Juntos Pelo Acaso escrita por Thais


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

oi, oi gente, como vão?

Consegui um tempinho pra escrever. Espero que gostem!



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 – Ah – suspira Cato entrando na sala – Eles não pensaram nisso direito.

– A gente precisa estabelecer um horário de sono pra ela. É muito importante...

– O que?

– Eu acho que... Ei, o que você disse? – pergunto.

– Eu disse que eles não pensaram direito. Peeta te disse alguma coisa? Ou a Katniss?

– Não – falo, o ignorando.

– Porque nunca me disseram nada. Isso não é o tipo de coisa que você esquece falar! – grita Cato – Ah, hey Cato, você viu o jogo ontem? Viu como o time se saiu? Aliás, se eu morrer vou deixar minha filha com você! Isso é um absurdo!

– Katniss fazia planos. Fazemos parte de um plano.

Cato cruza as pernas, me lançando seu olhar cheio de raiva, tristeza e ódio. – Você quer me explicar esse plano? – pergunta ele – Nós dois devemos morar juntos nesta casa? Vamos dividir o lugar, ficar sem dormir? Parece um experimento psicológico extremamente tentador. Talvez ainda vamos ter que pagar para viver aqui.

Começo a rir, tentando aliviar o clima. – O advogado disse que a hipoteca está paga.

– Ta, mas então. A manutenção? As contas? Todos os impostos? Você tem idéia da grana que custa manter isso daqui? – Cato começa a apontar para todos os lados da casa, me deixando cada vez mais irritada – Peeta era uma das pessoas mais importantes da empresa e eu não tenho esse dinheiro! Aliás, o que você faz? Faz doces, pães pra vender?

– Eu administro um negocio de sucesso. Me viro muito bem, aliás.

– Ah é? Gerenciar um bebe não é a mesma coisa que gerenciar uma padaria.

– Eu não disse que era – falo.

– Fazer uma zona, fazer xixi nas coisas, são praticamente cachorros!

Para um homem desse tamanho, Cato mais parecia uma criança desolada. A única coisa que o fez parar de reclamar foi Prim chorando.

– Oi gatinha – digo indo até ela – Oi querida...

Cato tenta pegá-la, mas consigo o puxar.

– Hey, não pega ela não.

– Por quê?

– Porque ela precisa aprender a se acalmar. É muito importante, eu acabei de ler.

– Está bem, vamos fazer então.

– Ah, já sei. Vamos cantar um musica, não é Cato? É-é... A roda no ônibus...

– Ta. A roda do ônibus roda, roda, roda pela cidade. E... É-é eu já não sei mais merda nenhuma e essa criança não vai calar a boca!

– Ela ta com fome, muita fome – falo, pegando Prim no colo – Vou dar comida pra ela. Vem querida vamos comer.

– Mas você disse que não era pra pegá-la – resmunga Cato.

Prim se debatia – literalmente – sobre a cadeira enquanto eu batia uma gosma no liquidificador.

– Cara ela não é um adulto, só tem um ano!

– Eu sei, mas não vou dar qualquer merda pra ela comer – falo.

– A gente vai te dar comida em algum momento Prim – diz Cato – Prometo que vai ser antes do seu aniversario. Mas escuta, você já pensou em conhecer um cara? Ter seu próprio filho um dia? – pergunta ele irônico.

– Cala boca garoto. Você não sabe nada sobre mim.

– Sei que você está tentando abrir uma gaveta à prova de crianças. Opa conseguiu!

– Como você é chato – murmuro entre os dentes – Porque você ta tentando tanto, hein? Convencer a não ajudar.

– Eu não estou te convencendo a nada, só estou tentando fazer o melhor para ela Clove, só isso!

– Não! Você está tentando fazer o que é o melhor pra você!

– Só estou tentando fazer o melhor para ela, okay? E nós não somos os pais dela.

– Eles amavam a Prim mais do que qualquer coisa no mundo, mais do que tudo e escolherem a gente. A gente – falo tentando evitar pular em seu pescoço. Solto um suspiro pesado e saio de perto dele – Pronto querida. Olha, eu acho que você vai adorar. Pronta?  

Tento fazer o famoso “aviãozinho”, mas a danada desvia e continua a chorar. Eu ia pra direita e ela para esquerda. Cato bufava irritado e não duvidaria que logo ele lançasse algo em minha direção.

– Vai droga... Prim, você vai adorar meu amor.

Quando finalmente consigo colocar um pouquinho da gosma, quero dizer, comida em sua boca, Prim joga metade da comida na minha cara. Cato vai até ela, colocando sobre a mesinha um motinho de amendoins coloridos. Prim pega alguns e coloca na boca, dando um sorriso de orelha a orelha em seguida. Olho sem acreditar em nada para ele.

– Acha que sua ajuda era melhor para ela?

Ele saiu pisando forte da cozinha, me deixando com a maior cara de taxo do universo. Cato Messer é um filho da puta mesmo. Mas o pior era saber que, daqui a algumas horas, todos os amigos de Katniss e Peeta viriam para cá.

Mereço!

 [...]

O clima era o mais desagradável que vocês imaginem. Se quiserem ter uma noção do que eu estou passando, imagem uma casa cheia de crianças, velhas gordas que não param de comer e pessoas lamentando por todos os cantos vestidos de preto. Encontro minha mãe em um canto, como Prim no colo.

– Obrigada mãe, eu não sei o que faria sem você aqui. Se quiser pode ficar mais um pouco com ela.

– Claro meu bem – diz ela.

– Messer – falo – Vem cá.

Cato me segue enquanto saímos pra “longe” daqui. – Têm muitos deles – comento.

– Só precisamos ser legais e achar um.

– Cato, nós não somos legais, entendeu? – falo – Mas vamos tentar com aquele casal ali.

– É-é... Hey, então vocês são primos do Peeta? – gagueja Cato para um casal.

– Ah, nós somos sim... Não sobe ai! Não sobe ai! – grita o cara – Temos oito filhos sabe...

– OITO?! –grita Cato – Vocês têm oito filhos?

– Nove querido – responde a mulher.

Saímos de perto deles e fomos para sala falar com o avô de Prim. O estado dele era comovente, mas não para Cato e eu.

– Uhmm... É-é muito bom para Prim ver o avô dela – murmuro, me sentando no sofá.

– É verdade – diz o velho que parece que vai morrer a cada palavra pronunciada – Ela se parece muito com o Peeta.

– Eu acho que ela se parece com o senhor – intervém Cato.

– Então o senhor tem uma casa em Miami agora...?

– Nós estamos pensando que como Prim é sua neta, bem parece mais sensato...

Cato abre a boca para continuar a falar, mas para ao ver Prim arrancando o tubo que o pai de Peeta usava para respirar. Ele começou a tossir feito louco. Cato foi correndo para pegá-la e eu o ajudei a colocar o tubo de respiração no velho.

– Ah meu deus, o senhor está melhor? – pergunto.

O velho assentiu com a cabeça e saiu de perto de nós dois.

[...]

A tarde passou extremamente lenta, com sorrisos e frases falsas de “sinto muito” pra lá e pra cá. Agora me via sentada no sofá com Cato Messer.

– Podemos tentar a família de nove filhos. Eles sabem como manter uma criança viva. O avô? – comenta Cato, me fazendo rir – Ah de qualquer maneira ferrou Clovelita, não é?


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