So Cold escrita por Kelly


Capítulo 4
Familia // Amizade


Notas iniciais do capítulo

Novo capitulo , gente linda :))
Comentem e acompanhem , porque tenho me esforçado mesmo a valer, embora este seja mais pequeno (lamento) :b

Como sempre, Kiss ♥



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Anteriormente em So Cold :

A Alexia sentia como se nada mais valesse a pena. Foi a primeira a perceber que as teclas pretas também dão musica.

Doí-lhe muito, tanto que parecia nem doer tanto assim, como se a dor produzisse anestesia sobre ela própria.

Ela não era mais a mesma. Sentia uma parte de si desmoronando por dentro.

Naquela noite deitou-se na cama e chorou até estar acabada, ao mesmo tempo em que se certificava de que ninguém a ouvia. E de repente lembrou-se que ninguém a iria ouvir, mesmo, porque todos que moravam com ela estão mortos. E por um instante desejou que a ouvissem, se isso fosse necessário, mas que apenas estivessem vivos.

Atualmente em So Cold:

~dia seguinte, Sábado~


Pov. Allison

Acordei com a luz a bater-me no rosto. Levantei-me a contra-gosto e olhei-me ao espelho, não podia estar pior.

Depois de saber de ontem, sobre os pais da Alexia, chorei por ela e por eles, por nós.

Fiz a minha higiene e vesti-me. Sentei-me na cama , quando bateram à porta.

-Entre... - sussurrei e a porta abriu-se revelando o meu pai.

-Como estás? - perguntou ele, preocupado, parando à minha frente.

-Mal, mas acredito que a Lexi está bem pior.- respondi eu.

-Podes ir ver como ela está? Deve estar a precisar de uma grande amiga. - pediu o Chris e eu assenti.

Beijei-lhe o rosto e saí do quarto. Peguei na chave em cima da mesa de centro que dizia "ASHFORD" e fui até casa da Alexia.

Abri a porta e entrei. A casa já me era familiar, então subi as escadas caracol e entrei no quarto dela.
Ela estava deitada , a olhar para o teto, enquanto as lágrimas lhe escorriam pelo rosto. Aproximei-me e deitei-me ao pé dela, suspirando, e de seguida abracei-a.

Não foram precisas palavras de consolo, porque eu deixei-me tomar pela dor dela durante o resto do dia.

Como se fossemos uma só. Como se fossemos ... um só coração. Acabei por dormir com ela de Sábado para Domingo avisando os meus pais. Não trocamos nem uma palavra só choramos, abraçadas... unidas.

~dia seguinte, Domingo~

Pov.Alexia

Acordei com o som de um telemóvel , se bem que não era o meu,  a Allison também acordou e pegou o telemóvel que estava na mesa de cabeceira , atendendo.

-Bom dia... - falou ela e esperou que a pessoa do outro lado falasse e depois olhou para mim, com o olhar triste.

-Com os meus pais e eles estão a tratar disso, Scott. - informou ela e esperou novamente por uma resposta.

Enquanto ela falava ao telemóvel, levantei-me e fui tomar um duche, eu estava horrível e percebi que me doía tudo, como se tivesse levado uma tareia daquelas , e levei , uma tareia da vida.

Vesti-me , já no quarto, e a Allison também já estava vestida. Beijou-me a testa e eu perguntei:

-Era o Scott? - ela assentiu e depois acrescentou:

-E o meu pai ligou a seguir a dizer para arrumarmos as tuas coisas. - olhou-me com pena, eu ignorei e apenas assenti.

Levamos a tarde toda a arrumar as minhas coisas e a leva-las para casa da Allison, visto que eu ía ficar num quarto ao lado do dela, e arruma-las lá.

Os pais dela combinaram de tratar de tudo do meu pai  e da minha mãe. Estou agora a entrar no Pc, no meu... novo quarto, na minha nova casa. Abanei a cabeça tentando tirar esses pensamentos da minha cabeça e entrei no Skype, onde recebi um pedido de vídeo-chat. Aceitei e apareceu a imagem de um Stiles sorridente, com um Scott triste ao lado.

-Olá - saudei eu e acenei para a camara.

-Então, como estás? - perguntou o Stiles e o Scott deu-lhe um tapa na cabeça , o que me fez quase rir.

- Vou ficar bem, não se preocupem rapazes. E obrigada pelo que fizeram na sexta. - disse eu e sorri tristemente.

-Qualquer coisa, sabes que as nossas casas estão à tua disposição, certo? - perguntou o Scott e eu assenti.

Bateram à porta e eu mandei entrar. Entrou o Chris, pai da Allison .

