- Lia vamos ! 

Minha mãe gritou do andar de baixo, eu estava indo passar um tempo morando com meu tio e minha tia de consideração, o tio Paulo  e a tia Dora . Eu cresci morando com eles em Londres vim morar com minha mãe depois do filho deles, Vitor, meu ex-melhor amigo ter me magoado profundamente. 

~ Flashback On ~ 

- Meninos vem cá preciso conversar com vocês. 

O Vitor disse chamando o Gui, o Lucca e o Dinho que estavam sentados no sofá comigo conversando.  

- Fala aqui Vitorc, não vamos deixar a Lia  sozinha. 

O GUi disse e o Vitor revirou os olhos e se sentou no meu colo. 

- Vocês não sabem quem eu acabei de pegar ?! 

- Quem,  ?! 

O Dinho  perguntou todo afobado. 

- A Kika. 

O Vitor  disse todo convencido, todo se achando. 

- A Kika ?! A menina mais gostosa daqui ?! 

O Lucca  perguntou incrédulo. 

- Oh, a mais vadia daqui ?! 

Perguntei fingindo estar incrédula também e o Vitor me deu um tapa na cabeça rindo. 

- Sim, ela mesma. 

-  eu sou seu fã. 

Disse o Lucca e eles três bateram palmas. Depois disso, o GUI deu a idéia de irmos ao Subway que tinha ali perto e nós quatro saímos, no caminho acabamos encontrando a Kika, ela sorriu e veio até o Vitor

- Oi meu lindo. 

Ela disse sorrindo e abraçando ele. Eu não gosto dela, além dela se achar a pessoa mais linda desse mundo, ele vive querendo me humilhar. 

- Oi Kika. 

O Vitor disse dando um selinho nela. 

- Oi meninos. 

Ela disse para o Gui ,Dinho  e o Lucca que estavam com cara de bobões e eu bufei. 

- Oi para você também, Kika

Disse sorrindo falso e ela me olhou dos pés á cabeça. 

- Eu dei oi para você também quando disse “oi meninos”. 

- Eu por um acaso sou um menino ?! Tenho um pênis e não sei disso ?! 

Disse irônica e os meninos riram. 

- Mas se bem que se parece um menino, vive andando no meio deles nunca vi você com uma amiga, e nunca vi você namorando ou ficando com garoto algum, vai ver é até lésbica. 

- Você nunca me viu ficando com ninguém, porque eu não sou como certas garotas que não se dão o respeito e ficam com todos que vê pela frente. 

- Você está falando de mim por um acaso ?! 

Ela disse saindo dos braços do Vitor e me olhando meio irritada. 

- Se a carapuça de vadia te serviu eu não posso fazer nada. 

- Vitor você vai deixar ela falar assim comigo ?! 

Ela disse e o Vitor me olhou meio irritado também. 

- Lia , a Kika não tem culpa se você tem inveja dela conseguir o garoto que quiser enquanto você é essa gordinha, feia que nenhum garoto quer. Agora por causa da sua inveja não venha ofender a minha namorada. 

Ele disse abraçando a Kika  de lado que estava com um sorriso vitorioso no rosto, eu não acredito que ele disse aquilo para mim, logo o meu melhor amigo, não acredito nisso. 

- Vitor não fala assim com a Lia 

Os meninos tentaram me defender, mas eu ainda não acreditava no que ele havia me dito. 

- Não garotos podem deixar isso para lá, deixa o vitor e essa namoradinha vadia dele, eles se merecem. 

Disse já sentindo as lagrimas descerem pelo meu rosto e corri de volta para casa.  

~ Flashback Off ~  

Depois disso eu passei vários dias trancada em meu quarto sem falar com ninguém, e então decidi vir morar com meus pais no Brasil, isso aconteceu quando eu tinha 11 anos o Vitor tinha 13. Mas agora 6 anos depois, eu estou linda e poderosa voltando para rever meus amigos, sinto muito falta deles, do Vitor  nem tanto só quero mostrar para ele o que aconteceu com a gordinha feia que nenhum garoto queria.  

- Vamos Lia , você vai perder o vôo. 

- Ta pai, estou descendo. 

Depois de tudo pronto eu peguei minhas malas e desci com elas, fomos para o aeroporto quando chegamos lá meu vôo já estava para sair. 

