Irresistível Fanfic Twiligth escrita por Mari Scotti


Capítulo 10
Capítulo 9 - Desespero (Corrigido)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/40811/chapter/10

“Não!” – gritei novamente e fui tomado por algo que parecia uma visão.

 

Mãos grandes e fortes me seguraram. Continuei gritando “Não!! Não!!!” mas não era a minha voz saindo de minha garganta. As mãos me trouxeram de volta para a escuridão.

Olhei na direção que a visão me levou, os olhos aflitos da garota se tornaram dor no meu corpo. Sentia a agonia dela a cada corte que sofria em sua pele, as lágrimas corriam por sua face mas queimavam a minha salgadas como o mar, como o fogo ardendo sobre a minha pele.

“Não!” – gritei novamente me debatendo contra aquelas mãos – “Não, ela não, ela não!” – eu ouvia meu próprio desespero como se meu corpo não estivesse ali, sendo brutalmente massacrado com socos e pontapés, para que eu me calasse.

Meus olhos presos nela, minha mente presa a dela.

Ouvi seu gemido, sua dor angustiante e seu ultimo suspiro, caindo imediatamente sobre meus próprios joelhos, lágrimas silenciosas que não corriam em minha face, o estomago revirado a mente morta. Morta junto com ela.

“Que desperdício, ela daria um ótimo banquete” – ouvi alguém rir atrás de mim.

Pulei voraz, meu ódio se tornando minha força. Prendi minhas pernas em volta de seu quadril, os braços apoiados em seu ombro e girei, quebrando-lhe com força o pescoço, sentindo seus ossos despedaçarem, no mesmo instante me arrependi. Murmúrios revoltados ecoavam de vários ângulos diferentes a minha volta – “ele matou um dos seus” –, mas eu não podia mais sobreviver sem ela, a minha menina, a princesa de quem cuidei desde o seu nascimento. O que eu faria agora?

Cambaleei para um lado e senti mãos quentes me segurarem, firmarem meus braços em seus ombros e me ajudarem a caminhar.

Não me interessava quem eram, só que eram quentes e não as pessoas frias que não me deixaram libertá-la, salva-la. Ah... a minha menina!

“Ela não é uma bruxa...” – sussurrei e ouvi outra gargalhada bem atrás de mim.

Não me virei para olhar, minha mente estava morta.

A escuridão me preencheu e um novo flash tomou minha mente.

Meus olhos se abriram para uma cabana pequena, eu estava exausto, mas não, não dormia. Toda a agonia vivida a instantes atrás me tomaram todo o corpo, me sentia tremendo, fervendo, ardendo. De repente entendi o que eu devia fazer, eu me juntaria a ela!

Levantei-me da cama onde haviam me deitado e corri porta a fora para o sol, para a claridade.

Novamente mãos me seguraram e me calaram e eu gritei, tão forte quanto eu podia. O sol tocou minha pele e ela cintilou. Olhos curiosos se voltaram para mim, raivosos, sedentos por morte.

Era o que eu queria, o que eu esperava.

Seria este meu fim.

Senti o corte agudo de uma espada no meu ventre, o estrondo forte de uma pedra em minha cabeça, as mãos que me seguraram antes já não me prendiam mais, continuei caminhando direção ao cemitério, ela estaria lá e eu estaria com ela.

As pedras continuaram e os gritos, a multidão se aglomerando ao meu redor.

Eu sofreria, como ela... talvez eles fossem bons comigo e me desmembrassem e me queimasse para eu não voltar... para que eu não sobreviva.

Talvez eles possam...

 

Abri meus olhos. A frase suspensa em minha mente. A escuridão fugindo de meus olhos.

Estava tudo claro e nenhuma parte do meu corpo doía. Firmei os olhos tentando enxergar melhor e vi Carlisle ao meu lado, de costas, parecia longe preso em seus pensamentos.

“Mas não morri... sobre a sua cova fiquei por dias e noites... o sol me iluminando, as pessoas jogavam pedras, mas eu não saia dali... não sai... eu fiquei...”

Demorei a entender que o sonho, as lembranças... tudo estava na mente de Carlisle. O sentimento, a morte, não eram meus, eram dele. Eu o estava ouvindo!

“Minha menina... minha criança...”

Ele ouviu minha respiração e virou-se para mim, o rosto terno, sem rugas, parecendo que nada o preocupava. Estava ali novamente, o medico.

Resolvi que seria melhor não dizer que o ouvi.

Não diga príncipe... não diga... eu não conhecia... não sabia que ele lutou tanto...” – a voz dela, agora não me transmitia sedução, mas dor.

“Lutou pelo que?” – perguntei em voz alta e Carlisle me encarou.

“O que foi Edward?” – seus olhos estreitaram-se nos meus, curiosamente.

“A menina pai, como ela esta?” – a palavra menina reverberou em seu rosto como um soco.

“A menina morreu!” – ele pensou amargamente, em seguida pareceu-me que uma parede retornou e eu não podia ouvir mais seus pensamentos.

Disfarcei e mantive meu ar preocupado. Aos poucos seu olhar mostrou que ele entendera minha pergunta.

“Oh sim!” – ele pigarreou, algo que não precisávamos fazer, porem imitávamos para parecermos mais humanos – “Esta bem meu filho, não aconteceu nada com ela.” – ele respirou – “Por que você a atacou?” – seus olhos me reprovaram.