-Que estás a fazer querida? - perguntou ele, e sorriu.

-A falar com eles. - respondi apontando para o Pc e ele aproximou-se vendo o Scott e o Stiles - Não é meninos?

-Olá, Sr. Argent. - disse o Stiles e o Scott apenas baixou a cabeça.

-Olá, Stiles. - disse o Chris de volta, depois olhou para mim e acrescentou - Tá na hora de irmos ter a tal conversa.

-Está bem. - respondi e depois virei-me para o Pc - Tchau Stiles. Tchau Scott. - e mandei-lhes um beijo.

-Tchau Lexi. - disseram os dois ao mesmo tempo e depois desligamos o Skype.

É verdade, já nem me lembrava, desta conversa com a familia Argent.

Fechei o computador e desci para a sala , onde estavam todos reunidos. Sentei-me ao pé da Allison, no sofá pequeno , os pais dela mais o avô estavam no sofá grande.

-Temos coisas para contar, verdades... - avisou o Gerard , com a voz sombria.

-Sobre a nossa familia. - completou a Victoria, olhando-nos.

Algo me dizia que eu não queria saber, ouvir, escutar ou qualquer coisa. Eu queria ir embora daqui, sumir.

Senti a mão da Allison na minha e apertei-a, passando força e ela fez o mesmo para mim.

-Nós conhecemos os teus pais à muito tempo e confiávamos muito neles. - disse o Chris , com um olhar de pesar. Enquanto eu já podia sentir as lagrimas a escorrerem-me pela cara. Então a força na minha mão intensificou-se.

-Tu tinhas meses , Allison , quando a tua mãe descobriu estar gravida. - explicou o Gerard e a Victoria assentiu.

Esta foi a minha vez de apertar a mão da Allison com força, muita força. Podia sentir a dor dela, uma grande dor.

-A gravidez era de risco, então ela teve de ficar sob vigia constante. Então tu e o teu pai mudaram de cidade e a tua mãe oi a seguir de nascer a bebé. - explicou Gerard , novamente. A Allison tomou consciência e perguntou, com a voz tremula :

-E o bebé ? - eles olharam-se e o Chris continuou a explicação do Gerard:

-Foi dada a uma familia amiga, em que confiávamos muito. Não podíamos ficar com ela, mas sempre ficamos a par da sua vida, da sua felicidade. - eu olhei para a Allison , que tinha uma expressão de choque.

-Está viva ? - perguntou ela , com medo e apertei-lhe mais a mão.

- Sim... - sussurrou a Victoria, pela primeira vez.

A Allison olhou para mim chocada e eu abracei-a. Também estava em choque. Ela estava a chorar perto do meu ouvido e a voz de Chris soou:

-Queres saber que familia, filha? - ela largou um soluço e eu apertei-a com força.

 -Diz-lhe que sim... - sussurrou-me ela ao ouvido.

-Ela diz que sim. - falei eu, com pena. Mas eu estava com medo da resposta , por ela.

-Foi aos Ashford... - falou o Gerard.

Eu gelei. Deixei de fazer força na Allison e ela repetiu o meu gesto. Largamo-nos, mas passamos a nos olhar com os olhos arregalados. Naquele momento permiti as lagrimas escorrerem sem fim.

-São irmãs! - exclamou o avô, da Allison  e meu... como se estivesse a avisar que amanha ía chover.

-Vamos dar-lhes espaço... - pediu a Victoria e todos sumiram para o andar de cima.

Eu levantei-me do sofá e comecei a recuar para trás.

-Nãooooooo... - sussurrei eu e a Allison levantou-se. Veio até mim e disse:

-Irmãs? Nós somos irmãs. - eu olhei a em choque .

E lembrei-me de uma coisa que a minha mãe sempre dizia "que todas as verdades são fáceis de entender depois que são descobertas, o difícil é descobri-las" , mas é mentira. Não é fácil entender.

As lágrimas cegavam-me, e a dor que sentia no coração era nova, era uma mistura da dor de ter perdido os pais e da dor de descobrir que toda a sua vida foi mentira. Pois nunca possuí até então coisa alguma por qual valesse a pena chorar tanto, mas tanto.

Quando dei por mim estava de joelhas no chão e a Allison estava a abraçar-me.

-Desculpa. - pediu ela, sussurrando.

-Pelo quê?- perguntei tentando compor-me.

-Por não teres sido parte da familia. - respondeu ela.

-Algo me diz que eu não queria. - disse, desconfiada - Vocês são estranhos.