- Ai minha filha vou sentir muito a sua falta, diga ao Paulo e á Dora  que eu estou com saudades e assim que der seu pai e eu vamos visitá-los. 

Minha mãe dizia, eu a abracei forte. Ela foi a grande responsável por fazer eu me cuidar e sair da depressão em que eu estava quando aquilo tudo aconteceu. 

- Tchau minha filha, vai com Deus. 

Meu pai disse me abraçando. 

- Tchau mãe, tchau pai eu amo vocês. 

Dei um beijo na bochecha deles e fui pegar o avião. A viagem foi longa, muito longa o Brasil não é tão perto assim de Londres. Quando desci no aeroporto logo vi a tia Dora me esperando, corri na direção dela e a abracei forte. 

- Lia  minha filha, é você. 

Ela perguntou um pouco surpresa. 

- Sou eu sim tia , eu estava com muitas saudades. 

Disse e ela me afastou do seu corpo com as mãos ainda em meus ombros e me olhou dos pés á cabeça. 

- Você está linda. 

- Obrigada tia, e a senhora continua linda como sempre. 

Disse segurando sua mão á fazendo dar uma voltinha. Ela riu e me abraçou de lado. 

- Vamos, o seu tio vai dar uma festa e você tem que se arrumar rapidamente, já está quase na hora. 

Ela disse e nós saímos apressadas, os seguranças dela colocaram minhas malas no carro e nós seguimos para a casa dela. Ah esqueci de dizer o porquê dos seguranças, o tio Paulo é um mafioso, mas poucas pessoas sabem disso alguns desconfiam, mas não tem certeza. A tia Dora me disse que ninguém sabia que eu estava voltando, isso era bom ia pegar aqueles bobões de surpresa. Por mais que não gostasse mais do Vitor , de ainda me sentir magoada com ele, eu ainda gostava muito dos meninos, eles foram meus melhores amigos. 

-  nós vamos para a casa da minha amiga, porque lá em casa deve estar cheia de gente terminando de arrumar as coisas para a festa, você pega sua roupa, se arruma aqui e eu levo suas malas para lá, depois você vai lá para casa com ela, pode ser ?! 

- Claro tia. 

Disse e logo paramos em uma casa grande, a amiga da tia Dora me recebeu com muito carinho, eu lembrava dela de quando eu morava aqui. Já estávamos um pouco atrasadas então peguei minhas coisas e fui tomar um banho, depois de estar totalmente arrumada, peguei minha bolsa e nós descemos. 

- Pronta Lia? 

A Carmen, amiga da tia Dora, perguntou. Ela estava linda. 

- Claro Carmen, vamos. 

Disse e nós entramos no carro dela e fomos á caminho da casa da tia Dora Quando chegamos lá, a casa já estava cheia descemos do carro e entramos. Logo que entrei vi o tio Paulo de costas conversando com alguns caras que pareciam ter muito dinheiro. 

- Carmen vou falar com o tio Paulo, com licença. 

- Pode ir, Lia

. 

Sorri para ela e fui até lá e abracei o tio por trás. 

- Oi tio Paulo 

Disse e ele se virou surpreso. 

- Lia minha filha, quanto tempo. 

Ele disse me abraçando forte, e eu o abraçando mais forte ainda. 

- Mesmo com esse tempo todo, não deixou de ser meu tio gatão né tio ?! 

Disse e ele riu. 

- Eu me cuido. 

- To vendo. 

Disse rindo. 

- Senhores essa é minha filha, de consideração, mas minha filha Lia. 

Ele disse me apresentando aos homens que ele estava conversando eu sorri e alguns deles me olharam maliciosamente. 

- Ajeitem os olhares ou eu arranco os olhos de vocês. 

O tio disse sem nem parar de sorrir e eu comecei a rir. 

- Bom tio vou deixar vocês conversarem, vou atrás dos meninos eles já estão aqui ?! 

- Sim minha filha, estão por aí. Pode procurar você conhece essa casa como ninguém. 

Ele disse e eu lhe dei um beijo na bochecha e saí atrás deles. Não encontrei nenhum, acho que não haviam chegado ainda, me encostei no bar que eles tinham colocado no salão da casa e pedi uma bebida, só uma vodka para começar. Me apoiei sobre o balcão de costas para as pessoas. 

- Nossa, essa gostosa está sozinha ?! 

Escutei a voz do GUi, ele com certeza não sabia que era eu. Me virei e o olhei ele arregalou os olhos completamente incrédulo. 