“Eu a ataquei??” – indignado – “Foi Heidy, eu a vi... ela estava saltando sobre a garota e...”

Os olhos dele tremeluziram furiosos sobre os meus.

“Que Heidy, Edward?”

Não consegui responder, meu ouvido ardeu com o som da sua voz áspera, dolorido.

Eu precisaria contar que venho ouvindo vozes e, pelo visto, vendo coisas também.

Esperei que ela me reprovasse, que me desse a direção, mas a voz calou-se, um frio invadiu meu peito e a dor... uma dor que não era minha dominou meu coração.

Cai com o rosto em minhas mãos chorando amargamente, uma dor que eu não sabia que existia, eu não percebia mais nada, só a dor, o torpor, a fúria se esvaindo nas lagrimas em meu rosto.

“O que é isso?” – perguntei a mim mesmo entre soluços.

Carlisle me aninhou em seus braços, acariciando meu rosto, dando tapinhas em minhas costas.

“O que há filho?” – sua voz era doce, gentil.

Ouvi mais passos e não me dei ao trabalho de olhar, o perfume de Heidy me indicou que era Esme. Inalei profundamente tentando saber que tudo era verdade, que não enlouqueci totalmente.

Como será que Alice está lidando com toda essa loucura?

As lagrimas não cessaram, intensificaram.

“É tarde principezinho... muito tarde!” – Heidy alertou-me, sua voz ainda mais angustiada – “tire sua família de Forks... eu vou devolver seus dons”.

Devolver meus dons? Sair de Forks?

“Heidy!” – me levantei gritando seu nome, a dor atingiu-me feio.

Esqueci completamente que havia me jogado da janela.

Carlisle me amparou, os olhos arregalados, a duvida nítida em seu rosto. Desta vez eu não teria escapatória, não poderia esconde-la mais, não mais.

Ignorei Carlisle e continuei.

“O que você quer dizer com devolver meus dons? E tirar minha família daqui? Era definitiva minha condição, você afirmou!” – a fúria dominando minha mente – “Heidy!” – gritei.

Não havia resposta e eu sentia no meu corpo a ruptura entre nós.

“Heidy!” – gritei novamente

Carlisle e Esme me olhavam preocupados e também curiosos, mas continuei ignorando.

“Heidy!” – gritei para a parede vazia, para a janela, para todos os cantos do quarto – “Heidy! Porque preciso tirar minha família de Forks?”

Senti meu osso da perna dar um tranco e me levantei, sem seguida as costelas se moveram, arfei, mas estava bem. A mão fria de Carlisle se tornou natural e eu não sentia dor alguma.

“Carlisle” – chamei urgente – “Carlisle, olhe para mim” – pedi

A esta altura dos meus gritos, todos estavam no quarto, Alice correu ao meu encontro, me abraçando e gritando ao mesmo tempo.

“Não temos tempo, precisamos correr!” – ela estava branca como sempre deveria ter estado, sua pele morna para mim, seus olhos escuros pela sede.

“Vocês...” – Carlisle ia levantar-se para nos examinar.

“Não a tempo!” – interrompi – “Sinto que isto é urgente pai”.

“Para onde?” – ele perguntou em seus pensamentos.

“Ele sabe, diga Edward, ele sabe!” – Heidy me avisou, a voz quase num sussurro, muito longe de mim.

“Você sabe para onde Carlisle, para Heidy!” – afirmei.

“Heidy, Edward?” – ele levantou-se abruptamente, irritado, desconfortável.

Suas lembranças vividas, as pedras que eu vi antes atingindo-me em sonho, atingiam-no causando dor. Fechei meus olhos tentando não ler suas lembranças, seus pensamentos.

“Sim” – consegui cuspir a resposta entre os dentes trincados pela dor dele.

“Que Heidy, Edward?” – nunca o vi tão furioso em toda minha vida! Nunca! Só ao mencionar o nome... o que haveria acontecido? Que lembranças seriam estas tão fortes que me davam náusea?

“A menininha... ela é uma mulher linda agora” – tentei soar natural.

Os olhos de Carlisle faiscaram.

“Principezinho” – o sussurro tocou minha pele. Todos olharam, todos a ouviram – “Olá Carlisle” – ela tocou minhas mãos, segurando-as firmemente. Não sei se por medo, por desejo.

Carlisle nada disse, ficou encarando a mulher como se fosse um fantasma.

“É você!” – Alice apontou se escondendo atrás de Jasper.

“Oh Alice, me viu tantas vezes e tem medo de mim?” – ela sibilou e sorriu sedutoramente, os dentes a mostra.

Carlisle continuava estático, sem mover-se, os olhos presos na mulher.

Ela começou a andar sedutoramente pelo meu quarto, largando minha mão deixando uma sensação de formigamento. Caminhou até Esme, olhando-a de cima abaixo, depois Rosalie, Emmett, Jasper, Alice e parou de frente para Carlisle que respirou profundamente, como se tentasse ganhar coragem, mas antes que ele abrisse a boca ela tocou-lhe os lábios, num beijo frio.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

COMENTEM PLEASEEEEEEEE



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Irresistível Fanfic Twiligth" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.