O Amor Coloriu escrita por Melissa


Capítulo 40
Dia do Machado




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As coisas com a Luana não iam nada boas, dava pra escutar o Sal gritando com ela daqui de cima.

- Você acha que devemos ir ver se tatudo bem?

Perguntei para o Vitor, estavamos deitados na cama dele apenas conversando.

- Não.

Ele disse convencido. Não que estivesse com pena dela ou algo do tipo, mas estava com medo do Sal  perder a cabeça e sei lá.

- To preocupada.

- Você não tem que estar preocupada com a Luana, apenas com a minha mão na sua cara se levantar sua bunda daqui para ir ajudar ela.

Encarei o Vitor  e bem na hora aporta do quarto abriu.

- Por um acaso vocês não acham que a gente devia descer e ver como estão as coisas lá por baixo?

O Gui disse entrando no quarto do Vitor seguido pelo Dinho e Lucca.

- Não devemos nos meter no que não é da nossa conta e por qual motivo vocês não bateram antes de entrar no meu quarto?

- Acontece que se o Sal matar a menina na nossa casa será da nossa conta imbecil e não batemos porque não queremos.

O Dinho respondeu todo cheio de razão se sentando na cama como os outros.

- O Sal não vai matar ninguém e se matar ela mereceu mesmo. E saibam que o quarto é meu, da próxima vez que entrarem sem avisar ficam sem as mãos já que elas não servem para bater na porta.

- Você tá de TPM ou é porquê foi feito de idiota pela Luana?

O Lucca perguntou e eu estendi a mão para que ele tocasse.

- Tomar no cu vocês não querem.

Bateram na porta do quarto e eu fui até lá.

- Lia sei que vai ser pedir demais, muito mesmo, mas queria que você ajudasse a Luana tomar banho que eu vou levar ela embora daqui.

O Sal disse, só resolvi ajudar porquê ele parecia se esforçar muito para vir me pedir isso.

- Ok, Sal. Entra pra ficar com os meninos enquanto eu vou lá ajudar.

Dei um beijo na bochecha dele e saí. A Luana estava sentada no sofá com a cabeça na mãos cobrindo o rosto e os cotovelos apoiados nas pernas.

- Sal me pediu para vir te ajudar a tomar banho e se vestir para ir embora.

Cheguei direto ao ponto, ela levantou a cabeça para me olhar e seu rosto estava horrivel, mas melhor do que antes, porque eu sou mau mesmo.

- Eu quero que você se foda.

- Luana eu só vim em consideração ao Sal, então coopera.

A campainha tocou e eu fui atender.

- CHEGUEI ABALANDO!

O Gabriel  entrou causando em casa, mas assim que viu minha cara e a Luana no sofá mudou sua expressão.

- O que o fabuloso aqui perdeu?

- Muitas coisas de ontem pra hoje.

Disse fechando a porta.

- Quero todas as novidades.

Ele sussurrou pra mim todo feliz.

- Depois de ajudar a Luana.

- Lia usando uma frase com “ajuda” e “Luana”? Perdi muita coisa mesmo.

Eu ri e o puxei para onde a Luana estava.

- Vamos logo Luana, para que você vá embora e eu pare de olhar pra sua cara e você pare de olhar para a minha.

- Até porque a dela está horrivel.

O Biel comentou e eu revirei os olhos, ele não perde uma.

- Já disse que não preciso da sua ajuda, Lia.

- Você não consegue nem ficar em pé direito.

- Eu me viro.

Ela disse grossa.

- Olha perua vamos logo porque eu não tenho paciencia e sinto que só vou saber das novidades quando você for embora.

O Gabriel foi até lá a ajudando se levantar contra a vontade dela mesmo, ela tentou se retirar, mas acho que sentiu dor quando o fez. O ajudei segurando no outro lado dela e fomos subindo as escadas.

- Colega seu estado está deploravel.

- Gabriel!

O repreendi, não gosto da Luana, mas ela já estava sofrendo e ele ainda fica alfinetando a garota.

- Que é, Lia? Não tenho culpa se gosto de relatar a realidade.

A Luana não falou mais nada durante o caminho até o banheiro, acho que estava se sentindo humilhada demais. Ouvi sua voz apenas quando ela disse que tomava banho sozinha, largamos ela no banheiro e fomos para o quarto do Vitor.

- Um resumo rápido: Sal, um amigo de infancia, era pai do filho da Luana; Vitor descobriu; Nós voltamos; Não tinha filho e ela estava fazendo os dois de trouxa; Dei uma surra nela.

- E isso tudo em um dia praticamente? Não passo mais nem um segundo longe de você Lia.

Ele me abraçou e fomos entrando no quarto.

- Ela está tomando banho.

Avisei para o Sal, estavam todos sentados na cama e eu e o Biel em pé.

- Obrigado, Lia. Por tudo mesmo.

- Não foi nada, Sal.

- Oi Gabriel.

O Gui o cumprimentou.

