The Powerful escrita por rafa_s


Capítulo 31
Capítulo 29: O outro lado da moeda.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/40458/chapter/31

Chocada era pouco pra definir meu estado. Essa história era insana e trágica. Claro que ela sairia de suicida, quem iria acreditar que foi um fantasma perturbado que a matou?

Mas uma coisa não se encaixava. Se foram sete anos depois, então não era o ano do portal e, supostamente, eles não tinham poder nesse ano. Antes que eu falasse, ela já me respondia.

- É, não era o ano certo, mas alguém guardou energia pra ele – ela disse nos olhando. – Sempre pra alguém ser herói, tem que haver um vilão.

- Fantasmas já não são vilões o bastante? – Edward perguntou chocado, o que me fez rir.

- Ed, até no gasparzinho tem vilões que não sejam os tios dele – abri um sorriso.

- Mas eles nem são tão vilões assim e…

A discussão acabou, pois Dorothy ria descontroladamente. Fiquei com vontade de mandá-la ter modos, afinal ela era uma senhora.

- Vocês são tão divertidos – disse docemente. Será que existe drogas, ou algum tipo de bebida alcoólica para fantasmas?

- Bem, vamos acordar – e bateu palma.

No mesmo segundo eu estava acordando, na sala escondida, ao lado de Edward. Levantei a cabeça e olhei em volta. Nem sinal de Dorothy. Ed fez o mesmo e depois me encarou confuso.

- Isso não foi real – eu disse e seus olhos estreitaram. – Ou foi? – perguntei confusa.

- Mesmo sendo surreal, aconteceu – levantou. – Vamos subir, Bella – me estendeu a mão.

A segurei e fomos pro quarto. O trajeto seguiu sem nenhuma palavra. Minhas mãos suavam frio e Edward tinha feições estranhas estampadas no rosto. Quando ele fechou o armário eu logo o abracei. Primeiro levou um susto, mas correspondeu ao abraço – que ganhava mais intensidade conforme os segundos iam passando.

- Não se preocupe, Ed – eu disse no seu ouvido, apoiada nas pontas dos pés. – Nós vamos ficar bem – tentei confortar. – É mais forte que a gente, se lembra?

Senti seu hálito quente bater contra o meu cabelo – sinal que ganhei um sorriso. Me afastei um pouco, firmando os pés no chão, e o encarei.

- Eu te amo muito, Bella – seus olhos verdes brilhavam com intensidade. Me perdi no olhar, eu não conseguia pensar em mais nada durante aqueles segundos.

Ele segurou meu queixo e levantou meu rosto até que meus olhos ficassem fixos em suas esmeraldas. Mordi o lábio e imediatamente ele sorriu pro gesto infantil.

- Você sabe disso né? – Me fitou sério, como um pai querendo saber se o filho aprendeu, ou não, a lição.

- Sim, meu amor – fiz uma careta no final, ganhando um abraço apertado.

E lá se foi a tarde. Durante um tempo nós realmente tentamos treinar alguma coisa. Mas bastava um toque pros nossos corpos ferverem e nos atracarmos como búfalos no cio. Só pausamos pro almoço.

Me senti uma delinquente, quando bateram na porta e ficamos quietos, suados e conectados, fingindo que não tinha ninguém no quarto. Depois da segunda vez que bateram na porta e fizemos silêncio – controlando gargalhadas, - fiquei imaginando como Mike conseguira entrar no meu quarto a um tempo atrás. Imagina a cara do garoto se fosse entrar escondido aqui agora, e pegasse eu e Edward no ato.

Olhei pro homem ao meu lado e meu coração se encheu de amor. Tinha uma expressão relaxada e serena, estava deitado de barriga pra baixo e todo esparramado pela cama. Sua calça de pijama era visível jogado em cima de uma cadeira. A única coisa que cobria Edward era sua coberta, que estava da cintura pra baixo. Não resisti a passar os dedos pelo seu cabelo bronze e macio, que ainda estava meio molhado.

