Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 35
Capítulo 35: Rumo ao desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Agora voltarei a atenção da história a Fallen.



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Amanhã seria o dia do meu aniversário, 16 anos e já estar grávida, pior, estar grávida por um deus.

Eu rezava para minha mãe como nunca antes. Nunca rezei para ela, agora que rezo sempre que posso nem mesmo uma carta de auto-apoio recebo.

Eu não sei o que estou fazendo com a minha vida, esta é a verdade. Não sei o que será dela, não sei o que farei com essa criança, não sei como sobreviverei com esta criança.

Bom, deixando o drama de lado. Meu pai comprou mais duas casas com o salário adiantado da estréia do filme. Uma em Long Island para “emergências”, falando que eu seria a responsável por aquele imóvel. Era um apartamento de soltei, somente um quarto, Loft Unique com terraço enorme. Casa de banho em suíte. Um enorme closet. Vista perfeita de Manhattan.

A outra casa era na Califórnia mesmo. Um apartamento de luxo no edifício The Setai, possui quatro quartos e quatro banheiros em cada um deles. Já veio decorado e custou 18.900.000 dólares.

Já era final da tarde no acampamento meio-sangue. Ainda não era verão e somente alguns campistas estavam no acampamento. Todos se dirigiam ao pavilhão, que agora já estava reformado e bem maior. Era um longo pavilhão ao ar livre enfeitado com colunas gregas brancas, tinha uma longa vista para o pôr do sol.

Uma chama intensa brotava e bruxuleava de uma fogueira ao final do pavilhão. Muitos faziam filas e despejavam a melhor porção da sua comida no fogo. Uma mulher sentava-se contente ao lado das chamas. Ela usava uma camisa xadrez vermelha com listras pretas e brancas. Calça jeans sob um macacão azul. Em sua cabeça um lenço cobrindo a cabeça para se proteger do sol. A mulher tinha cerca de 30 anos.

Voltei minha atenção a Mary que atacava um pedaço de bife como se não comece a dias.

-Por que estão jogando a comida nas chamas? –Perguntei-a.

-Uma oferenda. –Ela limpou os lábios com um guardanapo branco pérola.

-Para nossos pais? –Perguntei-a com um rosto meio sombrio.

-Sim. –Mary terminou de comer, mas deixou um pedaço mais macio de pão francês no prato. –Escolha a melhor porção de comida do seu prato e jogue ao fogo como oferenda. –Ela se levantou e entrou na fila.

Fiquei imersa em pensamentos de se iria queimar comida ou simplesmente ignorar minha mãe assim como ela tinha feito comigo esses dias.

Por fim vi Gabriela Alencastro se levantando da mesa de Hebe e saindo do pavilhão. Na mesma hora larguei a comida e a segui discretamente.

Gabbe estava a caminho da floresta de pinheiros, as florestas eram cheias de monstros fracos e ninfas. Andamos um pouco pelo escuro, eu quase tropeçava em algumas pedras cobertas de musgo. Gabriela seguiu um pouco a fora da fronteira mágica. Aquilo me perturbou um pouco. Pra que diabos ela sairia da fronteira? Por que ela sairia?

Tomei coragem e segui atrás dela para um pouco além dos limites da fronteira. Algumas ninfas acordaram surgindo de suas árvores, elas encaravam-nos com curiosidade, sussurravam coisas do tipo: Sim, eu sei, foi ela.

Eu estava tão envolvida em olhar em volta e prestar atenção no que as ninfas fuxicavam do que prestar atenção no motivo deu estar aqui.

Eu nem mesmo percebi que Gabbe havia parado de andar e acabei me esbarrando nela por falta de atenção.

-Ah... desculpe. –Abaixei a cabeça envergonhada por ela ter me descoberto a espionando.

Um brilho faiscou no ar, prata puro reluzindo transformando a noite em puro dia. Meus olhos se fecharam com tamanha luminosidade. De pouco em pouco foi abaixando e ouvi um pequeno rasgar de tecido.

Abri os olhos por curiosidade. Queria saber o que era aquilo. A roupa de Gabbe rasgou nas costas. Podia ver também dois finos e quase invisíveis rasgões nas costas de Gabriela. Seus olhos verdes mudaram de cor, estavam mais dourados brilhando como um posso de ouro em meio a um mar de esmeraldas verdes.

Os dois rasgões em suas costas expandiram lentamente em quanto algo plumoso e branco saia de lá. Lentamente uma pena quase translúcida se estendeu e foi aumentando de pouco em pouco. Asas prateadas surgiram abrindo-se e se expandindo no ar como uma vela de um navio ao vento.

