Empty Minds escrita por Ackysa


Capítulo 5
Charles


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá, eu prometi que postaria o outro, e aqui está. Eu não achei lá muito coisa, pois não estava com tanta criatividade assim, mas espero que gostem:
Comentem sempre, por favor.
Xx



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O sol nem surgido entre os prédios. Estávamos em volta da mesa do cômodo principal. Todos com mochilas nas costas, cada um levava consigo algo de diferente. Eu levava armas, achadas em antigas delegacias, Norman levava comida, Charles um kit de emergência e Sophie roupas. Preferíamos não deixar nada para que Becky levasse, já que a mesma estava ferida e não queríamos pioras as coisas.

Coloquei um grande mapa em cima da mesa, Norman fixou seus olhos nele e começou a traçar com o dedo o caminho

- Bem aqui tem um supermercado abandonado- Norman disse apontando o lugar no mapa- Quando chegarmos aqui já sera de noite, por isso podemos dormir. Teremos que passar por um dos pontos de espionagem, que fica no alto de um prédio azul bem nessa rua, seguimos em direção ao leste e logo vamos chegar a uma ponte, depois da ponte viramos norte e seguimos reto até um grande monumento de Boston, a base é logo em baixo.

- Espero que não esteja nos levando a uma emboscada Norman seja lá qual for seu sobrenome- Becky o encarou.

- Martim, Norman Martim- Ele a encarou de volta.

- Certo- Arqueei a sobrancelha- Acho que está na hora de irmos.

Abri a porta do porão e suspirei. Subi as longas escadas até chegar a outra porta, onde eu tive de empurrar o armário até que conseguimos passar. Norman, Charles, Sophie e Becky passaram em minha frente brigando por coisas que não me interessavam. Andei lentamente pelo os cômodos que levavam até a porta, uma gota discreta e passageira traçou meu rosto, e o sentimento de saudade surgiu em meu peito. Se eu tivesse tomado mais cuidado, se eu não tivesse brigado com Lucy no dia e feito ela sair, talvez todos nós ainda estivéssemos naquele porão. Por um lado, era tudo culpa de meu orgulho e ignorância.

Norman parou, deixou que todos passassem em sua frente e se virou em minha direção, em seus olhos eu podia ver a escuridão de um abismo sendo tomado por um sentimento pelo o qual ninguém quer conhecer, a pena.

- Está bem?- Ele esperou até que estivéssemos caminhando lado a lado.

- Estou.

- Não se preocupe- Ele sorriu timidamente.

- Me preocupar com o que?

- A lagrima- Ele fixou seus olhos a frente- Não vou contar aos outros.

Senti meu rosto corar levemente e uma sensação estranha surgiu em meu peito.

[...]

Dois deles, parados bem em frente a uma lanchonete abandonada. Charles suspirava levemente ao meu lado, seus olhos estavam fixados em um dos guardas, como se pudesse ver através da mascara branca. Olhei nervosa para meu irmão, que parecia nem um pouco incomodado com a situação. Era a única rua que dava para a rua do restaurante, mas não havia como passar com aqueles caras vigiando.

- O que faremos agora?- Sophie sussurrou para todos nós.

- Não sei- Mordi o lábio inferior.

- O senhor Martim poderá nos tirar dessa- Becky encarou Norman.

- O que?- Seu olhos se arregalaram em espanto- Não posso livrar vocês dos inarquios, eles são programados a obedecer apenas Zero.

- Inarquios- Repeti para mim mesma bem baixinho- Vamos passar a noite em alguma dessas casas e de manhã pensamos no que fazer com os guardas.

Caminhamos silenciosamente pela a rua deserta da cidade. Uma lembrança veio em minha cabeça como um pequeno deja vu. As ruas eram tão cheias que mal se podia correr entre elas, eu costumava a brincar de pega-pega com Charles naquele mesmo lugar. Paramos em frente a casa mais discreta, a única que ainda parecia inteira. Becky pulou o pequeno muro com um pouco de dificuldade, sua perna parecia pior do que antes, fui logo atrás dela.

