Debaixo Do Mesmo Teto escrita por Giulianna Valadares


Capítulo 22
Well, I know that there's a limit to everything, but my friends won't love me like you


Notas iniciais do capítulo

Oi, genteee! Mais uma vez, gostaria de agradecer os comentários que vocês têm me deixado, eles me fazem tão feliz! ♥
Por isso, um beijo todo especial para Thalita Abreu, Sra Park, QUEEN, Capricu, Llemosd pelos comentários sensacionais de vocês! Cês são demais, cara!!!
Assim sendo, tem mais um capítulo aí!

Sugestão de música: Friends - Ed Sheeran
Lembrando que tem playlist da fanfic no Spotify, é só ir no link:
https://open.spotify.com/user/22oo2ycublodrzblv2et4l6vq/playlist/7fy6qkproOUW4unD6IbIce e aproveitar!! Depois me contem se estão ouvindo a playlist e se tem alguma desconfiança do quem vem por aí, hahahaha

Aproveitem!! ♥



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Os dias passaram voando e logo a última semana de aula finalmente chegara. Os rostos dos estudantes de Huntington Beach não podiam expressar mais felicidade, especialmente para aqueles que estavam no último ano. O baile de formatura se aproximava e logo cada um iria para sua universidade. Havia um misto de empolgação e nostalgia entre os formandos.

Mas para Savannah e Andrew aquela semana significava algo mais: o casamento de Susan e Mike era no próximo sábado. Além das últimas provas e preparativos para o baile, eles foram arrastados para costureiras e alfaiates, participaram de milhares de degustações – mas destas não reclamaram –, tudo resultado de um casamento planejado em meses e executado em semanas. E Savannah estava adorando aquilo. Toda a movimentação a fazia esquecer dos acontecimentos com Peter. A garota estava feliz por ela e Andrew participarem de tudo: seriam o casal de porta-alianças, discursariam na festa e iriam para a lua-de-mel, que continuava um segredo para os dois.

Com isso, ela e a mãe acabaram se acertando. Susan pediu desculpas pela forma como reagiu com a notícia de Harvard e Savannah deu o assunto por encerrado. No fundo, ela gostaria de saber o que tinha por trás de todo o desespero da mãe em relação à ida da filha para a faculdade e como isso estava ligado à morte de seu pai, John. Mas com tudo o que aconteceu, a garota achou melhor esquecer e continuar a vida com sua mãe, que agora precisava muito da ajuda de Savie nos preparativos para o casamento.

— Mas mãe, não é justo não sabermos para onde vamos… AI! – Savannah reclamava, enquanto ajustava o vestido de dama. Sua mãe estava do outro lado do biombo chique, fazendo a última prova do vestido de noiva. – Como eu vou arrumar minha mala sem saber nem qual o clima do lugar?

— Savie, já te disse que lá será calor, leve biquinis, shorts e seus vestidinhos. É tudo que você e Andrew precisam saber. Já vão conosco, então porque reclamar tanto por não saber para onde vamos?

— Mas por que tem que ser segredo? – a garota questionava enquanto observava seu reflexo.

O vestido da morena era da quase do mesmo tom de seus olhos, talvez um pouco mais claro. Todo drapeado, fazia um desenho bonito no busto e tinha apenas um ombro. A saia era daquelas que esvoaçavam e tinha uma fenda não muito grande na perna direita. Savannah não era fã desse modelo, mas ele fora tão bem feito que não tinha como não gostar. Ela não podia negar: estava realmente feliz de participar daquilo tudo.

— Porque – Susan dizia, saindo de trás do biombo – queremos fazer supresa e… Oh, Savannah, você está tão linda! Linda não, está perfeita! – sua mãe sorria, com os olhos cheios de lágrimas. Ela estava muito emocional nos dias que precediam seu casamento. Mas fora Savannah que ficara verdadeiramente emocionada com a visão da mãe vestida de noiva.

O vestido de Susie refletia o que Savannah sempre soubera: que ela era uma princesa. Segundo a costureira, ela havia se inspirado em uma coleção de vestidos das princesas da Disney, mais diretamente no vestido da Cinderella. Ela tinha um busto com um drapeado parecido com o do vestido de Savannah, mas com pedrarias no decote discreto. A saia era bufante na medida certa, com pequenas pedrinhas que faziam parecer que ela acabara de sair de uma chuva de diamantes.

— Mãe, você… - a garota perdeu as palavras. – Você…

— Você está perfeita, Susie. – Andrew disse pela garota, enquanto adrentrava a sala da antiga casa de Savannah. – Espero que eu ver não dê má sorte.

— Não, meu querido – Susan disse, rindo – Só o noivo não pode ver.