Edward se mexeu um pouco e depois me mirou com o rosto amassado do sono.

- Linda – disse sorrindo e bocejando logo em seguida. – Por que você ta longe? – disse manhoso e me pegou pela cintura, juntando meu corpo ao seu. – Vamos dormir mais. Deixa seu lençol pra lá – puxou o pano. Seus olhos arregalaram ao ver que nada mais me cobria. Um sorriso safado surgiu. – Bem, podemos dormir mais tarde. O que acha?

Por mais que eu quisesse aquilo, eu tinha que dar um tempo. Era fato que eu não havia tido uma evolução tão boa quanto meus amigos. Reuni forças e neguei com a cabeça. Ele me fitou confuso, e então me pareceu triste.

- Ed, você sabe que temos tempo limitado até eu precisar usar isso – levantei a mão com o anel. – Eu tenho que estar pronta.

- Tudo bem – ele se sentou também. – Só vou tomar um banho e nós descemos – ele se levantou deixando a coberta cair na cama e foi andando até o banheiro.

Meus olhos seguiam a cena que parecia em câmera lenta. Mesmo não estando muito claro eu podia ver cada músculo das costas dele, e também a melhor parte se movimentando suavemente conforme ele andava.

- Ed – se virou assim que escutou o nome. – Podemos colocar o plano em prática depois do banho? – não sei da onde as palavras surgiram, mas com ele tudo era mais fácil.

Edward levantou uma sobrancelha enquanto me lançava um sorriso safado. Sem dizer nada, entrou no banheiro e deixou a porta aberta. Sem ao menos mandar, o meu corpo se movia em direção a ele. O nosso banho só se tornou um banho depois de vinte minutos – quando Edward disse que faltava pouco pra acabarem as atividades dos outros.

Nos arrumamos com roupas confortáveis; tênis e calça jeans. Na praia ele se distanciou de mim e pediu pra que eu tentasse envolvê-lo no escudo. Ele saberia que eu havia conseguido quando ouvisse meus pensamentos. Começou com cinco passos.

Àquela distância não me parecia muito difícil. “Oi Ed” pensei sorrindo. Ele riu, me deu um beijinho e depois deu dez passos. “Mais, pelo amor de Deus” revirei os olhos. O sorriso torto foi lançado pra mim.

- Ah, Senhora Eu–Protejo–a–China-daqui – disse com uma voz engraçada. – Já que você alcança Marte – revirou os olhos vindo em minha direção, - deixe eu tentar uma coisa.

Quando chegou a meio passo de mim, sorriu e beijou a ponta do meu nariz. Depois segurou uma das minhas mãos.

- Me envolve – pediu animado.

“Você sabe que está ridiculamente perto, certo?” pensei ao expandir o escudo.

Ele riu “Eu sei.”

“Então porque raios…” larguei minha mão da dele com a cara espantada.

Soltou uma gargalhada gostosa.

- Nossa – disse admirada. – Você melhorou mesmo.

- É, mas não funciona tão fácil assim com ninguém – ele deu de ombros. – Tive que dar um abraço apertado em Jasper pra conseguir responde-lo – fez uma careta.

- Mas o que é que tem? – perguntei.

- Nada. Mas voltemos ao treino – mudou de assunto.

Bom, estava na cara que alguma coisa aconteceu. Se ele não iria me contar, eu sabia exatamente a quem recorrer. Alguém que nunca perderia qual quer momento constrangedor de ninguém. Emmett.

Treinamos até a hora da janta e Edward não tocou mais no assunto. Durante a refeição Alice me mostrou um papel, com as longas letras da Sra. Glow, que pedia para que nós a encontrássemos às dez horas no meu quarto.

Dez pras dez nós seis já esperávamos, impacientemente, Shamira chegar. Emmett andava de um lado pro outro e Alice seguia seus movimentos. Sim, ela estava tipo uma “sombra” dele. Eu achei bem engraçado e acho que os outros também, pois os outros três tinham uma mão, discretamente, tampando a boca.

