Irresistível Fanfic Twiligth escrita por Mari Scotti


Capítulo 7
Capítulo 6 - Sem título


Notas iniciais do capítulo

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Abri meus olhos encarando o teto. Demorei um pouco a entender que eu havia adormecido.


“De novo?” – murmurei, fazendo careta.


Era uma perda de tempo precisar dormir e eu não fazia nem idéia de como estavam as coisas com o restante da família ou na escola.


Meu estomago roncou, estava começando a me acostumar com algumas sensações. Me levantei observando que havia escurecido e a noite estava enluarada, perfeita, quieta e fria. Fiz minha higiene pessoal, coloquei uma calça jeans escura com uma camisa de manga curta preta, sapatos pretos e desci.


Havia silencio na casa. Eu não me lembrava do quanto vampiros eram silenciosos, mas Alice deveria estar fazendo algum barulho.


Franzi o cenho enquanto passeava pelos cômodos vazios. Um a um, entrei, observei, ouvi e sai. Parecia uma casa mal assombrada de tão silenciosa, a qualquer momento poderia aparecer algum monstro com dentes afiados e... eu ri de mim mesmo.


Não me lembrava da casa ser tão grande, estava ficando cansado.


“Carlisle, Esme?” – respirei – “Rosalie, Emmet, Alice?” – olhei mais um cômodo – “Jasper?”


Nada. Resolvi tentar.


“Heidy?” – muito baixo mesmo.


“Olá querido” – ouvi seu sussurro ao pé do ouvido, meu corpo enrijeceu e arrepiou de imediato – “Sabia que você me procuraria” – senti sua voz como se sorrisse. Ela falava dentro da minha cabeça e isso me fazia sentir vertigem.


Nesta hora eu estava dentro da sala de música, olhando se havia alguém lá. Fui até o piano de caldas ao centro e me sentei levantando o tampo com cuidado, passando os dedos pelas teclas, tentando amenizar um pouco a sensação de ânsia.


“Você existe?” – perguntei minutos depois, tocando ao mesmo tempo que falava um acorde no instrumento. O som encheu o ambiente.


Esperei pela resposta mas não obtive. Continuei tocando alguns acordes distraidamente, sem pensar muito na melodia.


O ar se encheu daquele perfume, o perfume que eu me lembrava, o perfume do sonho. A sensação do calor do seu corpo me amoleceu e eu parei com os dedos sobre as teclas, a cabeça baixa encostada na madeira do piano, meus olhos fechados e o som final ecoou pela sala vazia.


Um farfalhar de roupas me deixou alerta e levantei meus olhos.


“Esme?” – falei assustado, ela estava na porta do estúdio, com um sorriso largo no rosto e a expressão de quem estava orgulhosa.


“Ah Edward” – ela se aproximou e beijou o alto da minha cabeça – “... continue, não pare!” – eu inalei profundamente e senti meu estomago revirar. O perfume... era este...


Me levantei e pus meu nariz no pescoço dela a abraçando para disfarçar.


“Não me lembro desse ser seu cheiro...” – sussurrei naquela pele gelada.


“Ah filho, gostou? Encontrei um frasco de perfume na minha penteadeira esta manhã. Muito bom não é?” – Esme as vezes era surpreendentemente ingênua – “Carlisle também teve a sua reação, espero que tenha gostado” – a voz dela estava iluminada.


“Quem te deu?” – segurei suas mãos e a encarei – “Carlisle? Teve a mesma reação?” – será que ele a esta ouvindo também? Será que sente os mesmos aromas? Mas... ele... balancei a cabeça afastando as idéias absurdas que brotavam nela.


“Não sei quem me deu...” – ela tocou delicadamente meu rosto – “achei que tivesse sido você, Edward” – ela sorriu – “Talvez tenha sido Alice, ela foi fazer compras”. – Esme riu.


As coisas não se encaixavam na minha cabeça, estava ficando confuso, estava com fome e um pouco irritado.


“Adorei o perfume mãe” – falei inibido – “O que tem pro jantar?” – tratei logo de distraí-la. Era sensível demais e logo saberia que algo me preocupava.


Seu sorriso foi terno e doce, como o sorriso de uma mãe deve ser.


“Filho, eu pedi a Alice ajuda nisso e pesquisamos na internet quais eram as comidas típicas da sua época, mas não fomos muito boas na pesquisa” – Esme riu e eu acompanhei – “Fizemos cachorro quente, espero que você goste”.