— Mas essa é uma tarde de garotas, Andrew, o que está fazendo aqui? – Savannah implicava com o garoto, mas sorria ao mesmo tempo. A amizade dos dois evoluíra mais ainda duas últimas semanas. Mas a visão que teve dela o fez duvidar se ele se contentaria em ser amigo dela. Ela estava de costas quando ele entrou e virou-se para implicar com o rapaz. Foi quando Andrew focou na garota, o suficiente para tirar sua respiração. Ela estava mais bonita do que ele jamais imaginara que seria possível. Ele não fez nada, apenas travou, olhando para a morena. Ela acabou o tirando do transe depois de ir em direção a ele e o abraçar.

— Poxa, gente, só queria que vocês vissem meu terno de “damo” de honra – ele disse, rindo sem graça, tentando desfarçar seu embarasso e torcendo para que ninguém tivesse o percebido, especialmente Savannah.

— Claro que queremos, Andrew. Ande, vista-se. Estou muito curiosa para ver como ficou o meu garoto – Susan declarou, enquanto Savannah retornava ao ajuste e Andrew ia para atrás do biombo colocar seu terno – Então vocês gostaram mesmo do vestido?

— Ficou perfeito, mãe – os dois disseram juntos. 

Era só mais uma das coisas que faziam sem perceber nos últimos tempos. Já nem se entreolhavam e riam mais de tão comum que aquilo havia se tornado. Era como se sempre tivessem sido assim. Exceto pelo sentimento que enterraram em nome do casamento dos pais. Andrew amava Savannah e a garota era louca pelo rapaz, mas eles seriam meio-irmãos a partir de sábado. Não podiam estragar aquilo que trazia tanta felicidade para aqueles que tanto amavam.

Seguiam então como amigos. Amigos que dormiam na mesma cama todas as noites, que tinham suas piadas internas, que bagunçavam o quarto um do outro. Amigos que compartilhavam segredos e sonhos durante a madrugada. Amigos que nunca imaginaram que seriam. Eles tinham tanto em comum que não entendiam como acabaram se odiando por tanto tempo. Eles eram verdadeiramente melhores amigos agora.

Mas, no momento em que Andrew voltou à visão de Savannah, depois de colocar seu terno, a garota soube que ela nunca se sentiria bem sendo apenas amiga dele. Porque ela vira ali o garoto dos seus sonhos, pronto para casar com ela. Ele resplandecia tanta felicidade e o terno se ajustara tão bem ao corpo dele que ela não pode fazer mais nada além de encarar, meio boba. Ela, porém, não era a única. Todas as mulheres da sala, incluindo sua mãe e as costureiras, ficaram observando o belo rapaz.

— E então? O que acham? – Andrew disse, meio envergonhado com tantos olhares.

— Lindo! Oh, meu Deus, vocês dois estão maravilhosos – declarou Susan, ainda mais emocionada. Savannah se perguntava se era possível a mãe chorar mais. Sorriu ao pensar nisso.

— Realmente, devo admitir que não está nada mal… – Savannah soltou, entre risadinhas, tentando esconder o rubor que sentira subir ao seu rosto.

— “Nada mal”? – Andrew foi em direção à garota – “Nada mal”? Poxa, Savie, não tinha nada melhor pra dizer?

A garota deu de ombros. – Na verdade, eu ia dizer que você está maravilhoso, mas mamãe já tinha dito e eu não quis ser repetitiva.

— Sempre irritante, não é, Collins? – ele a provocou.

— Sempre babaca, Owen – Tratarem-se pelo sobrenome era só mais uma das brincadeirinhas que haviam criado nos últimos tempos.

— Babaca, é? Você vai ver o babaca! – Ele a agarrou e apoiou-a em seu ombro, correndo pela sala e girando, enquanto todas gritavam enlouquecidas para ele parar. Savannah sentia a barriga doer de tanto gargalhar, sua mãe quase caíra dura, com medo da roupa dos dois estragar e as costureiras corriam atrás do rapaz para pará-lo.

Apenas mais um dia normal na vida dos Collins-Owen.

***

Naquela noite de segunda, Andrew e Savannah estavam enfiados no quarto da garota, revisando para a prova da manhã seguinte. “Revisando”, com bastante aspas, era a melhor colocação. Eles estavam, na verdade, rindo dos momentos daquela tarde.

— E a cara da costureira quando você quase me deixou cair? – Savannah limpava o canto do olho, pelas lágrimas que escorriam de tanto rir. Estavam deitados em sua cama.

— Eu achei que ela iria ter um infarto de tão vermelha que ficou! – Andrew sentia cada músculo de seu corpo tremendo de tanto rir da situação.

— Olha, da próxima vez que você inventar uma dessas, ao menos me avise para que eu fique preparada! Por um minuto, achei que você me sacanear de verdade. – a morena deitou de barriga para baixo, tentando apoiar o rosto nas mãos, mas falhando por não parar de rir.

