Algumas horas depois os guardas liberaram a nossa saída, o castelo estava um caos, Jenna pediu para irmos direto para os nossos quartos, quando eu cheguei as minhas criadas estavam tentando limpa-lo, percebi que tinha algo de estranho, elas estavam caladas, olhei para Lucy e percebi que ela estava chorando compulsivamente mas tentava disfarçar.

– O que houve? - Perguntei, elas não responderam - Eu ordeno saber o que aconteceu aqui! - Aumentei meu tom de voz, elas me olharam assustadas, nunca havia falado assim com nenhum empregado do castelo, me aproximei de Lucy e a fiz olhar para mim, ela estava tremendo e quente, seus olhos azuis estavam sem vida, das três Lucy era a mais alegre.

– Senhora... - Mary que era a chefe das duas se aproximou de mim com os olhos baixos.

– Venham, me ajudem a colocar Lucy na cama! - Pedi, Lucy mal conseguia se mexer, Anna e Mary se olharam assustadas mas logo me ajudaram.

Deitamos Lucy na minha cama e a cobri, ela rapidamente relaxou e caiu no sono, olhei para Mary para tentar ter uma resposta.

– Os Rebeldes - Foi Anne que respondeu - Há alguns anos eles entraram no palácio e Lucy não teve para onde correr, ela era muito nova, tinha uns 15 anos, tinha chegado há pouco tempo, ela não conseguiu chegar á tempo no esconderijo dos empregados, um dos rebeldes conseguiu a pegar e a colocou como refém, tentou fazer coisas com ela, creio que a senhorita entenda... Um dos guardas os acharam e atirou no rebelde que caiu em cima de Lucy morto e a cobriu de sangue, até hoje ela tem trauma.

Olhei para Lucy, aquilo era horrível, ela era tão delicada e fofa, não imaginei algo assim, me lembrei o que aconteceu comigo, mas com ela era mil vezes pior, me percorreu um frio pela espinha.

– Isso é terrível! - Disse me aproximando de Lucy, passei a mão no seu rosto, ela me lembrava Amy - Por favor Anne, traga algo para que a Lucy possa comer quando acordar, e ela está com o dia de folga.

Anne não disse nada e foi até a cozinha. Me sentei em uma poltrona e peguei umas partituras para estudar, sentia falta da música, Lucy continuou dormindo e Mary voltou a limpar o quarto que os rebeldes tinham bagunçado um pouco.

Anne voltou com uma bela bandeja de comida, pedi para deixar no pufe ao pé da cama para que quando Lucy acordasse come-se algo, peguei apenas uma maçã e mordi enquanto estudava umas partitura de violino. O tempo passou rápido que quando eu percebi já era de noite a Lucy ainda não tinha acordado, sorri para a cama e fui tomar um banho, preferi me banhar sozinha, hoje a selecionadas jantariam no quarto, pedi para Anne trazer mais comida, queria que depois desse susto elas jantassem comigo, primeiro recusaram, depois de tanto insistir aceitaram.

Lucy acordou e sorriu, ela foi lavar o rosto, Anne chegou com a comida com a ajuda de outra empregada e arrumou tudo na sacada, comemos todas juntas, estava delicioso. Depois que acabamos de comer Anne com a ajuda de Mary retirou as coisas e levou para a cozinha, eu dei o resto da noite de folga para elas.

Coloquei uma camisola verde água e fui para a varanda, estava uma noite quente e eu estava completamente sem sono ainda, minha cabeça estava uma loucura, não parava de pensar em um monte de coisas, minha conversa com o príncipe, a tal da Ashley e do Matt, o Rei, Rebeldes, Stefan, minha família. Estava tudo uma bagunça tão grande. Pensei em ler o diário, mas não estava com nenhum ânimo para leitura, simplesmente sentei ali, fechei os olhos e viajei em meus pensamentos.

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Já se tinha feito uma semana desde do ataque rebelde, hoje seria dia de jornal, e as selecionadas participariam, pedi um vestido azul e simples para as minhas criadas, estava treinando um pouco de Violino quando elas chegaram no meu quarto totalmente eufóricas, Lucy nem parecia aquela garota de uma semana atrás.

– Porque tana felicidade? - Perguntei me levantando e indo até a caixa que elas trouxeram.

– Não senhora! - Avisou Mary tirando a caixa das minhas mãos - Primeiro irá tomar banho, depois verá o conteúdo da caixa - Avisou e eu revirei os olhos

Mary e Anne me ajudaram a tomar banho, deixei tudo na mãos delas, vesti um roupão e fui para o quarto, Lucy rapidamente me pediu para sentar, fez um penteado no meu cabelo semi-preso jogado para o lado com cachos nas pontas, fez uma maquiagem mais pesada nos olhos e a boca deixou clara, Mary me trouxe um brinco de diamante pequeno e um colar da mesma pedra, olhei desconfiada para elas.

– O que estão aprontando? - Perguntei

Então Lucy tirou da caixa um vestido vermelho, meus olhos se arregalaram.

– Antes que brigue conosco! - Pediu Mary - Temos um explicação para desacatar as ordens da senhorita.

– Nós sempre estamos com as outras criadas - Começou Anne - E todas as outras selecionadas souberam que a Senhorita pediria um vestido azul para essa noite, então todas pediram um vestido azul, até mesmo a Senhorita Petrova, elas acham que a senhorita só tem a atenção do príncipe por causa da simplicidade que se veste, então todas vão tentar isso, já como a senhorita foi tão boa com a Lucy decidimos fazer esse vestido.