- Oba – Alice gritou, e agilmente deu um passo pro lado, Emmett já ia trombar com ela.

Toc. Toc.

Depois de recebermos a Glow, fomos direto pra central. Ela estava meio ansiosa, o que nos deixou ainda mais inquietos. Quando todos estavam em seus devidos lugares, ela começou a falar.

- Não posso me demorar muito, então sem delongas irei direto ao assunto – declarou. – Primeiro; lendo o diário eu soube que sempre tem um escolhido do lado deles – olhou pra todos.

Eu e Edward não estávamos surpresos. Dorothy já havia dado uma pista sobre isso. Os outros pareciam amedrontados com a declaração.

- Outra coisa, e essa descobri ontem a noite, é que a proteção do portal é formada a partir da junção dos poderes de todos vocês, aí…

Emmett saltou da cadeira.

- E aí, “Pela união dos seus poderes, eu sou o capitão planeta” – um braço estava estendido em punhos no ar.

- Vai planeta – gritamos em coro fazendo o mesmo gesto.

Nos encaramos e caímos na gargalhada. Sim, somos um grupo de palhaços infantis e retardados.

- Vocês são bastante perturbados, sabiam? – A Sra. Glow ria enquanto limpava os óculos em um paninho. – Bom, é só isso que eu tenho a dizer. Espero que vocês sejam cautelosos. O representante do “outro lado” pode ser qual quer um.

(…)

- Ed, quem você acha que é? – perguntei sentindo o carinho dele em minhas costas nua.

- Não sei – suspirou. – Mas nós vamos ficar bem, pode ficar tranquila.

Virei minha cabeça pra encará-lo. Ele me fitava com os olhos brilhantes e repletos de ternura. Se eu pedisse um homem perfeito, ele não chegaria aos pés de Edward Cullen.

- Vem – me puxou pra perto dele, formando uma conchinha. – Já são… - olhou o relógio. – Duas e meia. Vamos dormir.

Virei pra dar um beijo nele, e em seguida me aconcheguei em seu corpo musculoso, me sentindo em casa.

- Gostosa – murmurei em resposta, - por via das dúvidas, se alguém bater na porta amanhã, forme um escudo bem forte – senti sua respiração quente em minha nuca, me indicando um sorriso.

E foi assim que eu dormi, após uma noite maravilhosa. Sonhei com ele a noite inteira e acordei sentindo algo molhado na minha bochecha.

- Acorda, Bellinha – Alice?

Abri os olhos e dei de cara com a minha irmã praticamente em cima de mim me dando beijinhos. Virei pro lado e Edward tinha a coberta esticada até o pescoço.

- Eu tenho novidades – disse alegre. Parecia nem perceber a falta de roupa dos habitantes da cama. – Mamãe vem nos visitar – subiu na cama e ficou pulando alegremente.

Ed tinha os olhos arregalados pra mim. Primeiro achei que fosse pela Alice pulando enquanto estávamos deitados na cama como viemos ao mundo – acho que em parte era. Mas depois processei o recado e minha mãe vinha nos ver?

- AAAAAHH – gritei empolgada batendo palmas.

- AAAAAHH – Alice tampou os olhos. – Coloque uma roupa, Dona Bellinha.

Edward gargalhou enquanto eu ruborizava.

- Ah, até parece que você nunca viu isso – revirei os olhos. – Você é minha irmãzinha, e sempre tomávamos banho juntas – puxei a coberta me cobrindo novamente.

- É, mas nunca teve um homem nu no meio – apontou pra Edward, que imediatamente parou de rir e enfiou a cabeça em baixo das cobertas.

- Ei. Como você entrou aqui? – olhei pra porta que parecia em perfeito estado.

- Esme me deu a outra chave. Eu queria contar a novidade – sorriu mostrando suas covinhas fofas. – Ela vem passar o domingo aqui. Terá um desfile em Londres amanhã e no domingo mesmo volta pra NY.

