I Miss You. escrita por Lux


Capítulo 20
O passado de Jiraiya e Tsunade.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como passaram o natal? Tudo bem? Eu espero que sim!
Só demorei pra postar porque minha mãe ficou doente e tudo aqui em casa ta ficando por minha conta nesse final de ano.
Vim postar esse capítulo pra avisar que é bem provável que esse seja o último do ano, pois eu vou viajar e só volto no dia 3.
Ah, e também porque eu tinha dito que ia explicar pra vocês sobre o que Madara tinha dito para Jiraiya no capítulo 14. E pretendo fazer o mesmo pra contar sobre o passado da Maya.
Tudo que está em negrito é passado nesse cap, ok? Ok.
Boa leitura!



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Jiraiya e Naruto estavam no carro a caminho do hospital, depois de muita insistência do garoto, que mesmo estando de repouso em casa (por ainda sentir algumas dores nas costelas) foi teimoso o bastante para convencer Jiraiya a levá-lo para ver como Sakura estava.

– Não agüento mais ficar aqui dentro mofando sem fazer nada – Naruto tinha argumentado.

– Mas, Naruto você ainda...

– Por que você não entende? – Perguntou o loiro com um tom indignado – Sakura-chan é minha amiga! Eu estive ao lado dela dentro daquele lugar o tempo todo, dividi com ela todo medo que nós sentimos. E cada vez que ela olhava pra mim eu podia ver a dor nos seus olhos. Será que é tão difícil de entender?

Jiraiya ficou pasmo com as palavras do garoto, pois aquilo o fez lembrar de um passado distante. E tal lembrança o assombrava.

Naruto respirou fundo e fitou o chão, cabisbaixo.

– Eu não posso ficar aqui esperando por notícias. Eu quero ajudar na recuperação da Sakura-chan do jeito que eu puder. To certo!

Sem dizer mais nada, Jiraiya pegou a chave do carro e se dirigiu até a porta da frente, vendo o loiro abrir um sorriso vitorioso ao acompanhá-lo.

Algum tempo depois, na entrada do hospital.

– Vá ver como ela está. Encontro com você depois. – Jiraiya avisou.

– Certo! – Disse Naruto antes de entrar apressado.

Jiraiya deu alguns passos para trás e olhou a fachada do hospital. Foi inevitável suspirar.

Era como se pudesse ver todas aquelas pessoas ali ainda, gritando, correndo e chamando o nome de parentes ou amigos. Quase pôde enxergar ele mesmo, desesperado, paralisado, esperando Tsunade sair por aquela porta.

Um grande e horrível acontecimento em Konoha.

Então a voz de Madara veio a sua mente:

“– Jiraiya, meu velho. Assim como eu, você sabe que nunca foi capaz de proteger ninguém. Não foi nem capaz de proteger a mulher que você dizia amar... Não vai ser agora, na sua idade, que as coisas vão mudar.”

Logo mais e mais lembranças vieram de forma inevitável lhe atormentar.

~

Tsunade, Jiraiya e Orochimaru eram melhores amigos no colégio. Tudo que iam fazer, faziam juntos, compartilhando bons momentos.

Mesmo com todas as diferenças, eles aceitavam um ao outro da maneira que eram. E quem olhava dizia que era o tipo de amizade que duraria para sempre.

Infelizmente não era o que o destino planejava.

Quando se formaram cada um seguiu seu próprio caminho.

Jiraiya tentou de todas as maneiras mantê-los unidos, pois fazia questão de manter suas amizades, principalmente a de Tsunade.

Ele não sabia explicar muito bem o sentimento que habitava seu coração, mas sabia que este sempre esteve ali, desde o dia em que a conheceu. Pena que não era correspondido. Não da maneira que Jiraiya gostaria. Pois, apesar da grande amizade, Tsunade era apaixonada por outro. O que frustrava os sentimentos de Jiraiya.

Infelizmente a amizade com Orochimaru foi perdida. Este viajou e nunca mais deu notícias. Nem mesmo se importou em dizer adeus.

Era estranho o modo como ele se sentia bem apesar de tudo, mesmo com a mudança repentina de seu amigo, e mesmo sabendo que o coração de Tsunade não o pertencia, sentia-se quase completo, e isso bastava. Sorria e cumprimentava a todos, vivia alegre. Nada o abalava. Esse era Jiraiya.

Mas as coisas mudaram depois de uma brincadeira do destino.

Jiraiya estava em sua casa quando foi acordado com um telefonema.

– Jiraiya! O hospital de Konoha está pegando fogo! – Era a voz desesperada de Minato do outro lado da linha – Eu não encontro Kushina em lugar nenhum! Eles não me deixam passar!