– Quando o príncipe vir a Senhorita vestida assim irá sem dúvida se apaixonar mais ainda! - Completou Lucy empolgada

– Mas se o príncipe gostar de mim só por ser simples, como acham todas as outras? - Perguntei, coitadas, elas pensam mesmo que estava levando a sério, mas elas tinham tanta fé em mim que não iria decepcioná-las.

– Todo homem ao menos uma vez gosta que a mulher que ele deseja se destaque! - Sorriu Mary - Vamos Senhorita, tem um jornal para comparecer e um coração para roubar!

Todas as outras soltaram risinhos e até eu comecei a rir, me ajudaram a vestir o tal vestido e calçar os saltos alto pretos, quando eu me olhei no espelho tomei um susto, aquilo era a coisa mais linda que já tinha visto em toda a minha vida.

– Isso é... Perfeito! - Exclamei e elas sorriram satisfeitas

O vestido era em um vermelho vivo, sem alças, deixava meu corpo em forma de sereia e a cauda aberta com uns detalhes era um pouco decotada, deixava meu corpo um espetáculo, nem eu sabia que tinha tantas curvas assim.

– Melhor a Senhorita ir - Avisou Mary, eu assenti e sair do quarto.

A cada passo que eu dava os guardas me olhavam como se não acreditassem, eu era a patinho feio do grupo, não me importava para me arrumar como todas as outras, sempre fui a mais simples.

Quando cheguei ao local onde estava todas as outras selecionadas elas me olharam sem acreditar, todas, menos Caroline, estavam vestidas de azul, só a Car que estava de rosa claro.

Elas se entreolharam e não comentaram nada, tinha todas as tonalidades de azul pensáveis e possíveis. Jenna olhou para elas com pena e para mim com admiração? Não sei bem.

– Você está linda, Elena! - Falou a Car - Suas criadas são uns gênios!

– Realmente são muito talentosas - Sorri

Jenna pediu para todas nós descemos até o estúdio, quando cheguei todos me olharam e eu até corei, me sentei do lado da Caroline e da Bonnie, elas sorriram para mim.

Não seríamos entrevistadas hoje, só participaríamos, eles iriam mostrar nossos encontros com o príncipe que foi gravado na semana, eu e o Damon fomos aos Jardins, as outras até mesmo cozinharam com ele, mas eu adorava aquele lugar, e me sentia bem com o Damon lá, essa semana todo fim de tarde no por-do-sol nos encontrávamos lá.

Tínhamos criado um sinal secreto caso um quisesse falar com o outro, tocaríamos na ponta da orelha, qualquer uma delas, era algo discreto e ninguém desconfiaria. Quando eu olhei para o Damon percebi que ele olhava para mim, tocou na ponta da sua orelha e deu um sorriso torto, repeti o gesto dele.

O jornal e o jantar após dele passou rapidamente, a Rainha elogiou meu vestido e eu corei, até mesmo o rei me deu um sorriso, olhei para a Katherine e ela estava espumando de raiva.

Fui a primeira a deixar o Salão, antes de chegar no meu quarto percebi que alguém me seguia, quando me virei dei de cara com a Petrova.

– Eii.. - Ela me chamou

– O que você quer, Katherine? - Perguntei

– Que brincadeira é essa, esse vestido vermelho? - Perguntou com a voz destilando ódio - COMO OUSA ME COPIAR?? - Essa última parte ela gritou em plenos pulmões

– Antes de qualquer coisa querida, não grita comigo ouviu vadia? Não sou da sua laia e quem copiou foi você e todas as outras, quiseram se dá de boazinhas só porque o príncipe passa mais tempo comigo, já passou pela sua cabeça que ele não fica comigo por causa da roupa, mas pelo meu jeito e caráter, e se você gritar comigo mais uma vez sua cadela e arranco cada fio desse seu cabelinho loiro cor de ovo, estamos entendidas? Antes que se pergunte não tenho nenhum medo de ser expulsa, e se eu for expulsa será por ter acabado com você! - Exclamei com a voz baixa e controlada, ela me olhou sem saber o que responder - Passar bem! - Me virei e deixei Katherine bufando para trás.

Folgada, nem meus pais gritam comigo, ainda mais ela, tenha dó!

Entrei no meu quarto e dispensei as minhas criadas, não queria me trocar agora, o príncipe deveria está chegando. Fui até a sacada olhar a noite, Mistic Falls tem um céu lindo, uns 5 minutos depois ouvi leves batidas na minha porta, senti meu sangue gelar.

– Pode entrar! - Pedi

Ouvi a porta sendo aberta aos pouco e depois fechada, não me virei e o Damon foi ao meu encontro, tocou meu ombro devagar e eu me arrepiei.

– O que quer vossa-alteza? - Perguntei com a voz baixa devido ao contato dos dedos quentes do Damon na minha pele.

– Se caso queira que eu não me apaixone por você, tem que parar de se vestir assim! - Falou ignorando minha pergunta, estava com a voz baixa e totalmente rouca - Vou pedir para suas criadas te vestirem de sacos de batata, mas tenho dúvidas que até assim irá ficar linda!

Me arrepiei inteira, me virei para ele, Damon estava muito próximo de mim, e cada vez se aproximava mais.

– Elena eu... - Não o deixei continuar, me afastei dele e andei para perto da porta de vidro do quarto

– Você prometeu, Damon! - Olhei para baixo me referindo a nossa promessa

– Sinto muito Elena, vou ter que quebrar essa promessa! - Ele me olhou com os olhos brilhantes

– Damon... - Ele me puxou pela cintura e fez meu corpo de chocar com o dele

– Tarde demais! - Não me deixou falar mais nada, me calou com os seus lábios.

Continua...