O Amor Coloriu escrita por Melissa
As coisas com a Luana não iam nada boas, dava pra escutar o Sal gritando com ela daqui de cima.
- Você acha que devemos ir ver se tatudo bem?
Perguntei para o Vitor, estavamos deitados na cama dele apenas conversando.
- Não.
Ele disse convencido. Não que estivesse com pena dela ou algo do tipo, mas estava com medo do Sal perder a cabeça e sei lá.
- To preocupada.
- Você não tem que estar preocupada com a Luana, apenas com a minha mão na sua cara se levantar sua bunda daqui para ir ajudar ela.
Encarei o Vitor e bem na hora aporta do quarto abriu.
- Por um acaso vocês não acham que a gente devia descer e ver como estão as coisas lá por baixo?
O Gui disse entrando no quarto do Vitor seguido pelo Dinho e Lucca.
- Não devemos nos meter no que não é da nossa conta e por qual motivo vocês não bateram antes de entrar no meu quarto?
- Acontece que se o Sal matar a menina na nossa casa será da nossa conta imbecil e não batemos porque não queremos.
O Dinho respondeu todo cheio de razão se sentando na cama como os outros.
- O Sal não vai matar ninguém e se matar ela mereceu mesmo. E saibam que o quarto é meu, da próxima vez que entrarem sem avisar ficam sem as mãos já que elas não servem para bater na porta.
- Você tá de TPM ou é porquê foi feito de idiota pela Luana?
O Lucca perguntou e eu estendi a mão para que ele tocasse.
- Tomar no cu vocês não querem.
Bateram na porta do quarto e eu fui até lá.
- Lia sei que vai ser pedir demais, muito mesmo, mas queria que você ajudasse a Luana tomar banho que eu vou levar ela embora daqui.
O Sal disse, só resolvi ajudar porquê ele parecia se esforçar muito para vir me pedir isso.
- Ok, Sal. Entra pra ficar com os meninos enquanto eu vou lá ajudar.
Dei um beijo na bochecha dele e saí. A Luana estava sentada no sofá com a cabeça na mãos cobrindo o rosto e os cotovelos apoiados nas pernas.
- Sal me pediu para vir te ajudar a tomar banho e se vestir para ir embora.
Cheguei direto ao ponto, ela levantou a cabeça para me olhar e seu rosto estava horrivel, mas melhor do que antes, porque eu sou mau mesmo.
- Eu quero que você se foda.
- Luana eu só vim em consideração ao Sal, então coopera.
A campainha tocou e eu fui atender.
- CHEGUEI ABALANDO!
O Gabriel entrou causando em casa, mas assim que viu minha cara e a Luana no sofá mudou sua expressão.
- O que o fabuloso aqui perdeu?
- Muitas coisas de ontem pra hoje.
Disse fechando a porta.
- Quero todas as novidades.
Ele sussurrou pra mim todo feliz.
- Depois de ajudar a Luana.
- Lia usando uma frase com “ajuda” e “Luana”? Perdi muita coisa mesmo.
Eu ri e o puxei para onde a Luana estava.
- Vamos logo Luana, para que você vá embora e eu pare de olhar pra sua cara e você pare de olhar para a minha.
- Até porque a dela está horrivel.
O Biel comentou e eu revirei os olhos, ele não perde uma.
- Já disse que não preciso da sua ajuda, Lia.
- Você não consegue nem ficar em pé direito.
- Eu me viro.
Ela disse grossa.
- Olha perua vamos logo porque eu não tenho paciencia e sinto que só vou saber das novidades quando você for embora.
O Gabriel foi até lá a ajudando se levantar contra a vontade dela mesmo, ela tentou se retirar, mas acho que sentiu dor quando o fez. O ajudei segurando no outro lado dela e fomos subindo as escadas.
- Colega seu estado está deploravel.
- Gabriel!
O repreendi, não gosto da Luana, mas ela já estava sofrendo e ele ainda fica alfinetando a garota.
- Que é, Lia? Não tenho culpa se gosto de relatar a realidade.
A Luana não falou mais nada durante o caminho até o banheiro, acho que estava se sentindo humilhada demais. Ouvi sua voz apenas quando ela disse que tomava banho sozinha, largamos ela no banheiro e fomos para o quarto do Vitor.
- Um resumo rápido: Sal, um amigo de infancia, era pai do filho da Luana; Vitor descobriu; Nós voltamos; Não tinha filho e ela estava fazendo os dois de trouxa; Dei uma surra nela.
- E isso tudo em um dia praticamente? Não passo mais nem um segundo longe de você Lia.
Ele me abraçou e fomos entrando no quarto.
- Ela está tomando banho.
Avisei para o Sal, estavam todos sentados na cama e eu e o Biel em pé.
- Obrigado, Lia. Por tudo mesmo.
- Não foi nada, Sal.
- Oi Gabriel.
O Gui o cumprimentou.
- Oi GuiDIlicia.
