A liberdade tem um preço! escrita por Coriolanus Grimes


Capítulo 4
A colheita - Distrito 3.




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Era mais um ano de colheita. E como sempre, a casa dos senhores White estava uma "loucura". Babás pra lá e pra cá, procurando o melhor jeito de agradar Catarine.

Primeiro era um banho de banheira, com espumas tão agradáveis quando a tudo. Depois ela tinha: Cabeleireiro, manicure e tudo o que se pode imaginar de uma "patricinha". Mas diferente das outras garotas do distrito, Catarine não era nada chata....tabom, talvez um pouquinho.

Catarine costumava ser fria com seus pais, mesmo se tratando de seus responsáveis. Na escola, era estudiosa e era a "querida" dos professores, e já chegou a ser Aluna Destaque em um destes anos (Só a Karim vai entender kkkkk).

Ela recebia os melhores perfumes, melhores comidas, caso fosse escolhida para os jogos. Mas ela não tinha muito medo. No distrito 3, raramente os jovens que iriam para a colheita eram sorteados, sempre alguém se oferecia. Mas alguma sensação dizia que isso seria igual quando ela tinha apenas 12 anos e foi sorteada. Além do mais, quando foi sorteada, sua irmã Eliza White se pôs como tributo em seu lugar. Sendo assim, ela poderia de novo ser sorteada. Mas desta vez, quem iria entrar em seu lugar?

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Do outro lado do distrito, está Scott Walker. Um garoto que não leva muita coisa a sério e adora fazer piadas, até nas horas mais difíceis. Ele nem sempre foi assim. Começou a ficar palhaço desse jeito depois que sua mãe e sua irmã foram mortas em uma explosão que ocorreu em sua casa...por culpa sua. Ele sempre se sentiu culpado, mas não contava a ninguém. E o único modo que achou para "esconder" esta raiva foi fingir que nada aconteceu, que aquela explosão nunca existiu. Que ele só teve um pai e sua mãe podia ter ido embora, sua irmã pudesse nunca ter nascido. E então ele virou o piadista. Como não teve ninguém ao seu lado, o incentivando com alegria depois que sua mãe morreu, ele não quer que ninguém sofra a tristeza que ele passou.

No dia da colheita, Scott Walker colocou sua melhor roupa, como de costume em todas as famílias, de todos os distritos, de toda Panem.

Scott colocou sua calça jeans preta nova. Uma blusa branca de material fino, e no seu peito levava o símbolo de seu distrito. Ele não sabia bem se aquele broche do distrito traria sorte ou se traria azar: Desde sempre seu distrito usava aquele broche no dia da colheita. Muitas vezes o broche trazia azar. Algumas vezes trazia sorte. Scott já viu muitos usarem o broche, e com o nome aparecendo pela primeira vez, a pessoa era sorteada. Mas também viu que o broche muitas vezes estava no peito do ganhador dos jogos. Então aquela era sua única esperança.

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Todo o distrito 3 está reunido na praça quando Kori Bogard, uma senhora bem idosa que se aproveita da tecnologia do distrito pra tentar se manter viva aparece.

– Bem-vindos! - diz ela com uma voz rouca - Hoje iremos sortear mais dois tributos para a Septuagésima sexta edição dos jogos.

Alguém chega e cochicha em seu ouvido, corrigindo-a.

– Opa! - ela se corrige - Eu quis dizer: ...a Centésima Décima Sexta, hehe.

Ela vai em direção a bola de vidro as meninas, olhando para o lado repetitivamente. Ninguém sabe se é um tic-tic nervoso, ou se ela está apenas querendo que alguém se ofereça como tributo para que ela não tenha que andar o palco todo até chegar as bolas de vidro.

– Tudo bem! - ela fala - Já que ninguém se oferece, vamos ao sorteio.

Ela coloca a mão dentro do recipiente e retira uma folha.

– Ahn...o sortudo do ano é...Ca, hum...Cat...- ela tenta ler mas logo desiste. Um pacificador vem e lê o papel mentalmente, e logo após isso cochicha o nome no ouvido dela.

– Elizabeth Catarine White! - diz ela e vê que errou - Quiz dizer: Catarine Elizabeth White.

Cat leva logo um susto, ela não estava com nem um pouquinho de sorte hoje. Depois de subir ao palco, a velhinha Kori começa a andar em direção ao recipiente de vidro dos meninos, ajudada por Catarine, que na verdade quer dar um empurrão naquela velha inútil que trouxe azar a ela.

Ela ajuda a velhinha e chegar ao outro lado do palco e sortear o nome. Kori pede ajuda a Catarine, que puxa o papel de sua mão, se encurva como uma zumbi corcunda e diz numa voz boba e rouca:

– O sortudo do ano é....tantantantan...Scott Walkeeer.

Scott leva um susto, e só não cai porque o local é apertado demais, não dando espaço a ele para fazer isso.

Scott vem em direção ao palco resmungando sobre o broche, e só não o deixa porque foi persente de sua mãe quando ainda era viva.

– E que a sorte esteja sempre a porcaria do seu favor! - diz Catarine, abrindo a porta atrás de si e exigindo ir logo pra sala para poder assim conversar com seus pais imediatamente. Pois esse pode ser o único momento em que vai receber a atenção toda.


(Sempre leia as notas, pode ser importante)


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Notas finais do capítulo

Perguntas:
*Cite quatro lugares que você se dá bem, e quatro que não:
—Floresta.
—Mar.
—Pedras.
—Cidade antiga.
—Espaço plano (sem nada).
—Matagal.
—Rio.
—Montanhas.