— Mas essa é a parte mais divertida! – ele se voltou para a garota, sorrindo maliciosamente para ela.

— Ah, não! – ela se afastou dele – Eu conheço essa cara! Nem vem! A gente tem que estudar, pelo amor de Deus…

Mas já era tarde. Ele a atacou, fazendo cócegas na barriga, no pescoço e em todos os pontos fracos de Savannah. Ela conseguiu se desvencilhar por alguns momentos, o suficiente para sair correndo pelo quarto e ser “perseguida” por Andrew. Eles riam enquanto ela tentava desviar dele e o rapaz tentava pegá-la novamente. Acabaram caindo na cama, lado a lado, mas em seguida, o moreno se aproveitou da distração da garota e saltou para cima dela, fazendo cócegas, enquanto ela se sacodia e pedia por misericórdia.

Teria tudo continuado divertido se não tivessem parado por um segundo e se encarado. Olhos nos olhos. A graça pareceu se perder no meio disso e a tensão tomou seu lugar. Eles estavam do mesmo jeito que estiveram quando se beijaram pela primeira vez. Nunca esqueceram e nunca pararam de sentir a vontade de continuar que tiveram naquela noite. Mas ela nunca pareceu tão forte quanto naquele momento.

— Dane-se – eles disseram juntos.

E se beijaram, como da outra vez. Talvez até melhor. Porque parecia mais errado do que na outra noite, mesmo que naquela época Savannah ainda estivesse com Peter. Porque eles passaram tanto tempo guardando essa vontade, recolhida de todas as vezes em que se encaravam sem nada dizer durante a noite, em que falavam juntos e sorriam em concordância, em que armaram um café-da-manhã para os pais, em que Savannah só chorava e se aconchegava em Andrew.

Quando, porém, o beijo chegou ao fim e eles novamente se encararam, a culpa se apossou de ambos. Era errado e eles sabiam. Era errado e, mesmo assim, o fizeram. Era errado e ponto final.

— Nós não… - Savannah começou.

— …Podíamos ter feito isso – Andrew terminou.

— Sim, Andrew, nós… nós somos amigos, certo? Quase…

— Irmãos. – ele fechara os olhos e se jogara ao lado dela, deitado de costas.

— Sim. O que faremos? – ela indagou, encarando o teto. Ele fazia o mesmo, sem nada responder. Quando encontrou os olhos dela novamente, soube o que dizer.

— Somos amigos. Amigos fazem essas coisas, às vezes, certo? Só pra…

— Pra curtir o momento – Savannah continuou, em concordância com o garoto.

— Sim. Nós dormimos juntos, estudamos juntos, moramos juntos. É normal algo assim acontecer. Não significa que vá acontecer de novo, não é? – ele ainda a encarava. Os braços de ambos, muito próximos, se arrepiavam com a proximidade.

— Não, definitivamente não vai acontecer de novo, Owen – ela afirmava, ainda olhando para ele.

— Não mesmo, Collins – ele afirmava também, se aproximando dela.

— De jeito nenhum – ela se aproximava.

— Não vamos nos beijar de novo, Savannah – ele sussurrou, o rosto perigosamente próximo do dela.

— Não vamos nos beijar, Andrew – ela respondeu baixinho, já fechando os olhos.

Beijaram-se novamente.

E não conseguiam parar. Era uma sensação viciante estar nos braços um do outro, se entregar daquela forma. Eles se ajeitaram na cama a fim de poderem ficar mais enlaçados um no corpo do outro. Andrew passeava pelo corpo de Savannah com suas mãos, sentindo cada pedacinho da garota. Aproveitou para beijar o pescoço dela, fazendo-a arrepiar por completo. Era delicioso sentir o corpo dela reagir daquela forma aos toques dele. Savannah puxava o cabelo de Andrew com vontade, como se aquilo pudesse trazê-lo para mais perto dela.

Pararam um segundo para respirar. Olharam-se. A mesma sensação de antes tomou conta do coração de Andrew. Parecia que o resto do mundo se desfazia quando ela olhava para Savannah. Só existia ela. Não haviam pais, ex-namordados, amigos, problemas do passado. Ela. Ela era a razão de tudo. E beijá-la era a única coisa que ele queria fazer. Sorriram.

Os beijos continuaram. Inevitavelmente, ela puxou a blusa dele e jogou-a no chão. Ela precisava de mais dele. Ele repetiu o movimento da garota e logo a camiseta dela fazia companhia à blusa dele. Isso se repetiu com todas as peças de roupa, até que a única coisa que restou foram os dois, entregues à paixão e ao amor profundo que sentiam um pelo outro.


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Notas finais do capítulo

E aí, quem gostou? Me contem nos comentários!!!
Até o próximo capítulo! ♥