A casa tinha cheiro de flores, agradava meus pulmões da mesma forma que a laranja da noite passada. Charles caminhou em frente.

- Eu acho que...

- Quieta- Ele sussurrou- Tem alguém aqui.

- O que? Como sabe?- Sussurrei de volta.

- Norman, Sophie e Becky vão por aquele lado e certifiquem que não há ninguém, Amy, você vem comigo- Charles sussurrou rapidamente.

Meus passos eram leves, mas mesmo assim se prestasse bem atenção, os toques ao chão podiam ser sentidos em uma distancia favorável. Charles revirou os lugares com os olhos, cada detalhe dos cômodos, como se ele fosse um juris de arte, julgando a pintura Picasso ou então de Modigliani. Um pequeno gemido surgiu no ar, segurei a mão de meu irmão com força. Seguimos por um corredor escuro até chegar ao único comodo que uma porta entre aberta se encontrava.

Charles posicionou sua mão entre a porta e a abriu com cuidado, espiei para dentro e tudo o que pude ver foi uma garota. Seus cabelos eram ruivos e seus olhos estavam quase fechados, sua pele era pálida e havia duas bolsas que contornavam seus olhos. Ela parecia doente, na verdade, já parecia morta. Me aproximei dela e me ajoelhei ao seu lado, colocando a mão em sua testa, a mesma fervia como o fogo recém criado.

- Ela está com muita febre.

Charles se ajoelhou ao meu lado e colocou os dedos no pulso da garota. Em sua mão estava um foto dela sorrindo, e ao lado uma mulher mais velha, que eu suponho que seja sua mãe. Peguei a foto, ela não pareceu se importar, atrás havia algumas palavras mal escritas, mas o nome era bem legível.

- Lyra- Murmurei.

- Os batimentos estão muito fracos- Charles balançou a cabeça em desapontamento- Ela não vai sobreviver.

- Mãe?- A garota não nos olhou, seu olhar estava fixo para frente, como se estivesse vendo algo- Mãe, eu te amo, é você?

- É, sou eu Lyra- Menti.

- O que está fazendo?- Charles sussurrou.

- Ela vai morrer, preciso deixa-la feliz.

Lyra sorriu maravilhada. Em seus olhos pude ver a felicidade a tocando como se ela fosse um bebe.

- Mãe, você voltou- O sorriso ainda iluminava seu rosto.

- Eu nunca fui filha.

- Mãe, quando fechou os olhos, eu pensei que estivesse ido- Sua voz ficou mais fraca- Agora posso vê-la novamente, posso ver também aquele treno de brinquedo que comprou pra mim. Ah mãe, você me prometeu que voltaria e voltou, nunca estive tão feliz antes. Lembra quando eu aquele cachorrinho morreu? Eu fiquei tão triste, mas você me protegeu como se fosse imune a todos.

Meu estomago parecia querer explodir, minha garganta trancou e por um segundo eu quis desabar ali mesmo e começar a chorar.

- Então teve aquela vez em que tive meu primeiro amor, nunca duvidou que eu conseguiria, mas também nunca duvidou que eu me partiria. E quando te pegaram, eu achei que todos morreríamos, mas você apenas sorriu e sussurrou que me amava, eu estou com tanta fome e com medo, mas você está aqui agora- Aos poucos ela se perdia em seu próprio vazio-Mãe?

- Sim- Murmurei bem baixinho.

- Mãe, você me ama?

- Claro que amo- Uma lagrima escorreu em meus olhos.

- Ah, agora sim- Ela sorriu- Agora sim posso partir em paz.

Seus olhos se fecharam e eu senti meu peito apertar. Ali em minha frente estava Lyra, sorrindo timidamente em quanto a morte a levava com o vento, ela parecia muito melhor, como se sua alma estivesse esperando por sua mãe, e então assim pudesse partir. Suspirei em quanto assisti ela morrer, e de fato ela morreu. Charles me olhou assustado, como se nunca tivesse conhecido o meu lado sentimental, para falar a verdade, nem eu conhecia.

- Acho que- Consegui falar- Acho que devíamos procurar outra casa para nos abrigar.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?



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