Sorri. Reneé é a mãe mais legal que eu conheço. Quando éramos pequenas ela contrabandeava balas pro nosso quarto, sem que Charlie soubesse, fazia as melhores festas de aniversário, tinha sempre convites VIP pras boates mais badaladas e por aí vai. De acordo com a nossa idade, ela sempre arrumava as coisas certas pra gente.

- Uh – deu um sorriso sacana. – Edward vai conhecer a sogrinha lálálálá – cantarolou, fazendo com que eu revirasse os olhos.

- Chispa daqui Allie – fiz um gesto com a mão mandando-a ir embora. – Deixa a gente se arrumar.

Ela saiu da cama e veio me dar um beijinho estalado. Depois saltitou e cantarolou em direção a porta – fechando-a logo em seguida.

- Sua irmã é bem insana – Ed disse divertido, me puxando pra um abraço.

- É sim – me aconcheguei, respirando profundamente o seu perfume e fechei os olhos.

Tomamos banho – separados – e nos vestimos para o café. Faltavam 15 minutos. Edward chegou perto de mim e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e, olhando em meus olhos, abriu o meu sorriso preferido.

- Eu sou tão sortudo – me pegou pela cintura e me rodou no ar. – Eu vou me casar com você um dia, sabe? – disse despreocupado me colocando no chão e me arrastando pra fora do quarto. – E eu espero mesmo que nossos filhos tenham seus olhos – sorriu ao bater a porta.

Meu coração estava acelerado, e eu podia sentir lágrimas brotando. Por um impulso abracei Edward forte, prendendo seus braços e fiquei ali. Meu peito explodia de felicidade. Sabe, não é qual quer dia que o homem da sua vida diz que quer ser seu marido, e ainda fala sobre filhos.

Edward soltou um braço de cada vez e me abraçou, fazendo carinho em meus cabelos. Depois de algum tempo, que pareceu cedo demais, ele nos separou e me encarou. Com os lábios limpou vagarosamente minhas lágrimas.

- Não era pra você chorar – disse meio arrependido. – Se eu te assustei…

Não o deixei continuar. Dei um beijo totalmente apaixonado nele. Até parece que eu não iria gostar! Qual quer menina, em sã consciência, no meu lugar amaria. Suas mãos apertaram mais forte a minha cintura, enquanto eu passava minhas mãos pelo seu peitoral e enlaçava seu pescoço.

Ele se afastou meio ofegante.

- Sabe eu adoraria continuar isso, mas nós temos mesmo que descer – Edward disse passando a mão no cabelo, bagunçando-os ainda mais.

Eu sorri, o abracei pela cintura e o guiei até as escadas. Eu sentia ser a pessoa mais feliz do mundo. Isso me fez ficar tensa, pelo o que a Dorothy disse, o tal Dr. não gostaria muito disso. Forcei a minha barreira envolvendo Edward. Agora sim eu estaria tranquila. Sorri pra ele, que retribuiu.

- Ae – gritou Emmett, chamando a atenção de todos presentes a mesa. – Achei que não iam sair daquele quarto.

Nessa hora eu tinha dois desejos. Ser engolida pelo chão e matar Emmett enforcado com minhas próprias mãos. Os presentes à mesa começaram a rir – com exceção de umas figuras como; Mike, Victória e seu bando e James. Meu rosto estava quente. Edward me apertou contra seu corpo e começou a caminhar rápido em direção aos nossos assentos.

- Você poderia ser mais discreto? – indagou o irmão com uma voz irritada. – Olha a cor da Bella – e os meus amigos olharam pra mim. Me senti um ratinho de laboratório no meio da experiência.

- Ei, parem de me encarar e vamos tomar café – falei estressada.

Enquanto eu aproveitava um misto-quente delicioso o clima foi amenizando. Até que ouvi a segunda melhor notícia do dia.

