Mas O Que É Mesmo O Amor? escrita por AlanSnape


Capítulo 17
Minha Culpa


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo seguido pra compensar a minha super ausência.. Espero que gostem!



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Lizzy não conseguia acreditar. Por que alguém mataria um elfo doméstico tão simpático e bondoso como aquele? Não entendia, não aceitava isso! Chegou perto do corpinho sem vida e acariciou sua cabeça... Chorava como se tivesse perdido alguém muito especial. Severus não sabia de onde surgira essa ligação entre Elizabeth e o elfo, mas percebeu que a menina sofria e abraçou-a, para espanto de todos. A diretora Minerva percebeu a súbita aproximação do professor com a aluna, mas achou que se tratava apenas de um apoio nesse momento difícil. “Snape está mesmo mudado”, ela pensou.

Severus, percebendo a surpresa de todos diante de seu gesto e querendo entender o que havia acontecido com o elfo, deixou Lizzy um pouco e foi falar com a diretora.

– O que aconteceu aqui? – ele perguntou, desejando que alguém pudesse explicar.

– Eu não sei, professor. – respondeu Minerva, sincera. – Ouvi gritos de alunos e vim correndo. Quando cheguei, o pobre elfo já se encontrava na situação que o senhor está vendo.

– Mas quem faria isso, diretora? Estamos dentro de Hogwarts, só temos aqui alunos, professores e funcionários, todos confiáveis. Quem seria capaz de fazer isso? – Severus estava intrigado.

– Não sei, professor. Mas acredito que posso discordar do senhor, diante do que estou vendo. Alguém nesse castelo não é confiável como imagina. – Minerva aparentava preocupação.

Severus não conseguia entender. Quem teria feito aquilo? Algum aluno descuidado? Algum professor enfurecido? Não, não era possível que um professor fizesse algo assim dentro da própria escola...

Olhou para Lizzy, que continuava abaixada ao lado do elfo, chorando e acariciando sua cabeça. Os demais alunos já haviam perdido o interesse na confusão e voltavam para seus dormitórios. Severus chegou perto de Lizzy novamente.

– Vamos, Elizabeth. Nós precisamos deixar que levem o corpo dele.

– Não! – Lizzy estava decidida. – Ele era meu amigo e eu vou organizar um velório para ele. Não vou aceitar que joguem seu corpinho como um nada no lixo. Quero que ele receba uma homenagem digna.

Severus concordou com a cabeça.

– Tudo bem, mas precisamos deixar que levem o corpo dele para algum lugar. Ele não pode ficar aqui.

A diretora, que ouvia tudo, sugeriu:

– Deixe que o levem para a enfermaria, querida, e amanhã cedo nós faremos o seu velório. Tudo bem? – disse, com carinho.

– Tudo bem... – concordou Lizzy, ainda chorando. – Amanhã estarei bem cedo na enfermaria para organizar tudo.

– Ótimo. – disse a diretora. – Professor Snape, pode, por favor, acompanhar a aluna Elizabeth até o salão comunal da Grifinória? Eu preciso resolver as coisas aqui.

– Não se preocupe, diretora. Eu acompanho a Srta até seus aposentos. – e, virando-se para Lizzy, falando baixo para que somente ela pudesse ouvir – Vamos, meu amor.

Lizzy sentia-se mal com tudo que havia acontecido. Não conseguia deixar de pensar que, enquanto Egon estava sendo assassinado, ela estava na Floresta, com Severus, deixando a emoção falar mais alto do que a razão. Sentiu-se culpada. O elfo lhe prometera ajuda em qualquer momento, e ela deixou que ele fosse assassinado sem que estivesse por perto para protegê-lo.

Severus percebeu que Lizzy estava estranha, mas não quis pressioná-la a falar nada. Apenas a acompanhou até o quadro na parede que indicava que estavam de frente para o salão comunal da Grifinória. Ao chegarem lá, Lizzy disse a senha, e logo o quadro se abriu, deixando a mostra o buraco pelo qual se chegava ao salão. Ela virou-se para Severus e apenas disse:

– Boa noite.

– Elizabeth, está tudo bem? – ele estava preocupado com ela.