-Talvez, tenhas razão, Lexi. - concordou ela e riu. Abraçamo-nos.

-Sabes que isto - disse eu apontando para a nossa volta - Vai demorar a habituar-me.

-Ajuda? - perguntou ela.  Eu assenti. Levantamo-nos e posso jurar que dói menos, muito menos. Mas está lá e não vai desaparecer.

Só acho que fiquei forte o suficiente para suportar a perda. E a dor.

Fomos até ao escritório do Chris e batemos.

-Entre... - sussurrou a voz e nós abrimos a porta, de mãos dadas e olhos vermelhos, e entramos, fechando a porta.

-Porquê contar agora? - perguntei.

-Porque a partir de agora as coisas vão se complicar e à coisas sobre a nossa familia que não precisas de saber. Nós queremos te proteger. - explicou ele e nós assentimos. ~- Vamos tratar de tudo para te tornares parte desta familia, em todos os aspetos, ok meninas?

-Está bem. - dissemos as duas e saímos do escritório.

-De qualquer maneira já te considerava uma irmã. - falou ela e eu sorri.

-Digo o mesmo. - falei de volta, e olhei para as nossas mãos.

Passamos a tarde a conversar, para nos conhecer-mos como irmãs, e a chorar , compartilhando as dores que sentimos.

À noite jantamos, quase que em silencio exceto pelos comentários desagradáveis de Gerard, e depois retiramo-nos para o meu novo quarto.

-Estou cansada e amanha temos escola. - disse eu , e ela percebeu o que eu queria dizer, não ia ser fácil.

-Certo. Queres que fique contigo esta noite, também? - perguntou ela, e sorriu tristemente.

-Se faz favor. - pedi e ela assentiu.

Vestimos o pijama e deitamo-nos na cama.

-Boa-noite. - dissemos e eu apaguei.

~dia seguinte, Segunda-feira~

Acordamos já atrasadas, e tivemos de nos vestir e fazer a higiene à pressa.

Despedimo-nos de todos e fomos no carro da Allison para a escola.

Chegamos, e ainda não tínhamos entrado. Fomos até aos cacifos.

-Lamento imenso. - disse Lydia, enquanto me abraçava.

-Nem fazes ideia. - sussurrei para mim mesma, quando ela me largou. Assenti para ela.

-É melhor irmos. - disse a Allison, sorrindo tristemente para mim.

Fomos juntas para a sala, porque tinha tocado , e senta-mo-nos.

-Alexia - chamou o Scott, ao meu lado, eu olhei - Estás bem?

-Mais ou menos... - respondi e sorri triste , e ele também. -Mas não te preocupes.

-Menina Alexia... - exclamou uma voz conhecida e depois completou -  se tem algo para dizer ao Scott, diga lá fora.

Eu fiquei chocada, e olhei na direção da voz, era a Victoria , a minha mãe , a nossa mãe.

-Sou a professora substituta. - declarou ela e eu olhei para a Allison com o olhar de "DESDE QUANDO ELA É PROFESSORA?" , ela apenas encolheu os ombros e eu voltei a mandar-lhe o olhar.

-Alexia Argent! - chamou a "professora" e eu arregalei os olhos , voltei a olhar para ela , que sorriu, e acrescentou - Por favor tome atenção!

Todos ali começaram a sussurrar, certamente, sobre mim e eu olhei para a Allison, antes de levantar-me e sair da sala.

Corri pelo corredor , até esbarrar em alguém.

-Lexi! - exclamou a Erica - Estás bem?

-Estou ótima. - respondi eu e ela contrariou-me dizendo :

-É isso que todos dizem. - eu sorri triste e ela guiou-me até à casa de banho. - Conta-me.

-Sou irmã da Allison. - contei eu e ela arregalou os olhos. Algo me dizia que havia um motivo maior por detrás disto que a fazia ter... medo? - Queres a historia?

-Acho que certas histórias não precisam ser contadas. - disse ela e sorriu , a medo.

-Que foi? - perguntei - Sei que és estranho, mas...

-Só promete-me que aconteça o que acontecer, descubras o que descobrires, não vamos deixar de ser amigas? - perguntou ela e eu assenti.

-Prometo, infinito e mais além , Erica. - concordei eu e abraçamo-nos.

Eu entendi que ela era uma amiga para o resto da minha vida. Que eu protegê-la-ia de tudo que a pusesse em perigo, que eu punha as minhas mãos no fogo por ela. Que eu dava a minha vida em troca da sua felicidade.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado gente maravilhosa :))
Quero muitas Reviews , está bem? :b

Como sempre,
Kiss ♥



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