– Tente ficar calmo. Chego ai em cinco minutos!

Já estava escuro. Todos na cidade podiam avistar de longe as chamas que cresciam levando para o céu uma grande fumaça escura.

A maioria dos curiosos olhava de longe, enquanto os mais desesperados corriam sem saber o que fazer, gritando e chorando. Alguns, como Minato, tentavam convencer os policiais a os deixarem passar. Outros suplicavam aos bombeiros que entrassem e tirassem de lá as pessoas que não tiveram tempo de sair.

Aquilo estava um caos.

E, no centro de tudo isso, no meio da rua, encontrava-se uma Tsunade paralisada.

O hospital de Konoha era especial para ela. Ainda se lembrava do dia em que caminhou com seu avô por ali pela primeira vez, quando ainda era bem pequena. E vendo aquele enorme prédio seus olhos brilharam de empolgação. Naquele instante ela decidiu:

– Quando eu crescer vou trabalhar aqui, Vovô! Vou ajudar as pessoas! – Ela disse animada, recebendo um sorriso orgulhoso de seu avô.

E naqueles últimos meses a vida da loira estava completa. Tinha a carreira que tanto almejava e ao seu lado a pessoa que tanto amava.

Mas agora seu sonho estava queimando bem diante de seus olhos sem que ela pudesse fazer nada.

De repente um frio subiu por sua espinha. Olhou para todas aquelas pessoas a sua volta, olhou para Minato desesperado procurando por sua esposa e...

Preciso fazer alguma coisa, ela pensou decidida começando a correr em direção a entrada do prédio. Não posso deixar essas pessoas morrerem. Vou fazer o senhor sentir orgulho de mim, Vovô. Esteja onde estiver...

Tsunade ouviu os policiais gritarem com ela, quando a mesma passou por debaixo da faixa de segurança e correu ainda mais rápido pela porta principal, adentrando ao saguão do hospital.

A maior parte do incêndio estava na ala sul do prédio, porem a fumaça o dominava por inteiro.

Os olhos de Tsunade ardiam enquanto ela vasculhava as salas em busca das pessoas presas.

– Tem alguém ai!? – Ela chamava em meio à tosse, gritando o mais alto que podia.

– Aqui... – Ela ouviu uma voz fraca responder.

A loira seguiu a voz até o final do corredor, encontrando uma mulher encolhida no chão, com as costas escoradas na porta do elevador.

Aquele cabelo comprido e vermelho... Só podiam ser de uma pessoa...

– Kushina? Kushina! – Tsunade se aproximou o mais rápido que podia, e logo se apavorou – Ó meu Kami! Você está com um bebê!

– Eu não consegui sair a tempo – Kushina sussurrou. – Tire ele daqui!

Do lado de fora do hospital.

Jiraiya chegou mais rápido do que havia previsto. Deixou o carro em qualquer lugar, e se aproximou andando, afastando as pessoas em busca de Minato.

– Jiraiya! – A cabeleira loira apareceu diante dele com os olhos cheios de lágrimas – Ninguém sabe onde ela está. E não me deixam passar. E-eu acho que... Acho que...

Ele queria confortá-lo de alguma forma. Dizer que ficaria tudo bem. Mas como poderia afirmar isso em uma situação como aquela? Então fez a única coisa que poderia fazer. O abraçou.

Minato apertou Jiraiya com força.

–Respire fundo – Aconselhou Jiraiya ouvindo o outro soluçar.

– Jiraiya! Minato! – Alguém os gritou e ambos se afastaram para ver quem era. – Onde está Tsunade? – Dan perguntou desesperado.

– Ela estava bem ali... – Minato se virou para procurar por ela, mas não a achou.

– Eu acabei de receber uma ligação – Explicou Dan. – Ela disse que estava lá dentro com Kushina e um bebê. E disse que precisava de ajuda!

– O que!? – Disseram os outros dois em uníssono.

No mesmo momento o pânico tomou conta de Jiraiya. Sua mente parecia não funcionar mais, seu corpo não respondia aos seus comandos, seu rosto empalideceu e suas pernas ficaram bambas.

– Nós temos que entrar lá de qualquer forma! – Minato tentou falar mais alto do que a multidão.

Dan concordou com a cabeça.

– Você vai por um lado e eu vou pelo outro – Disse Dan – Um de nós tem que conseguir!

– Certo! – Respondeu Minato.

– Toma – Dan colocou nas mãos de Minato uma pequena garrafa d’água – Para o caso de você conseguir achá-las.

– Mas e você?

– Eu tenho outra aqui comigo. Agora vamos!

Com a última palavra os dois correram para a porta, deixando para trás um Jiraiya completamente paralisado.