- Oi GuiDIlicia.

O  Biel respondeu piscando e os meninos gargalharam menos o Gui.

- Hm, GuiDilicia.

O Vitor bagunçou.

- Você fique quieto que você não sabe nem um terço sobre eu e você, Vitor.

E foi a vez dos meninos bagunçarem com o Vitor.

- Eu sei que sou lindo e gostoso e por isso você tem pensamentos comigo, Gabriel.

- Pena que tem demais em beleza e demais em idiotice.

- Te amo, Gabriel.

Abracei ele enquanto os meninos gritavam “Uh!” para o Vitor.

- Você devia defender seu namorado, Lia.

E ele voltou com o mau humor enquanto os meninos continuavam bagunçando.

- Se meu namorado fosse menos idiota, quem sabe?

- Otário.

O Biel disse.

- Vai se fuder, Gabriel.

- Como foi saber que a Luana é uma prostituta de beco e a Lia  é o brilho do universo e você foi o otário do ano?

Acho que o Vitor  vai bater no Biel.

- Eu vou te meter umas porradas.

- Não aguenta com a verdade, deixa de viadagem.

Deu até vontade de rir da rima, os meninos só assistiam.

- Vou te mostrar a viadagem.

O Vitor  pegou no próprio saco.

- Então vem que é disso que eu gosto mesmo.

- Lia tira o Gabriel daqui.

Virei o Gabriel e saí o empurrando porta a fora.

- DEPOIS EU QUERO VER A VIADAGEM, VITOSO!

Ele gritou enquanto íamos saindo do quarto e eu gargalhei.

- Você tá demais.

- Vou ligar pra Soph pra contar as novas.

- Gabriel  tá tarde, não sei nem como você me aparece uma hora dessas aqui em casa.

- Sinto o cheiro de barraco, babe.

- Sei.

Resolvi fazer algo pra comermos, macarrão parecia ótimo mesmo já sendo muito tarde para uma comida como essa.

- Lia cozinhando?

Lucca veio ver o que eu estava fazendo, os outros meninos se sentaram.

- Sim, macarrão.

- To com fome também, já disse que você é a melhor amiga do mundo?

Ele me deu um beijo na bochecha.

- Não, mas eu já sabia.

- E aí, melhorou o humor já?

Escutei a voz do Gabrieç, me virei e ele falava com o Vitor.

- Não torra minha paciência, Gabriel.

- Vem cá, babacão.

O chamei e ele veio com cara de poucos amigos, o Lucca  foi se sentar com os outros.

- Babacão é você, cachorra.

Ele não estava pra brincadeira e irritado ele só ficava mais engraçado. O abracei lhe dando um selinho.

- Amo te ver irritado.

- Até eu cometer um assassinato, quero ver se vocês vão amar.

Ri e ele me abraçou pela cintura. A campainha tocou.

- Quem é uma hora dessas?

- Deve ser a Soph, o Gabriel chamou ela pra contar as novidades.

- Se ela me irritar também eu não me responsabilizo pelos meus atos.

Ri ainda mais da cara dele.

- SOPH CHEGOU GOSTOSANDO E QUERENDO NOVIDA... Ops. – Ela parou na porta da cozinha olhando para mim e o Vitor abraçados. – O que aconteceu? Por que você está abraçada com o idiota máster?

- Eu vou bater nela também.

Vitor disse olhando pra mim, ri e dei um selinho nele.

- Faz parte das novidades, Soph. Vem vou te atualizar.

O Gabriel a puxou para se sentar junto com o pessoal e começou a contar o que tinha acontecido.

- Então quer dizer que a degustadora profissional de esperma tava fazendo os dois de otários? Com todo o respeito, Sal – Sophia se virou para o Sal que não se importou e tava rindo do xingamento que ela deu para Luana. Ela olhou para o Vitor. – Você sem respeito nenhum, porque só comprovei que é mais otário do que eu pensava.

- QUE CARALHO, TODO MUNDO TIROU A NOITE PRA ME IRRITAR? JÁ ENTENDI QUE FUI OTÁRIO EM TER ACREDITADO NA VAGABUNDA DA LUANA, MAS O SAL TAMBÉM FOI. QUERO QUE VÁ TODO MUNDO PRA PUTA QUE PARIU.

O Vitor explodiu morrendo de raiva, realmente acho que ele tava de TPM.

- Credo! E eu achando que eu era a bicha histérica da história.

O Gabriel  fez uma careta e foi o fim. O Vitor puxou uma faca e o Gabriel se levantou ficando do lado oposto do balcão da cozinha enquanto a gente só ria da situação.

- Vem cá, viado. Vou te matar!

- Matar não, Vitor. Quem vai fazer companhia pra sua namorada? Só uns tapinhas, porque de uns tapinhas eu gosto.

Todos estavam rindo, é melhor eu ir ajudar. O macarrão já estava pronto, então tirei a faca da mão do Vitor e saí o empurrando para fora da cozinha.