Fiz uma careta, seria interessante.


Na cozinha Alice se divertia montando os lanches.


“Maionese maninho?” – ela sorriu.


“Pode colocar tudo” – vi a bancada cheia de coisas, todas pareciam muito boas – “Onde vocês estavam uma hora atrás?”


Carlisle que estava entrando na cozinha, colocou a mão em meu ombro.


“Fomos caçar enquanto você e Alice dormiam” – deu uns tapinhas no meu rosto e foi em direção a sala.


“Ah...” – fiquei pensativo, então eu estava mesmo sozinho. Mas e o perfume? – “Alice, você saiu também?”


“Hum... sai, mas voltei” – ela falou de boca cheia – “...estava deitada”.


“Você quem deu o perfume pra Esme?” – fingi desinteresse.


“Que perfume?” – ela levantou e foi até Esme cheirá-la – “Hum mãe, que delicia! Onde comprou? Posso usar?”


“Pode sim” – ela riu baixo – “Não comprei Alice, estava na minha cômoda quando voltamos da caçada”.


Peguei o lanche das mãos de Alice e me sentei do outro lado da mesa. Enlouqueci.


Enquanto comia pensava em tudo.


Carlisle disse que conhecia uma Heidy e ele reagiu como eu ao perfume. Respirei bem fundo engolindo o ultimo pedaço. Isso era bom mesmo. Mas... ele deu a entender que ela era humana, ela não pode existir ainda.


Me levantei e fui procurar Carlisle.


“Pai...” – ele estava em seu laboratório, fazendo testes com meu sangue e de Alice – “pai... me conta a historia da Heidy” – puxei um banco e me sentei perto dele.


Ele não parou de trabalhar, mas percebi seus ombros cederem.


Ele respirou fundo, ele iria falar. Senti uma pontada de vitoria.


“Foi a muito tempo filho... algumas coisas devem ficar no passado”. - fiz menção de protestar, mas ele me encarou sério – “E é lá que vão ficar”. – ele respirou e emendou – “Amanhã você irão para a escola, mandei um atestado médico para a direção dizendo que ficaram gripados”.


Eu fiquei agitado, não estava acostumado a ser humano.


“Pai... como... eu não sei como agir lá” – abaixei os olhos envergonhado.


Ele sorriu – “Seja como sempre foi Edward, as mudanças não são comportamentais, mas físicas” – ele segurou minha mão – “qualquer problema me ligue, está bem?”


Eu concordei. Não estava acostumado a nada disso, a ser fraco, medroso menos ainda. Queria que ele me contasse mas não sabia como.


“Edward” – já estava me familiarizando com a voz e com as reações de meu corpo. Eu simplesmente sorri – “Estou esperando você”.


Arregalei os olhos – “Tchau pai” – corri para o andar de cima, as pernas humanas lentas demais me fizeram tropeçar e eu cai de cara na escada, nem me importei com a risada aguda de Alice que no mesmo instante subia as escadas também. Entrei no meu quarto e fechei a porta encostando minhas costas nela.


“Aonde você esta?” – pensei, olhando em volta. O quarto estava vazio.


Ouvi sua risada baixa na minha mente e fechei os olhos respirando fundo.


Você perguntou se eu existia” – ela cantou no meu ouvido – “... você acredita agora?” – me senti confuso, mas ela continuou e eu podia sentir alguém tocando meu abdômen, mas não havia ninguém ali – “gostou do perfume Edward?” – o hálito soprou na minha narina e abri meus olhos, não havia mesmo ninguém ali – “Eu mesma preparei... com algumas essências de rosas, jasmim e alguns segredinhos de camponesa” – a voz dela era suave e juvenil.


“Você que deixou para Esme” – afirmei baixo, tentando não afugentá-la.


“Sim...” – cantarolou, novamente senti seu hálito nos meus lábios, senti um frio subir pelo meu estomago e ele revirar de tensão – “Gostou Principezinho?” – dessa vez a voz ecoou fora da minha mente e eu segui o som com os olhos.


Ela estava sentada na minha cama, as pernas cruzadas, a fenda do vestido preto mostrando sua coxa.


Eu suspirei.


“Você...” – eu não sabia o que dizer, não entendia nada. Nunca conheci alguém com poderes de ficar invisível – “como faz isso? Você é vampira? Você conhece Carlisle?” – eu disparei em direção a ela.