- Gente, hoje não tem atividades – Emmett disse satisfeito. – O que acham de fazer um churrasco?

- Eu aceito – gritei derrepente e todos me olharam espantados.

Alice quicava de rir tampando a boca. Todos se viraram pra ela.

- A Bellinha é meio que fanática por churrasco. Ela vira um ser carnívoro e sem piedade – disse divertida. – Uma vez meu pai trouxe uma picanha maturada da América do Sul, e quase que ninguém além dela come – eu a fuzilei com o olhar.

- E aí Ed, você já viu esse ser sem piedade em ação? – Emmett perguntou, mas dessa vez mais baixo.

Rosalie soltou um gritinho e riu alto. Esses dois são uns safados. Podem ser bem diferentes, mas isso eles tinham em comum. Do nada se agarraram e começaram a se beijar. Não tinha como entender. Fingi uma tosse.

- Mas aonde nós vamos fazer o churrasco?

(…)

Por que mesmo eu fui fazer aquela pergunta e aceitar isso tudo? Bom, não sei. A única coisa que eu consigo pensar nesse momento é: em que merda eu fui me meter. Nós seis estávamos nada mais nada menos que na torre. É, essa mesma. A cena de Dorothy sendo jogada dali ainda estava em minha mente e acho que nada mudaria isso.

- Bellinha, vou no seu quarto pegar aquelas bebidas, Ok? – Alice perguntou e eu só assenti. Ela e Jasper correram escada abaixo.

- Vou pegar as carnes – Emmett disse depois que terminou de arrumar a churrasqueira móvel. E lá se foram ele e Rose, me deixando somente com Edward naquele lugar macabro.

Ele segurou minha mãe e fez movimentos circulares – que imediatamente começaram a surtir o efeito relaxante.

- Você sabe que pode proteger nós seis, não é? – perguntou olhando em meus olhos.

Eu sabia que ele se referia ao escudo, mas eu ainda não me sentia pronta pra ser responsabilizada pela vida dos meus amigos. E se o fantasma fez isso a centenas de anos atrás, por que não faria agora? Imagina se o tal escolhido “do mal” – é como eu denomino os nossos inimigos – aparece por aqui?

- Amor, você sabe que é forte pra isso, não sabe? – me puxou pela cintura grudando os nossos corpos. – Tipo agora, se eu te beijar. Você vai tomar conta da gente né?

Ganhei um beijo delicioso sem o direito de resposta. Sua língua explorava a minha boca com vontade, e sua mão me apertava ainda mais contra ele. Seu hálito tinha gosto de menta, e seu calor tomava conta de meu corpo. Senti o escudo se expandir com facilidade, até que um baque nos assustou.

Emmett e Rose estavam caídos no chão perto da escada.

- Bella, toma cuidado com a sua barreira – Rose pediu. Estava sendo levantada com a ajuda do bombado, que ria. – Se eu cair dessa escada, volto pra puxar seu pé, senhorita – falou enquanto Emmett a ajudava a levantar.

Fitei Edward que me olhava intensamente.

- Viu? Não se preocupe, não deixarei nada te acontecer – deu um beijo em minha testa e foi ajudar Emmett com as carnes.

Os dois tiraram a camisa e ficaram ali salgando e cortando a carne. Ouvi um suspiro ao meu lado, era Rose.

- Cara, eles são gostosos – ri e voltei a olhar a cena. – Nós temos sorte, Bella.

- Com certeza, Rose – trocamos um olhar malicioso.

- Bellinha, me deixa entrar? – Alice chamou nossa atenção.

Sorri e abri espaço na barreira pra ela – que vinha trazendo uma sacola e vodka, - e Jazz – que trazia gelo e copos. Eles deixaram tudo em cima de uma mesa. Eu e Rose não nos movíamos, parecíamos duas dondocas deixando os outros trabalharem. Jasper deu um beijo em minha irmã – que veio saltitante pra junto de nós.

- E aí? O que vocês estão aprontando? – perguntou baixo com uma voz cúmplice.