- O Gabriel  nunca mais entra nessa casa.

Ele disse mal humorado enquanto subíamos as escadas para o seu quarto.

- Já está mais controlado?

- Não, então não me irrita!

- Não sei, por que está assim, é falta de sexo é?

Ri fechando a porta do seu quarto e ele se jogou na cama.

- Se eu fosse fazer sexo com você agora, Lia. Ia ser estilo 50 tons de cinza e você apanhando muito.

- Relaxa, Vitor TPM. Nunca te vi tão irritado.

Baguncei enquanto fui me sentar com ele na cama.

- É que eu não acredito que fui feito de palhaço pela Luana, sabe eu nunca, nunca mesmo me prendi a ninguém, então nenhuma mulher brincou comigo, nem algo do tipo e agora aqui, to apaixonado e fui feito de besta duas vezes por uma garota que eu nem gosto.

Ele parecia realmente frustrado.

- Você não é o primeiro garoto enganado por uma garota, Vitor. Isso acontece. Gostei mais da parte que você disse que estava apaixonado.

- É, mas eu estou com vontade de matar a garota pela qual estou assim.

- Você não suportaria viver sem mim.

- E quem disse que é por você que estou apaixonado?

Ele riu olhando para minha cara. Ah é assim?! Ele quer zoar? Esqueceu que a rainha das zueiras sou eu.

- Mesmo depois dela ter te enganado duas vezes você ainda está apaixonado por ela? Você passou na fila da otariedade 300 vezes..

Disse me referindo a Luana.

- Acabou a brincadeira.

Ele disse sem rir.

- Vamos parar de boiolagem e vamos descer pra comer.

Me levantei e ele continuou deitado.

- Eu não vou!

- Por quê?

- Se eu descer, mato o Gabriel.

- Você não ta com fome?

- To.

- Então levante sua bunda maravilhosa daí e vamos comer.

- Qual o problema com a minha bunda? Acho que todas as meninas tem uma tara por ela que eu não entendo, senhor.

- Sua bunda é linda, Vitor.

- Assim como o resto de mim.

Ele disse rindo.

- Vamos logo que eu to com fome.

Revirei os olhos e o puxei pela mão, mas ele me puxou mais forte e caí na cama por cima dele.

- Você é uma cachora, cadela, vadia, prostituta, mas eu te amo.

Dei um tapa na cara dele.

- E você é o namorado mais bosta do mundo, mas eu também te amo.

Ele me puxou me beijando. Eu gosto do meu relacionamento com o Vitor, sinceramente. Suas mãos subiram meu vestido até minha cintura deixando minha bunda toda do lado de fora. Ele se virou ficando por cima de mim, puxei sua blusa a tirando e jogando pelo quarto. Voltamos a nos beijar, mas nos assustamos quando alguém quase derruba a porta de tanto bater.

- VENHAM COMER E PAREM DE SALIENCIA!

A voz era do Gui, mas pareciam ter outros rindo com ele lá fora.

- Depois você não quer que eu me estresse.

O Vitor me disse e eu ri. Nos levantamos e descemos.

- A Luana  ainda não desceu?

Perguntei quando estávamos todos na mesa comendo.

- Não, estou esperando ela, mas nada de aparecer.

O Sal comentou, estranho.

- Vai ver morreu de vergonha dentro do banheiro.

A Soph disse.

- Menos uma biscate no mundo, amém.

O Gabriel  ergueu as mãos agradecendo.

- Eu vou até lá ver, não quero ninguém morrendo nessa casa.

Saí da mesa e fui até o quarto onde ela estava, não bati na porta só fui entrando, já estou fazendo uma caridade de vir aqui.

- Luana?!

- O que?

Ela respondeu de dentro do banheiro.

- Só vim ver se você tinha morrido, mas infelizmente não. O Sal ainda está te esperando e tchau.

- Espera. – Ela me chamou quando eu ia saindo. – Sabe Lia, esse foi o pior dia da minha vida.

- Ta, não to interessada, to indo embora.

Ia sair de novo, a menina vem me contar da vida dela? To nem aí.

- Espera, só quero te dizer uma coisa.

Ela saiu do banheiro, parecia ter se recuperado depois do banho, até sorrindo para mim ela estava, o que era mais estranho.

- Não to interessada também, mas se for te fazer me deixar ir embora, late.

- Como eu ia dizendo, hoje foi o pior dia da minha vida, acho que nunca fui tão humilhada em toda ela e queria apenas te avisar que a minha vingança está mais próxima que nunca.

Seu sorriso me dizia que ela realmente estava aprontando alguma coisa.

- Tá, agora posso me retirar né? Até o preço do dólar seria mais interessante do que o que você acabou de me falar, Luana.

Saí do quarto.

- Ela morreu?

O Vitor  perguntou assim que cheguei na cozinha.

- Infelizmente não.

- Droga!

Todos fizeram cara de decepcionados na mesa e eu ri.


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Notas finais do capítulo

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