People With Problems escrita por MrsHepburn, loliveira


Capítulo 15
Mack


Notas iniciais do capítulo

oie então fkjsdhfdksjhskjhksjfhksdfh eu fiz um pinterest board pra essa fic (e pra todas as minhas outras também) se vocês quiserem dar uma olhada nas imagens que tem lá é só ir em pinterest.com/wohotobias e clicar no board que vocês quiserem ver (o desse aqui é o último) e ver as imagens que eu uso como inspiração etc enfim, bye



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Não havia ninguém na terra mais surpresa que eu depois daquilo. Perry voltou para a estrada de chão em silêncio, e ligou o rádio quando estávamos no caminho da Orientação. Uma música que minha mãe sempre cantava estava no rádio, então eu comecei a cantar baixinho. Naquele momento, eu quis que minha mãe estivesse lá. Com a Mack, pra fazer tudo ficar melhor. Ela ainda ligava, mas não era a mesma coisa.

Chegamos em casa, e Mack corre para abrir a porta nós.

–Olá, Perry. Olá, vadia. -Dou um soquinho no seu ombro e ela desvia para um lado, depois para o outro, quando Perry entra na casa e vai até a cozinha, levando as coisas que a senhora Kowki pediu.

–O que você fez enquanto a gente estava fora? -Pergunto pra Mackenzie. Nunca tinha percebido o quanto ela cresceu nos últimos anos e como o cabelo dela é volumoso.

–Conversei com eles. -Ela dá de ombros.

–Sobre?

–Vai me mostrar o lugar? -Ela muda de assunto, e se acha que eu não percebi, está errada.

–Vou, me responde, Mack.

–Vou te responder, quando nós formos explorar esse lugar. -Ela olha pela janela. -Parece enooooorme.

–É enorme, vamos.

–Voltem antes do jantar! -A senhora Kowki diz. Saímos. Decido mostrar pra ela a praia que Kristin me levou primeiro. Quando estamos a uma distância considerável, pergunto de novo.

–Sobre o que vocês conversaram?

–Eles me contaram como as coisas aqui funcionam.

–Detalhes, idiota.

–Sobre os remédios. E as Conversações, e a ficha médica deles. -Ela diz, quietamente, como se isso a deixasse triste.

–Não é tão ruim quanto parece.

–Parece MUITO ruim.

–Não. Todo mundo aqui é gente normal. Eles só acontecem de ficar tristes demais de tempos em tempos. -Não acredito que estou falando isso. Não acredito que eu estou explicando pra minha irmã como eles são pessoas boas. Isso não se parece nada, nada com a Emerson de um mês atrás e eu não sei dizer se isso é bom. -Você vai ver. Amanhã vai ser legal.

Embora não tenha certeza. Ninguém falou nada sobre como o quatro de julho vai ser e ninguém parece muito animado também. Provavelmente a senhora Kowki vai fazer uma das suas comidas deliciosas então vai ser legal, e depois vamos soltar fogos de artifício e podemos ir pro rio ou algo assim. É surpreendente o tanto de coisas que podemos fazer num lugar tão grande como esse.

Levo ela para a praia, e ela fica de queixo caído. As ondas ao longe estão mais fortes e batem com mais violência nas ilhas/montanhas do outro lado, sem contar a visão da cachoeira acima. O céu está aberto e o sol está fechando com chave de ouro a paisagem.

–Eu quero morar aqui. -Ela diz, e eu rio.

Depois, quando a gente volta, Chris nos leva para um lugar que eu nunca fui. É meio tarde, o sol já está se pondo, mas a lua lá em cima deixa tudo mais bonito. Ele nos leva para ver uma caverna. Ouvi falar dela. Danny e Dover já vieram, e Danny me contou um dia, quando a gente teve que lavar os pratos juntos, mas nada se compara a vê-la ao vivo. A entrada é enorme, e fácil de ser acessada. É visível, então não temos que nos abaixar muito pra entrar. Rose fica com medo e vai mais perto de Chris, Mack fica com medo e vem mais perto de mim, assim como Danny e Kristin. Perry está com Dover, mas olho sem graça pra ele e quando ele encontra meu olhar, faço um movimento com a cabeça como se dissesse "vem pra cá" e os dois vem. Perry está do meu outro lado, mas não falo nada.

Chris liga a lanterna e conseguimos ver toda a extensão da caverna.

–Puta merda... -Deixo escapar e Mack me dá um tapa. Olho feio pra ela, mas depois já volto a atenção para a vista na minha frente. Estamos a uns dois metros da caída, e lá embaixo deve ser enorme. Do outro lado da caverna também tem um paredão onde dá pra andar, e no meio do buraco tem uma mini ponte, mas ninguém tem coragem de atravessar.