- Só observando a bela vista, Allie – Rose disse, apontando nossos alvos com a cabeça.

- Eba, ótima idéia – se instalou ao meu lado pra secar os garotos também.

Emmett cuidava da carne que estava no fogo, Edward preparava as carnes ainda cruas e Jasper fazia batidas. É eu estava no paraíso e não sabia.

- Ei – Emmett gritou. – Vão ficar aí só olhando?

Eu abri um sorriso enorme e acho que Rose e Allie também, porque os três começaram a rir, balançando a cabeça negativamente.

A tarde foi super tranquila. Esme e Carlisle deram uma passada aqui pra ver como estava tudo, mas eu sei que a intenção era roubar uma carninha. Ah se sei. Eu vi que o meu sogro quase comeu um bife inteiro da minha picanha-amada. E Esme, aquela carinha de anjo não me engana, ela pegou o pedaço mais mal passado e ainda fingiu que nada aconteceu. Até parece que eu não sabia o significado daquela cara de satisfação.

Ta. Eu não sou uma psicopata por carnes como minha irmã disse. Eu só prezo por uma boa alimentação. Ah, e churrasco é muito gostoso. Em Forks Charlie sempre fazia.

- Né Bella? – Alice me chamava.

- Hã…? Que…? É sim – respondi perdida.

Os cinco começaram a rir descontroladamente. Perdi a piada.

Gostosa, você sabe que acabou de concordar que é um javali, né? – Edward perguntou com um ar divertido

Ruborizei na hora. Ok, eu concordo que sou uma obsessiva por carnes. Mas e daí? Quem não gosta daquela gordura queimando, e do cheiro salgado e atraente.

- Beeeeeella? – Emmett passava a mão na frente da minha cara. – Maninho, acho me... melhor você levá-la pr… pro quarto. Pelo jeito ela vaai ter um teto preto a qual quer mom… momento.

Bufei. Fui levantar, mas eu estava pesada demais. Exagerei na bebida e na comida. Merda. Minha cabeça girou.

- Vamos, amor – Edward levantou. – Eu te ajudo – e estendeu a mão pra mim.

Esquecendo tudo o que tinha se passado, eu a peguei e sorri.

- Oooowwwnn – os quatro fizeram juntos.

- Leva ela pro qua… arto e mostra quem maaaanda – Emmett gritou com a voz carregada e lenta. Estava totalmente bêbado. Ele e Alice mataram uma garrafa sozinhos. É. Eu, Ed, Rose e Jazz dividimos a outra.

http://www.youtube.com/watch?v=_BRv9wGf5pk

Alice levantou ligou o som e depois começou a chacoalhar. Achei que ela tivesse tendo um ataque do coração. Mentira. Primeiro achei que ela tivesse levando um choque, mas depois percebi que seria impossível então recorri ao ataque. Mas a música começou e vi que Emmett ria divertido e fazia os mesmos movimentos que ela, mas menos exagerados.

Edward começou a rir descontroladamente. Droga! Será que tinham drogas na carne também?

E lá estavam os cinco dançando empolgadamente a música enquanto eu os fitava de boca aberta. O que deu nessa gente afinal? Os passos não eram sincronizados e alguns nem parecidos.

- Vem Bella – Rose chamou. – Vamos nos divertir – e continuou dançando.

Sorri e me juntei a eles. A batida não era muito rápida, mas não me contive ao lembrar o nome da música. “I’ve got the Power” essa frase caia como uma luva pra gente.

Um trovão ecoou no céu e a chuva começou a cair. Ninguém parecia se importar. O rádio e a churrasqueira estavam em baixo de uma tenda.

Alice e Emmett giravam com os braços abertos e encarando o céu, deixando toda a chuva cair na cara. Rose e Jazz pareciam duas crianças. Quicavam no ritmo da música e pisavam em todas as poças, jorrando água pro todos os lados. Edward… Bom… Olhei pros lados e constatei que ele corria igual um mongolóide de um lado pro outro.