Ela se levantou e caminhou graciosamente, com um sorriso sedutor no rosto, o seu olhar sustentando o meu.


“Edward, como diz Carlisle...” – seus olhos faiscaram – “algumas coisas devem ficar no passado” - quando ela falou o mundo girou e tudo escureceu.


Senti um braço sustentar meu peso e ela me levantou sem qualquer dificuldade colocando-me na cama.


Tentei abrir os olhos e continuar o assunto, mas não conseguia.


Ela riu. – “Edward, você humano é muito engraçadinho...” – eu tentei protestar, mas não vi nem ouvi mais nada.


 


 


Pelos olhos de Bella


 


 


Agora morando aqui nessa cidade nova, chuvosa, fria, molhada e excessivamente verde eu vivia constantemente presa dentro de casa, enquanto meu pai Charlie fazia suas rondas diárias, como um bom delegado de cidade pequena.


Estava no meu quarto separando meu caderno e meus livros para meu primeiro dia de aula. Sinceramente estava animada, mas um pouco apavorada. Em Phoenix era fácil me esconder no meio da multidão, mas em Forks, numa escola onde devem haver uns 300 alunos...  não me agrada nada ser o centro das atenções.


Coloquei a mochila de lado e peguei meu exemplar de Romeu e Julieta de debaixo do travesseiro. Me ajeitei e comecei a ler.


 


“Oh meu Romeu, se me amas de verdade, dize-o sinceramente...


Oh meu Romeu, não julgues leviano este amor que descobriste na noite escura...


Oh meu Romeu, a despedida é tão doce que o esperarei até o romper do dia...


Este botão de amor que floresce agora, será uma linda flor na outra vez que nos virmos...


Oh meu Romeu, abençoada noite, temo que seja um sonho, é bom demais para ser realidade...”


 


 


Fechei o livro e fiquei olhando para o teto por algum tempo. Um som fora da casa me chamou a atenção e fui até a janela.


Estava escuro e chovendo fraco lá fora, eu não conseguia enxergar nada, somente vultos de arvores de uma floresta que iniciava no final da rua e o farfalhar de folhas sendo arrastadas pelo vento.


Resolvi preparar o jantar, a noite não passava e eu estava ansiosa demais para dormir.


Desci as escadas para a cozinha e vi que a porta da sala estava entreaberta, segurei um grito assustado e fui até lá olhar. Em Phoenix eu já teria avisado a policia, mas aqui? Que perigos podem haver numa cidade desse tamanho?


Abri a porta lentamente e um perfume agridoce e enjoativo me embrulhou o estomago. Havia uma mulher tirando a capa de chuva de sobre o terninho perfeitamente colado em seu corpo, agitava os cabelos cacheados afastando as gostas de chuva e me olhava com um largo sorriso.


Seus olhos verdes cintilaram nos meus como sol com fracas gotas de um vermelho estranho. Ela era linda, de tirar o fôlego. Me senti enojada, insignificante.


“Olá?” – falei.


A estranha sorriu me dando tranqüilidade, me olhou nos olhos fortemente e avançou, sem mais nem menos para a sala de estar.


“Pode entrar!” – falei a mim mesma enquanto fechava a porta – “Pois não senhora...” – falei me virando para ela, mas agora a sala estava vazia.


Fui até a cozinha e tudo estava normal, subi para o cômodo de cima, nada. Não havia ninguém.


“Bells... você enlouqueceu! Ta vendo fantasmas agora!” – abri a porta e me lancei para fora olhando a rua, as casas, para a floresta. Nada.


Entrei de novo me encolhendo de frio e fui preparar o jantar. Peixe novamente.


Uma hora mais tarde o assado no forno estava pronto, Charlie ainda não chegara e aquele perfume doce não deixava meu nariz.


“Argh” – reclamei enquanto desligava o forno e colocava a assadeira em cima da mesa – “Preciso de outro banho”.


Não precisa... seu perfume é ótimo com chuva..” – alguém sussurrou atrás de mim.


Eu gritei e me encolhi perto da geladeira.


“Quem está aí?” – nada, nem um vulto, nada – “Senhora? Não estamos na noite de bruxas” – tentei brincar, mas meu coração martelava no peito – “QUEM ESTÁ AI?” – gritei quando ouvi outro barulho vindo da sala.


“Bells?” – ah que maravilha!!! Corri e abracei Charlie que me aninhou em seu peito enquanto pendurava sua arma e o cinturão – “O que houve?”


