Blood Moon - O Coiote e a Dama do Deserto escrita por LalaMarry


Capítulo 15
Diga Adeus


Notas iniciais do capítulo

Heeeey leitores! *desvia de pedra*
Eu sei que eu prometi postar mais rápido etc etc but o negócio está apertado pro meu lado e esse capítulo me deu bastante trabalho, pois eu comecei escrevendo as partes principais e empaquei nas partes que conectavam as cenas, além de algumas pesquisas que eu tive que fazer e etc e tal
Maaaaas, pelo menos eu fiz acho que o maior capítulo da minha vida até hoje xD
Enfim, chega de enrolation e vamos a fic! Desculpem-me se algo ficar faltando algo ou tiver algo erro estranho, mas eu to caidinha de sono aqui e eu estava louca pra atualizar essa fic.
Boa Leitura!



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Saí do quarto calçando os sapatos que meus pés acharam aos tocá-los no chão e coloquei um roupão, provavelmente de uma das dançarinas, que estava dependurado na cadeira onde Lindsay estivera sentada. Eu não iria sair porta afora com as roupas de ontem à mostra, eu me lembro de Lindsay me ajudando a vesti-la e de termos decido para a boate quando a mesma abriu, porém ainda não recordo o que aconteceu depois e me dá dor de cabeça só de tentar lembrar.

Do lado de fora percebi que na verdade eu estava em um sótão, no mesmo corredor ficava a porta onde eu me trocara na noite anterior, não sei como não havia notado a porta antes.

No térreo só avistei Duncan ,ainda com o mesmo conjunto preto, e o garoto do beco varrendo desta vez o palco no centro do salão, onde meu inconsciente insistia em dizer que eu havia subido.

Duncan foi o primeiro a me reparar e endireitou o tronco apoiado na parede.

–Pelo jeito a recepção não foi muito agradável – sorriu amarelo seguido de um suspiro.

Esforcei-me para lembrar o que havia acontecido, mas tudo vinha em borrões acompanhados de vozes e barulhos confusos.

–Na verdade não me recordo sobre o que está se referindo exatamente.

Suspirou enquanto pressionava as têmporas, parecia levemente irritado ou frustrado com algo. Ele mal teve tempo de responder quando Alec entrou, sua blusa estava rasgada na altura do peito e marcas róseas de machucados já quase curados espalhavam se por seu rosto e tórax.

–O que houve com você? – perguntei confusa, pisquei ao sentir outra pontada na cabeça devido à enxaqueca que parecia ter voltado com tudo.

A imagem de Alec me segurando para manter um suspeito longe surgiu em minha mente tão rápido quanto desapareceu, eu parecia finalmente estar recordando o que havia acontecido.

–O que você fez comigo? – gritei piscando com mais força ainda, as memórias voltando rapidamente – O que elas fizeram?

Uma das gêmeas,Megan, a mesma que me puxara para cima do palco, chegou sorrateiramente perto do menino, e em um movimento quase imperceptível, o fez cair com um solavanco abrupto. Suas mãos agora ensopadas com o sangue dele.

Alec tentou me parar, porém joguei seus braços que se estendiam em minha direção para o lado e corri até o menino caído, sangue escorria de sua boca já formando uma pequena poça no chão.

–Porque fez isso? – lancei um olhar ameaçador para que ninguém ousasse se aproximar.

Melissa olhava perplexa, como se não esperasse pela ação da irmã ou pela minha e Megan estava tão fora de si que não se intimidou diante do olhar, seus olhos transmitiam pura fúria.

– Foi ele! – gritou Megan de volta – Foi ele quem nos entregou!

Antes que eu pudesse formular mais alguma pergunta questionadora, o som de uma bala ecoou do lado de fora do recinto.

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–Eu realmente não queria fazer isso, mas vou pedir para que mantenha distância de Molly.

Lawrence olhou estático para a esbelta mulher a sua frente, seu semblante era extremamente sério, senão levemente ameaçador.

–Não entendo o porquê de estar me pedindo isso. – retrucou

O que veio a seguir quase o pegou de surpresa, porém seu alto nível de percepção não se deixou por pegar desprevenido.

Seu pescoço foi empresado contra a parede do corredor, apesar de o intuito dela não ser quebrar seu pescoço, podia sentir as longas unhas arranhando sua nuca.

– Às vezes você é detestável, Lawrence, realmente não sei como cheguei ao consenso de deixá-lo se acomodar aqui.

–Você acreditava que eu fosse servir para algo de útil.

Um sorriso mínimo e coberto por batom vermelho mostrou-se no rosto de Chloe.

–E serviu.

Chloe bufou irritada ao tocar a bochecha dele em vez de seu alvo inicial, o rosto que havia se virado voltou-se para ela, e afrouxou o aperto das mãos da mulher com as suas.

–Entretanto não sirvo mais – acrescentou. – Contente-se com Luigi.

Desviou dela para seguir seu caminho interrompido, rumo ao quarto de Molly.

–Lawrence!

