Homens também amam. Homens também choram. escrita por greenpanda


Capítulo 3
Capítulo três - decisão




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Dias se passaram. Carla havia sumido, me dado um gelo. Estava preocupado, mas não sabia como fazer isso mudar.

– Mande flores. Todas as mulheres adoram flores. - Disse Patrick, o padeiro. Por favor, tente pronunciar corretamente. Ele surta quando falam errado. É Pétrick. Essa é a pronúncia correta.

– Não, Patrick, acho muito comum. Queria apenas ter a certeza de que Júlia foi embora. Pra sempre, sabe?

– Sei, Luc, mas você ainda não tem certeza.

– É... vou pensar em uma coisa. Me ajude.

– Com certeza!

Acho que esqueci de mencionar que Patrick é gay. E, quando o conheci, comecei a ver que a opção sexual não atrapalha ninguém. E não é porque tenho um amigo gay, que sou também. As pessoas tendem a confundir as coisas. Então, por favor, não confunda.

Quando deu meu horário de almoço, liguei para Carla. Caixa postal. Droga, por que ela não me atende? Continuei ligando, ligando, ligando e...

– Alô? - A voz dela estava baixa.

– Meu amor, aconteceu alguma coisa?

– Lucas, eu... - Ela ficou em silêncio.

– Carla? Carla! Fala logo, o que houve?

– Eu vou embora, Lucas. - Ouvi a voz de choro dela.

– Embora? Pra onde? Onde você está, Carla?

– Não adianta, Lucas, não volto atrás da minha decisão.

– Onde você está, Carla? - Ouvi o barulho de um ônibus. - Rodoviária?

– Sim. Não venha, meu ônibus já está chegando.

– Me espere, por favor.

Fui correndo até a moto, liguei-a e fui até a rodoviária. Avistei Carla de longe e corri para o ônibus em que ela quase entrara. Segurei em sua cintura, abraçando-a por trás. Ela não podia ir, não podia.

– Por favor, não vai. - Supliquei, abraçando-a mais forte. Deixei uma lágrima rolar. - Você sabe que eu preciso de você.

– Não volto atrás, Lucas. Você vai ficar bem. Vou morar com minha tia. Ela está doente, então, minha prima pediu para que eu fosse.

Virei-a, olhei fixamente em seus olhos. Ela não queria chorar. Eu já chorava.

– Eu te amo. Preciso de você.

– Vou sentir sua falta, Luc.

– O que eu posso fazer para você ficar?

– Nada. Não ficarei. Talvez, um dia, eu volte. Mas agora... agora preciso ir.

Ela deu um beijo em meu rosto. Fiquei ali, vendo-a se afastar, entrar no ônibus e partir. Via seu rosto pela janela. Juro que vi uma lágrima descer. Quando o ônibus começou a sair, ela moveu os lábios. "Eu te amo". Foi só o que ela disse. E eu fiquei ali por vários segundos, até meu celular tocar.

– Alô?

– Lucas, corre pra padaria, agora! Tem uma moça querendo falar com você. - Era Patrick.

– Já estou indo. - Desliguei e fui devagar, ainda sem acreditar no que acabara de acontecer. Eu estava louco. Ou sonhando. Não sei o que era, mas não era real.

Cheguei na padaria e vi, com um vestido florido, rasteiras e os cabelos longos soltos, presos só em cima. Ela se virou.

– Lucas - começou a se aproximar -, vim pedir desculpa por aquele dia. - Ela não estava falando sério, não podia estar falando sério. - Realmente me senti mal. Queria te convidar para... sei lá, dar um passeio hoje a noite?

– Não dá, Júlia. - Passei direto por ela, segurando as lágrimas.

– Por que não, Lucas? Poxa, quero consertar as coisas.

– Não há o que consertar, Júlia. Agora, preciso voltar ao trabalho.

Corri para dentro e me encostei na mesa. Patrick veio logo atrás.

– O que aconteceu? - Ele estava realmente preocupado.

– Acabou, Patrick. Ela foi embora. - Senti uma lágrima rolar. - Ela simplesmente se foi.

Deixei as lágrimas caírem, uma a uma. Patrick me abraçou. Abracei-o forte e chorei ainda mais. Aquela história de que homem não chora é falsa. Eu senti toda água do meu corpo acabar, por chorar tanto. Ela se foi e levou uma boa parte de mim. E agora? O que eu faria? O que eu faria aos domingos? Ela me pediu para não estragar tudo mas, mesmo tentando não estragar, ela se foi. Por que ela desistiu tão rapidamente? Por quê? A resposta? Eu nunca poderia imaginar.


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