Certo. Tem algo errado.

- Vem amor – chegou perto de mim e segurou minhas mãos. – Vamos rodar na chuva.

Antes que eu me negasse, já estávamos rodando. Ele estava com uma cara tão feliz que eu não tive como negar. Coloquei o meu peso pra trás e segurei sua mão com mais força. Giramos cada vez mais rápido, até que tudo que eu enxergava era um borrão.

Nossas mãos escorregaram e caímos de bunda no chão. Um pra cada lado. Os outros pararam suas atividades e gargalharam. Tudo girava na minha frente e o álcool só intesificava isso.

- Posso saber o que está se passando aqui? – Uma voz grossa falou da escada.

(…)

- Brincando na chuva? – esbravejou. – Quantos anos vocês tem?

Estávamos todos lado a lado em frente a mesa do escritório de Carlisle. Eu sentia a água escorrendo da minha roupa pro meu corpo. Olhei de rabo de olho pra Edward e vi uma gota escorrer do seu cabelo e ir até a sua boca. Ele moveu os lábios e a capturou. A cena estava me deixando excitada e não era uma boa hora.

- Bella – me virei imediatamente pro meu sogro. – A senhorita estava doente até ontem, e hoje resolve se divertir na chuva. O que tem a dizer em sua defesa?

Meu coração estava na garganta, e eu comecei a sentir um frio horrível. O que eu falaria pra ele? E se Edward ficasse de castigo? E se todos ficássemos de castigo? Eu não vou dormir sozinha nem a pau!

A minha única saída é atuar. Ok, eu não sou boa nisso. Mas Alice é. E a mesma é minha irmã. Se eu consigo ser safada e cara de pau igual a ela, por que eu não conseguiria atuar um pouco? Mas o que eu falaria?

- Estou esperando mocinha – bateu o dedo na mesa.

Isso. Saudade e nostalgia. Aproveitei que estava sob efeito do álcool pra deixar minha voz naturalmente embargada.

- Oh, Carlisle. Mil desculpas – seria a hora perfeita pra colocar as costas da mão na testa, mas eu não o fiz. – É a ultima semana – suspirei – e o senhor sabe que depois disso será muito difícil ficarmos juntos novamente – senti uma pontada no meu peito. Isso não deixava de ser verdade. – Então estamos aproveitando ao máximo – abaixei a cabeça novamente. Minhas palavras acabaram me atingindo.

Alguém bateu na porta. Era Esme.

- Querido, temos um probleminha no telefone. Poderia vir um instante aqui? – só aí ela percebeu nossa presença. – Olá crianças, vejo que aprontaram – e riu.

Carlisle bufou e se levantou.

- Já volto. Não saiam daqui – e seguiu Esme.

Edward segurou minha mão e do meu outro lado Alice fez o mesmo. Derrepente senti uma onda de calor e sobriedade. Olhei pros lados e todos pareciam assustados. Soltamos as mãos.

Olhei pra Edward e quase gritei. Seus cabelos estavam secos, assim como suas roupas. Fitei os outros e constatei que ninguém mais estava molhado. Ta, nos somos poderosos e podemos combinar poderes, mas essa de anti-gripal eu não sabia.

- Meninos – chamaram da porta. Gritei, assim como Allie e Rose. Mas era só Esme. – Carlisle mandou que fossem se trocar e disse que amanhã conversaria com todos.

E quem disse que esse povo queria se trocar? Lá estávamos nós descendo rapidamente as escadas que levavam até a nossa sala. Tem alguma coisa acontecendo, e parece que chegou a hora de descobrirmos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá gente ;)
demorei pra postar mas to aqui!
Bem, tudo é justificado, to escrevendo uma nova fic e acabei de postar. Ela é toda no pov do Edward...

Enfim, se quiserem dar uma olhada:

Hey Dude!
http://fanfiction.nyah.com.br/viewstory.php?sid=47971



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Powerful" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.