A menina respirou fundo. Não queria dizer mais nada, apenas queria entrar, deitar em sua cama e chorar. Viu que Severus parecia preocupado, e resolveu ser sincera.

– Não... não está... Aquele elfo... eu o conheci hoje cedo. Ele... ele me prometeu ajuda, disse que sempre que estivesse em Hogwarts eu poderia contar com ele... e eu... eu não estava lá para ajudá-lo quando ele precisou. – Lizzy chorava novamente.

– Mas, meu amor, não foi culpa sua... Você não podia saber que isso iria acontecer. – Severus não queria que Lizzy se sentisse culpada, isso não fazia o menor sentido. Exceto para Lizzy.

– Sim, foi minha culpa também. Eu devia estar lá. Ele pode ter chamado por mim, ele conhecia meu nome. Mas eu não ouvi. Eu não o ajudei. Eu estava... Eu estava muito ocupada para salvar a vida dele... – Lizzy olhou para o chão, as lágrimas ainda rolando em seu rosto.

Severus, então, percebeu a mágoa da menina. Sentiu-se triste por ouvi-la falando com tanto desprezo do momento mais lindo que viveram juntos. Mas procurou entendê-la e somente disse:

– É melhor você ir descansar. Amanhã nos vemos, eu a ajudo a organizar o velório.

– Severus, eu não quero que você fale comigo amanhã. – Lizzy disse com firmeza.

Severus surpreendeu-se.

– O que disse, Elizabeth?

– Você me ouviu. Não quero que fale comigo. O que aconteceu hoje, não pode acontecer mais. Você tem a Bellatrix, e logo Eric estará de volta. Você não vai deixá-la e eu não quero magoar meu melhor amigo. Então, por favor, não me procure mais, vamos evitar que dias como o de hoje se repitam. – Lizzy dizia as palavras sem pestanejar, embora sentisse uma pontada de dor a cada uma delas.

Severus não sabia o que dizer. Sabia que Lizzy tinha razão. Mas não queria ficar longe dela. Não podia. Ainda assim, fez o que sempre fora obrigado a fazer. Guardou todo o seu amor dentro de si, fechando-o dentro da escuridão de seu coração. Olhou nos olhos de Lizzy e respondeu:

– Não se preocupe. Não a procurarei mais. Boa noite, Srta Elizabeth. – e virou-se, andando rapidamente para a sua sala.

Lizzy entrou em seus aposentos e foi direto para a sua cama, onde chorou com toda a força que podia. Não havia ninguém no quarto naquele momento, o que permitiu que Lizzy pudesse colocar para fora toda a sua tristeza, todo o seu sofrimento.

Snape sentia seu coração doer. Queria voltar, ficar perto de Elizabeth, mas sabia que não devia. “Apenas gostaria que ela não se sentisse tão culpada...” ele pensava. Assustou-se ao chegar às masmorras e abrir a porta de sua sala.

Bellatrix o esperava sentada em sua mesa. “Droga. Vivo me esquecendo de Bellatrix”. Não estava com paciência para conversas naquele momento. Só queria ir para seu quarto, dormir e esquecer as palavras duras que ouvira de sua amada.

– Bellatrix, eu estou muito cansado, só queria ir dormir e...

– Não vai nem mesmo me dizer um Feliz Natal, Severus? – ela parecia chateada.

– Sim, desculpe-me. Feliz Natal. – ele disse, sem ânimo.

Bellatrix sorriu e lhe deu um beijo nos lábios.

– Feliz Natal pra você também. – Tentou beijá-lo novamente, mas ele virou o rosto delicamente.

– Me desculpe, de verdade... Eu preciso realmente descansar. Amanhã nos vemos.

– Está bem. – ela concordou, já cansada de tentar algo que sabia que não iria acontecer. – Boa noite.

– Boa noite.

Bellatrix saiu da sala, somente então percebendo que Severus não perguntara a respeito do presente que ela tinha prometido ir comprar em Hogsmeade. “Melhor assim”, ela pensou. Esquecera-se do que tinha dito a Severus antes de sair e não comprara presente algum. Ela seguiu para seus aposentos, onde rapidamente adormeceu. Depois do dia que tivera, só queria descansar.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo teremos novidades.. Até lá!!



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