Os policiais já estavam de olho em Minato, sabendo que em algum momento ele tentaria entrar e logo o interceptaram, o que acabou funcionando como distração para que Dan conseguisse passar.

Dan conhecia o hospital tão bem como Tsunade, mas toda aquela fumaça dificultava muito sua visão. Ele sabia onde elas estavam, o problema era que por conta de fogo algumas passagens estavam bloqueadas. Por tanto, ele teve que pegar o caminho mais longo até lá.

O coração de Dan era fraco. Ele se apoiava nas paredes enquanto tentava andar o mais rápido que podia e sentia que não ia conseguir passar muito mais tempo ali dentro, até que finalmente achou Tsunade.

Ela estava abaixada ao lado de Kushina, que segurava nos braços um bebê que aparentava ter nascido a menos de um mês. Tsunade mantinha uma pequena toalha no nariz do bebê para evitar que ele respirasse tanta fumaça. Por sorte as duas mulheres eram espertas, pois a parte mais densa da fumaça ficava perto do teto. E onde estavam era possível se respirar com mais facilidade.

– Dan, você veio! – Tsunade o beijou imediatamente.

– É claro que eu vim – Ele respondeu tentando abrir um sorriso.

– Temos que tirá-la daqui – Avisou Tsunade.

Dan rasgou um pedaço da sua camisa e a molhou com um pouco de água que tinha na garrafa, em seguida colocou o pano no rosto do bebê.

– E-eu não vou conseguir andar – Kushina disse assim que tentou se levantar.

– Vai sim. Vamos lá! – Tsunade pegou o bebê de seus braços e Dan apoiou a ruiva pelo ombro.

Assim os três começaram a caminhar em direção a saída. Tsunade ia à frente enquanto o corpo de Kushina ficava cada vez mais pesado para Dan praticamente carregar. Ele tirava força de onde não tinha para suportar o peso da Uzumaki.

– Você consegue, Kushina. Estamos quase lá! – Ele disse quando já era possível avistar a porta.

Nesse momento uma explosão aconteceu atrás deles, jogando Kushina e Dan no chão.

Nenhum dos dois tinha mais forças para se levantar.

Dan abriu os olhos e viu que Kushina olhava diretamente para o bebê que chorava alto nos braços de Tsunade, com lágrimas nos olhos.

A loira ficou atordoada sem saber o que fazer e Dan, assim como Kushina, percebeu que havia chegado a hora. Ambos não conseguiriam passar daquele ponto. Era hora de partir. Era hora da despedida.

Então Dan olhou com ternura para Tsunade e sussurrou com todo sentimento que habitava em seu coração:

– Eu te amo...

– E-eu também... – Ela tentou responder soluçando.

Tsunade – Kushina a interrompeu com a voz fraca – Não há tempo, tire meu filho daqui...

– Não diga isso! – Tsunade retrucou Nós vamos conseguir, nós...

Uma segunda explosão aconteceu e dessa vez o teto entre eles e Tsunade cedeu. Bloqueando a passagem e enchendo o corredor de chamas.

– Não!!! – Gritou Tsunade, desesperada.

O grito foi ouvido do lado de fora por Minato. Ele se debatia enquanto era segurado por três policiais.

– Tem alguém lá! É minha mulher! Meu filho! Tirem eles de lá!

A voz dele despertou a mente de Jiraiya, que começou a se aproximar a passos lentos da entrada do prédio. Seus olhos atordoados logo enchergaram Tsunade sair pela porta do hospital aos prantos, segurando algo nos braços.

– Tsunade! Onde está Kushina!? – Gritou Minato, soltando-se dos policiais e correndo até ela – O-onde... – Seus passos diminuíam a velocidade gradativamente Tsunade, onde ela está? – Minato parou diante dela com um semblante desesperado, seus joelhos começaram a tremer.

A loira apenas balançou a cabeça negativamente e mostrou a ele o bebê em seus braços.

– Naruto... – Minato sussurrou o pegando no colo e o apertou contra seu peito.

Jiraiya ainda se aproximava devagar, respirando pesado, como se seus pulmões pesassem toneladas. De fato, aquela cena abriu um grande buraco em seu peito. Pra sempre.

Kushina não sairia por aquela porta.

Dan não voltaria mais.

Eles se foram.

E Jiraiya percebeu que se tivesse tido coragem o bastante para entrar lá e salvar Tsunade, Kushina e Naruto... Estaria no lugar de Dan agora.

Mas não importava morrer, se fosse para salvar alguém que ama.


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Notas finais do capítulo

Bom final de ano a todos! (até mesmo pros meus leitores fantasmas, que eu sei que tenho muitos!) Desejo de coração que esse ano que começa seja repleto de realizações e felicidade na vida de vocês.
Então, até ano que vem!



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