O Biel respondeu piscando e os meninos gargalharam menos o Gui.
- Hm, GuiDilicia.
O Vitor bagunçou.
- Você fique quieto que você não sabe nem um terço sobre eu e você, Vitor.
E foi a vez dos meninos bagunçarem com o Vitor.
- Eu sei que sou lindo e gostoso e por isso você tem pensamentos comigo, Gabriel.
- Pena que tem demais em beleza e demais em idiotice.
- Te amo, Gabriel.
Abracei ele enquanto os meninos gritavam “Uh!” para o Vitor.
- Você devia defender seu namorado, Lia.
E ele voltou com o mau humor enquanto os meninos continuavam bagunçando.
- Se meu namorado fosse menos idiota, quem sabe?
- Otário.
O Biel disse.
- Vai se fuder, Gabriel.
- Como foi saber que a Luana é uma prostituta de beco e a Lia é o brilho do universo e você foi o otário do ano?
Acho que o Vitor vai bater no Biel.
- Eu vou te meter umas porradas.
- Não aguenta com a verdade, deixa de viadagem.
Deu até vontade de rir da rima, os meninos só assistiam.
- Vou te mostrar a viadagem.
O Vitor pegou no próprio saco.
- Então vem que é disso que eu gosto mesmo.
- Lia tira o Gabriel daqui.
Virei o Gabriel e saí o empurrando porta a fora.
- DEPOIS EU QUERO VER A VIADAGEM, VITOSO!
Ele gritou enquanto íamos saindo do quarto e eu gargalhei.
- Você tá demais.
- Vou ligar pra Soph pra contar as novas.
- Gabriel tá tarde, não sei nem como você me aparece uma hora dessas aqui em casa.
- Sinto o cheiro de barraco, babe.
- Sei.
Resolvi fazer algo pra comermos, macarrão parecia ótimo mesmo já sendo muito tarde para uma comida como essa.
- Lia cozinhando?
Lucca veio ver o que eu estava fazendo, os outros meninos se sentaram.
- Sim, macarrão.
- To com fome também, já disse que você é a melhor amiga do mundo?
Ele me deu um beijo na bochecha.
- Não, mas eu já sabia.
- E aí, melhorou o humor já?
Escutei a voz do Gabrieç, me virei e ele falava com o Vitor.
- Não torra minha paciência, Gabriel.
- Vem cá, babacão.
O chamei e ele veio com cara de poucos amigos, o Lucca foi se sentar com os outros.
- Babacão é você, cachorra.
Ele não estava pra brincadeira e irritado ele só ficava mais engraçado. O abracei lhe dando um selinho.
- Amo te ver irritado.
- Até eu cometer um assassinato, quero ver se vocês vão amar.
Ri e ele me abraçou pela cintura. A campainha tocou.
- Quem é uma hora dessas?
- Deve ser a Soph, o Gabriel chamou ela pra contar as novidades.
- Se ela me irritar também eu não me responsabilizo pelos meus atos.
Ri ainda mais da cara dele.
- SOPH CHEGOU GOSTOSANDO E QUERENDO NOVIDA... Ops. – Ela parou na porta da cozinha olhando para mim e o Vitor abraçados. – O que aconteceu? Por que você está abraçada com o idiota máster?
- Eu vou bater nela também.
Vitor disse olhando pra mim, ri e dei um selinho nele.
- Faz parte das novidades, Soph. Vem vou te atualizar.
O Gabriel a puxou para se sentar junto com o pessoal e começou a contar o que tinha acontecido.
- Então quer dizer que a degustadora profissional de esperma tava fazendo os dois de otários? Com todo o respeito, Sal – Sophia se virou para o Sal que não se importou e tava rindo do xingamento que ela deu para Luana. Ela olhou para o Vitor. – Você sem respeito nenhum, porque só comprovei que é mais otário do que eu pensava.
- QUE CARALHO, TODO MUNDO TIROU A NOITE PRA ME IRRITAR? JÁ ENTENDI QUE FUI OTÁRIO EM TER ACREDITADO NA VAGABUNDA DA LUANA, MAS O SAL TAMBÉM FOI. QUERO QUE VÁ TODO MUNDO PRA PUTA QUE PARIU.
O Vitor explodiu morrendo de raiva, realmente acho que ele tava de TPM.
- Credo! E eu achando que eu era a bicha histérica da história.
O Gabriel fez uma careta e foi o fim. O Vitor puxou uma faca e o Gabriel se levantou ficando do lado oposto do balcão da cozinha enquanto a gente só ria da situação.
- Vem cá, viado. Vou te matar!
- Matar não, Vitor. Quem vai fazer companhia pra sua namorada? Só uns tapinhas, porque de uns tapinhas eu gosto.
Todos estavam rindo, é melhor eu ir ajudar. O macarrão já estava pronto, então tirei a faca da mão do Vitor e saí o empurrando para fora da cozinha.