Ele parou onde estava, porém não se virou, ficando totalmente indiferente ao Chloe pousar uma mão sobre seu ombro.

–Se ainda fosse outra mulher... talvez eu entende-se, mas... uma criança? Ela pode ter quase quatorze já, porém ainda assim uma criança. – parou um instante para ele absorver suas palavras e depois prosseguiu – O único sentimento humano que me restou depois de todos esses anos foi o materno, entendo que tenha percebido que eu realmente não me importo com o amor numa relação a dois. Você se apegou a algo que sabia que seria errado e, no final, inevitável, mas até aonde seu amor pela Molly vai te levar?

A pressão sobre seu ombro sumiu e junto com ela a figura de Chloe.

Ao chegar à porta do quarto de Molly, deteve-se antes de bater, abaixando a mão no meio do caminho e desceu para o térreo, indo ao encontro de Luigi que estava imóvel como uma parede apoiado sobre a lareira.

–Leve Molly e Chloe para o baile, eu vou sair antes.

Bateu a porta da frente antes mesmo de Luigi ter tempo de questionar.

Esticou a ponta dos pés para ficar mais próxima ao espelho e colocou um pequeno cacho que insistia em ficar fora do penteado atrás da orelha, puxou mais uma vez o laço que prendia seu cabelo em um penteado semi-preso para ter certeza de que estava firme e resmungou uma última vez do vestido que apertava sua cintura.

Batidas soaram na porta e ela abriu com uma esperança que rapidamente se apagou.

–Está adorável, querida.

Chloe estava deslumbrante, o vestido de gala em estilo vitoriano e com os cabelos caindo em cachos sobres os ombros, para ela era indiferente o fato de as mulheres andarem com seus cabelos presos no alto da cabeça, tendo apenas um chapéu com flores adornando-os.

Seguiram até uma carruagem que as esperavam em frente à mansão. Molly estranhando o fato de apenas Luigi estar esperando-as enquanto conversava com o cocheiro.

Durante o caminho Molly reparou que Chloe parecia estar com o pensamento longe, pensativa, algo certamente havia acontecido e ninguém queria botá-la a par disso.

Ao chegarem em frente ao que parecia a entrada de uma mansão, ainda maior que a de Chloe, cessou-se os trotares dos cavalos. Luigi saiu da cabine e ajudou as duas a descerem, vestido de forma não muito diferente da que costumava ficar em casa, parecia estar sempre arrumado para sair.

Em frente às portas duplas dois recepcionistas as abriam e faziam uma reverência aos convidados enquanto entravam. Molly seguiu Chloe e Luigi que iam à frente para dentro do recinto, a grande quantidade de luz vinda dos lustres contrastando com a escuridão das ruas, seus olhos semicerrando momentaneamente até acostumar com a claridade.

A ruiva olhou em volta para as dezenas de rostos desconhecidos que sempre via em bailes, vestidos com suas roupas de alta costura e não pode deixar de comparar com as roupas que a matilha de Scott usava, em sua maior parte roupas usadas que reutilizavam ou então algo costurado pelas próprias mãos das lobas quando compravam um pano novo.

Seus olhos pararam sobre um Lawrence sentado em uma mesa em um dos cantos do salão, andou apressadamente até ele, afinal não se atreveria a correr com aqueles sapatos, muito menos com o vestido que trajava.

Em meio a tentativa de não tropeçar na bainha do vestido, distraiu-se com o que estava a sua frente e deu de encontro com os quadris de alguém.

–Desculpe-me... – ergueu os olhos, notando o vestido rubro a sua frente e parando no rosto feminino . – Senhora. – completou

–Está tudo bem querida.

Molly estranhou seu sotaque, não era nenhum que já tivesse ouvido e havia algo ainda mais estranho com seus olhos como se... como se estivesse usando lentes. Não teve mais muito tempo para tirar conclusões, pois rapidamente a mulher se afastou, seus tamancos ecoando no piso polido.

Após a partida da misteriosa mulher, encurtou sua distância entre ela e Lawrence em pouco tempo, mas que logo foi estendida com o afastamento do rapaz para a outra ponta da mesa.

Sentiu-se como se sua presença fosse a coisa mais desagradável no salão, Lawrence jamais afastara-se daquele jeito, sem a menor justificativa. Até mesmo na época em que vivia sumindo pela cidade Molly sabia que ele apenas estava descontrolado e que voltaria para jantar com eles.

–Porque está me ignorando?

–Estou tentando manter distância de você. – respondeu, a voz ríspida, os olhos centrados em nenhum ponto específico.

Uma lágrima solitária quase escapou, porém seu orgulho a fez ficar contida e seus olhos ardidos. Afastou-se rapidamente da mesa, misturando-se aos tecidos dos vestidos rodados que giravam em conjunto com os paletós e alguns serventes dispersados pelo meio carregando bandejas de prata contendo taças de vinho.

Não conseguia entender porque aquilo mexia tanto consigo.

Algo segurou seu pulso, impedindo sua fuga.

–Eu não entendo. –a menina balançou a cabeça, como se daquele modo às coisas fossem fazer mais sentido.

