Juntos Pelo Acaso escrita por Thais


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

eaaaae gente



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POV Cato

Enquanto subia as escadas loucamente, me senti o próprio Usain Bolt. Tudo bem, eu sei que isso é uma comparação idiota, mas se vocês vissem o tanto que eu corri e em quanto tempo, concordariam comigo.

Ao chegar na porta do quarto recuperei o meu fôlego e por alguns segundos observei Clove jogar Prim para cima. Para nossa sorte, Clove já não estava mais tão “chapada” até porque se estivesse já teria jogado a pobre criança janela fora.

– Ela ta aqui. – falo.

– Ela quem?

– A mulher do serviço social... Enobaria, a vadia.

– Ah meu Deus, sério? Agora?

– Sim.

– Caramba hein, essa mulher só sabe aparecer nas piores horas – fala Clove, me dando Prim. – Pega ai ela que eu vou dar um jeito nessa zona.

– E as drogas? – pergunto.

– Ok, você da um jeito aqui, eu lá em baixo e pego as drogas.

Catei a primeira cestinha que achei e coloquei Prim nela enquanto juntava as roupas pela casa. Então vocês se perguntam: porque infernos têm roupas pela casa? Digamos que eu e Clove, bem... gostamos de algo meio selvagem e fora do normal.

Por falar em Clove, a diaba de meio metro estava gastando dois sprays de bom ar ainda vestindo só calcinha e sutiã.

– Hey Clovelita! – grito. – Vá se vestir!

– Por deixar, Sr. Bundinha branca.

Clove logo voltou vestida e ainda passando os sprays loucamente.

– Não precisa disso. A gente nem fumou. – digo.

– Ah é, né? Acho melhor abrirmos a porta... a coitada ta ali a horas.

Abrimos a porta esbanjando o melhor e maior sorriso falso. Sinceramente, até um cego perceberia o quanto falso era o sorriso.

– Vocês estão se adaptado muito bem as mudanças, não é? – quando Enobaria falou era possível ver uma alface grudada em seu dente. Clove me olhou fazendo uma careta.

– Ah, sim, sim... Claro.

– Nós aprendemos muito. Nós e a Prim. Sabia que ela ta andando agora? – fala Clove, assentindo freneticamente com a cabeça.

– E como vocês estão se dando? Há alguma tensão, algo do tipo?

– Nós? Não. – falamos em uníssono.

– Por que teria alguma tensão? Estamos bem, super bem. – digo.

– Tudo bem... Vocês pensaram em como vão fazer pra isso funcionar? Qual são seus planos juntos?

– Juntos? Ah, nós são fomos tão longe ainda, é muito cedo. – diz Clove, me encarando. – E algumas coisas acontecem sem nenhum planejamento.

– Sério? Porque eu tive alguns interesses, particularmente.

– Sério Cato? Por que nunca pareceu que você tivesse algum interesse em meus planos.

– Como você podia saber que eu não queria fazer planos com você?

– Como horas atrás? – Pergunta ela e eu assinto. – Eu sou particularmente boa em planos como este.

– Ah, você é muito boa.

– Ah gente, qual é? Vocês foderam, fizeram sexo, conheceram o caminho para a terra encantada. Ta na cara! – fala Enobaria.

Clove coloca a mão sobre o rosto e me encara. Seu rosto está enrubescido assim como o meu deve estar. Ela suspira e sorri para todos nós, bate as mãos e volta me olhar como se dissesse: “Acho que era suficientemente bom ela dizer que nós fizemos sexo. O que eu falo agora?”

– Não temos nenhuma intenção de deixar nossas vidas pessoais atrapalharem o trabalho, jamais. Eu prometo. – fala ela.

– Vão casar?

– Isso aconteceu a tipo, seis horas atrás. – falo.

– Não precisa falar, é particular Cato. – Clove murmura.

– E se não funcionar, hein? Vão fazer o que? Aposto que você Cato – Enobaria sorri me mostrando outra vez a alface no seu dente e aponta pra mim. – Vai ter que dormir na garagem.

– É...

– Sexo nessa situação é como cupim. É muito difícil manter a casa. – fala ela, se alevantando. Amém! – Vocês eram pra ser meu caso mais fácil. Tipo, eu tomei meu café e pensei “eu vou lidar com meu caso fácil, vou tirar umas pequenas férias”...

– Olha só...

– Shh! – diz Clove.

– Mas meu Deus, olhe só isso. Agora eu tenho outra reunião pra fazer, mas antes quero que resolvam seus problemas pessoais, ou se vão fingir que isso jamais aconteceu. EU NÃO LIGO! – grita ela. – Só resolvam os seus problemas, está bem?

– Okay.

– Se importam se eu pegar um bolo, sabe eu...

– SAIA DAÍ AGORA! – Clove gritou, dando um tapa na mão da mulher, fazendo o bolo voar longe. – Desculpa, é que umas baratas passaram por ai. Quero dizer, baratas gostam de bolos. Ah Cristo amado, me desculpe mesmo!

– Okay, sua casa, sua comida... Até logo, se cuidem e, por favor, não se matem.

Ajudei Clove a terminar de arrumar algumas coisas que eram mínimas. Como hoje eu iria trabalhar e o dia era dela, ela ficaria com Prim.

Ao chegar ao trabalho encontrei Marvel lá, o que era total milagre. Aproveitei e contei tudo pra ele. Quando terminei, ele me olhou com um misto de reprovação e malicia. Ele sorriu e cruzou as pernas.

– Você é o meu último amigo solteiro. Isso é comovente. – fala Marvel.

– Eu não sei por que fizemos, é só... fizemos.

– Você sabe como é um casamento? Imagina só uma prisão. Beleza, agora não muda nada.

– Eu e Clove não estamos casados, e além do mais você não pode falar nada. Você tem Glimmer. – digo.

– Sabe o cara do posto da esquina? – assinto com a cabeça. – Ela me traiu com ele, mas eu não me importo, eu a trai com sua irmã.

– Cashmere? Ela é lésbica!

– Isso não quer dizer que ele possa mudar de time uma vez que outra, mas o relacionamento com a Johanna Mason vai a mil maravilhas. Céus, ela me da arrepios.

– Você não é o único.

– Mas voltando ao assunto... Vocês estão criando um filho juntos, é mais casado que você pode ficar. Enfim, o chefe disse que quer ver você na quadra. Vai lá.

Caminhei até a quadra e o encontrei lá. – Cato, que bom que veio. Sabe, eu te dei uma grande e maravilhosa oportunidade. Mas não deu certo. Devo estar satisfeito ou te dou outra chance?

– Bom, podendo escolher eu fico com a segunda opção. Outra chance.

– Cato Messer, você faz melhor do que quase todo mundo aqui. Esportes não são decorar estatísticas, jogadas, tem conhecimento. Instinto. – fala ele. – Cara, você tem talento, mas você é uma loucura.

– Eu posso me organizar.

– Pode? – pergunta ele, se virando pra mim. Velho desgraçado!

– Posso, sim.

– Pode sair do estado, Fênix? Abriu uma vaga pra dirigir os Sam’s e me perguntaram quem eu indicaria. Bem, eu indico você. Me avisa quando souber.

Droga! Porcaria!

Agora era minha decisão. Ou saia do estado, ou ficava com Clove.


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