- O Gabriel nunca mais entra nessa casa.
Ele disse mal humorado enquanto subíamos as escadas para o seu quarto.
- Já está mais controlado?
- Não, então não me irrita!
- Não sei, por que está assim, é falta de sexo é?
Ri fechando a porta do seu quarto e ele se jogou na cama.
- Se eu fosse fazer sexo com você agora, Lia. Ia ser estilo 50 tons de cinza e você apanhando muito.
- Relaxa, Vitor TPM. Nunca te vi tão irritado.
Baguncei enquanto fui me sentar com ele na cama.
- É que eu não acredito que fui feito de palhaço pela Luana, sabe eu nunca, nunca mesmo me prendi a ninguém, então nenhuma mulher brincou comigo, nem algo do tipo e agora aqui, to apaixonado e fui feito de besta duas vezes por uma garota que eu nem gosto.
Ele parecia realmente frustrado.
- Você não é o primeiro garoto enganado por uma garota, Vitor. Isso acontece. Gostei mais da parte que você disse que estava apaixonado.
- É, mas eu estou com vontade de matar a garota pela qual estou assim.
- Você não suportaria viver sem mim.
- E quem disse que é por você que estou apaixonado?
Ele riu olhando para minha cara. Ah é assim?! Ele quer zoar? Esqueceu que a rainha das zueiras sou eu.
- Mesmo depois dela ter te enganado duas vezes você ainda está apaixonado por ela? Você passou na fila da otariedade 300 vezes..
Disse me referindo a Luana.
- Acabou a brincadeira.
Ele disse sem rir.
- Vamos parar de boiolagem e vamos descer pra comer.
Me levantei e ele continuou deitado.
- Eu não vou!
- Por quê?
- Se eu descer, mato o Gabriel.
- Você não ta com fome?
- To.
- Então levante sua bunda maravilhosa daí e vamos comer.
- Qual o problema com a minha bunda? Acho que todas as meninas tem uma tara por ela que eu não entendo, senhor.
- Sua bunda é linda, Vitor.
- Assim como o resto de mim.
Ele disse rindo.
- Vamos logo que eu to com fome.
Revirei os olhos e o puxei pela mão, mas ele me puxou mais forte e caí na cama por cima dele.
- Você é uma cachora, cadela, vadia, prostituta, mas eu te amo.
Dei um tapa na cara dele.
- E você é o namorado mais bosta do mundo, mas eu também te amo.
Ele me puxou me beijando. Eu gosto do meu relacionamento com o Vitor, sinceramente. Suas mãos subiram meu vestido até minha cintura deixando minha bunda toda do lado de fora. Ele se virou ficando por cima de mim, puxei sua blusa a tirando e jogando pelo quarto. Voltamos a nos beijar, mas nos assustamos quando alguém quase derruba a porta de tanto bater.
- VENHAM COMER E PAREM DE SALIENCIA!
A voz era do Gui, mas pareciam ter outros rindo com ele lá fora.
- Depois você não quer que eu me estresse.
O Vitor me disse e eu ri. Nos levantamos e descemos.
- A Luana ainda não desceu?
Perguntei quando estávamos todos na mesa comendo.
- Não, estou esperando ela, mas nada de aparecer.
O Sal comentou, estranho.
- Vai ver morreu de vergonha dentro do banheiro.
A Soph disse.
- Menos uma biscate no mundo, amém.
O Gabriel ergueu as mãos agradecendo.
- Eu vou até lá ver, não quero ninguém morrendo nessa casa.
Saí da mesa e fui até o quarto onde ela estava, não bati na porta só fui entrando, já estou fazendo uma caridade de vir aqui.
- Luana?!
- O que?
Ela respondeu de dentro do banheiro.
- Só vim ver se você tinha morrido, mas infelizmente não. O Sal ainda está te esperando e tchau.
- Espera. – Ela me chamou quando eu ia saindo. – Sabe Lia, esse foi o pior dia da minha vida.
- Ta, não to interessada, to indo embora.
Ia sair de novo, a menina vem me contar da vida dela? To nem aí.
- Espera, só quero te dizer uma coisa.
Ela saiu do banheiro, parecia ter se recuperado depois do banho, até sorrindo para mim ela estava, o que era mais estranho.
- Não to interessada também, mas se for te fazer me deixar ir embora, late.
- Como eu ia dizendo, hoje foi o pior dia da minha vida, acho que nunca fui tão humilhada em toda ela e queria apenas te avisar que a minha vingança está mais próxima que nunca.
Seu sorriso me dizia que ela realmente estava aprontando alguma coisa.
- Tá, agora posso me retirar né? Até o preço do dólar seria mais interessante do que o que você acabou de me falar, Luana.
Saí do quarto.
- Ela morreu?
O Vitor perguntou assim que cheguei na cozinha.
- Infelizmente não.
- Droga!
Todos fizeram cara de decepcionados na mesa e eu ri.
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