“Tinha alguém aqui Charlie” – sussurrei.


Ele fez sinal para que eu ficasse na sala e vasculhou cuidadosamente toda a casa com a arma em punho.


“Não tem nada aqui Bells” – ele voltou da cozinha apressado – “Tem certeza?”


“Não... não sei” – abaixei meus olhos – “Chegou uma mulher mais cedo, ela era alta, cabelos acobreados, olhos verdes... tinha a pele bem branca e um sorriso lindo e...” – fiquei envergonhada – “... ela entrou, mas assim que fechei a porta, não havia ninguém aqui”.


Eu não queria contar que deixei um estranho invadir nossa casa, mas... precisava dizer.


“Filha, podemos estar numa cidade pequena, mas ainda assim não se deve convidar estranhos para...”


“Eu não convidei ninguém! Ela entrou!” – falei um pouco alto demais.


Ele suspirou.


“Ela deve ter ido embora... venha, vamos jantar.” – ele devolveu a arma ao lugar – “O cheiro esta incrível!” – ele tentou ser amigável.


O que eu mais gostava em Charlie é que ele era simples, as coisas se resolviam com pouca conversa.


Nos sentamos eu o servi, jantamos e ele logo saiu para a sala para assistir seus jogos. Arrumei a cozinha ainda pensando na voz estranha, sentia calafrios só de lembrar.


“Charlie, vou dormir” – me aproximei dele e ele se levantou e beijou minha testa.


“Boa noite Bells” – sorriu sentando novamente.


“Boa noite pai” – ele me olhou com ternura e voltou-se para a televisão um pouco mais vermelho que o normal.


Era bom estar com ele, mas eu sentia falta de Renée.


Subi as escadas, peguei meu pijama e minha nécessaire e fui tomar um banho e me preparar para dormir.


Alguns minutos depois, já na cama, deixei o sono me alcançar, pensando na chuva, na escola amanhã, naqueles olhos verdes que pareciam mais ter gotas de sangue salpicadas neles.


 


 


Pelos olhos de Edward


 


Eu não queria dormir, não agora, não com ela aqui!


Me mexi, forcei meu corpo a se levantar, mas ele insistia em amolecer nos braços daquela mulher. Era vergonhoso.


“Por favor, por alguns segundos seja Edward Cullen” – protestei em pensamento, brigando com minhas próprias forças, querendo meu “eu” vampiro de volta.


Senti meu corpo fortalecer, meus músculos se firmaram e fiquei em pé. Não sentia meu coração, nem a respiração ofegante de segundos atrás.


Eu a olhei, ela estava séria, mas com um jeito brincalhão no olhar.


Eu avancei para tocar seu rosto e em segundos meu corpo estava sobre o dela.


“Calma principezinho” – ela sussurrou me tirando delicadamente de perto dela.


Olhei pra mim mesmo, eu não tinha mais velocidade, como fiz isso?


“Co...” – ela riu.


“Seus desejos são como ordem para mim” – ela sussurrou, o sorriso cedendo para uma expressão um pouco triste.


“Ordem?” – eu me agitei – “Ordem?”


“Ah Carlisle! Você poderia me poupar essa parte!” – ela pensou e eu ouvi!


“Carlisle?” – questionei.


Ela me encarou confusa, depois de um breve momento pareceu entender.


“Carlisle...” – ela sorriu – “seus poderes são momentâneos Edward, sua condição humana é sem retorno” – ela sussurrou entre os dentes – “Ninguém tem conhecimento de como isso acontece, mas alguns vampiros simplesmente voltam a ser...” – ela encostou seu corpo em mim – “mortais”.


Novamente sua voz me fez ter calafrios e senti minhas pernas amolecerem. Ela me firmou em seu antebraço antes que eu tombasse para trás.


“Porque eu fico assim perto de você?” – cuspi as palavras irritado.


“Porque é fraco” – ouvi o guinchar de um animal e de repente estava sozinho.


Sua risada ecoando em meus pensamentos.


Eu corri e pulei pela janela a fim de perseguir aquela mulher, mas de repente ouvi um estalo de ossos se quebrando e o liquido quente rodear minha cabeça.


“Humano novamente” – sussurrei antes de desmaiar de dor.


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Notas finais do capítulo

POR FAVOR, PRECISO MUITO DA OPINIÃO DE VOCÊS