- Ninguém tio, o Vitor que é leso, vem dançar comigo. 

Disse soltando o Vitor e puxando o tio. 

- Hey! 

- Hey nada, Vitor. Vai chamar sua mãe para dançar. 

Ele saiu fazendo careta e resmungando. 

- To vendo que vocês voltaram á ser melhores amigos, já se tratam até como antes. 

O Tio disse e nós rimos. 

- Eu antigamente pensava que toda essa birra de vocês podia dar em namoro, mas houve aquilo e você foi embora. Quem sabe agora, né? 

- Tio, o senhor aprovaria se eu namorasse o Vitor? 

Perguntei rindo, mas pensando sobre o assunto. 

- Claro, pelo menos o Vitor  é meu filho se te fizer alguma coisa posso dar uma surra sem ser preso. 

Ele riu da própria piada me fazendo rir também. 

- Só por isso? 

- Não, porque eu conheço o tipo do Vitor, já fui como ele. Nós nunca gostamos de uma garota, só saímos por aí curtindo, mas quando gostamos, gostamos de verdade, e faríamos qualquer coisa para não magoá-la. Assim como é comigo e a Dora, mudei depois de conhecer ela, quem sabe você também não mudaria ele. 

Parecia ser bem sincero. 

- Mas se vocês tiverem pensando sobre isso, me avisem para eu me preparar psicologicamente. 

- Tudo bem, tio. 

Continuamos dançando, até que o Lucca veio me chamar para dançar com ele. 

- Hm, então quer dizer que você e o Vitor estavam se pegando no escritório do tio  Paulo? Não tem amor a vida mesmo. 

- O Gui já foi fofocar? 

Disse revirando os olhos. 

- Que nada, eu tenho minhas fontes. 

- Sei, sua fonte se chama  Guilherme , né? 

- Pode ser, mas mesmo assim vocês estavam se pegando lá mesmo? 

- Não deu tempo, mas depois... quase. 

- Hmmmmmm, seria legal se o tio soubesse disso. 

- Hmmmmmm, seria legal se você levasse um soco agora, mas para sua informação o tio Paulo  tava me dizendo que aprovaria se eu namorasse o Vitor. 

Disse e ele me olhou surpreso. 

- Tem certeza disso? Que tipo de pai, já que ele te tem como filha, permite que sua filha namore o  Vitor Machado? 

- O tio  Paulo. 

Disse como se fosse obvio. 

- Será que ele não estava bêbado? Tinha fumado um baseado vencido? Levou um tombo e bateu a cabeça? Ou as três coisas juntas?  

- Lógico que não  Lucca, ele estava em ótimas condições. 

- Eu desconfio disso. 

Ele disse rindo e eu bati nele. 

- O Vitor iria mudar se ficasse comigo. 

- Até eu mudaria Lia, porque se fizesse alguma coisa, sabe lá o que você poderia fazer e seria capado pelo tio Paulo. 

Ri do que ele disse, faz sentido. Quando a música acabou, peguei uma bebida e me encostei em uma mesa. 

- Eu aceito. 

O Nick chegou sorrindo e estendendo a mão para o meu copo. 

- Tem um garçom por aí servindo, é só procurar. 

Comecei a rir da careta que ele fez. 

- E então, o Vitor ficou com muita raiva de mim? 

- O que você acha? 

Ele sorriu. 

- Que ainda não irritei o suficiente. 

- Pode apostar que já ta bom, se irritar mais um pouquinho não vai acabar bem. 

- Eu gosto é de barraco mesmo. 

Ele disse rindo e piscando para mim. 

- Vocês não prestam. 

- Vamos para casa Lia? 

O Vitor chegou ignorando totalmente o Nick e sorrindo para mim. 

- Já podemos ir? 

- Minha mãe já permitiu a nossa saída. 

Percebi que ele tava se segurando para não fechar a cara e olhar para o Nick. 

- Já Lia? Preferia se você fosse a outro canto comigo para a gente conversar melhor. 

O Nicholas é um puto mesmo. 

- Nick não começa... 

- To fazendo nada. 

Ele disse levantando as mãos como se estivesse se rendendo. 

- VAMOS LIA? 

O Vitor disse aumentando um pouco a voz. 

- Vamos  Vitor. Tchau Nick, até algum dia. 

Disse colocando meu copo em cima da mesa e o Nick veio me dar um abraço, tentei desviar, mas ele acabou me abraçando. 

- Você não tem amor a vida mesmo. 

Falei no ouvido dele. 

- Gosto disso. 

Ele disse rindo. 

- Lia vamos embora antes que eu arranje uma bazuca por aqui. 

O Vitor me puxou pelo braço. 

- Tchau Machado, uma boa noite. 

O Nick disse e pude escutar seu tom de brincadeira. 

- Vá se fuder, e pode deixar que a noite vai ser ótima. 

Ele respondeu depois me abraçando pela cintura. 

- Lia eu devia deixar você dormindo no jardim hoje. 

- Por que Vitor? 

- Por que? Tão inocente a menina né? 

Ele disse me olhando com os olhos estreitos. 

- Desculpa Vivi, mas eu realmente não fiz nada era o Nick que tava falando. 

- Nicholas, o nome dele é Nicholas e você ficava dando moral então tem certa culpa. 

Ele deu a volta para entrar no carro, eu o segui. 

- Você vai me deixar dormir no jardim? 

Disse encostando ele no carro, ele me olhou e logo sorriu. 

- Não, hoje tenho tarefas melhores para nós dois. 

