, fale pra eles tudo o que você sente, ponha esse sentimento pra fora...

– Mas eles estão mortos. – cortei-a.

– O ponto não é esse. O importante não é a resposta, é colocar pra fora tudo o que tá guardado dentro de você. E quanto à Dimitri... Bem, você saberá o que fazer. – disse por fim.

Flashback Off

Bem, é onde estou agora, parada em frente ao tumulo de meus pais pensando no que dizer.

– Oi mãe, oi pai. – digo me sentindo meio idiota por falar sozinha. Sento-me no túmulo deles e solto um suspiro pesado. Em vez de fotos separados a foto escolhida é do casamento deles. Minha mãe parece anos mais nova e sem nenhuma preocupação enquanto meu pai continua com a mesma cara de mafioso de sempre. Mas um mafioso bonito, tenho que admitir. – Eu sinto falta de vocês. – admito num sussurro. – Tio Eric e tia Rhea estão cuidando muito bem de mim e de Luke, exatamente como vocês queriam. Luke até assumiu o seu lugar na empresa papai. – naquele momento sou invadida por uma lembrança de minha infância. Estou sentada no chão do escritório de papai desenhando, enquanto ele fala ao telefone. Imaginar qualquer outra pessoa no lugar dele – mesmo meu irmão - faz com que um nó venha a minha garganta e então não consigo segurar o choro desesperado que me domina.

– Eu só sinto tanto a falta de vocês e gostaria de poder ter dito mais vezes o quanto eu os amo. Por que agora é tarde demais e vocês nunca vão saber. E eu queria que vocês estivessem aqui. – assumo me deitando no túmulo e deixando as lágrimas me dominarem. Sou pega num estupor, não sei quanto tempo passou, mas sei que o sol já está se pondo e eu estou tremendo de frio, quando uma sombra cai sobre mim. Levanto os olhos e o reconhecimento me atinge assim que vejo o rosto de Dimitri.

– Você está congelando! – ele exclama. Então tira seu, sobretudo e o joga sobre mim, em seguida me pega no colo e eu inalo seu perfume. Ele cheira a canela, sabão em pó, loção de pós-barba e um cheiro só seu e eu me sinto inebriada. Dimitri me coloca no banco de trás do carro e eu fecho os olhos. Estranhamente me sinto mais leve, como se as lágrimas tivessem levado todos os sentimentos que eu tinha trancado dentro de mim durante um longo tempo. O carro para na porta de casa e eu passo pra fase dois – superando meus medos. Passo para o banco da frente e me viro pra Dimitri.

– Obrigada Camarada. Eu não sei o que seria de mim sem você.

– Eu já disse e torno a repetir, eu sempre vou estar aqui por você. Sempre. – ele dá um suspiro e descansa sua mão sobre meu rosto e eu fecho os olhos tentando acalmar meu coração. Quando olho para ele novamente vejo o desejo toldando seus olhos e a tensão predomina dentro do carro. Subitamente seus lábios estão a um suspiro dos meus e então sua boca cola na minha em um beijo cheio de paixão, um beijo furioso e faminto. Quando dou por mim o volante está imprensado nas minhas costas e seu corpo másculo está pressionando a mim. É uma posição incômoda, mas eu não ligo, subitamente me sinto como se não estivéssemos próximos o suficiente. Quando enfim nos separamos nossa respiração é ofegante.

– Você parece melhor. – ele diz colando sua testa na minha.

– Eu nunca me senti melhor Camarada. – respondo colando nossos lábios novamente.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Gostaram? Odiaram? Sugestões? Caso tenham visto algum erro de português podem apontar meninas, eu tenho dislexia e as vezes algumas coisas me escapam, juro que não ficarei sentida. :P

E só por que sou boazinha por deixar um pequeno spoiler pra vocês:

"Suas mãos pressionaram a pele do meu quadril e eu sentia um fogo se alastrando por minhas veias. Subitamente contato nenhum parecia ser suficiente (...)
— Dimitri. - choraminguei. - Eu preciso (...)"