–Isso é muito legal. -Mack comenta, sonhadora, passando o dedo pelas estalagmites espalhadas e eu encaro aquilo, desejando ter memória fotográfica pra lembrar dos mínimos detalhes desse momento pra sempre. É tão bonito que eu podia chorar.

–Achamos faz uns dois anos. Estava na propriedade de um velho morador, mas quando ele morreu compramos o terreno e isso veio junto.

–É seguro? -Danny pergunta e eu dou um empurrão nele, pegando no seu pé.

–É. Só não passem pra lá. -Ele aponta pro buraco e pra ponte. Visto minha jaqueta jeans porque está muito mais frio aqui, e então vou lá pra fora. Não pra fora mesmo, mas pra entrada da caverna, e a lua está lá. Pela primeira vez na vida, eu não estou incomodada pelo silêncio enorme que está aqui. Pela calma. Porque agora eu tenho a sensação de que nada de ruim vai acontecer, ou talvez seja Mack. Ela sempre me deu mais força. Mas também parece que eu estou melhor. Provavelmente é só hoje que eu acordei bem, e amanhã vai ser uma porcaria e vou passar o dia chorando como faço as vezes, e vão ser obrigados a me dar remédios, mas hoje eu me sinto melhor. Forte. Isso também faz com que eu me sinta mais animada com minha missão secreta de melhorar. Ser uma pessoa melhor e não uma idiota com todo mundo. Tenho uma ânsia de falar com Perry. Ainda me sinto culpada por aquelas coisas, e mesmo que ele tenha me dado chocolate, eu sei que as palavras podem ficar presas em uma pessoa por mais tempo que elas gostariam. Felizmente, quando me viro, ele está perto. Mais perto de mim do que dos outros, embora esteja olhando para a direção deles.

–Perry. -Chamo, e ele se vira. Me sinto intimidada de novo e esqueço que tenho que falar alguma coisa, mas então ele arqueia uma sobrancelha e eu lembro do meu objetivo. -Você pode... hm.... vir aqui? -Não quero os outros ouvindo o que eu vou dizer, porque acho que isso é um assunto bem pessoal dele. Ele vem, e mantém uma distância considerável entre nós dois. Mas o suficiente para que eu possa falar baixinho e ninguém exceto ele escutar.

–O quê? -Ele diz, rápido. Tenho que contar até três antes de abrir a boca, esperando a raiva momentânea passar.

–Eu quero pedir desculpas. -Ele me dá um sorriso babaca, mas os seus olhos parecem tristes.

–Tá, tchau. -E ele se vira de novo então eu fico ali, embasbacada, me perguntando o que acabou de acontecer. Ainda estou assim quando ele se vira de novo. Eu levanto os olhos até os dele, depois mais que rapidamente eu olho para fora de novo, me sentindo meio humilhada.

–Eu desculpo você. -Eu só escuto sua voz atrás de mim. Faço um sinal de positivo sem me virar. Não posso chorar.

Não. Posso. Chorar.

Pense em Mack.

–Foi mal. -Ele volta a dizer e sua voz parece meio desesperada, meio confusa. Não consigo mesmo entender.

–Sem problemas. -Não sei porque ele disse aquilo e nem porque respondi. Continuo olhando pra lua. Até ele aparecer do meu lado. Puxa o seu moletom pra baixo e bota as mãos na calça jeans. Reparo no moletom. Tem um Perry, o ornitorrinco nele. Tento prender a risada, mas ela sai de qualquer jeito. Ele sabe do que eu estou rindo porque dá um sorrisinho, e olha rápido pra mim. Quando volto ao normal, ficamos sérios de novo.

–Emerson, será que se eu der um soco em você eles me deixam ficar? -Mackenzie grita lá de dentro. Não me viro, mas grito de volta.

–Vai sonhando, mana. Sou mais problemática que você. -Não acredito que estou fazendo piada disso. É uma evolução. Me sinto tão feliz que podia abraçar o Perry agora.

Mas eu não faço.

Óbvio. Ele ia me jogar lá dentro da caverna.

Me contento em abrir um sorriso, olhando pra floresta abaixo de nós. Tento segurar, mas ele fica cada vez maior. As coisas parecem tão... boas.

Olho pra Perry. Ele está olhando pra mim. Não consigo decifrar sua expressão, mas eu não ligo.

Eu nem me importo com o fato de que ele está olhando pra mim. Sorrio pra ele, me sentindo muito idiota, mas eu também não ligo. Não espero pra ver se ele sorri de volta. Olho pra frente de novo. Por dentro, eu estou rindo de mim mesma. Deve mesmo ter algo errado na cabeça. Mas eu me sinto tão bem, principalmente quando Mack vem do meu outro lado e me abraça que ao invés de rir, eu começo a chorar.

Lágrimas de felicidade.


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Notas finais do capítulo

o que vcs acham?