Gabbe brilhava intensamente, radiava poder e luz divina. Literalmente parecia que a lua havia caído na terra e brilhava mais do que nunca. Suas asas eram as mais belas entre todos os anjos que eu já havia visto. Maiores do que o próprio corpo, tão largas como uma cortina, porém finas e graciosas como a mais pura seda do mundo. Ao encosto que ligava as asas até as costas era mais rosado num tom quase que violeta prateado.

-É hora de partir, Phi. –Até mesmo seu tom de voz estava mais doce do que antes.

-Você... você é o Arcanjo Gabriel! –Gritei apontando um dedo para sua direção.

-Sim, sou o arcanjo morto. –Ela fechou os olhos profundamente como se programasse em sua mente cada passo que daria. –O arcanjo que morreu protegendo outro. O mensageiro de Deus. –Quando voltou a abrir os olhos, eles brilhavam mais dourados do que nunca. Ela estava mudando, realmente mudando. Suas feições mais doces, até mesmo sua expressão ficava mais leve.

-C-como? –Seu brilho abaixou, pairou sobre seu corpo como uma fina camada de seda luminosa que ondulava ao vento. –Como pode ser um anjo e semideus?

-Nem mesmo eu entendo os planos Dela. –Gabbe levou a mão ao coração. –Depois da minha morte sobrou apenas o esquecimento, do próprio esquecimento eu reencarnei e voltei à vida.

-Isso não tem lógica.

-Você me vem com lógica logo em meio ao nosso mundo? –Ela sorriu sarcasticamente. –Olhe em volta, alguns meses isso aqui também não tinha lógica para você.

Ela tinha completa razão, não havia lógica no mundo em que eu vivia. No mundo a qual eu descobri pertencer.

-Aqueles anjos, na minha primeira captura a bandeira, aqueles anjos me chamaram de Gabbe...

-Sim. Eles acharam que você era eu. –Gabbe ajeitou sua franja loira para trás da orelha e mordeu o lábio inferior. –Eles estão me procurando a anos, depois de saberem sobre os arcanjos retornando a vida eles vinheram a minha procura.

-E por que eles acharam que eu era você?

-Eu escondi minha santidade na criança que surgiu após o meu nascimento. Você nasceu dia 3 de março. Eu nasci 28 de fevereiro. –Gabriela olhou para as estrelas a cima como se lembrasse do passado, não desta vida, mas sim de outra muito mais longínqua e estranha para qualquer um compreender. –Eu sabia o seu destino antes de cair de novo das estrelas. Minha santidade foi guardada logo após meu declínio á morte. Você nasceu depois de mim e quando levei você ao chalé de Hebe, peguei-a de volta.

-Então...

-O Trono escolheu-me para guiar você a seu papel.

-Porque esta fugindo dos outros anjos? –Perguntei-a.

-Eles não podem saber sobre os planos divinos. Não estes... –Gabriela encolheu os braços. –Eu choro por não poder vê-los, mas tenho de evitá-los até que a sua parte seja feita.

-E qual minha parte?

-É o que iremos descobrir. –Ela sorriu carinhosamente e maternamente para mim. –Nem mesmo Ela pode afirmar o futuro com todas as letras, mas o seu futuro foi escrito e eu estou aqui para garantir o seu sucesso.

-Não... –Recuei alguns passos me distanciando dela.

Percebi a multidão de ninfas aglomeradas nas árvores nos observando perplexas com o que viam. Muitas gritavam que o incêndio ia acontecer de novo.

-Não irei lhe fazer mau algum, criança. –Gabbe estendeu a mão para mim. –Você tem uma longa viagem a fazer e não conseguirá progredir sozinha, muito menos sem mim.

Os braços da anja pareciam cada vez mais convidativos. Era como um transe, uma droga que se infiltrava na minha mente.

-Venha. Experiente a grandeza de voar.

Aproximei-me dela em algum tipo de hipnose. Ela me atraia como um imã.

-E para onde vamos...?

-Vamos encontrar a nossa entrada para o paraíso.

Com um forte e gracioso abraço, Gabbe e eu saímos do chão com apenas uma batida de asas. 5 metros, 9 metros, 14 metros. A cada bater de asas só fazia aumentar a velocidade e a altura a qual nos distanciávamos do chão.

As nuvens nebulosas estavam frias em minha pele. Deixavam pequenas cutículas de água por onde tocavam.

Eu e Gabbe, duas “garotas” partindo rumo ao desconhecido. Seguindo para o inicio de uma jornada, seguindo para o inicio de mais uma estrada inexplorada.


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Notas finais do capítulo

Á muito ainda para vocês saberem sobre os tais anjos que vocês adoram. Á muito mais além da encarnação de Gabbe. Á muito mais além do mistério que envolve estes dois mundos.
Acompanhem atentamente os próximos capítulos para entenderem o plano de Gabbe.



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