- Eu conheço esses olhos, esse sorriso, esse rosto... pera aí é você Lia ?! 

- Não bocó, eu sou a Beyoncé. 

Disse ironicamente e ele me abraçou. 

- É você, Lia

Abracei ele forte. 

- Não acredito, o que você está fazendo aqui ?! 

- Eu vim morar com o tio Paulo e a tia Dora. 

Disse e ele me olhou dos pés a cabeça e deu um sorriso malicioso. 

- GUi seu safado, tira esses pensamentos da sua cabeça você sabe que não irei fazer nada com você, somos praticamente irmãos.  

Disse rindo. 

- Praticamente, então não somos irmãos. 

Ele disse dando ênfase na palavra “praticamente” e rindo. 

- Eu ainda não acredito que é você. 

- Eu estou linda né ?! Eu sei. 

- Muito. 

Ele disse mordendo o lábio inferior. 

- Menino você se tornou um pervertido. 

- Eu sei. 

Ele riu, o garçom me deu meu copo com vodka. 

- E você virando cachaceira, é ?! 

- Eu ?! Nunca. 

Disse rindo. 

- Quando você chegou ?! 

- Tem uma hora ou menos, fui para a casa da Carmen a amiga da tia Dora, me arrumei e vim para cá. 

- Hum, os meninos vão pirar quando verem que você voltou e que ainda voltou gostosa desse jeito, se prepare para ser assediada eternamente. 

Ele disse e eu ri. 

- Eles não tem namoradas ?! 

- Namorada ?! São tudo uns cachorros, vagabundos que não querem saber de namorar ficam pegando qualquer vadia que passa na frente deles. 

- Acho que você está incluindo nessa lista de cachorro, vagabundo não é GUilherme ?! 

- Eu ?! Imagina... é estou sim. 

Ele disse abaixando a cabeça me fazendo rir, sentia falta desses meninos idiotas e to vendo que pelo o jeito o Vitor  ficou super idiota, aposto que se acha o foda por poder pegar a mulher que quiser. 

- Eu senti muito a falta de vocês. 

- Nós também sentimos a sua falta, você foi embora sem nem se despedir. Eu, o Lucca e o Dinho passamos quase um mês, depois que você foi embora, sem falar com o Vitor pelo que ele tinha feito com você. 

- Por um lado eu tenho até que agradecê-lo, se ele não tivesse me magoado como ele fez, talvez eu não estaria linda e poderosa como estou agora. 

Disse e nós rimos. 

- Lia, eu acho que eu vou indo ali, vou me encontrar com uma gata. 

Ele disse dando um ultimo gole na sua bebida. 

- Já vai bulinar, né ?! 

Disse brincando e ele riu. 

- Claro. 

Ele disse sorrindo e eu balancei a cabeça negativamente. 

- Seu safado. 

Disse colocando meu copo no balcão e dando um abraço nele. 

- Putinha nova, Gui ?! 

Escutei a voz do Vitor, como eu estava abraçada com o GUi eu estava de costas para ele, me virei e o olhei. 

- Puta são as vadias que você come, seu viado. 

Ele não havia me reconhecido. 

- Nossa gostosa e nervosinha, me passa seu número depois. 

Ele disse me analisando dos pés á cabeça com um sorriso malicioso. 

- Vitor  não fala assim, ela não é puta. 

O Gui disse ainda me abraçando pela cintura, o Vitor  estava com uma garota, eu conhecia aquele rosto e aquela cara nojenta, eu sorri. 

- Defendendo as vadias agora Gui ?! O que aconteceu ?! 

- Ele não está defendendo ninguém, passou-se o tempo que eu precisava ser defendida . 

Disse e a garota do seu lado me olhou melhor e vi sua boca fazendo um “O”. 

- Que foi, Kika ?! 

O Vitor disse olhando para ela que ainda estava completamente surpresa. 

- Não pode ser. 

Ela disse em quase um sussurro, o Gui olhou para ela com uma cara debochada, dava para ver que não gostava dela nem um pouco, acho que desde do dia que ela me humilhou e eu fui embora. 

- Não pode ser, mas é. 

Ele disse e o Vitor ainda estava confuso. 

- Lia ?! 

Ela perguntou e eu sorri. 

- Oi Kika. 

- Lia ?! 

O Vitor perguntou me olhando incrédulo e eu abri um sorriso enorme.