–Eu também não. – confessou suspirando.

O som dos instrumentos ao fundo não parecia ser ouvido pelos dois, muito menos a sincronia nos passos dos pares a volta, mentiras, sonhos, pensamentos e medos pareciam atormentá-los, deixando-os encurralados em suas guerras internas.

Ele segurou sua mão, apertando de leve seus dedos sobre ela, tirando-os de seus devaneios. A ruiva olhou para as órbitas claras que a fitavam.

–Conduza-me. – soprou Lawrence em seu ouvido.

–Mas eu não...

–Tente. – interrompeu insistente.

Soltou um suspiro contrariado e colocou a mão livre sobre seu ombro, logo depois deu um passo para a esquerda e ele imitou-a ao mesmo tempo, deu outro para o mesmo lado e ele novamente foi junto.

–Viu? Nem é tão difícil. – sorriu aprovando. – Agora me deixe mostrar como se faz.

Bufou com o comentário dele que deixou outro sorriso surgir em seus lábios, firmando mais sua mão nas costas da menina e puxando para perto de si.

Estava quebrando todas as promessas que fizera a Chloe, mas era um ato quase irracional querer a pequena perto de si. Estava tornando sua única salvação na maior de suas perdições e no final ele não pareceu se importar com isso.

Afastou-a um pouco de si e a girou no lugar, a menina tentando não se atrapalhar com os próprios pés, parando depois de um giro de 360 graus e voltando ao antigo posto, sorrindo ao ter êxito em sua tentativa de dançar.

–Vejo que alguém aprendeu rápido – comentou, fazendo Molly quase estufar o peito com o elogio.

Após mais alguns passos, novamente a girou e dessa vez pegou-a de surpresa ao fazer parecer que a deixaria cair, sustentando seu corpo curvado a centímetros do chão quando a música terminou.

Conteu uma risada ao ver a expressão da pequena, o que a fez empurrá-lo com raiva fingida após estar novamente de pé.

Saiu andando para o grande jardim que havia nos fundos do recinto, seus sapatos ecoando barulhos ao entrarem em contato com o cascalho do chão, tendo plena noção de que Lawrence estava atrás de si. Sabia que estava fazendo pirraça de novo, mas algo ainda a incomodava desde cedo, principalmente o relato de Cassie.

Na verdade, algo sempre a incomodou desde a primeira vez que andou por aquela cidade, tão diferente da onde viera e tão cheia de mistérios que Chloe e Lawrence sempre faziam questão de mantê-la longe. Entretanto, ela sabia que o que quer que fosse, estava espreitando por entre os becos e frestas das paredes, apenas esperando o momento certo para atacar.

Um farfalhar de folhas a fez virar-se abruptamente, dando quase de cara com uma cerca viva, pequenos botões de flores se espalhavam por ela, o mato perfeitamente aparado, parecendo até mesmo obra de Chloe.

Novamente o farfalhar se fez ouvir e Molly virou-se novamente em busca da fonte do som, sendo o único foco de luz os holofotes nas varandas em volta do salão, o que dificultava sua visão do jardim.

Uma silhueta com altura bem próxima a sua espreitou-se e Molly reconheceu o rosto que parecia sempre acompanhá-la em todos os becos e esquinas.

–Qual o seu nome? –arriscou, precisa saber algo de seu perseguidor desde que chegara a cidade.

O menino apenas deu de ombros, a primeira vez que fazia algum contato além de olhá-la e depois sair andando ou simplesmente desaparecer.

Seus braços foram imobilizados e sua boca tapada, seus olhos surpresos pela captura inesperada, levando-a a se debater freneticamente entre os braços de ferro que a seguravam.

–Lawrence! – tentava gritar por sobre a palma da mão de quem lá estivesse, entretanto os sons saíam abafados e quase inaudíveis.

Sentiu sua consciência se esvaindo à medida que o ar lhe faltava, porém continuou a combatê-la, se debatendo, as lágrimas que segurara mais cedo ao ouvir a resposta grosseira de Lawrence se esvaindo, apesar de aquelas terem sua fonte na raiva e não na rejeição.

O som de rosnados chegou aos seus ouvidos, um arrepio percorrendo-lhe a espinha ao ouvir uma arma destravando.

Um lobo avançando.

As garras raspando no chão.

Os avisos ameaçadores em forma de grunhidos e rosnados.

A arma sendo disparada.

Mais um grito sendo abafado pelas mãos cobertas com luvas de couro.

Mais um ciclo se fechara e tudo aquilo que por anos Lawrence tentara manter longe de Molly, tudo o que julgou ser o melhor para ela simplesmente desmoronou. Tudo de uma vez só, sem ao menos haver tempo para ele dizer algo que guardava consigo e que talvez jamais fosse revelado.


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Notas finais do capítulo

Bem, já aviso de antemão que aqui acaba-se a suposta "parte 2" da história, sendo assim, estamos entrando na terceira e última.
Eeeeeeeeeeee o/ Ou talvez não .-.
Enfim, espero que tenham gostado!
Kissus



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