Suas mãos desceram pela minha cintura até minha bunda e ele deu uma apertada forte. 

- Acho que não... 

Disse tirando suas mãos do meu corpo e indo dar a volta no carro, mas ele me puxou pela mão. 

- Acho que não o que? 

- Sei lá, não to afim hoje. 

- Ah ta sim, depois de tudo que passei hoje eu mereço. 

- Será?  

Ri, dei um selinho nele e fui entrar no carro. 

- HEY! 

Escutei alguém gritar me virei e vi o Dinho saindo de dentro da casa do tio Paulo. 

- Vocês bem que podiam me dar uma carona, né? 

Ele chegou todo sorridente. 

- Só se você quiser arriscar ser deixado no meio do caminho, jogado em algum matagal qualquer, já que você está interrompendo nesse exato momento de eu e a Lia irmos para casa, fazermos algo beeeeeeeeeeeeeeem foda, literalmente. 

O Vitor disse todo calmo. 

- Tudo bem, acho melhor não ir agora mesmo, se for para escutar barulho vou dar uma volta por aí. 

Ele disse piscando para mim e eu mostrei o dedo médio para ele. 

- Ta bom Dinho, faz o que você quiser agora tchau. 

Vitor, delicado como sempre, entrou no carro. 

- Tchau Dinho. 

Disse mandando um beijo para ele. 

- Tenha uma boa noite e um bom vocês sabem o que também. 

Ele disse rindo. 

- Dinho ela vai fazer comigo, sempre é bom. 

O Vitor disse em alto e bom som. 

- Se acha, velho. 

Ri e entrei no carro. 

- Eu sei que eu sou. 

Ele disse rindo para mim. 

- Aham. 

Revirei os olhos e ele deu partida no carro. Liguei o radio para ver se passava algo legal. 

Doutor, doutor, preciso muito de você 
          Chame o meu amor 
          Doutor, doutor, onde você está? 
          Me dê alguma coisa 
          Preciso do seu amor 
          Preciso do seu amor 
          Preciso do seu amor 
          Você tem um tipo de remédio que me faz voltar querendo mais 
          Meu corpo precisa de um herói 
          Venha me salvar 
          Algo me diz que você sabe como me salvar 
          Estive me sentindo estranha, oh! 
          Preciso que você venha me resgatar 
 

O Vitor olhou para a minha cara com um sorriso maroto. 

Me faça voltar a viver 
          Venha, me deixe ligadona 
          Me toque, salve a minha vida 
          Venha e me deixe ligadona 
          Sou jovem demais para morrer 
          Venha e me deixe ligadona 
          Me deixe ligadona 
          Me deixe ligadona

- Pode deixar. 

Ele disse piscando. 

- Vitor. 

Disse rindo. Logo chegamos em casa, ele guardou o carro na garagem e nós descemos entrando em casa. 

- Finalmente. 

Tirei meus sapatos e joguei em qualquer canto da sala. 

- Concordo. 

O Vitor disse jogando a chave do carro em cima da mesa e me puxando pela cintura para perto dele. 

- O que você quer, Vitor ? 

- Você sabe. 

- Não sei, não. 

- Na sua cama. 

- Dormir? 

Disse brincando. 

- Pode ser, mas só depois. 

- Que tal agora? 

- Ta cedo ainda. 

- É verdade, então vou trocar de roupa. 

- Deixa que eu te ajudo com essa tarefa. 

Ele levantou meu vestido passando a mão na minha bunda. 

- Não, acho que você não ta merecendo. 

Ri e fui para o outro lado do sofá. 

- Vem aqui  Lia, se eu te pegar vai ser pior. 

O Vitor disse se divertindo com a situação, ele gosta de ser provocado. 

- Eu não. 

- Lia, não me provoca. 

- Eu gosto de provocar você. 

Pisquei e ele riu. 

- Ta já provocou demais, agora vem cá. 

- Não. 

Coloquei uma perna no sofá e puxei meu vestido para cima. 

- Lia. 

Ele olhou para minha perna, depois baixou a cabeça rindo. 

- Que foi, Vivi? 

Disse puxando mais o vestido. 

- Que tal eu dançar um pouco para você? 

- Não gosto disso, vem logo aqui. 

Ele deu a volta no sofá e veio na minha direção, o empurrei fazendo com que se sentasse. 

- Eu vou dançar para você. 

Desliguei um pouco as luzes e liguei o som, começando uma dança na frente dele. 

Nem é meu aniversário (meu aniversário) 
          Mas ele quer lamber a cobertura (a cobertura) 
          Eu sei que você quer da pior maneira (da pior maneira) 
          Você não pode esperar pra apagar minhas velas 

Dançava ao ritmo da música e o Vitor não tirava os olhos de mim nem um segundo se quer. 

Oh baby, eu gosto 
          Você está tão animado 
          Não tente esconder 
          Eu vou fazer de você minha vadia 
          Bolo, bolo, bolo, bolo, bolo... 

Continuei dançando, até que o Vitor me puxou pela cintura fazendo com que eu sentasse em seu colo, ele realmente estava animado.  

Lembra-se de como você fez? 
          Lembra-se de como você encaixou? 
          Se você ainda quer beijar aquilo 
          Venha, venha e pegue 
          Mais doce do que bolo de arroz, esse bolo vale a pena comer 
          Acabe com isso, incline, bolo, preencha 
 

- Ta Lia, cansei. 

Ele me pegou no colo e saiu me levando escada acima.